Minha mãe, e minha tia me olharam com sorrisos marotos, e minha mãe apontou uma cadeira pra que eu sentasse.

         -Bem, Rose, eu e sua mãe queremos saber quem você vai levar pro baile de inverno? Como costume Hogwarts vai festejar esse ano, e você poderá ir, se tiver um par – falou minha mãe sorrindo, e pegando novamente a minha lista de materiais que pedia um traje a rigor.

         -Am... Mãe, eu não sei – falei a olhando confusa, o que diabos ela queria com isso? Pra que tanto interesse, eu nem sei se ia no tal baile...

         -Bem, eu e sua mãe estávamos pensando... – começou minha tia com um tom de voz cauteloso, e eu pensei “Fodeu”, eu sei, eu falo palavrão em situações graves. É que esse tom da Tia Gina, era o mesmo que Lilly usava quando queria me convencer a fazer alguma coisa – Que talvez, você e... – eu sabia que ela ia falar do Scorp, e pelas barbas de Merlin, eu não queria falar nada pra elas, eu podia gostar muito de Scorp, mas pra ele, eu era só uma amiga.

         -Nem vem Tia Gina, nem você mãe, eu não sei se eu vou, está certo? E obviamente eu não vou ir sozinha, então acho que provavelmente eu não vá ir – eu respondi séria cortando as duas – Então, por favor, minhas lindas e amadas, por favor, me deixem em paz, ok? – eu falei me levantando e saí batendo o pé da cozinha, eu sei sou totalmente infantil e mereço ser punida, mas eu não queria conversar coma minha mãe, e nem com a minha tia, eu poderia negar, mas elas acabariam arrancando tudo o que eu sabia sobre Scorp.

         Eu subi as escadas pro meu quarto, e eu bati sem querer em Scorp, que estava só de calça, e sem camisa. Eu tive que parar pra racionalizar, Scorp estava lindo, quer dizer, o cabelo dele estava totalmente encharcado, e com o abdômen bem definido, bem na minha frente, e ele ainda sorriu quando me viu. Ele me segurou em seus braços pra não cair no chão, braços musculosos, culpa do quadribol. Droga, porque Scorp tinha que ser tão gostoso?

         -E aí, o que sua mãe e sua tia queriam? – ele perguntou me soltando, e sorrindo, eu revirei os olhos e sorrir.

         -Perguntar com quem eu iria pro baile de Inverno esse ano, já que ano passado nós não fomos, e esse ano agente pode ir, e nem ferrando que eu vou ir sem um par – eu falei rapidamente, ficando com o rosto vermelho, e dei um sorriso nervoso. Scorp bagunçou os cabelos molhados, e sorriu pra mim.

         -Relaxa, nós damos um jeito – ele disse sorrindo, e piscou pra mim, eu sorri e dei ombros.

         -A propósito, o que você está fazendo aqui sem camisa? – eu perguntei o olhando de cima abaixo, ele sorriu e deu ombros.

         -Na verdade... Eu não sei, quer dizer... – ele estava tentando mentir, eu o olhei e Scorp sorriu pra mim, eu levantei uma sobrancelha, e o olhei com cara de quem não estava acreditando – Não olha pra mim, foi o Al que mandou, eu saí do banho, e tive que levar Nyx pro seu quarto – a é mesmo, o meu quarto, era na frente do quarto de hospedes, que idiotice a minha – E não me mate, eu entrei no seu quarto, ele é bem organizado, em relação ao do seu primo – ele comentou colocando a mão no queixo e parecendo lembrar do quarto do Al, eu comecei a rir, quer dizer, ele ficava fofo, e engraçado, tá?

         -Certo, meus primos, tem uma leve tendência a desorganização – eu falei, e Scorp piscou – Scorp, eu só vou arrumar meu quarto, e invadir o quarto do Al, se quiser da pra chamar ele aqui, o que você prefere?

         -Eu vou lá chamar ele, pode ser? – ele falou sorrindo pra mim – Eu tenho medo do quarto do Al... – eu revirei os olhos, e dei um tapinha de brincadeira em Scorp, que piscou mais uma vez pra mim, e subiu pro quarto do Al.

         Eu entrei em meu quarto, e comecei a arrumar tudo, deixando mais organizado do que já estava.

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         Scorpius Narrando:

         É eu estava na casa dos avós da Rose, quer dizer, eu ainda estava racionalizando como Rose e Al conseguiram me trazer pra cá, o pai da Rose me odiava.

         Bem, o fato é: eu fugi de casa depois de ter armado a maior das brigas. E se eu conheço meu pai, ele vai me enviar dinheiro desde que eu não importune mais ele. Desde que eu entrei pra grifinória era assim, eu só passava as férias com eles, porque não me deixaram ficar em Hogwarts. Al sabia disso, mas Rose não, nós fingíamos que eu ia viajar, só que depois deles. E Rose nem desconfiava. Certo, eu tinha vergonha ok? Eu não queria que Rose se preocupasse comigo, eu não queria magoar ela, e nem que ela brigasse com a família por minha culpa.

         Certo, Rose Weasley era linda, e eu sei que ela só me via como amigo, mas eu não posso negar, que eu gostava muito da Rose, e eu não sabia se era como se ela fosse minha irmã, ou como se eu gostasse dela. E bem, já que eu não tinha chances, eu ficava com outras meninas, mas não na frente dela.

         -Al, a Rose chamou agente pra ir lá no quarto dela – eu falei entrando no quarto do Al, e encontrando ele lendo um livro de poções, típico dele, que era viciado em quadribol, e em poções. Meu amigo era estranho, mas eu era um Malfoy que estava na grifinória, então eu não podia falar nada.

         -Ah, ok, só coloca uma camiseta cara – ele falou, largando o livro e me jogando uma camiseta branca. Eu vesti e depois eu olhei pra Al, que me olhava sério – Scorp seja sincero, você gosta da Rose, certo? – ele perguntou me olhando, eu me encostei na parede e virei o rosto ficando vermelho – Eu sabia! – ele praticamente gritou, eu fiz sinal de silêncio pra ele.

         -É acho que eu gosto, mas ela é minha amiga antes de tudo, então não abre o bico Al – eu falei o olhando sério, Al revirou os olhos, mas assentiu.

         -Certo Scorp, não vou falar nada, mas você vai ter que falar pra ela um dia desses – ele falou, e veio até a porta, eu dei ombros e revirei os olhos.

         -Vamos logo e não enche cara – eu falei e dei um empurrão de brincadeira em Al, que deu uma risada, e nós dois fomos brincando de lutinha até o quarto da Rose, onde entramos sem bater, e eu só vi Rose levantar os olhos do livro e nos encarar mortalmente. Mesmo sendo malvada ela era muito gostosa.

         -Albus Severus Potter, e Scorpius Malfoy! – ela falou com uma voz muito malvada, mas eu podia sentir que ela estava brincando – Vocês vão fingir que são educados, e vão sair daqui, bater na porta descentemente, e se curvar beijando meus pés – quando ela falou isso, e começou a rir da minha cara de tacho, e da cara de medo do Al, que eu e ele entendemos que ela estava brincando, e começamos a rir também.

         -Rose eu tenho medo de você sabia?  - eu falei indo até onde ela estava e a abraçando – Você sabe ser bem maligna quando quer – Rose sorriu e me abraçou também.

         -Ah, eu não sou malvada Scorp, você e o Al que despertam meu lado maligno – ela falou e deu uma piscadela pra mim e pra Al, que sorrimos, e reviramos os olhos.

         Al sentou no chão do quarto de Rose, e eu e ela saímos de cima da cama, e nos sentamos na frente dele. Que estava sorrindo para nós, com um típico sorriso maroto. Eu e Rose nos soltamos, e ela deitou de bruços no chão, apoiando a cabeça com as mãos, e brincando com os pés, que estavam erguidos.

         -E então, quais são as novidades? – eu perguntei olhando pros dois, que sorriram, e nós começamos a conversar.

         Tirando o fato de que James era o novo capitão do time de quadribol, e que teria que comprar um traje a rigor pro baile de inverno, o resto era só zoeira nossa. E sobre o baile, eu estava pensando seriamente em tomar coragem e convidar a Rose.

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Rose narrando:

         Eu e os garotos, deveríamos estar já há umas duas horas falando sobre coisas aleatórias, e rindo muito. Eu vi que Scorp ficou pensativo assim que falamos sobre o baile de inverno, mas eu ignorei o fato, só estava estranhando o fato que Al sorria do pior jeito maroto dele pra mim e pra Scorp.

         Estávamos falando sobre quem seria o professor de Defesa Contra Artes das Trevas, ou simplesmente DCAT, o antigo professor tinha decidido viajar pelo mundo e escrever livros, já que ele tinha uma grana preta, ele podia fazer o que quisesse da vida, e ainda morrer sendo rico.

         Foi aí, que James e Lilly invadiram meu quarto, James parecia estar correndo de alguém, provavelmente de vovó, ele estava com um monte de biscoitos em um pote, e ele e Lilly estavam descabelados.

         Assim que entraram, Lilly trancou a porta, e olhou pra nós com o típico sorriso maroto dos Potter. James tirou o sapato, e se jogou em minha cama, entregando os biscoitos pra mim.

         -Agradeçam depois – ele falou com a cabeça em meus travesseiros, depois ele tirou meu diário de debaixo dos meus travesseiros.

         -James, larga isso, agora – eu falei ficando de pé, e o olhando séria, ele sorriu pra mim e deu ombros – Eu tô falando sério.

         -E eu também priminha, e aí, Scorp, vamos ver o que isso diz sobre você? – James falou, e eu revirei os olhos, na verdade, ali tinha alguns desenhos meus, e algumas histórias da minha vida, ou que eu havia escutado, e até mesmo inventando. Só ás vezes falava da minha vida pessoal. Era mais um caderno, mas um caderno, que eu só ia mostrar pros meus amigos, ou pra alguém que eu quisesse mostrar, e James não era uma dessas pessoas.

         -James, não me faça chamar a vovó – eu falei o olhando malignamente e maliciosamente, ele sorriu pra mim com cara de quem duvidasse de mim.

         -Você não faria isso... – ele falou, e eu fui até a porta ameaçando abrir, Lilly olhou pra James.

         -Ela faria sim James – ela falou e James bufou, largando meu diário, e sentando no chão, do lado de Al, bagunçando o cabelo do irmão e pegando um biscoito.

         Eu sentei do lado de Scorp, que passou o braço em minha cintura me abraçando, eu o olhei, e ele piscou. James, Al, e Lilly trocaram olhares, e sorrisos marotos. Depois eu peguei um biscoito.

         Eu, James, Scorp, Al e Lilly conversamos sobre quadribol, já que nosso capitão estava ali, mais ou menos mais uma meia hora, quando ouvimos vovó chamando agente.

         James pegou o pote de biscoitos que estava vazio, e nós cinco descemos na cozinha. Scorp me largou, mais porque eu queria, se meu pai nos visse ele mataria o Scorp, e me mandaria pra França, morar com a Tia Fleur.

         Descemos até a cozinha, e minha avó nos organizou em uma fila, eu fiquei em uma das pontas, com Scorp do meu lado, e do outro lado, estava Lilly.

         -Já que alguns netos meus, roubaram biscoitos, agora vocês vão fazer o almoço, se virem, só não destruam a casa – ela falou, e saiu dali – E nada de magia – ela falou confiscando nossas varinhas. Nós nos olhamos confusos, minha avó queria passar fome, todo mundo, quer dizer eu não sabia o Scorp, mas eu, James, Al, e Lilly quase queimamos a casa a última vez que vovó nos colocou pra cozinhar.

          -Certo! Mãos a obra cambada – falou Scorpius, com um sorriso no rosto.

         -Você sabe cozinhar? – eu perguntei um pouco mais surpresa do que eu pensei que estava, ele olhou pra mim e sorriu.

         -É eu sei – ele falou e deu ombros, indo até a pia, lavando as mãos e começando a dar ordens pra nós. Pelo menos alguém sabia o que estava fazendo.