POV Bella

Definitivamente minha vida não é mais a mesma. Era tudo que eu conseguia pensar enquanto arruma minhas malas, e ajudava minha mãe a empacotar a mobília da nossa casa. Nós estávamos de mudança, nem eu nem ela conseguíamos ficar em Forks, na mesma casa que um dia foi o lar do meu amado e falecido pai. Tanto a casa, quanto a cidade eram repletas de boas lembranças que vivemos ao lado de Charlie, e toda vez que lembramos dele, lembramos também que ele não esta mais aqui, e isso só faz com que eu e mamãe soframos mais.

Depois de tanto discutir sobre como seria o nosso futuro sem papai aqui, eu e minha mãe Renée, chegamos a conclusão que o melhor a fazer é tentar reconstruir nossas vidas, e por isso vamos nos mudar para Seattle, para viver com meus avós e a família de meu tio Carlisle.

- Bella, filha, eu sei que isso é difícil pra você, mais também é difícil pra mim. Mais a gente precisa ir e tentar ser feliz de novo, pelo seu pai... eu prometo que vou fazer isso dar certo, ok?

- Eu sei mãe, eu estou disposta a tentar, eu também vou fazer o melhor pra isso dar certo.

Mamãe apenas acentiu com a cabeça, e se retirou, ela tem notado que pra mim é difícil sair do lugar em que eu cresci, mais eu prometi tentar, e eu vou.

Eu não vejo a minha família de Seattle já faz 5 anos, apesar de ser perto, mamãe sempre preferiu passar as férias de verão em algum lugar na Florida ou qualquer lugar mais ensolarado, porem sempre trocamos telefonemas.

Alice, minha prima, é da minha idade, e nos sempre fomos muito amigas, desde crianças, atualmente a gente só troca e-mails e poucas vezes telefonemas, ela esta animadíssima para a minha chegada. Ela tem dois irmãos, Emmett de 20 anos, e Edward o seu gêmeo. Eu me lembro pouco deles, o Edward era muito tímido, e sempre distante, e Emmett era um palhaço, sempre animava todo mundo.

Tia Esme, a esposa de tio Carlisle, era um amor e sempre tentava agradar, e tio Carlisle  é a pessoa mais bondosa que eu já conheci, ele é um dos mais renomados médicos de Seattle.

Eu terminei de fechar minha segunda e ultima mala, eu não tinha muitas roupas, e não me importo com isso. Fui ao banheiro e tomei um longo banho, coloquei meu moletom velho de dormir, e fui para a cozinha preparar o jantar, coloquei um macarrão para cozinhar, e resolvi dar uma olha em Renée antes de voltar e fazer o molho.

Ao subir as escadas, comecei a ouvir baixos gemidos, me aproximei do quarto da minha mãe, que estava com a porta entreaberta e a encontrei, agachada próxima a cama, chorando, corri até ela e a abracei por trás.
- Mãe, esta tudo bem?
- Esta sim Bella – ela disse em meio aos soluços – é só que, é tão difícil partir, sem ele... sem ele ao meu lado.

Eu comecei chorar junto com minha mãe, tava sendo mais dificil para nos duas do que deixávamos transparecer.

- Vai ficar tudo bem, a gente vai superar isso, e ser feliz, por Charlie, ele nunca nos perdoaria por ficar se lamentando por ele – disse, com dificuldade, o que era verdade, e minha mãe sabia. Meu pai sempre dizia que devíamos viver o presente, que o passado a gente guarda no coração, e segue de cabeça erguida para construir o futuro.

- Eu sei meu bem, a gente vai sim!

Com muito esforço, conseguimos limpar nossas lagrimas, e descemos para jantar. Arrumei algumas ultimas coisas, e subi, com Renée, para dormir. Amanha vai ser um dia longo. O que será que me aguarda em Seattle?