Amor Inesperado escrita por Bruninha


Capítulo 42
42° Capítulo: Matando Aula




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_ _ (06h16min) _ _ Quarto da Magali

Sem poder dormir no dia anterior, devido ao fato de ter ficado chorando a noite inteira, Magali mal conseguia abrir o olho quando o despertador começou a tocar. Aquele som transmitia uma fúria na garota que a sua vontade foi de arremessar o objeto pela janela. Mas não fez isso.

Conformou-se que teria que ir a escola e se levantou da cama. Tomou um banho quente, vestiu o uniforme, e deixou o cabelo como de costume. Desceu quase se arrastando para a cozinha.

Seu pai e sua mãe já estavam na mesa, comendo. Ao ver a filha os dois sorriram e deram ‘bom dia’.

– Não sei pra quem... – disse enquanto colocava o café em sua xícara.

– Pelo visto acordou disposta, hein? – brincou Seu Carlito.

– Para querido! – diz Lili batendo em seu braço.

– Por que está assim? Já sei, foi dormir tarde porque ficou a noite inteira na internet – diz ele.

– Antes fosse... – respondeu com a boca cheia.

– Que foi meu anjo? Por que você está com essa cara? – perguntou Lili segurando o queixo da filha.

Magali não queria preocupa-los dizendo a verdade, que tinha ido dormir porque passou a madrugada chorando por Cascão, por isso teve que inventar uma mentira.

– Eu... Passei a noite estudando.

– Hum – disse se servindo um pão. – Não vejo por que... Você é tão inteligente.

– E a senhora acha que sou inteligente por quê? Porque fico "o dia todo na internet"?

– Eu sei Magali, o que eu estou dizendo é que você não precisa estudar tanto. Olha só pra essas olheiras, parece até que passou a noite em claro.

– Quase isso.

– Viu só? Eu fico feliz que você leve seus estudos a sério, mas tudo em excesso, é ruim.

– Quem diria – começou a rir. – Uma mãe dando conselhos pra uma filha não estudar.

– Não foi isso que eu disse. Só isso pra você maneirar um pouco. Não quero que você vire uma CDF.

Seu pai, e Magali começaram rir de Lili, fazendo ela esquecer do sujinho por um estante.

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Na escola...

– Oi amiga! – diz Mônica ao ver sua amiga entrando na sala.

– Oi Mô... – responde colocando sua mochila na mesa e se sentando. – E ai como foi com o Cebola ontem?

– Foi ótimo! Os pais deles me receberam muito bem, dizendo que já imaginavam que íamos acabar juntos e talz – dizia com um sorriso no rosto.

Mônica começou a contar toda a história, mas assim que Cascão entrou ela parou de prestar atenção na amiga. A dentuça percebeu e olhou pra trás pra ver o que tanto a garotai encarava, assim que viu o sujinho na porta da sala conversando com alguém o chamou.

– Mônica! Pra que você chamou ele?

– Como pra que? Somos amigos ainda pelo que saiba.

Cascão se aproximou com as mãos no bolso e Mônica o cumprimentou com um beijinho na bochecha.

– E ai Mô – diz com um meio sorriso, mas ao se virar para Magali seu sorriso some completamente.

– Oi Magali – diz sério.

– Oi Cascão – responde também séria.

Ele vai para o seu lugar deixando Mônica e Magali a sós de novo.

– Eu ainda não posso acreditar que vocês vão ficar nesse gelo – diz ela negando com a cabeça.

– Eu não posso fazer nada... – diz colocando mão no queixo.

– Você pode sim. Só não quer porque tem medo e...

– De novo com esse papo de medo? Eu hein! – diz começando a se irritar.

– Tudo bem, tudo bem... Não falo mais nada, se quiser continuar sofrendo e infeliz, o problema é seu – dizendo isso, Mônica se virou pra frente.

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A professora de português percebe que haviam duas pessoas de cabeça baixa durante toda a aula. E começa a entranhar.

Quando ergue o pescoço para ver quem eram... Magali e Cascão. Do sujinho ela poderia esperar, mas da Magali? Ela nunca foi de dormir na aula.

Mônica tentou balançar a amiga para que ela pudesse acordar antes que a professora lhe chamasse atenção e o mesmo fez Cebola, mas não adiantou. Os dois haviam passado a madrugada pensando um no outro, e mal conseguiram dormir direito.

A professora então caminhou até a frente da carteira da garota e falou bem alto, para que Cascão também escutasse.

– Vejo que os senhores não dormiram muito bem essa noite! – sem sucesso, Magali e Cascão continuavam com suas cabeças deitadas na mesa, o que fez a raiva da professora aumentar ainda mais.

Ela foi até a mesa e bateu com o livro bem forte, fazendo eles se levantarem assustados.

Assim que se deram conta que todos na sala estavam olhando pra eles, ficaram envergonhados. Magali principalmente.

– Os dois pra diretoria! Se quiserem dormir, vão dormir lá! Mas não aqui na minha sala! Xó!

Magali não quis acreditar, ela NUNCA em toda a sua vida, foi mandada pra diretoria. Ela sempre foi uma boa aluna. A aluna inclusive que servia de exemplo para os outros.Tipo,a aluna modelo, como os professores e o diretor costumavam a chamar.

– Professora pega leve, ela só está cansada – defendeu Mônica achando um absurdo.

– Se está cansada devia ter ficado em casa descansando.

– Desculpa, professora isso não vai mais acontecer... – disse Magali com medo.

– É sora... Não vai mais acontecer – disse Cascão.

A professora decidiu relevar, e afirmou com a cabeça. Voltou a se virar para o quadro, explicando o assunto.

Magali tentou o máximo que podia, prestar atenção no que ela estava dizendo, mas seus olhos temiam em fechar, não só os dela como o de Cascão. Infelizmente quinze minutos se passaram e...

– Magali! Cascão! Pra diretoria, AGORA! – diz a professora batendo com o livro novamente na mesa fazendo os dois levantarem a cabeça assustados.

Desta vez Mônica não pôde fazer nada, e a comilona teve que ir pra diretoria, seguida de Cascão. Ele já estava acostumado, por isso apenas deu de ombros.

Caminharam em passos lentos até lá. Magali suava nas mãos de medo, enquanto Cascão estava atrás dela, bocejando.

Percebendo a tranquilidade do garoto, se irritou.

– Como você consegue ficar tão calmo? – perguntou enquanto andava.

– Já to acostumado…

– É... Percebe-se – respondeu revirando os olhos.

Cascão olhou para o chão, e em seguida para as mãos da comilona. Ele viu que ela estava tremendo e ficou preocupado.

– Você está com medo? – perguntou aparecendo do lado dela.

– Claro! Minha primeira vez na diretoria, o que você espera?

– Ah entendi...Dai você não vai ser mais a ‘aluna modelo’ da escola – diz rindo com sarcasmo.

– Se você não tem nada de interessante para falar... Porque não fica quieto? – perguntou Magali irritada.

Cascão levantou as duas mãos se dando por vencido.

Ao chegarem em frente a porta, Magali respirou fundo. Já ia virar a maçaneta quando...

– Ei! – Cascão havia lhe puxado para longe dali. – Cascão, o que você tá fazendo? Me solta!

– Eu tenho a solução pros seus problemas...Se você está com tanto medo...Vamos... Sair daqui.

– S-sair daqui? Sair daqui onde?

– Da escola ué! Vamos matar aula.

Ela arregalou os olhos, mas em seguida começou a rir.

– Hahaha! Piada boa, Cascão... Agora chega, vamos voltar – Magali dá um passo pra frente e o sujinho segura seu braço.

– Não é piada.

– Então você é maluco!

– Maluco por quê? Não vamos fazer nada demais… É só esperar a aula dessa chata acabar e voltamos pra sala. Ela nem vai lembrar que nos mandou pra diretoria.

– Não podemos sair da escola! O porteiro está ali, não está vendo? – ela apontou para um baixinho careca de longe.

– Ah isso não é problema pra mim.

– Mas é pra mim! Você sabe que eu nunca matei aula! E não vai ser agora que eu vou matar né? Faça me um favor – ela deu novamente um passo para frente, mas ele segurou de novo. – Me solta se não eu grito!

– Magali fica quieta e me escuta! Eu já fui pra diretoria, e lá não é muito bom não... – diz como forma de convencê-la a ir com ele.

– C-como assim?

– Ah eles ficam fazendo varias perguntas, tipo CSI. Depois te dão uma bela bronca, e se você não conseguir convencer o diretor que é inocente... Suspensão!

Suspensão. Aquela palavra fez Magali tremer na base. Ela nunca foi mandada pra diretoria, muito menos levado suspensão.

– E-eu não acho que eles me dariam suspensão por causa disso – diz nervosa.

– Ah não? Lembra do dia que eu ronquei na sala?

– Lembro... Quem não lembra?

– Pois então, eu fui mandado pra lá, e o motivo pelo qual eu não fui pra escola no dia seguinte foi por ter levado suspensão – mentiu na cara dura.

– M-m-mas você disse que foi porque estava doente e...

– Ah você sabe né? Quem é suspendido fica com vergonha de admitir…

– É verdade...

– Então vamos?

– Mas esperai!

– O que foi agora? – perguntou impaciente.

– Se você foi suspendido por dormir na sala... Se descobrirem que matamos aula é capaz de sermos... Expulsos!

– O que? Não, não! – tentou tranquiliza-la. – Ninguém vai ficar sabendo, pois vamos voltar assim que a aula dela acabar – Cascão começou a puxar Magali, mas ela estava insegura. Como se aquilo que estava prestes a fazer fosse um crime.

Não teve escolha. Ou era isso, ou era suspensão (segundo o sujinho). Resolveu seguir o garoto que ainda segurava sua mão sem perceber, até chegarem a um muro.

Ele subiu em cima, e deu a mão pra Magali subir. Era bastante fácil por isso era bem capaz de outros alunos já terem fugido da escola, varias vezes.

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_ _ (11h04min) _ _ Clube dos Meninos

Cascão e Magali finalmente chegam a um lugar estranho que ficava quase perto do campinho. Eles andam mais um pouco até chegarem em um lugar que parecia ser um clube.

Era o clube dos meninos. Ela só tinha visto poucas vezes aquele lugar, mas deu uma saudade da infância.

– Lembra daqui?

– Se lembro... – disse olhando em volta. – Cascão... Eu acho que agente devia ter esperado lá mesmo no colégio, a aula dela já está acabando – diz olhando no celular.

– Magali ainda falta, senta ai e relaxa – diz o garoto deitando em um das almofadas que tinha lá.

– Ai! Se meus pais descobrem eu tô perdida... – disse estralando os dedos.

– Deixa de ser certinha, sua magrela! Você não está cometendo um crime!

– Estou sim! E é sempre você que me leva por esse caminho.

– Eu? – Cascão começa a rir, apontando pra si mesmo.

– Você sim! – diz se sentando ao seu lado, furiosa. – Pra começar, se eu não tivesse passado a noite chorando por você, eu não teria dormido na sala e... – ela se arrepende do que diz e vira para a frente, envergonhada.

Cascão continuou olhando pra ela, calado, com a boca entreaberta. Ele não esperava por aquela confissão.

– Então... Foi por minha causa que você...?

Quem estava querendo enganar? Já tinha dado a língua nos dentes, mesmo, não podia negar.

– Foi! Foi por você sim! – diz irritada, por ele ter feito ela dizer aquilo. – Satisfeito?

– Demais... – ele abriu um meio sorriso e se aproximou do rosto dela. Sem dar tempo de dizer alguma coisa, Cascão já foi logo beijando a garota.

Ela não se mexia, mas contribuía com o beijo, as suas mãos continuavam em cima do joelho. O beijo não era violento como do dia anterior, ele sabia quando era a hora certa de dar um beijo doce e calmo na garota.

Começou a chover, mas eles não perceberam. Magali finalmente se sentiu derrotada e tocou no rosto do sujinho, fazendo seus corpos se aproximarem ainda mais.

Eles pareciam ter esquecido as brigas, as culpas, a Cascuda, e todo resto que os impediam de ficar juntos.

Magali beijava o garoto docemente, até um trovão atrapalhar aquele momento.

– Parece que tá chovendo... – diz Cascão afastando um pouco seu rosto do dela.

– Como vamos voltar pra escola agora?

– Esquece a escola... – diz voltando a lhe beijar.

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Mônica estava do lado de fora batendo os pés. Já tinha ido na diretoria, no banheiro, na cantina, nos corredores, em todas as salas, mas parece que ela tinha sumido.

– Será... Que ela fugiu com o Cascão? – sorriu com a possibilidade.

Resolveu ligar para a comilona, pois já estava ficando preocupada. Chamou, chamou, chamou... E finalmente...

– A-alô? – Magali parecia estar ofegante do outro lado da linha…

– Onde você está, a aula já acabou faz um tempão.

– Perai, já acabou? – perguntou assustada.

– Já, de hoje...

– Ai não!

– Mas fica calma que a ultima aula é de inglês, e a professora não veio hoje. Por isso estamos indo embora mais cedo.

– Ah... – suspirou aliviada.

– Vem cá... O Cascão está com você, por acaso?

– O-o Cascão…?

– Fala logo, vocês estão matando aula, não é?

Er... – de repente a voz de Magali muda para uma voz masculina. – Agente tá matando aula sim, você pode ligar mais tarde, Mônica?

– Cascão! Você fez a Magali matar aula seu maluco? – diz a dentuça rindo.

– Sabe que ela ta até gostando? – sorri maliciosamente.

– Vê lá o que você vai fazer com a minha amiga, hein seu safado!

– Pode deixar! – Magali consegue finalmente pegar o seu celular da mão do garoto. – Mônica?

– Não vou mais interromper amiga!

– N-não é nada disso, Mônica!

– Aham... Não se preocupa que eu vou levar a sua mochila pra minha casa, pra seus pais não desconfiarem de nada... Mais tarde eu ligo pra saber tudo!

– Perai Môni...– a dentuça desliga na cara da comilona feliz da vida.

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– Desligou... – diz Magali olhando pra tela.

– Ótimo! Agora vem aqui... – diz Cascão puxando a garota pela cintura.

– Perai Cascão... Agente precisa ir pra casa, minha mãe vai desconfiar se...

– Magali, a Mônica não já falou que a ultima aula é vaga? Sua mãe não vai notar…

– Mas...

– Cala a boca e me beija, vai!

Cascão a agarra novamente, sem deixar a garota questionar mais nada.


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Notas finais do capítulo

Quando é que ela vai ter coragem e ficar o Cascão pra sempre? Ai ai... *.*
Não olhem pra mim, eu só escrevo o que acontece! Rsrsrs!!



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