_ _ (13h07min) _ _ Casa da Magali

Magali foi pra casa sozinha já que Mônica se recusou a ir com ela. A dentuça ficava um tanto quanto nervosa toda vez que Magali tentava falar com ela.

A comilona achou que ela estivesse com raiva dela por algum motivo, mas ela não se lembrava de ter feito nenhum mal a sua amiga.

Chegando em casa, Dona Lili já tinha feito a comida, mas Magali subiu pro quarto sem nem sequer olhar pro que sua mãe tinha preparado. Lili achou que ela tivesse comido alguma besteira na escola por isso estava sem fome. Mas a verdade é que nem lá ela tinha lanchado...

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Povs’ Magali

Eu não consegui esperar por noticias de Mônica, por isso resolvi ir até a casa dela. Dona Luiza abriu a porta pra mim e eu subi até seu quarto. Dei umas batidas mas a porta estava aberta, quando entrei lá, fiquei sem acreditar.

A Mônica estava mesmo estudando. Eu fiquei bastante surpresa afinal ela sempre estudava comigo.

– Oi... Posso entrar?

– Já entrou né...

Eu não sabia o por que dela estar me tratando daquele jeito. Será que estava de TPM? Quando ela estava naqueles dias, virava um bicho. Decidi perguntar.

– O que você tem? - sentei na cama. – Está estranha desde cedo.

Ela olhou pra mim e fechou o livro que estava lendo.

– Quer mesmo saber? – ela se sentou na cama.

– Claro. – Ao ouvir minha resposta ela jogou o cabelo pra trás, e me olhou irritada.

– Pois bem, o Cebola já me contou tudo!

– Contou tudo o que? – peguntei sem entender.

– Me contou que vocês dois se beijaram!

Não. Não estava acreditando. Como ela ficou sabendo? E por que justo agora?

Eu não consegui dizer nada, apenas fiquei olhando pra ela com aquela cara de assustada.

– Não vai dizer nada? – cruzou os braços.

– Ahm... Er... – o que ia falar naquele momento? Se ela já sabia, com certeza estava querendo me matar.

Ela ficou esperando uma resposta minha e apertei os lábios.

– Como assim...? – foi tudo que eu pensei em dizer.

– Vai dizer agora que era mentira dele?

Eu comecei a estralar os dedos, nervosa. Eu não sabia como me explicar, afinal não tinha explicação por ter beijado o namorado dela. Me arrependia tanto daquele dia...

– Magali! Eu estou esperando! – diz ela começando a ficar mais irritada ainda com meu silêncio.

– Bom... – resolvi jogar tudo no ventilador. Estava sem saída mesmo. – É verdade sim... – disse baixando o olhar.

Mônica colocou a mão no peito, chocada. Com certeza ela estava torcendo para eu desmentir, porque no mínimo não estava querendo acreditar que fosse verdade.

– Então vocês... Realmente se beijaram...?

– M-mas isso faz tempo! Olha, vocês nem estavam namorando ainda!

Ela pareceu ainda mais chocada com o que eu disse. Droga, devia ter tentado explicar de outra forma.

Mônica se levantou bruscamente da cama e me olhou com o ódio no olhar.

– E dai que não estávamos juntos ainda?! Você já sabia que eu gostava dele!

– Mas Mônica, eu só fiz aquilo porque eu...

– Estava querendo roubar o Cebola é isso? – perguntou ela indignada. Eu que fiquei indignada com aquela pergunta.

– O que? Claro que não! Que idéia é essa? – disse me levantando, ficando de frente pra ela.

– Mas é a única explicação, não é? Primeiro você gostava do Cebola... – diz ela andando de um lado pro outro, como se estivesse pensativa. Mas ela estava pensando alto eu estava ouvindo tudo o que ela dizia. – Ai depois como viu que não tinha jeito, já que ele gosta de mim... Tentou roubar o Cascão da Cascuda! – diz parecendo chegar em uma conclusão. – Agora tudo faz sentido!

Eu só pude revirar os olhos depois de ouvir toda aquela insanidade.

– Agora eu sei de tudo, sua... Sua ladra de namorados! – gritou quase chorando.

– Mônica pensa só... – eu tentei acalma-la. – Se eu realmente gostasse do Cebola, você acha sinceramente que eu te daria tantos conselhos pra ficar com ele? E você acha que eu teria me envolvido em um plano pra juntar você dois, com o Cascão, me arriscado, e no final ter me apaixonado?

– Das pessoas agente pode esperar tudo não é?

Eu revirei os olhos mais uma vez. Aquela cena toda que estava causando, era totalmente desnecessária. Quer dizer... Quase. Afinal eu beijei o garoto que ela gosta, acho que até eu ficaria assim.

– De mim, não! Você me conhece o suficiente pra saber que eu não sou assim – disse aumentando o volume da minha voz. Ela ficou quieta e eu continuei. – Tudo bem, eu beijei o Cebola sim, me desculpa, mas foi por causa desse plano idiota! Que no final deu certo!

Ela me olhou com uma cara que ainda não estava acreditando em nada do que eu estava dizendo.

– Mônica você sabe que eu não gostei antes, não gosto agora, e nunca vou gostar do Cebola! Agora para de frescura, cara.

– Não sei se você está me convencendo... Você primeiro beija o Cebola, agora fica pelos cantos com o Cascão nas costas da Cascuda.

Foi a minha vez de olhar pra ela irritada. Como ela pode dizer uma coisa daquelas?

– Em primeiro lugar, é VOCÊ que está sempre me empurrando para o Cascão, foi VOCÊ que praticamente me obrigou a terminar com o Quim, um namoro de anos pra ficar com ele. Então não comece a inventar histórias que você sabe que não são verdades, só porque está com ciúmes.

Ela continuou parada me olhando, sem dizer nada, com os braços cruzados.

– Em segundo lugar, eu já te pedi desculpas... E já te contei o real motivo pelo qual eu tive que beijar o seu namorado.

– Sai do meu quarto, Magali! – Mônica viu que eu estava certa, mas não quis admitir, e o único jeito de disfarçar foi me expulsando, mas eu não liguei.

– Saio sim, e saio com prazer! – disse começando a caminhar em direção a porta. Ao abrir eu olhei pra trás e ela continuava me encarando.

– E se isso te faz melhor... – disse sorrindo maldosamente. – Quando eu cheguei em casa tive que escovar os dentes por causa do gosto de cebola que tinha ficado na minha boca!

Nem esperei pra ver qual era a reação e sai do quarto, fechando a porta em seguida.

Eu sei que não devia ter dito aquilo, mas eu fiquei com raiva de todas aquelas acusações injustas que ela tinha feito. Ela que sempre me deu conselhos, agora estava contra mim?

Fui caminhando até em casa, e de repente começou a trovejar. Entrei em casa as pressas, pois não queria me molhar.

Minha mãe entrou na sala e me viu sentada no sofá, triste.

– O que aconteceu dessa vez? Cascão?

– Antes fosse...

Ela se sentou ao meu lado, esperando dizer o que era.

– Eu e Mônica... Agente brigou.

– Ué, mas por quê?

Contei toda a história pra ela. Contei com todos os detalhes, no final ela fez uma cara de quem estava confusa.

– Mas só por isso vocês brigaram?

– Mãe, eu tinha beijado o namorado dela... Ela tem motivos de sobra pra estar com raiva de mim.

– Sim, até ai eu entendo... Mas, por que você fez isso mesmo?

– Por causa do plano, mas...

– Tá vendo? Sempre que você começa um plano, às vezes exigem sacríficos, pra poder dar tudo certo no final, oras... Não é motivo pra se preocupar, afinal os dois estão lá agora, namorando felizes.

Eu abri um meio sorriso e afirmei com a cabeça.

– É verdade... Será que ela vai esquecer isso?

– Claro! Além do que, Mônica sem Magali? Existe isso?

Comecei a rir e abracei minha mãe em seguida, torcendo para que Mônica meperdoasse.