Amor Inesperado escrita por Bruninha
_ _ (06h17min) _ _ Quarto da Magali
Na manhã seguinte Magali abriu os olhos, virou pro lado e desligou o despertador. Ela estava sem a menor vontade de ir a escola, mas contra a sua vontade se levantou e foi até o banheiro. Durante o banho deu para ela refletir tudo, sobre o que a sua mãe disse, sobre o que a Monica disse... Depois foi até o guarda-roupa e pegou seu uniforme da escola e vestiu. Deixou o cabelo como sempre fica, pegando sua mochila em seguida.
Tomou café, sem a mínima vontade, mas seus pais estavam de olho, ela não estava autorizada a perder nenhuma das refeições. Depois de comer, calçou os tênis e se despediu dos pais, ao virar a maçaneta sua mãe lhe deu uma piscadela, fazendo ela dar um meio sorriso.
Assim que entrou ao colégio começou a chover forte. Havia trovoadas e relâmpagos. Deu graças a Deus por ter chegado a tempo sem se molhar.
Quando entrou na sala, estava Mônica em sua carteira, lhe esperando.
– Ai Magali até que enfim!
– Foi mal a demora... – disse colocando a mochila em cima de sua mesa.
– E ai? Como foi? Me conta!
– Calma... Vamos lá no corredor, aqui tem muita gente – Magali puxou a amiga até fora da sala.
– Então..?
– Eu consegui... Terminei tudo – diz baixando o olhar.
Mônica abriu um grande sorriso e abraçou a amiga.
– Finalmente! Agora sim!
– Mas não pense você que foi fácil... Eu tive que pensar muito antes de me decidir.
– Eu sei amiga... – fez carinho em seu cabelo. – Eu imagino, mas uma hora ia acabar tendo que acontecer. Você evitou esperar mais, o que foi bom.
– Eu espero... – Magali encostou a cabeça na parede, enquanto Mônica tentou consola-la.
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Ao entrar na sala e vê Cascão conversando com os meninos, o coração de Magali dispara, e ela sente um frio na barriga.
Se lembrou do beijo que eles deram dois dias atrás na praça, e tentou desviar o olhar, se sentando.
Mônica foi até Cebola para cumprimenta-lo com um beijo, até o careca perceber o desanimo da comilona ali na frente.
– O que ela tem?
– Terminou com o Quim... – diz suspirando com pena da amiga.
– Como é?! – Cascão que ouviu tudo, pareceu chocado.
– Fala baixo, bobão! – diz batendo em seu ombro. – Ela não quer ninguém fique sabendo ainda...
– M-mas perai... Ela terminou com ele por quê?
– Ahm... – Mônica não sabia se podia contar, por isso tentou inventar uma mentira. – Ela... Ela não me contou.
– Ah conta outra Môica, ela te conta tudo! – diz o sujinho que parecia bastante interessado no assunto.
– Será que ele traiu ela? – perguntou Cebola, pensativo.
– Não! O Quim nunca faria uma coisas dessas!
– Tudo é possivel... – Cascão foi se sentar, e ao olhar pra comilona de novo, abre um sorriso, fazendo seu coração disparar. Tinha uma pontinha de esperança de que ela tivesse terminado por sua causa.
O professor entrou na sala e todos foram se sentar.
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Magali passou a aula toda quieta só – tentando - prestar atenção no que o professor dizia. Já que era a única coisa que podia lhe distrair naquele momento.
Normalmente ela ficava trocando bilhetinhos com Mônica e com as meninas, mas hoje ela nem mexeu o pescoço. Além de Monica, todos estranharam o comportamento dela. Ela era a nerd da sala, mas nem por isso era a mais quieta.
Sua mudança, fez até o professor estranhar.
– Aconteceu alguma coisa Magali?
– Hã? – tirou os olhos do livro ao ouvir seu nome.
– Tá tudo bem?
– Tá tudo ótimo professor, por que não estaria? – riu, sem graça.
– Por que você sempre participa das aulas... Hoje está tão queita.
– Só estou com um pouco de dor de cabeça...
– Não quer ir pra enfermaria?
– Não professor, não precisa – sorriu amarelo.
– Está bem então… - O professor de ciências voltou para o quadro, e Magali continuou quieta. Fazendo Mônica ficar mais preocupada ainda.
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No intervalo...
– Oi amiga – diz seguindo a amiga, que estava indo se sentar no banco. Pois não estava com fome.
– Agente já se viu hoje, Mônica...
– Ai! Que mal humor!
– Não estou de mal humor amiga... – diz se sentando.
– Ainda é o lance com o Quim?
– Ele nem veio à aula hoje, você acredita?
– Uma hora ele vai ter que aceitar esse término, Magá. E vai voltar ao normal, você vai ver...
– Não sei não... Eu acho que eu vou na casa dele quando acabar a aula.
– Ah mas não vai mesmo, tá louca?!
– Por que não? Eu não posso deixar o Quim daquele jeito…
– Você só vai piorar ainda mais a situação se for atrás dele. Deixa ele lá, quieto, no canto dele. Ele precisa desse tempo pra superar...
– Será que vai demorar muito? – perguntou aflita.
– Magali, esquece ele por um tempo! Vai ser melhor...
A comilona fecha os olhos e suspira. Mônica lhe dá um abraço de consolo, como sempre fazia, quando ela estava mal.
– Agora muda essa carinha, por que tem um montão de garotas que o Quim vai poder se interessar quando ele te esquecer...
Magali abre um meio sorriso e assente com a cabeça.
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Mônica obrigou a comilona a ir lanchar juntas, mas ao chegar na cantina várias pessoas ficaram sabendo que ela e Quim tinham terminado, por isso a encheram de perguntas. Principalmente Denise, que foi a primeira a ficar sabendo e saiu contando pra todo mundo. Mônica não quis deixar Magali naquela situação, pois estava lhe fazendo mal.
– Vai pra sala, quando eu acabar de comer eu vou pra lá – cochichou a dentuça.
Magali sai de lá as pressas, deixando todo mundo curioso.
Ao entrar na sala, ela se senta no seu lugar e apoia seu queixo em uma das mãos.
Cascão viu a garota sozinha e se aproximou dela, sentando na cadeira a frente.
– E ai...
–Oi Cascão... – diz forçando um sorriso.
– Não vai lanchar?
– Sem fome...
– Er... A Mônica me contou sobre você e o Quim...
Magali balança a cabeça, mas não responde.
– Foi isso que você foi fazer naquele dia?
– É…
– Imaginei... Você tá legal?
– Mais ou menos... Um término nunca é fácil...
– Se isso te serve de consolo... Eu e a Cascuda também não estamos no de mar de flores não...
– Por quê?
Ele apenas nega com a cabeça.
– Não sei...
– Que pena...
– É...
Eles ficaram um tempo calados, sem ter mais o que dizer naquele momento.
A chuva começou a engrossar, surgindo uma forte trovoada. Magali e Cascão ficaram uns minutos em silêncio, só olhando a chuva cair. Até que bateu o sinal e os alunos começaram a entrar. Cascão alisou a cabeça de Magali sussurrando um “fica bem”, e voltou pro seu lugar.
Monica e Cebola entram com as camisas todas amassadas e cabelos bagunçados, fazendo Magali rir.
– É... Parece que o intervalo de vocês dois, foi bem... Como dizer?... Interessante. – diz quando Mônica se senta.
– Digamos que sim – riu de volta.
O professor entrou na sala e já chegou falando...
– Trabalho em dupla! Eu escolho os pares!
A sala fez um grande um coral de “Ahhhhhh”
– Por quê? – perguntou uma das alunas
– Porque eu quero... Vou começar por isso comecem a se arrastar as suas cadeiras.
– (Aff, eu odeio esse professor!) – cochichou Mônica para Magali.
– (Então somos duas!)
– Monica e Denise! Aninha e Cebola!
– Eiii! –Monica protestou. – Não vou me sentar com essa fofoqueira!
– Muito menos eu com essa dentuça!
– Do que você me chamou?
– Quer que eu repita darling?
– Quietas! Vai ser vocês duas e ponto. Agora me deixem continuar...
Monica foi bufando de raiva com a sua cadeira, até a Denise, pois ela se recusou a sair de seu lugar.
– Xaveco e Cascão! Cascuda e Franja! Marina e Nimbús!
Os alunos começaram a se mover, faltando apenas Magali. Ela não estava ligando muito com quem ia cair por isso continuou escrevendo alguma coisa no caderno.
– Magali e Do Contra.
Ouvindo seu par, Magali ergueu uma das sobrancelhas meio surpresa, mas deu de ombro e quando já ia até ele, o garoto apareceu atrás dela com a sua cadeira.
Magali sorriu e quem não gostou muito daquela dupla foram Cascão e Mônica.
– E ai DC – diz abrindo o livro.
– Fala Magá!
Mônica não tirava os olhos dos dois, fazendo Cebola ficar enciumado.
– Mônica, dá pra prestar atenção no que o professor tá dizendo? – diz o garoto, que estava ao seu lado.
– E-eu estou Cê… Eu hein!
– Monica, você não está incomodada, está?
– N-não Cebola!
– Então tira os olhos deles dois!
– Eu não estou olhando pra eles!
– Virou vesga agora e eu não to sabendo?
Mônica e Cebola começaram uma tremenda discussão no meio da sala, deixando o professor irritado.
Ele bate com força o livro na mesa, e de repente a luz se apaga. Deixando a sala escura. Também pelo fato de estar chovendo muito.
– Xii... – Magali começou a rir baixo.
– O senhor fez a luz acabar professor – diz alguém no fundo.
– Eu mesmo não!
– Foi sim com o seu stress – diz Denise.
– Aqui nunca faltou luz... Que estranho... – diz o professor pensativo.
– Tá trovejando a beça lá fora...
– Eu sei, mas eu vou na sala vizinha pra ver se lá também está faltando.
— (Aff,professor burro, se faltou luz aqui, faltou lá também.) – diz Magali para DC que estava na sua frente.
O professor volta um segundo depois.
– Pessoal, lá também faltou... Mas eu continuo achando que foi a lâmpada, que não deve ter sido trocada
– Professor... Faltou luz na cidade toda não ta vendo não? – Cascão apontou pra janela.
– É melhor troca-la, já deve estar gasta.
– Gente, como é que ele virou professor? – pergunta Marina rindo
– Ei eu ouvi isso, moçinha! Do Contra e Magali, por favor, vão pegar uma lâmpada nova no deposito de limpeza... Mas só tomem cuidado pra não tropeçar em nada quando estiverem lá dentro.
– Ah, não! – questionou Cascão.
– Eu vou com ele! – Mônica se levantou.
– Qual foi Monica?! – diz Cebola se alterando.
– Qual foi o que, Cebola?
– Não vai me dizer agora que não pode deixar os dois sozinhos!
– Não viaja Cebola! E-eu só acho que três pessoas juntas, podem achar mais rápido.
– Pois EU acho que duas pessoas já está de bom tamanho.
– Então a Magali fica e eu vou!
– NÃO VAI NÃO!
Novamente uma briga começou, deixando o professor sem paciência. Ele foi até a carteira e sentou exausto.
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Do Contra e Magali já estavam do lado de fora a tempos.
– Odeio essas brigas... – diz Magali suspirando.
– Então somos dois.
Eles chegaram no quartinho onde tinha o material de limpeza e entraram. Estava completamente escuro e não conseguiram enxergar nada.
– Essa é boa... Como vamos achar essa lâmpada agora? – pergunta Do Contra.
– Perai... – Magali tirou o celular do bolso e acendeu a luz que tinha nele.
– Agora sim...
Eles continuaram procurando com a ajuda do celular, mas estava difícil.
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Enquanto isso... Na briga!
– Pela milésima vez Cebola, eu NÃO estou com ciúmes da Magali com o DC!
– Sei... - diz cruzando os braços.
– Você as vezes tem cada ideia que... – Mônica vira para o lado e a sua amiga já não estava mais na sala – Magali? Ela sumiu!
– Ei, o DC também!
– Esqueceram que eu mandei eles pegaram as lâmpadas? – diz o professor massageado a cabeça.
– E-eu vou atrás dela! – diz Cascão indo em direção a porta.
– Ei eu vou com você! – diz Mônica indo seguindo o sujinho.
– Claro, vai ser se seu “namoradinho” não esta aprontando alguma coisa né? – Cebola foi atrás dela.
– Ei, eu vou com vocês! Não quero perder nadinha! – diz Denise indo também.
Magali e Do Contra ainda estavam procurando as lâmpadas até Magali conseguir enxergar elas lá em cima de uma prateleira, alta.
– Ei, DC eu encontrei!
– Onde?
– Ali em cima!
– Você consegue alcançar?
– Não... E você?
– Deixa eu tentar! – o garoto tentou, mas era muito alto.
– Faz escadinha pra eu subir, então. – sugeriu Magali.
–Tudo bem.
Magali subiu nas mãos de Do Contra, e se apoiou no seu ombro.
– Não me deixa cair!
– Claro que não né, Magali!
Magali conseguiu quase alcançar uma das caixinhas, mas os dois se desequilibraram e acabaram caindo com tudo no chão.
A comilona já ia se levantar de cima do garoto, mas um brilho extremamente forte a faz fechar os olhos. A luz tinha voltado.
Mônica, Cebola, Cascão e Denise apareceram do lado de fora, chocados com a cena que viram.
– Oh.My.Gosh! – diz Denise com um sorriso na orelha.
Monica e Cascão ficaram de boca aberta.
– O que é isso? – perguntou a dentuça saindo do choque.
– Ai,ainda bem que vocês chegaram – diz se levantando. – Eu o DC estávamos tentando...
– Se agarrar? – Cascão perguntou indignado, cruzando os braços.
– Que?! Como assim? Logico que não! – diz Magali estranhando o seu jeito.
– Não precisa explicar, eu já entendi! – dizendo isso, saiu às pressas dali.
– Espera ai Cascão! Não é nada do que você ta pensando! – diz Magali correndo atrás dele.
Monica só continuou olhando para o DC e Cebola olhando pra ela, estava fervendo de raiva, porque ele sabia que o que ela estava sentindo era muitos ciúmes de Do Contra Denise apenas seguiu rindo baixinho.
– Vai ficar ai parada? A luz já voltou vamos pra sala?! – perguntou Cebola, puxando Mônica.
Do Contra sorriu contente com a reação de Mônica. Ela nunca havia sentido ciúmes dele.
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