The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 40
36.


Notas iniciais do capítulo

EU SEI, sei que demorei MUITO MESMO dessa vez para postar. Mas se eu contasse como esses últimos dias foram os mais difíceis da minha vida, vocês nem iam acreditar. Mas o que importa é que eu estou aqui e, bom, vamos ao que interessa!



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 - Miranda

     - Ai meu Deus! Ai meu Deus! – Pulei na cama, gritando e rindo, e ao mesmo tempo com cuidado para não amassar o papel. Norah juntou-se a mim.

     Estavam todos reunidos no meu quarto, era mais ou menos dez horas da manhã. O resultado do processo havia atrasado um dia, portanto eu só fiquei sabendo da decisão um dia depois – jura?

     Depois que todos cansaram de comemorar comigo e saíram do quarto, corri para a minha bolsa e mandei uma mensagem para o Justin. Ele respondeu, tão animado quanto eu.

     - Ei, meu amor. – Minha mãe estava na porta, com um sorriso gentil nos lábios. Ela estava de folga do trabalho hoje e vestia roupa um pouco mais simples do que as que usava normalmente. – Não vai arrumar suas coisas?

     De repente lembrei que ia viajar ainda naquele dia. Peguei minha mala no closet e comecei a arrumar as coisas. Ela sentou na cama e ficou me observando enquanto eu andava para lá e para cá.

     - Gosta mesmo desse garoto, não é? – Perguntou, de repente. Senti vontade de rir, mas me controlei.

     - Muito. – Admiti, com um sorriso.

     - Não tem medo de ele te magoar?

     - Tenho muito mais medo de não conseguir perdoar e perder ele para sempre.

     - Entendo. Mas sabe, meu amor, não se prenda muito a esse menino. Se caso um dia ele sair da sua vida, você não vai ficar tão sem chão. – Aconselhou ela, gentilmente.

     Tentei sorrir. Poxa, isso não é algo que se fale a alguém assim do nada. Ela suspirou, levantou da cama e saiu do quarto. Fechei a cara e resmunguei algo.

     - Quem aqui acabou de vencer um processo? – Ouvi dizer e senti meus músculos enrijecerem. Virei-me e vi Tyler sorrindo, na porta. – Ei, ainda não tive a oportunidade de me desculpar...

     - Está desculpado. Já pode ir. – Murmurei e voltei a arrumar as coisas. Senti seus dedos tocarem minha cintura. – O que é? – Virei novamente.

     - Me perdoa? Sério. Acho que eu não tinha direito para fazer aquilo...

     - Não tinha mesmo!

     - Tudo bem, o que te faria melhor, agora? – Perguntou.

     Foi automático; eu meti a mão no ombro dele. Forte, tão forte que doeu minha mão.

     - Ai! Por que fez isso?

     - Me sinto muito melhor agora. – Dei mais um. E depois outro.

     - Ok, já deu. – Ordenou, segurando meu braço. – Só amigos, certo?

     Olhei em seus olhos. Havia certo arrependimento ali, misturado com algum contentamento. Abri um sorriso; talvez ele merecesse uma segunda chance.

     - Só amigos. – Concordei.

     - Obrigado por essa chance. – Sorriu. Seu celular vibrou e ele atendeu. – Desculpe, tenho que ir. – Deu um beijo em minha testa e saiu.

     - As coisas vão voltar a ser como eram antes? – Perguntei, antes de ele sumir pela porta.

     - Vai ser difícil fingir que não estou apaixonado pela garota mais incrível do mundo, mas tudo vai ser como era. – Deu um meio sorriso e me deixou sozinha ali.

~x~

     O vento abafado e úmido da maresia bateu em meu rosto, ainda quente apesar de ser noite, finalmente me mostrando onde eu realmente estava enquanto saíamos do avião. O aeroporto estava um tanto movimentado, algumas fãs mais informadas sobre que hora o seu ídolo ia chegar.

     Aquilo parecia um dèjá vu. Voltando a tudo, ao início. Voltando para casa, onde as primeiras coisas complicaram na minha vida. Tudo aquilo, o sorriso das pessoas, as vozes, os rostos, as palavras que saíam de suas bocas, aquilo tudo era uma sensação de volta. Eu estava voltando, eu estava me reencontrando.

     Podia sentir o mundo girando sob meus pés. A gritaria histérica das garotas me trouxe de volta à realidade quando saímos do salão de embarque. Justin Bieber estava no Brasil.

     Justin. Garotas brasileiras. Aquilo não ia dar muito certo. Eu havia me esquecido de como as meninas dali eram simplesmente lindas. Elas cantavam, riam, choravam... Acho que eu mesma estava encantada. Algo pegou minha mão e a gritaria aumentou mais uma oitava. Olhei para baixo e vi minha mão entrelaçada à de Justin, sorri comigo mesma.

     - Bem vinda de volta, brasileirinha. – Ele sussurrou só para mim.

     Os olhares de algumas garotas caíam em cima de mim, provavelmente me fuzilando. Não me atrevi a desviar os olhos do carro preto que nos esperava logo mais adiante.

     - Uau. - Comentou Justin quando entramos no carro e toda aquela barulheira ficou lá fora. – Acho que nunca ouvi tanto grito num lugar fechado.

     Eu ri. Mais por nervosismo do que por qualquer outra coisa.

     O hotel era nada menos que o Copacabana Palace. E é claro que o Justin escolheu a cobertura. Simples demais esse garoto, não?

     - Durmam bem essa noite. Amanhã teremos muito que fazer. – Scooter nos deixou sozinhos na suíte.

     - Mas ainda são nove da noite! – Justin reclamou, olhando para mim.

     - Aqui já está tarde, se quer saber. – Sorri.

     - Que seja, vou deitar. – Resmungou, colocando a mão na cabeça.

     - Você está bem?

     - Estou...

     - Parece... Não, esquece. – Ri da hipótese que se passou por minha cabeça.

     - O que?

     - Eu ia dizer: de ressaca. Mas isso é besteira.

     - É... É, que besteira. – Ele riu junto, um pouco forçado, mas riu. – Só estou com uma dor de cabeça chata. Acho que dormi mal essa noite. – Fez um biquinho.

     - Quer alguma coisa?

     - Não... Quero deitar.

     - Ok... – Falei e ele me puxou para o quarto da suíte.

     Liguei o ar-condicionado enquanto ele puxava o fino lençol e se jogava ali. Deu dois tapinhas no espaço ao seu lado e deitei também, de jeans e tudo. Ele pegou minha mão e fechou os olhos, fiquei fazendo cafuné nele até que eu pegasse no sono também.

- Justin

     O ar-condicionado nunca foi tão maravilhoso quanto era naquele momento. Meu Deus, como o Rio era quente! Estávamos no estúdio onde seria feita a entrevista.

     Miranda conversava com alguém, falando em português. Ela estava tão feliz, tão animada. Era bom vê-la daquele jeito. Tão livre, tão leve... Aquilo me fazia bem.

     Scooter estava um pouco menos, mas ainda assim muito animado. Mas o que havia de tão especial nessa entrevista? Nós só fizemos umas milhões de entrevistas mundo afora, porque justo essa estava fazendo-o surtar?

     - Vocês entram daqui alguns minutos, ok? – A produtora avisou.

     - Vocês?

     - É isso aí, você e a Miranda. – Respondeu, categoricamente enquanto mexia em sua prancheta.

     - Hein?! – Miranda arfou. – Ah não! Você não mencionou nada disso, Bieber!

     - Eu não sabia... – Claro que ia sobrar para mim.

     - Relaxem, vocês vão conversar com algumas fãs... Vai dar tudo certo. – Tranquilizou ela, mas com um tom de quem não tá nem aí. – Dois minutos. – Ela saiu.

     - Você não nos contou sobre isso. – Encarei o Scooter.

     - Relaxe, Biebs. – Disse, naquele familiar tom de quem sabe o que está fazendo.

     A mulher voltou, sorrindo e nos arrastou para a sala. Não ia ser um entrevista formal; era uma sala bem aconchegante,  com algumas garotas sentadas em roda, dois lugares estavam vagos. Havia uma equipe de filmagem, arrumando câmeras, microfones etc.

     - Ok, elas vão falar em inglês, perguntas livres... Não é ao vivo, então sinta-se à vontade. – A produtora falou. – Já começamos.

     As meninas mal cabiam em si de tantos sorrisos, gritinhos abafados e risadinhas. Eu adorava aquilo nas minhas fãs.

     - Olá, Justin. Oi, Miranda. – Uma delas, a lourinha, falou. – Eu sou a Rafaela, essa é a Natalia, Julia e essa é a Camila. E nós temos umas perguntinhas para você. – Sorrisos.

     - Faça. – Sorri de volta.

     - Está gostando do Brasil?

     - Muito. Na verdade, eu ainda não tive uma oportunidade de conhecer pelo menos o Rio, mas estou adorando sim.

     - E o calor?

     - A gente acostuma. – Pisquei. Sorri para Miranda e a garota reparou isso.

     - Há quanto tempo vocês dois namoram? – Rafaela perguntou. Miranda abafou uma risadinha.

     - Hm, não tem mais de um mês… certo? – Perguntei a Miranda.

     - É, acho que sim. – Ela corou.

     - Você é linda, Miranda. – Natalia disse, com um sorriso que mal cabia em seu rosto.

     - Obrigada. – Ela arrumou o cabelo. Os olhos da menina brilharam.

     - Meu Deus! Que pulseira linda!

     - Eu dei a ela. – Confessei, pegando a mão de Miranda e entrelaçando na minha. As meninas soltaram uma espécie de miado.

     - Que lindo! – Elas gritaram. – E o que significa cada um desses pingentes? – Perguntou a baixinha, Camila.

     - O violão é o meu mundo e a câmera é o mundo dela. – Respondi.

     - Meu Deus, Justin, você é o cara perfeito! – Rafaela gritou.

     Inevitavelmente, todos ficaram em silêncio. Só que eu não consegui me segurar e comecei a rir. Não sei por que... Mas me deu vontade de rir. Logo todos estavam rindo.

     - Bom, eu tenho que agradar minha brasileirinha. – Dei um beijo na bochecha da minha garota.

     - O quê?! Você é brasileira?!

     - É, eu sou sim... – Miranda foi interrompida por uma gritaria e começou a rir da histeria das meninas.

     - Tá explicado porque você é tão linda. – Camila disse.

     - Ei, ei, pergunta especial! – Rafaela chamou a atenção. Ela abriu a boca para falar e corou. – Não sei como perguntar... Hm, vocês já...?

     Olhei para Miranda que estava estática, mas olhava divertida para a garota.

     - Nossa, quase toda noite! Essa garota aqui tem um fogo... – Brinquei.

     - O que? Justin Drew Bieber! Meu Deus, não! – Miranda começou a rir.

     As meninas riram feito loucas. Eu não conseguia acreditar que eu era o causador daquela reação nelas.

     Mais algumas perguntas sobre um monte de coisa, na verdade, aquilo foi mais uma conversa do que uma entrevista. As meninas tiraram fotos e até pediram que eu e Miranda déssemos um beijinho.

     Acabamos a entrevista e fomos almoçar na orla de Copacabana. O vento da maresia trazia o cheiro de peixe da praia, mas o vento era ótimo. Como de praxe, vários fotógrafos à nossa volta, se empurrando em busca do melhor ângulo do casalzinho.

     - A praia aqui é linda. – Comentei.

     - É sim. – Respondeu Miranda, concentrada em seu sorvete.

     - Tudo parece tão mais vívido aqui.

     - Concordo. – Não tirou os olhos do sorvete.

     Fiz um bico. Eu queria atenção. Estava num país diferentíssimo do que eu estava habituado, em um calor infernal, com fotógrafos e seguranças atrás de mim. Abri um sorriso travesso e me recostei na cadeira.

     - Uau! Nossa, que corpão aquela garota tem, você não acha, amor? – Fiz uma voz safada.

     - Como é? – Ela olhou para mim no mesmo instante. Ri da expressão dela.

     - Eu disse que as garotas aqui são lindas. – Repeti.

     - Vai lá dar em cima dela então. – Ela fez um bico e olhou para o mar. Dei um beijo no ombro dela.

     - Não dá. Eu sou seu, baixinha...

     - Para de me chamar de baixinha! – Ela virou o rosto, brava e acabou roçando seus lábios nos meus. Eu ri porque ela parou de súbito, corando. Dei um rápido selinho naquela boca vermelhinha.

     - Minha baixinha.

     - Quem disse que eu sou sua?

     - Você é minha e de mais ninguém. Pronto, está decretado, e ai de quem tentar quebrar essa lei. – Levantei o dedo indicador. Ela sorriu e lambeu seu sorvete, virando-se para que eu não pudesse ver sua pele corada. Abracei-a e ficamos ali, olhando o mar e tentando ignorar o tumulto atrás de nós.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Não espero que tenham gostado porque nem eu mesma gostei, mas eu tentei né. Gent, é quarta! Tipo, daqui 5 dias, OMB!!!1 Estou tãaaaaao ansiosa por esse show *-* Enfim haha, beijos. Amo vocês e ah, logo mais estarei respondendo os reviews, sabe como é, correria... xoxo ♥