A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Today on A minha vida em Mystic Falls...
Uma conhecida está a chegar à cidade...
-Sarah!
E promete agitar Mystic Falls...
-A cama do quarto de hóspedes é de casal, certo?
-Oh, por favor! Chega de seres pervertida! repreendi-a.
-Ele beija bem?
Mas o mítico continua lá...
- É o que dá teres sangue a correr nas tuas veias e namorares um vampiro.
E os dilemas continuam...
E eu continuava a amá-la. Seria possível eu amar duas pessoas ao mesmo tempo? Ou eu já não amava Katherine?



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Capítulo 23

POV Damon Salvatore

Quando eu já tinha o suficiente daquele sumo em mim, dei um pouco do meu a ela, para se curar mais depressa das suas costas e o seu corte curar-se mais depressa. Stefan desapareceu mal eu toquei os meus lábios no sangue dela e o Zach não apareceu lá, mas conseguia escutá-los lá em cima, preocupados com o que eu faria a seguir.

Demi encostou a sua cabeça no meu ombro e respirou fundo.

-Estás bem? – perguntei preocupado.

-Sim, estou – falou ela, mas percebi que a sua voz falhou.

-Eu levo-te a casa.

-Não – sussurrou. – Eu preciso de ir buscar a minha amiga dentro de pouco tempo à…

-Chiu. Não digas nada. Eu conduzo, pode ser?

Ela acenou com a cabeça e procurou a minha mão. Entreguei-lhe logo a minha e ajudei-a a levantar-se. Quando ficámos os dois de pé é que pude olhar o seu rosto. Estava cansado, pálido e tinha estado a chorar, tenho a certeza.

Saímos de lá e encontrei Stefan e Zach, um ao lado do outro, com os braços cruzados, a impedir-me de sair.

-Oh, por favor! – exclamei, um pouco desesperado. Eu precisava de tirar a Demi dali. Ela precisava de apanhar um pouco de ar.

-Já reparaste que estás sem anel? – falou Zach.

Olhei para a minha mão e realmente não estava lá nada.

-Ela precisa de sair! – exclamei apontando para ela. A sua cabeça estava pousada no meu ombro e tínhamos as mãos dadas, no entanto, ela conseguia andar minimamente bem e eu sabia que ela estava consciente.

-Eu levo-a – ofereceu-se o meu irmão.

Voltei a olhar para ela. Aparentava estar melhor mas eu precisava de olhar por ela. Só havia uma pessoa a quem eu a confiaria: o caçador…

-Demi, telefona ao Riley.

-O quê? – indagou ela, arregalando os olhos para mim.

-Eu preciso de resolver umas coisas por aqui e ele sabe de tudo…

-OK. Está bem.

Ela afastou-se cambaleante até ao sofá e sentou-se. Ligou para o número, que eu reparei que já estava na discagem rápida, e felizmente ele atendeu ao terceiro toque. Fui até ela e arranquei-lhe o telemóvel antes de ela poder dizer “olá”.

-Olá caçador, temos aqui um problema: estou sem o anel e a Demi precisa de ser vigiada hoje o dia inteiro. Parece que ontem não cumpriste a tua função, pois não? Temos que conversar sobre isso, mas agora não interessa. Posso matar-te noutra altura, não é? Ah, falta dizer que ela está na minha casa. Até já, babysitter! – falei rapidamente e desliguei o telemóvel, entregando-lho.

-Não precisavas de ter falado dessa maneira com ele – disse ela colocando o telemóvel no bolso das calças.

Resolvi ignorá-la. Hello, ele é um caçador e quer matar-me! É claro que não iria dizer-lhe “bom dia, raio de sol, o dia está maravilhoso hoje, não achas?”. E eu sou Damon Salvatore, um vampiro, com garras e desejo de sangue, com mais cem e mais alguns anos do que ele. Meu Deus, já sou tão velho! Estão a imaginar-me com rugas e a andar com uma bengala? É melhor não pensar.

 -A que horas é que tens que ir buscar a tua amiga? – perguntei, tentando desviar o assunto.

-Daqui a vinte minutos. Tenho tempo de chegar, se o Riley chegar dentro de cinco.

-Ele chegará – assegurei-a. A maneira como falei com ele, de certeza que ele viria a correr!

Eu não estava a descuidar a presença do meu tio e do meu irmão, mas resolvi ignorá-los temporariamente. Atenção: vingança é um prato que se serve bem frio.

Sentei-me ao lado dela e rodeei-a com o meu braço. Ela encostou-se e respirou fundo.

-Não queres mais um bocado?

Ela negou com a cabeça e acrescentou:

-Tornar-te-ia fraco. E eu irei sobreviver.

Abafei uma gargalhada e revirei os olhos. Eu sou bem mais resistente do que ela, não sou nenhum humano que passou dias sem água!

Tocaram à campainha e um segundo antes de Zach a abrir, fugi para uma sombra, sabendo que quando abrissem a porta, um raio de luz acabaria por me atingir. Demi olhou para mim e eu respondi à pergunta que pairava no seu olhar:

-Estou sem o anel que me protege do sol.

Ela acenou e foi ter com Riley que a abraçou ternamente.

-O que aconteceu? – perguntou ele, olhando para mim, e sorrindo triunfante por me ver na sombra. – Ás vezes os vampiros também se esquecem de onde colocam as coisas.

-Não gozes comigo! Hei-de matar-te! – gritei para ele, enfurecido (N/A: imaginem o Damon com a testa enrugada e com aquele olhar de doido).

-Veremos. Daqui a quantos anos…?

-Podemos ir, Riley? Tenho que ir buscar uma amiga à rua principal de Mystic Falls.

-Claro que sim – falou ele, afagando a bochecha dela. Depois olhou para mim e perguntou: - Foi para isto que me ligaste?

Respondi irónico, com a fúria a queimar-me os poros:

-Apesar de te querer matar, sim, sei que és a única pessoa que a consegue proteger tão bem como eu.

-Levamos o meu ou o teu carro? – indagou ele para a Demi.

-O meu. A Sarah conhece-o a quilómetros de distância.

-OK, está bem. Quando voltarmos para trás, podemos vir buscar o meu.

-Certo – disse ela e sorriu. – Vamos?

-OK.

Ela olhou para mim e correu para os meus braços.

-Amo-te – sussurrou ela ao meu ouvido.

Congelei. Há mais de um século que não ouvia isso, e da última vez que tinha sido proferida para mim era mentira. A única pessoa que me disse isso, e que provavelmente era verdade, foi a minha mãe. Um arrepio percorreu a minha espinha e fiquei sem reacção. Eu não sabia o que era suposto fazer e simplesmente acorrentei-a nos meus braços.

Durante anos vivi como um animal: caçar, caçar, caçar, sem me importar com os que me rodeavam, com as consequências que aquilo poderia trazer. Lexi tinha razão: a raiva consumiu-me, acabando com os meus melhores sentimentos, tornando-me num ser sem qualquer sentimento.

Os meus olhos ficaram húmidos e fechei-os, esperando que as lágrimas que teimavam em cair desaparecessem. Desde que Katherine tinha sido capturada e tinha descoberto que afinal ela também andava com ele, pensei que não havia amor verdadeiro; eu sabia que Katherine me amava, eu nunca fui hipnotizado por ela, a nossa relação sempre se baseou na confiança, mas ela traiu-me! E eu continuava a amá-la. Seria possível eu amar duas pessoas ao mesmo tempo? Ou eu já não amava Katherine?

-Tenho que ir – disse ela e deu-me um breve beijo nos lábios. – Até logo.

-Até logo. Apareço para jantar, pode ser?

-OK.

Eles saíram e a primeira coisa que fiz foi ir até Stefan.

-Onde está o meu anel? – perguntei pegando-o pelo colarinho da camisa.

-Não está comigo.

-A sério?

Virei-me para Zach com as minhas presas de fora e encostei-as ao seu pescoço. A sua pulsação acelerou como se fosse um foguete e a tentação de rasgar a sua garganta invadiu-me, mas eu controlei-me e ameacei-o:

-Ou me dizes onde está o meu anel ou vou rasgar a tua garganta.

-Até pode ser. Todos os dias tomo o meu café com verbena – gaguejou ele. Hum, sendo que a minha ameaça não o assustava, então já não me era mais útil.

-Damon! – gritou Stefan e agarrou-me pelos ombros tentando afastar-me de Zach.

-Já não me és mais útil – falei e quebrei o pescoço dele com as minhas mãos.

-Damon! – voltou a gritar Stefan, mas desta vez de choque e com um tom de repreensão.

-Quero o meu anel de volta – falei para ele, ainda com as minhas presas de fora e saí para o meu quarto.

POV Demi Adams

Na minha cabeça aquele episódio ainda estava todo confuso, mas precisava de me abstrair disso naquele momento. A minha BFF estava a chegar!

-Tens mesmo a certeza de que estás bem? – voltou a perguntar Riley pela centésima vez desde que saímos da casa do Damon.

Resolvi ignorar e continuar a olhar pelo espelho retrovisor. Felizmente, vinha um táxi a aparecer mesmo na esquina.

-Sarah! – exclamei abrindo a porta e saindo do carro.

O táxi parou atrás do meu carro e de trás saiu uma Sarah com uma mini saia preta, um top branco com um decote de OMG, sandálias brancas com salto e bem, muito bem produzida: http://www.bymk.com.br/looks/858979

-Amiga! – gritou ela, correndo até mim e abraçando-me.

-Que saudades! – exclamei e balançámos as duas de um lado para o outro.

-Espera só um bocadinho que ainda tenho que pagar ao taxista.

-OK, eu espero – falei e sorri.

O taxista tirou a mala, olhando para as pernas da Sarah e quando esta lhe pagou, pegou na mala, deixando ao taxista ter uma vista perfeita para a parte de trás dela.

Riley saiu do carro e pegou na mala da Sarah.

-Deixa que eu pego.

-Obrigada! – exclamou ela e quando ele nos virou as costas perguntou: - Diz-me que não é o teu namorado!

-Não é! – respondi sorrindo. – Chama-se Riley e é o meu melhor amigo.

-Isso inclui noites de pijama e filmes de terror com pipocas?

-Não sejas assim! – falei dando-lhe uma cotovelada pequena e acrescentei: – Isso é só para nós as duas.

-Podes ter a certeza. Podemos fazer isso hoje?

-Talvez hoje possa incluir eu, o meu namorado, a minha melhor amiga, o meu melhor amigo, filmes de terror e pipocas. Que tal?

-Soa-me bem! A cama do quarto de hóspedes é de casal, certo?

-Oh, por favor! Chega de seres pervertida! – repreendi-a.

-Ele beija bem?

-Muito.

-OMG, tu já experimentaste? – gritou ela em plena rua e olhando ora para mim, ora para Riley. Notei que ele deu um sorriso enviesado, dando o sinal de que ele estava a ouvir a conversa.

-Chiu! Queres que eu fique com má fama? Grande amiga que tu me saíste!

Ela gargalhou e Riley juntou-se a nós.

-Prazer, sou o Riley – falou ele dando-lhe um beijo na face.

-Oi! Sou a Sarah.

-Vamos para casa? – perguntei aos dois.

-Posso conduzir? – perguntou ela, já adivinhando a resposta.

-Não! – disse em tom repreensivo e como se fosse óbvio. – O Riley conduz.

Fomos para o carro e eu e a Sarah ficámos a conversar, como duas fofoqueiras que somos, durante o caminho todo até à minha casa.

Abri a porta de casa, enquanto Riley levava a mala gigante da Sarah (foi ele que se ofereceu para a transportar!) e ela ia falando comigo como uma metralhadora.

-Tia! Chegámos!

-Esqueci-me do carro – falou Riley ao meu ouvido.

Olhei para ele. Agora não dava para o ir buscar.

-Ah! – guinchou Sarah ao meu lado. Olhei para ela e ela escondeu-se atrás de mim. – Odeio cães!

Buddy estava à minha frente com a língua de fora e com a cauda a abanar.

-Mete-o no jardim!

-Nem penses! O coitadinho não vai ficar lá fora ao relento por tua causa!

Dei uma festa no pelo dele e ele abanou ainda mais a cauda. O meu telemóvel tocou e eu atendi imediatamente.

-Sim?

-O carro do teu amigo ainda cá está. A tua amiga ainda não chegou?

-Sim, ela já chegou, mas esquecemo-nos de ir buscar o carro.

-Então o caçador pode vir buscar-me no teu carro e depois levamos o dele.

-OK. Vens jantar?

-Acho que sim – disse ele, mas parecia ausente, como se não estivesse a falar comigo, mas sim como se eu fosse o som de uma televisão com o volume muito baixo.

-Está tudo bem?

-Sim, está. O Riley que esteja aqui ás oito.

-OK. Até logo.

-Até logo.

Demorou um bocado até ele desligar o telemóvel. Eu não desliguei logo porque parecia que ele me queria dizer alguma coisa, mas não conseguia.

-Demi! – gritou Sarah, tirando-me do meu transe e correndo para trás do Riley. – Por favor, tira-o daqui!

-Quem? O Riley? – falei fingindo não perceber o que ela queria.

-Demi, é a sério! O teu cão é gigante!

-Mas afinal que gritaria é esta? – indagou a tia Melinda, aparecendo da cozinha. Quando me viu a mim, ao Riley e à Sarah, sorriu amigavelmente para ela. – Olá, sou a Melinda!

Sarah colocou-se estrategicamente entre mim e Riley, de maneira a Buddy não lhe aparecer dos lados e deu um beijo na face da minha tia.

-Prazer, sou a Sarah. Espero não incomodá-la enquanto estiver aqui.

-Ora essa! Nem precisas de pensar nisso! És amiga da Demi, por isso, está à vontade.

-Muito obrigada senhora Adams.

-Por favor, sou Melinda! E não tenho o nome de Adams, sou Courtney. Mas deixa estar, isso é outra conversa! – exclamou a minha tia, mas eu percebi que os seus olhos ficaram mais brilhantes devido ás lágrimas. – Bem, acho que podes ficar no quarto da Demi, que tal?

-Óptima ideia! – exclamei eu. – Vamos?

Sarah acenou e eu virei-me para Riley.

-Podes ir buscar o Damon ás oito?

Ele acenou e indagou:

-Não é preciso mais nada?

-Não.

-Vê se ficas melhor. Estás um pouco pálida – observou ele, com um olhar magoado e furioso. Depois acrescentou num tom mais baixo: - É o que dá teres sangue a correr nas tuas veias e namorares um vampiro.

E depois, ele saiu de casa, despedindo-se brevemente da tia Melinda e de Sarah.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? O que acham de Sarah? Preparadas para um doble date?
Bjs



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