Capítulo 24

POV Demi Adams

-Vá, agora tens que me contar tudo sobre o teu melhor amigo! – exclamou ela sentando-se na minha cama. Já tínhamos arranjado o saco de cama, arrumado a mala de viagem a um canto e acabado de almoçar.

Suspirei e sentei-me ao lado dela, cruzando as pernas como se estivesse em meditação.

-O que tu queres saber sobre o Riley?

-Tudo! Mas tipo, coisas mais técnicas, claro.

-Amiga, tu só consegues pensar em coisas pervertidas?

Ela acenou com a cabeça, fazendo os seus cabelos loiros ondulados saltarem para cima e para baixo.

-Bem, ele é muito querido, claro que é o mais popular da escola, já namorou com quase todas as raparigas da escola, é charmoso, amigo, fiel, muito protector…

-Pára! – interrompeu-me ela. – Isso já dá para perceber a partir do momento que eu o vi. Agora vá lá, quero saber coisas que não se vêm no primeiro olhar!

Respirei fundo.

-Sim, ele beija bem, e sim, é muito bom na cama.

-Bom a que nível?

-Numa escala de 0 a 10, ele tem 9.

-Uau! – disse ela e piscou-me o olho. – Olha, agora assim, como quem não quer a coisa, em que dia em que foi?

-Estás a pensar que eu estou grávida?

-Credo, claro que não! Só quero saber quanto tempo é que demorou a levá-lo para a cama!

-Sarah, podemos mudar de assunto?

-Há! Eu sabia! Menos de uma semana! – gritou ela, saltando do lugar dela, ficando de frente para mim e apontando o dedo acusador para mim.

-Oh, pode favor! Não foi propriamente o meu recorde!

-Hello? Não quero saber!

Suspirei e tive mesmo que desviar o assunto. A minha melhor amiga era minha amiga, mas quando o assunto tocava o tema rapazes, ela mudava de fofa para pervertida.

-Bem, temos que decidir o que fazer para o jantar.

Ela voltou a sentar-se e encostou-se ás almofadas da minha cama.

-Não sei. Qual é a comida favorita do Riley?

-Na verdade, não sei.

Ela virou o rosto e ficou a olhar para a janela uma eternidade. Eu também fiquei a olhar para lá, a pensar no Damon. Eu sei, a minha melhor amiga estava ali, e em vez de falarmos de coisas que nos fariam rir sem parar e provocar-nos garganta seca, ficámos apenas a olhar para o tempo.

O que estaria ele a fazer? Ele não podia sair à luz solar porque Stefan lhe tinha roubado o anel, por isso, ele de certeza que à noite viria a minha casa. Mas não faria mal telefonar-lhe para saber como ele estava, certo? Podia arranjar uma desculpa…

-Vou telefonar ao Damon – falei para o nada. E quando digo para o nada, digo-o literalmente porque Sarah não estava ali. – Sarah?

Ninguém respondeu. Onde é que ela estaria?

-Sarah! – chamei-a outra vez e ouvi a porta da casa de banho abrir-se. Virei-me e vejo o biquíni mais extravagante que já vi em toda a minha vida: http://www.bymk.com.br/looks/1355315

-OMG! Onde é que vais com isso vestido?

-Para a piscina!

-Os rapazes devem de estar quase a chegar.

-Não me interessa. Vou-me lançar para aquela piscina azul! – falou ela, decidida. E o que eu faria? Sentada a vê-la é que não!

-Então espera que eu vou colocar o meu.

-OK!

O meu biquíni era: http://www.bymk.com.br/looks/1355326

-Fogo! Tu ainda vestes isso? – gritou Sarah.

-Claro que sim! – exclamei e depois olhei para baixo. – Porquê, achas que estou gorda?

-Na verdade, até estás mais magra. E alta.

-Oh, isso é um bom elogio! – disse e acrescentei: - Vamos, antes que anoiteça demasiado!

Descemos as escadas a correr e encontrámos a tia Melinda na cozinha a lanchar.

-Oi meninas! Querem alguma coisa?

-Não, obrigada. Vamos só à piscina. Até já! – falei e saímos a correr até à piscina. Não parámos à beira, em vez disso, atirámo-nos e o choque na minha pele foi instantâneo. Apesar de ser final de Outubro, e o tempo estar incrivelmente quente, a água estava fria e o meu corpo estava muito quente.

-Está fria! – exclamou Sarah, vindo á tona.

-E tu esperavas o quê? Estar quente como as praias tropicais?

-Não! Eu queria-a gelada para levares com ela! – disse ela e atirou-me com água mesmo na cara.

-Ah! Está fria!

-Pois está! – concordou ela, mas continuou a atirar-me água, até eu mergulhar e empurrar as pernas dela para cair. É claro que resultou e ela bateu no fundo da piscina mesmo com o rabo.

Voltei à tona para respirar e notei que já não havia sol, apenas um leve crepúsculo com o horizonte cor-de-rosa.

-Eles devem de estar quase a chegar e precisamos de pensar o que fazer para o jantar – falei e ela sentou-se na beira da piscina.

-Pois eu acho que não! Podemos encomendar uma pizza e depois ficamos a ver a Sala de Pânico ou algo assim do género.

-Para te agarrares ao Riley?

-Exactamente – respondeu ela vitoriosa. A sério, a minha BFF era maluca.

Mergulhei, sendo que naquele momento, e para mim, a água estava mais quente que a temperatura lá fora e só parei quando toquei com os dedos na outra ponta de piscina.

-Uau, tu mergulhas mesmo bem! – exclamou Sarah, mas eu deixei de lhe prestar atenção. A sair da porta da cozinha vinha Riley e Damon atrás dele.

-Oi! – falei e Sarah olhou para trás. Levantou-se com agilidade e eu também saí. Tinha que lhe apresentar Damon como meu namorado, senão ela ainda ficava com os dois (literalmente).

-Oi, sou a Sarah – falou ela quando chegou ao pé deles, e dando um beijo na face do Damon, que se mostrou muito simpático para ela, e com aquele olhar que ele faz.

-Oi. Sou o Damon.

-O Damon é o meu namorado – falei para Sarah e ela corou imediatamente e baixou a cabeça, mas levantou-a passados dois segundos e olhou para Damon.

-Prazer, Damon – disse ela, mas agora já não via o olhar dela de “eu sou uma gata e podes pegar-me”.

-O prazer é meu, Sarah.

Olhei para Riley e percebi que algo não estava bem.

-Riley – começou Sarah, virando-se para ele. – A água está tão maravilhosa. Não queres vir?

-Água?

-Na piscina. Hello, tás neste mundo?

-Claro que estou! – exclamou ele e depois olhou para a piscina, de seguida para o céu e decidiu-se: - Obrigado, mas acho que não. O tempo está a arrefecer.

-Ok, mas eu e a Demi vamos mais um bocado, não é amiga? Vocês fiquem à vontade, como se estivessem na vossa própria casa.

Ela agarrou-me pelo braço e voltámos para a piscina, onde ela mergulhou outra vez na parte mais funda. Eu fiquei a olhar para Damon e Riley, que tinham cruzado os braços e ficaram a ver-nos. A sério, a cena era cómica! Pareciam que eram agentes da CIA que estavam a investigar algo com muita atenção. Virei-me e atirei-me para a água, fazendo um enorme splash e fazendo Sarah rir com a minha atitude.

-Tu fazias isso quando tinhas sete! – exclamou ela. – Com o Kellan. Mas ele sempre foi bem pior que tu!

-Pois era! – concordei e fiquei a andar de um lado para o outro, recordando quando o meu irmão pensava que tinha a minha idade e fazia de tudo para me irritar a mim e à Sarah. Uma das coisas era fazer um enorme splash quando eu e a Sarah estávamos a apanhar o Sol de NY ou quando estávamos na piscina a conversar. Ele adorava irritar-nos.

-Podemos entrar?

Olhei para cima, assim como Sarah e vemos os dois só em roupa interior, e ambos tinham expressões de caso que se nós negássemos, eles iriam fazer algo de muito mal a nós.

-OK! – claro que foi Sarah que disse isso e os dois entraram na piscina ao mesmo tempo. Eles podiam entrar numa daquelas competições de coreografias na piscina, que ficariam muito bem!

Damon veio à tona à minha frente e eu fiquei sem respiração. Ele era tão lindo!

-Oi – disse ele e fez o meu coração saltar abruptamente do meu peito.

Que raios me estava a acontecer? Quer dizer, isto era normal, mas só quando estávamos sozinhos.

-Oi – falei e a minha voz parecia mais forte do que aquilo que eu estava por dentro.

Ele deu aquele sorriso convencido e lindo e eu respirei fundo.

-Correu tudo bem?

-Estás a perguntar-me se ele não me tentou cravar uma estaca no coração? Sim, então está tudo bem.

-Ainda bem – falei e fiquei simplesmente a olhar para ele. Quando percebi, eu estava a hiperventilar.

-Ainda causo isso em ti? – perguntou ele com aquele sorriso de lado.

Não lhe respondi, apenas beijei-o e ele retribuiu imediatamente. As nossas línguas dançavam numa sincronia perfeita, explorando cada canto com uma curiosidade que não tinha fim. Enlacei as minhas pernas na sua cintura e as suas mãos subiram da minha cintura para as minhas costas e ampararam-me para não cair para trás. As minhas mãos começaram a percorrer o seu peito tão perfeito, até que Sarah nos tirou do nosso momento.

-Oh, por favor, existem quartos lá em cima!

Separei-me de Damon como se tivesse apanhado um choque eléctrico e olhei para Sarah zangada e envergonhada ao mesmo tempo. Então, os meus olhos voaram directamente para Riley, que parecia constrangido. Não era o único, eu também estava. Hello, eu tinha ido para a cama com ele e agora estava ali com o Damon num momento… um pouco mais íntimo.

-Vamos comer alguma coisa? Estou esfomeada! – exclamou Sarah, agarrando na mão do Riley e levando-o para fora da piscina.

-OMG! – exclamei num suspiro. – Isto não me está a acontecer!

Damon deu uma gargalhada que fez eco pelo jardim.

-Não estávamos a fazer nada de mal!

-Estávamos sim! – contradisse e escondi o rosto nas mãos.

Ele parou de gargalhar e senti que a água se movia com pequenas ondas, mas não notei nenhuma aproximação, por isso, deduzi que ele já tinha saído da piscina.

-Olha para mim.

Saltei para trás com a voz dele, porque pensava que estava sozinha.

-Calma, não sou assim tão assustador! – falou, agarrando-me num braço e puxando-me para ele. – Nós não estávamos a fazer nada de mal, estávamos apenas a…

-Beijarmo-nos e já não se via onde começávamos e acabávamos – ajudei-o. Senti as minhas bochechas a corar velozmente e baixei a cabeça. Que raios, eu odiava quando isto acontecia!

-Tu és linda quando coras – afirmou ele, levantando o meu queixo e passando o polegar por uma das minhas faces.

-Eu odeio.

-Pois eu adoro – disse ele e beijou-me, mas desta vez conseguimos controlar-nos e saímos da piscina logo de seguida.

Tomei um banho na minha banheira para tirar o cloro e Sarah foi logo de seguida, já os rapazes tomaram banho na casa de banho do quarto de hóspedes. A tia Melinda disse que ia sair e não sabia a que horas é que voltava, por isso, nós os quatro ficámos por nossa conta.

POV Sarah Momsem

Fizemos bolonhesa e cheesecake e depois de comermos fomos para a sala escolher o filme. Eu falei logo:

-Quero a Sala de Pânico.

-Pois eu prefiro o Saw – sugeriu Damon sorrindo para mim. Ele era mesmo um gato e a minha amiga sabia muito bem escolhê-los.

-E eu a pensar que vocês queriam ver Lua Nova ou Eclipse – disse Riley e eu sorri para ele.

-Isso é para as raparigas que não sabem que existem filmes de terror a sério.

-Podemos ver Jennifer’s Body? – perguntou Demi. – Eu adoooro esse filme.

-Pois claro que adoras. Não tem terror – falei e revirei os olhos. A Demi adorava aquele filme, e um dia ainda me há-de responder porquê. A Megan come, no sentido literal, qualquer tipo de homem.

-E que tal Eragon? – sugeriu Riley.

-Odeio a Arya – falei e olhei para a Demi. – Sala de Pânico.

-Harry Potter! – exclamou Damon e sorriu travesso. – O que foi? Posso ser mais velho que vocês mas é um filme giro.

-Podemos ver filmes a noite inteira – sugeriu Demi. – Primeiro a Sala de Pânico, depois o Saw, Jennifer’s Body, Eclipse, Eragon e Harry Potter. Pode ser?

-Por mim, tudo bem – falei. – Mas só se for por essa ordem.

-Tudo bem, por mim – concordou Riley.

-Espera! – gritei de repente. Tinha-me surgido um filme que eu adoro e é romântico, mas mesmo assim, vale a pena. – Podemos ver aquele que tem a brasa do Zac Efron? Charlie St. Cloud?

Todos trocaram olhares e concordaram.

POV Riley Clouds

Eu e Sarah ficámos encarregues de fazer as pipocas enquanto que Damon e Demi iam buscar as mantas e as almofadas para todos nós.

-Então tu… nasceste aqui? – perguntou Sarah, passando-me a manteiga.

-Sim.

-E já alguma vez viajaste para longe daqui? Quer dizer, se eu vivesse aqui e nunca saísse desta cidadezinha, ficaria louca! Teriam que me internar num manicómio!

-Ahah. Sim, já. Tenho família em LA e em Vancouver.

-Uau! Um dia levas-me a LA?

-Nunca lá foste? – perguntei colocando o milho na panela e colocando a tampa por cima.

-Sim, já, mas fui com a Demi e com o irmão dela. Não seria a mesma coisa se fosse contigo.

Ela sentou-se no tampo da mesa e não resisti, mas tive que a olhar. Ela não era nada de se deitar fora. Magra, mas atlética, as suas pernas pareciam delicadas e com aqueles calções super curtos, conseguia vê-las na perfeição. Tinha um top preto só com alças e bastante justo ao corpo, realçando-lhe o peito e percebi imediatamente que não tinha o sutiã vestido. O seu cabelo ainda estava molhado, dando-lhe uma cor mais escura do que na realidade ele era e já estava a começar a ficar ondulado. O seu rosto era o mais lindo que já tinha visto: os seus olhos eram azuis, umas bochechas bem decoradas e proporcionais ao rosto. Os seus lábios tinham um brilho simples, causado por um batom e tinham uma cor avermelhada.

O milho começou a estalar e eu fui acordado daquele estado de hipnotismo. Voltei-me para a panela e concentrei-me nela. Sarah saltou do balcão e ficou ao meu lado a observá-las a tornarem-se pipocas. O seu ombro roçou o meu braço e eu senti os pelos arrepiarem-se. A sua pele era tão quente a comparar com a minha que eu tive que olhar para ela, que sorriu instantaneamente.

-Ah, eu sei que sou gira, mas não costumo ser paisagem para ninguém.

-Pois devias – falei e aproximei-me dos seus lábios.

-Então, as pipocas já estão prontas?

Sarah sorriu e virou-se para Damon, sorrindo, como se não tivesse acontecido nada. Ou tivesse acontecido quase tudo.

-Estão quase – respondeu ela. – Queres ajudar?

-Yeah, pode ser.