Bella PDV

Parecia que um elefante estava em cima da minha cabeça. Ela latejava e eu quase não resisti ao impulso de bater com ela na parede mais próxima. Abri os olhos devagar, tentando fazer com que eles se mantessem abertos, olhei para os lados e fitei a minha cama vazia e... AI. MEU. DEUS!!! O que estou fazendo na cama de Edward? E é impressão minha ou estou com uma minúscula e constrangedora lingerie?

– Edward? – chamei esperando que o único que poderia sanar minhas dúvidas respondesse, mas apenas o silêncio me respondeu. Eu precisava muito de um remédio. Levantei-me e encontrei no criado mudo um copo d'água, um remédio e um bilhete ao lado. Como a minha curiosidade era sempre maior que tudo, peguei o bilhete e o abri.

Bella,

Em primeiro lugar respire e tome seu remédio. Sua cabeça deve estar doendo muito. Você deve estar cheia de dúvidas. Primeiro, você quem pediu para dormir comigo, e estes trajes foi você mesma quem colocou, ok? Desça quando puder. Estamos  te esperando na piscina.

Até logo,

Edward

Obs: você é muito mais divertida quando bebe.

Surpresa era pouco para expressar como eu me sentia em relação ao Cullen, a palavra exata seria perplexa. Tomei um gole de suco e o remédio que tinha um gosto horrível. Eu iria descer e me encontrar com eles, mas a vergonha do que seja lá o que fosse que Edward tivesse visto inundava pelos meus poros, tomei uma ducha, vesti um biquíni branco e um vestido leve verde-água.

A piscina do hotel estava praticamente vazia considerando o período de férias. Avistei Edward deitado numa espreguiçadeira como uma estátua esquecida de um antigo deus pagão da beleza. Acenei para Emm, que corria atrás de Alice com o que parecia ser uma revista de moda nas mãos. Rose estava com um enorme chapéu e óculos escuros, provavelmente escondendo as olheiras e a ressaca. Sentei na espreguiçadeira, ao lado de Edward e coloquei os óculos.

– Unh, demorou a acordar, bela adormecida – Edward falou com um sorriso fofo nos lábios perfeitos. É isso aí: perfeitos. PRONTOFALEI!! Eu ri sem jeito pensando no que eu deveria falar naquela hora.

– Obrigada, Edward, por tudo – corei imaginando seja lá o que foi que ele viu ontem à noite.

– Não foi nada e, sabe, você dança muito divertido bêbada.

– Eu poderia dizer que você também é muito mais divertido quando não está tentando ser insuportável.

"Alguém pode me explicar o que eu faço

Pra não me sentir assim

Eu já comecei a perceber
          O efeito que você tem sobre mim

Meu coração começa a disparar
          Será que eu tô pirando ou você quer me provocar?
          Você me olha e eu começo a rir

Quando o melhor que eu faço é fugir"

– Eu andei pensando, Bella, e poderíamos fazer um acordo? – o que será que ele esta querendo? Curiosa, assenti, aguardando uma resposta. – Bem, já que eu tenho que ser sua babá enquanto estivermos aqui, poderíamos ser amigos. – fiz uma careta quando ele falou a palavra babá.

– Pode ser então. – nós ficamos assim rindo e conversando enquanto ele me contava sobre todas as minhas peripécias noturnas.

"Então me diz o que eu faço
           Pra tentar te esquecer
           Eu nem sei o que eu gosto
           Tanto, tanto em você

Seu sorriso ou seu jeitinho
          De tentar me irritar
          Se tiver uma maneira vou tentar evitar
          Eu juro, eu faço tudo para eu não me apaixonar"

Os nossos primeiros dias em Cadaques estavam passando depressa e Edward e eu estávamos nos esforçando com a idéia de amizade que ele propôs. A cada dia que passava eu considerava mais fácil ficar perto dele. Meu corpo tinha uma consciência louca do dele e o toque mais simples da pele dele na minha causava efeitos que eu nunca havia sentido antes.

"Será que são mesmo reais 

Os sinais que eu percebi?

Talvez eu esteja me iludindo

E você não esteja nem ai

Mesmo assim eu continuo a imaginar

Eu e você pra mim parece combinar

Eu sou a letra e você a melodia

Com você cantaria todo dia"

A cada dia que passava eu sentia que havia algo errado. Quando, ao ouvir a voz dele, meu coração acelerava, ou na festa do hotel quando dividimos o copo de tequila e eu quase guardei o copo de lembrança, ou quando eu sonhei três noites seguidas com os olhos verdes dele. O pior de tudo era o que eu não queria admitir: eu estava me apaixonando por ele e não queria me apaixonar, e ele não estava nem um pouco afim da minha companhia.

"Eu já notei que tenho que tomar cuidado

Porque você é o tipo certo de garoto errado

É só você aparecer

Pra eu perder a fala e a confusão acontecer 

Eu juro eu faço tudo

Eu juro eu faço tudo

Eu juro eu faço tudo

Para eu não me apaixonar"

Depois que a máscara que ele utilizava para se afastar de mim caiu, nós descobrimos o quanto éramos parecidos, desde os gostos musicais de rock ao clássico; o fato de eu tocar violão; e ele ficou muito surpreso quando soube que eu lutava boxe... Esses pensamentos ocupavam minha mente e eu já não sabia o que fazer.

Nessas horas de desespero eu sabia que podia contar com uma pessoa que me conhecia muito mais do que qualquer outra: Alice. Os garotos e Rose haviam saído para uma competição de não sei lá o que, e ela devia estar sozinha no quarto. Bati na porta do quarto que ela estava dividindo com Jass, e como não ouvi resposta alguma abri a porta devagar me deparando com uma nuvem de fumaça.