I Hate You Then I Love You (mcfly) escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo final da história. Depois dele, teremos alguns extras!!



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“Então é assim que as coisas são... vivemos no presente com medo do passado, mas é do futuro que devemos nos resguardar. Cometemos erros... pisamos em falso, magoamos pessoas, deixamos de buscar nossos sonhos. E sempre tem alguma coisa que volta; que traz de volta tudo aquilo que julgávamos esconder. Que julgávamos ter deixado guardado para sempre no fundo frio e escuro de um porão.

Harry sempre foi quem eu quis ao meu lado. Eu o amei, antes mesmo de me dar conta. Eu o amei desde quando o vi pela primeira vez. Todo mundo percebeu, menos eu. Eu o amei tanto que fiquei completamente cega. Ele me completava, e ao mesmo tempo me despedaçava de uma forma que me fazia crer que eu o detestava. Pior, que eu o desprezava. Eu acreditei por tanto tempo que meus sentimentos por ele eram claros. Até o momento em que ficamos sozinhos, uma situação insuportável. Não nos suportávamos, não conseguíamos nos desvencilhar.

Eu nunca acreditei que aquele amor pudesse dar frutos. Eu desisti, eu fugi, eu deixei tudo de lado para perseguir novas estrelas. Apaguei as luzes da minha vida e saí vagando por aí, sem eira nem beira; sem parada certa. Meus sonhos se desprendiam de mim aos poucos, e rolavam morro abaixo para que eu não mais os alcançasse. Minha vida era um limbo, e eu mostrava apenas o que me interessava. Eu cheguei a acreditar que jamais precisaria me preocupar com o passado novamente, porque ele estava superado.

Mas eu estava tão errada. E errando novamente me fui jogada no covil dos leões, quando eu estava mais frágil. Eu precisei enfrentar, de uma só vez, o reencontro que eu temia, o sentimento que eu escondia, do qual eu fugia freneticamente em uma corrida desesperada, o desejo de voltar atrás, o medo de perder tudo novamente. Eu precisei enfrentar o medo de perder o homem que eu amei. Eu precisei vê-lo morrendo em meus braços.

Minha vida pertencia à dele, então. Nada poderia estar mais no lugar. Nada poderia ser mais justo ao fim de tudo. Nada poderia ser mais parecido com um filme.”

—Brenda! – Harry surgiu no escritório, chamando-me. – Está todo mundo te esperando! Vamos, precisamos cantar os parabéns!!!

— Está bem, está bem. – Levantei-me, fechando o laptop.

— O que fazia aí? – Ele me tomou nos braços e me beijou. – Estava escrevendo aquela história de novo?

— Sim. E vai virar um livro, eu te digo. Júlia já chegou?

— Ela acabou de ligar dizendo que está chegando.

Joseph Lee entrou escritório adentro, sorrindo, com uma caixa cheia de laços nas mãos.

— Mamãe!! Veja o que ganhei do Tom! – Ele sorria.

— Ele ainda fica mais empolgado com aquele Fletcher do que comigo. – Harry fez uma careta, considerando como Joey ficava feliz com a simples presença de Tom.

— Deixe o menino, Judd. Ele está feliz porque Tom chegou, e você precisa compreender que ele passou muito mais tempo com ele do que conosco.

Saímos os três do quarto. Harry carregava Joey nas costas. Era uma forma de aproximação. E ele tentava todas, principalmente porque nosso filho era favorável a elas. Júlia tinha acabado de chegar, e Tom carregava o bebê que eu ainda não conhecia. Eles moravam logo ali, mas quando a menina nasceu, eu estava no Brasil com minha família. Tom maldisse todas as minhas gerações futuras. Era uma afronta para ele, eu não estar presente no nascimento do seu primeiro filho. Ele esteve no do meu. Mas eu não podia fazer nada. A criança apressada adiantou o parto em semanas.

— Deixe-me vê-la! – Peguei a pequena Clarissa no colo. A menina tinha um mês de idade e era linda. – Céus Júlia, você fez mesmo uma menina à cara feia do Tom! – Impliquei.

— Ei! – Tom resmungou. – Minha filha é linda, parecer comigo é sua melhor característica. – Onde estão os rapazes?

— Lá fora, onde mais se celebra um aniversário?

Dougie surgiu da varanda, conversando com a outra criança em seus braços. Ele fazia caretas, e tentava distrair o bebê de um ano e meio, que começava a chorar.

— Poynter! Está assustando minha filha. – Harry implicou.

— Tenho culpa se ela tem um pai feio como você? Até eu choraria.

— Ela deve estar com fome. – Peguei minha filha para amamentá-la. Frances Caroline tinha cabelos loiros e os mesmos olhos azuis do pai. Ela sorriu ao vir para os meus braços. Eu ainda sofria por não ter tido aqueles momentos com Joseph.

— E lá vamos nós atrasar os parabéns novamente! Joey, essas mulheres... – Harry deu de ombros, mandando o menino ir brincar do lado de fora.

Com um movimento de cabeça, Harry convidou Tom e Júlia para segui-lo até o quintal. Crianças brincavam de um lado para o outro. O aniversário de Joey era comemorado, pelo terceiro ano seguido, com sua família. Não era fácil estarmos juntos sempre, mas eu sabia que nós tentávamos fazer o melhor que podíamos. E estávamos felizes. Se alguém perguntasse se faríamos de novo tudo que fizemos, e se repetiríamos todos os erros, a resposta seria positiva. Se alguém perguntasse para mim quem era o homem que eu mais amava, eu responderia Harry Judd. E se alguém me perguntasse quem era o homem que eu mais detestava, ela ainda responderia Harry Judd.


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