Não me lembrava de muita coisa, só sei que ganhei novos arranhões e estava com alguns curativos e uma grande dor de cabeça (novidade!). Olhei em volta, eu estava em um grande quarto branco deitada em uma maca. Edward estava sentado em uma poltrona na qual havia adormecido. Tentei me levantar, mas não consegui. Um enfermeiro entrou no quarto:

– Oi. Eu soube o que aconteceu. É bem engraçado como você se feriu, mas você já se sente melhor? – ele me fez lembrar de Charlie com seu tom de preocupação, e que por algum motivo me fez sentir em casa.

– Estou bem. E pelo que me lembro foi sim bem engraçado – eu disse, caindo na gargalhada, o que fez minhas costas doer, recordando-me de algumas cenas engraçadas do meu tombo.

– Bella, você está bem? Você deu um grande susto em todo mundo – Edward disse se levantando.

– Estou sim. Algumas partes do corpo doem, mas nada que eu já não tenha me habituado. – O enfermeiro colocou um remédio na bolsa de soro e saiu.

– O seu irmão está aflito. Vou chamá-lo pra te ver. – Ele falou dando um beijo na minha testa.

– Unh... Edward?

– Sim?

– Como vocês me trouxeram para o hospital?

– Acredite ou não, de carroça – ele respondeu aos risos.

 

[...]

 

O tédio nos dominava. Edward e eu estávamos deitados na cama vendo um filme em espanhol (que ele traduzia no meu ouvido), Jass e Emm fazendo um castelo de cartas no canto do nosso quarto, Rose fazendo as unhas e Alice saiu pra fazer compras.

– Gente, vamos fazer alguma coisa? – Rose falou, soprando as unhas vermelho sangue.

– Tipo o que? – Jass perguntou colocando outra carta no topo. Quando eu comecei uma lista.

– Praia não, parque não mesmo, compras não mesmo, boate não. A gente já foi em tudo que tem por aqui – eu dizia a última frase quando Alice entrou no quarto rodopiando com um folheto nas mãos e jogando as sacolas pelo chão.

– Leia leia leia! – Emm pegou o papel e começou a ler.

– Festa do sinal, escolha já o seu. Vermelho: comprometido; amarelo: enrolado; e verde: solteiro.

– É hoje à noite na praia aqui em frente. E então, vamos pessoal? – Alice perguntou aos pulos.

– Pode ser – Edward concordou. Depois de expulsarmos os meninos do quarto fomos nos arrumar para a tal festa do sinal. Eu vesti uma skinny preta e um top branco, deixando o cabelo solto. Depois de algum tempo todos estavam prontos e Edward estava um gato com uma camisa caqui. Entramos no elevador.

– Rose, seu vestido está curto demais! – Emm exclamou, enciumado. Ela ia responder quando meu celular começou a tocar no bolso do meu jeans. Eu peguei o celular e atendi .

– Alô.

"Oi Bella, é o Dean. Tudo bem?"

– Ah! Oi Dean, tudo bem e você? – Edward fechou a cara, nervoso.

"Melhor agora. Eu queria te convidar pra festa do sinal hoje, topa?"

– Eu já estou indo pra lá, na verdade.

"Nos vemos lá então. Até."

 – Tchau. – Quando a porta do elevador se abriu, Edward saiu esbarrando no meu ombro com raiva. Ele atravessou a rua, parando no canto da tenda onde seria a festa, com uma cara assassina. Homens! Eu entrei na fila para pegar a pulseira colorida dando um tempo pra ele se acalmar. Alice, Jass, Emm e Rose já estavam com suas pulseiras vermelhas e haviam entrado. Quando uma dúvida passou pela minha cabeça: qual cor eu iria usar? Tipo, Edward e eu não havíamos definido um status para o nosso relacionamento. Bufei vendo que eu era a próxima na fila, olhei para os lados procurando Edward para que ele me ajudasse a escolher a cor, quando o vi conversando com uma garota. Kate. Os cabelos loiros e o vestido vermelho perto demais dele. Com os olhos vermelhos de raiva peguei uma pulseira verde e coloquei no braço, olhando desafiadoramente para ele, que me olhava de lado, a sobrancelha erguida, ainda ao lado da vaca. Entrei na tenda possuída pela raiva, pensei em ir ao bar, mas minhas experiências com álcool já tinham sido suficientes. No meio da pista avistei Alice e Rose dançando e decidi ir até elas. No meio do caminho alguém me puxou.

– Bella! Finalmente te achei.

– Oi Emm.

– Vamos dançar? – assenti e comecei a dançar com ele. – Você está muito bonita Bella.

– Unh, obrigada Emm – de repente começou a tocar uma música lenta e eu me senti embaraçada, procurei Edward, pensando se ele ainda estava com a vaca da Kate. Eu estava magoada por ele, na primeira oportunidade, ter ido atrás dela, sem nem perguntar o que era no telefone.

– Algum problema Bella? – Emm perguntou, preocupado.

– Não é nada. Você viu o Edward? – ele olhou para os lados e apontou para o canto.

– Unh... ali? – ele estava no bar a uns metros da gente. Eu fiquei atônita. Ele estava ao lado da Kate, que ria descontrolada. Quando eu me aproximei, Kate tropeçou de propósito e derramou todo seu vinho em meu top que passou de branco para vermelho.

– Ai, me desculpe Bella – Kate disse, dando uma risada sarcástica.

– Não! – eu berrei, enquanto sentava ao lado de Edward.

– Não foi de propósito. Eu juro.

– Edward, dá para falar com essa cadela, porque eu não sei latir, ou melhor, falar a língua dela. Eu não sabia que zona de cachorros aqui era livre. – Eu disse furiosa, mas tentando manter a expressão de falsidade.

– Bella! – Edward disse, chamando-me já tenso.

– Eu já pedi desculpas, agora eu não vou aturar desaforos dessa aí.

– Moço, me traz um vinho? – eu falei com um senhor mais velho, que trabalhava no bar – Obrigada – eu disse, levantando-me e pegando uma taça de vinho – Aqui sua vaca! Eu tenho nome, e o Edward é meu. Vai procurar outro ponto para você, piranha – eu disse, jogando o vinho em seu vestido que ficou todo colado em seu corpo.

– Você me paga sua... sua... – ela não terminou de falar e saiu correndo para fora da festa. Depois de um silêncio, virei-me para Edward e disse:

– Por que você estava com a Kate, Edward?

 

Edward POV

– Bella, eu não fiz nada de mais, só conversei com ela. Ela é apenas minha amiga – eu disse, tentando desfazer o máximo do nervosismo que eu sentia, misturado com todo aquele ciúme idiota e imprevisível. Kate não era minha amiga, era apenas uma conhecida e bastante insistente.

– Ela tentou ficar com você! Você sabe que eu não gosto de te ver com ela, e tenho o pressentimento de que ela não gosta de mim – ela falou tudo isso batendo o pé, como uma menina mimada.

– Bella, você não deve julgar as pessoas sem conhecê-las. – Ela mudou de cor até atingir um tom de vermelho vivo.

– Agora você vai ficar defendendo aquela maldita do inferno?

– Não estou defendo ninguém, ela estava apenas conversando comigo.

– Você bem que estava gostando da companhia dela, não é? – berrou. Se havia algo que me tirava do sério era mulher birrenta, eu não sabia que ela podia ser tão ciumenta.

– Não é nada disso, Bella. Está impossível conversar com você. Eu vou embora.

– Quer saber, vai... vai atrás dela. Talvez ela possa te dar alguma coisa que você goste, que fica localizado no meio das pernas dela!!! – ela gritou, enquanto eu saia.

– Bella, quando passar essa crise histérica, e se você estiver querendo conversar como pessoa descente, você me procura – eu gritei enquanto me retirava da festa.

 

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