Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo!!Bem fiquei bem mal com a falta de reviews no último post... aconteceu alguma coisa? Não gostaram do capítulo, ou algo assim? Se for algo que eu possa fazer, eu com certeza conserto! De qualquer forma, obrigada a todos que leem!!



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Hora do almoço. Nadeshiko apreciava calmamente sua refeição, na classe de Rima. Esta, por sua vez, não conseguia para de pensar sobre a quantidade absurda de comida que a garota a sua rente consumia.

— Ei, Rima, você vai comer isso? - Nadeshiko perguntou, segurando os hashis com a boca e inclinando-se sobre a mesa para pegar o bentou de Rima. Ela apenas acenou com a cabeça indicando que não se importava e voltou a atenção para o livro que tinha pego na biblioteca mais cedo.

Amu entrou na sala repentinamente, tentando não parecer afobada. Sentou em uma cadeira por perto e sorriu com a sensação de trabalho comprido.

— E então? - Nadeshiko perguntou, esquecendo-se de engolir a comida antes. Toda a história da carta de Tadase havia o deixado um pouco descuidado.

— Eca! Que nojo! - Amu exclamou fazendo careta, mas recuperando-se rapidamente - Consegui! - ela sorriu, fazendo sinal positivo com as mãos - Ele vai procurar a garota para se desculpar, talvez demore o intervalo todo, e se você tiver sorte, a hora de saída também.

— Perfeito - Ela assentiu, voltando a se concentrar no bentou.

— Ainda não entendo porque fazer isso tudo - Rima confessou - era bem mais fácil só rejeitá-lo, não é?

Nadeshiko suspirou, soltando o pote vazio na mesa.

— Seria problemático e traumático, além de desnecessário.

— Você vem agindo estranho desde que recebeu essa carta, Nadeshiko – Rima argumentou, simplesmente, sem desviar os olhos do livro – Se pensa dessa maneira por que ficou tão abalada?

— É, Nadeshiko! – Amu alfinetou, com os olhos inundados de maldade – Por que ficou tão abalada?

— Não sei – Nadeshiko disse, fingindo-se de desentendida e olhando fixamente para Amu – Eu não entendo muito sobre amor, talvez você devesse me ajudar nesse aspecto, Amu-chan, já que é tão experiente!

— Experiente?  - Yaya chegou pulando, vinda do nada – Desde quando Amu-chan é experiente?

Amu empalideceu, parando com a boca a meio caminho de gritar ou xingar palavrões desesperadamente. Olhou rapidamente de rosto em rosto, e finalmente decidiu contar logo o que havia acontecido.

— Na v-verdade... bem... não é q-que eu t-tenha...  Aaaah! Valeu mesmo Nadeshiko!!! – ela disse, jogando as mãos para o alto, descontrolada – Olha só – ela se aproximou, inclinando-se sobre a classe na direção das garotas. Rima a essa altura já tinha desistido do livro, Yaya praticamente babava em cima de Amu, e Nadeshiko sorria presunçosa – T-tem um garoto... que eu tenho encontrado algumas vezes... ele... eu... nó estamos... saindo...

— E por que você não contou antes? – Rima indagou, exasperada.

— É que... ele é mais velho... – Amu admitiu, fitando a barra da saia vermelha com o rosto adquirindo a mesma coloração.

— Não me diga que...! – Yaya berrou, agitada demais para conseguir ficar de pé sem pular – Não me diga que é o cara do café!!!

— É ele sim – Nadeshiko confirmou com um sorriso, ao notar que Amu não responderia.

— Por que, Amu?! – Yaya suplicou, com os olhos enchendo-se de lágrimas repentinamente – Nós combinamos que íamos casar com ele e dividi-lo durante a semana! Eu ficaria com os dias pares e você com os ímpares! Já estava tudo acertado!!!

— Yaya... – Amu balbuciou, sem saber como argumentar.

— Tudo bem! – Yaya subitamente deu um grande sorriso brilhante, saltitando – Yaya não se importa com amor! Pode ficar com o gerente do café! Agora eu vou comprar Anpan antes que acabe – ela disse rapidamente antes de sumir voando pela porta da sala.

Todas piscaram algumas vezes, olhando para o lugar vazio onde antes estava Yaya, tentando em vão entender sua confusa maneira de raciocinar – e desistindo logo depois.

— Então, Amu...  – Rima se inclinou, com o olhar mortiferamente sério, e as mãos cruzadas em frente aos olhos – Me conte tudo... Tudo!

— Ah! Bem...

-

Tadase subiu as escadas apressado, pulando alguns degraus. Amu tinha razão, ele devia mesmo desculpar-se.

Já havia passado na sala dos professores e falado com Nikaidou-sensei, e descobriu o nome da garota em que esbarrou e sua sala. Agora ia até o telhado, onde as colegas de sala dela disseram que passava os horários de intervalo. Seria exagero estar fazendo tudo isso? Ele não sabia ao certo, mas sentia que o que quer que estivesse fazendo, era necessário nesse momento.

Terminou o último lance de escadas, parando em frente a porta, para recuperar o fôlego., e então abriu-a, cuidadosamente.

Lá estava ela, na parte mais afastada, sentada no chão escorando-se na grade de proteção. Possivelmente estava dormindo. Tadase aproximou-se lentamente, tentando não chamar atenção, parando em frente a ela. A garota estava com os olhos fechados, e os cabelos negros balançavam-se para todos os lados com o vento, cobrindo parte da sua face.

Tadase pigarreou, sem jeito, tentando acordá-la, mas sem obter sucesso.

Eto... Yamisaki-san... – falou, sentindo-se ridiculamente patético – Yamisaki Hitomi-san!

Mal ele terminou de pronunciar seu nome pela segunda vez, ela abriu os olhos, alarmada. Levantou-se rapidamente, na defensiva.

— O que quer? – rosnou, ameaçadora.

— Eu só queria... me desculpar – Tadase corou sem perceber, fitando o chão e seus pés com redobrado interesse. Curvou-se, escondendo com os cabelos loiros o rosto - Por favor, me perdoe pelo constrangimento que causei – ergueu-se, suplicante – Eu não queria fazer mal... apenas... eu nem sei bem o que aconteceu...

— Que seja! Não me importo com o que tenha feito, nem com suas desculpas – Hitomi disse, tentando parecer indiferente, embora o rubor em seu rosto a delatasse. Tadase não se ateve a esse detalhe, então sentiu um pequeno desconforto ao ser tratado dessa forma. De fato, não estava acostumado com pessoas o tratando mal – Apenas desculpe-se como um homem, de cabeça erguida – ela completou, afastando-se rapidamente.

Tadase ficou atônito, sem entender o que quer que houvesse acontecido. Deixou seu peso ceder e sentou-se no chão, onde antes Hitomi estava, imaginando qual seria o problema daquela garota.

Havia se distraído rapidamente com as nuvens, quando sua mão tocou em um objeto estranho e retangular. Sobressaltou-se, notando logo depois que se tratava de um livro. Analisou a capa por alguns instantes, sem entender.  “A Arte da Guerra”!  Por que raios uma garota do colegial leria ‘A arte da Guerra’?

-

— Você quer dizer que ele te paquerava descaradamente cada vez que você colocava os pés naquele café, até que você acabou cedendo? – Rima resumiu a longa história de Amu, deixando-a ainda mais constrangida.

— E como ele fez pra te conquistar? O que ele dizia para você? – Nadeshiko perguntou, subitamente interessada na conversa – Deve ter sido algo muito inteligente e convincente...

— Ah, bem... – Amu colocou o dedo no queixo, esforçando-se para lembrar – acho que ele perguntou se eu caí do céu algumas vezes... E também se meu pai era pirata ou mecânico... e então...

— O que? – Nadeshiko exclamou pasmada – e você caiu nessa? Quer dizer, dá mesmo certo?

— E o que isso interessa, Nadeshiko? – Rima indagou indiferente – O fato é, vocês estão mesmo juntos, ou é só “diversão”?

— Eu não sei...

— Mas como não sabe?! – Rima levantou-se irritada, batendo as mãos na classe – Que tipo de idiota você é, Amu!!! Kami-sama! Ele só está se aproveitando de você!

— Eu não me importo... – murmurou para si mesma, deixando escapar um pequeno sorriso sonhador.

Rima piscou indignada algumas vezes, e então voltou a sentar. Virou-se para Nadeshiko com os olhos em súplica, pedindo ajuda silenciosamente.

Nadeshiko suspirou, escrevendo no caderno rapidamente, sem que Amu notasse. Não que ela estivesse prestando atenção em qualquer coisa, já que estava aparentemente perdida no seu próprio mundinho, tendo fantasias delirantes e cheias de chocolate quente e marshmallow.

“Vamos falar com esse cara hoje mesmo” – escreveu, recebendo um pequeno aceno com a cabeça como resposta.

— Ei, Amu! Estão querendo falar com você aqui! – uma garota da sala disse, despertando Amu dos seus devaneios.

Nadeshiko deslizou para debaixo da classe, ao perceber que esperava na soleira da porta. Rima inclinou-se para baixo, fitando a garota tremer descontroladamente embaixo da mesa. Segurou o riso e ergueu-se, disfarçando o máximo que conseguia.

Amu aproximou-se de Tadase, suspirando cansada.

— Se você veio falar com...

— Não! – interrompeu – Não é isso. Eu quero pedir sua ajuda para outra coisa, Amu-chan – ele explicou, segurando com força o livro que trazia nas mãos. Amu não resistiu ao olhar de cachorrinho morto, e o acompanhou para fora da sala.

Nadeshiko veio à tona novamente, respirando ofegante.

— Você tem certeza que não gosta dele? – Rima indagou, incrédula – Quero dizer, esse tipo de reação.

— Eu tenho! Eu tenho, tá OK? – Nadeshiko afirmou duramente, deixando a cabeça cair na classe logo depois.

“Esse trabalho vai acabar comigo qualquer dia desses... Não vou chegar vivo até o Natal!”


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Notas finais do capítulo

Espero pelos reviews! *--*