Perdidos escrita por Inês Potter


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

E aqui está mais um... o.o



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Capítulo IV

A noite passou rapidamente. Ou melhor, passou rapidamente para Lily. Depois da aposta que fizera com Lene e depois dos protestos de Sirius (porque queria continuar a dançar com ela), Lily retirou-se sorrateiramente da pista de dança e foi sentar-se num dos sofás que ladeavam a pista de dança. A promessa que fizera a Sirius era de que ia descansar um bocadinho porque lhe doíam os pés. Contudo, vendo que Lily nunca mais voltava, Sirius foi à sua procura, encontrando-a depois, no tal sofá, deitada, a sorrir docemente e com os cabelos ruivos espalhados pelo tecido enquanto respirava profundamente.

Uma hora depois, o grupo de amigos decidiu que já era tarde e seria melhor irem-se embora, já que no dia seguinte haveria aulas. Ninguém quis acordar Lily por duas razões: primeiro, porque parecia um anjo a dormir, e segundo, porque seria capaz de os matar a todos se o fizessem. Acabou por ser Remus que a levou ao colo até ao carro dela. Quase não houve despedidas, o sono começava a pesar demasiado e era óbvio que a única coisa que era necessário naquela altura seria uma cama.

Lily acordou no dia seguinte cheia de dores de cabeça, não da ressaca, porque de facto ela não tinha bebido quase nada, mas sim das poucas horas que havia dormido, apesar destas terem sido mais do que as que os outros dormiram.

Arrastou-se até ao armário em que guardavam os medicamentos, na casa de banho e acabou por tomar um ben-u-ron. Depois, foi até ao quarto de Lene, puxou-lhe os lençóis para cima e abriu as portadas da janela, fazendo a luz inundar o quarto. Tomou banho, vestiu-se e estava a começar a tomar o pequeno-almoço quando reparou que Lene estava a demorar demasiado tempo. Voltou a abrir a porta do quarto dela e viu-a ainda refastelada na cama, com os olhos fechados e os cabelos pretos espalhados pela almofada.

-Lene? – chamou ela. – Lene? – e, vendo que assim não iria conseguir acordá-la, foi novamente até à casa de banho, pegou num copo com água e entornou-o em cima da cara da melhor amiga, que nesse mesmo momento deu um pulo da cama, pondo-se logo de pé como se tivesse levado um choque eléctrico.

-LILY! – gritou Lene, ainda a cuspir água e a esfregar os olhos. – Importas-te de me explicar qual foi a ideia?

Lily encolheu os ombros e respondeu:

-Acordar-te! Se não te despachares chegamos atrasadas à faculdade. E se isso acontece novamente, a professora McGonagall não nos deixa a entrar, lembras-te?

Foi o suficiente para que Lene esquecesse rapidamente o copo de água e corresse para a casa de banho. Ninguém queria ouvir os gritos da professora logo ao primeiro tempo da manhã…

De facto, mesmo lutando contra o tempo, não iriam conseguir chegar a horas à primeira aula, pensou Lily, enquanto Lene guiava pelas ruas de Londres. Já tinha tocado pelo menos há 10 minutos quando Lily e Lene chegaram à faculdade e, correndo como se estivessem a fazer uma prova de atletismo, percorreram metade dos edifícios até chegarem àquele em que tinham aulas. Assim que se encontraram diante da sala, Lene abriu a porta e entraram as duas, esbaforidas.

-Lílian e Marlene, atrasadas novamente. – disse McGonagall. Lene revirou os olhos ao ouvir o seu nome completo. - Porque é que eu não me admiro? E ainda por cima a fazer caretas? Até parece que não sabem que eu tenho razão! Eu já as tinha avisado, desta vez ficam lá fora. – resmungou a professora, depois de lhes lançar um olhar irritado, por lhe terem interrompido a aula.

Acabaram por sair da sala de aula e sentaram-se num banco de pedra, no jardim do campus.

-Se eu soubesse tinha ficado a dormir. – comentou Lene. – Desta vez, a McGonagall não foi nada justa. Ela sabe muito bem que eu não gosto de Marlene, mas insiste em chamar-me assim e depois ainda refila se eu reviro os olhos! Que ridículo! Agora perdemos a aula…

-Ainda por cima eram revisões para o teste da próxima semana. Estamos completamente lixadas. Não percebo nada de Química! – disse Lily.

-Ah, não podemos esquecer-nos de pedir ao Remus para nos ajudar, ele percebe isto tudo… É a nossa sorte.

-Podes crer. – concordou Lily, suspirando ao fechar os olhos e encostando-se para trás. – Estou mesmo cansada. Eu disse que era má ideia ir ontem à festa.

-Cala-te, Lily. – Lily abriu os olhos rapidamente e lançou a Lene um olhar indignado. A outra encolheu os ombros. - Não te divertiste, foi?

-É claro que sim, mas…

-Mas o quê? Até conheceste um rapaz interessante e giro, acho que não te podes queixar de nada. Não sei o que seria de ti se não fosse eu… - comentou Lene, sorrindo.

-Acho que sem ti, seria muito melhor pessoa. – comentou Lily, provocando a amiga. – Ao menos não chegava atrasada às aulas…

-Sim, mas a tua vida também não teria piada nenhuma, admite!

-Não vou admitir uma coisa que não é verdade! – Lily deitou a língua de fora a Lene.

Lene inclinou-se para o lado e começou a fazer cócegas a Lily, que não se conseguiu controlar e acabou por rebolar do banco e cair sentada no chão.

-Que dizias? – perguntou novamente Lene, enquanto franzia a sobrancelha.

-Que… não… vou adm… admitir… uma coisa… que não é verdade! – disse Lily, enquanto tentava respirar e afastar Lene, que ainda lhe fazia cócegas.

-Não acredito que aches mesmo isso. – Lene suspirou e, levando as suas coisas, afastou-se de Lily, entrando no pavilhão onde deveriam estar a ter aulas.

-Lene, estava a brincar. Como é que pudeste achar que eu estava a falar a sério? – gritou Lily, correndo atrás dela para conseguir acompanhá-la.

-Não digas nada, Lily. Eu já percebi, eu sei quando as pessoas estão a dizer o que sentem. – disse Lene, ainda de costas para ela.

-Não te vais zangar por uma idiotice destas, pois não? – perguntou Lily, visivelmente preocupada.

Lene virou-se para trás com um grande sorriso nos lábios, e olhou para Lily de forma trocista.

-Achas mesmo? O que vale é que tu acreditas sempre em mim! – disse ela.

-Idiota, estavas a gozar comigo.

-É verdade, é verdade.

-O que eu aturo…

-Mas tu gostas.

-Nem sei como.

-Mas não deixas de gostar.

-Infelizmente.

-Lily, não digas essas coisas, que fico a sentir-me mal. – disse Lene, a fazer beicinho.

-Pronto, eu gosto muito de ti!

-Muito melhor! – concluiu Lene, ao mesmo tempo em que tocava para a saída.

-Vamos sair daqui, por favor, daqui a um bocado morremos claustrofóbicas. – pediu Lily, pois os corredores estavam a encher-se cada vez mais com os alunos que saiam das salas.

-Ei, Lene! Lily! – gritou uma voz vagamente conhecida, ao longe.

Lene estreitou os olhos à pessoa que as tinha chamado e Lily fez um esforço para conseguir distinguir, ao longe, a face de Sirius, no meio da multidão.

-Black. – cumprimentou Lene, depois de Sirius se ter juntado a elas.

-Sempre de bom humor, Marlene. – disse Sirius, enfatizando o nome dela, o que fez Lene lançar fumo das orelhas e resmungar “Idiota”, ficando zangada.

-Sirius, que fazes aqui? – perguntei-lhe, tentando desviar a atenção dele de Lene, para não a arreliar. Afinal, seria Lily que depois teria de aturar o bom humor dela.

-Eu estou a estudar aqui. Fui tratar da papelada há uma semana, hoje foi o meu primeiro dia de aulas. E fiquei na mesma turma que vocês nalgumas disciplinas! – disse ele.

-Que sorte. – resmungou Lene. Sirius ignorou-a.

-Mas tu não eras jogador de futebol? – perguntei.

-Que eu saiba, os jogadores de futebol não são impedidos de estudar, a não ser que não queiram ter futuro.

-Ah, e tu és um daqueles que quer ter futuro, certo?

-Sou suficientemente inteligente para decidir que sim. – respondeu, sorrindo.

-És mesmo? – perguntou Lily, gozando com ele tal como ele tinha feito com ela na noite anterior.

-Ruivinha, queres falar sobre inteligência? Sirius Black é o rapaz mais bonito, sexy e inteligente toda a cidade. – Lily olhou para Lene, que por sua vez olhava para Sirius como se o que ele estivesse a dizer fosse completamente estapafúrdio. – Aliás, a prova disso é que eu fui capaz de chegar a tempo à aula de Química, enquanto vocês levaram um raspanete!

-A culpa não foi minha… - comentei.

-Então foi de quem?

-Da Lene, ela não acordava.

-Ah, eu logo vi que tinha de ter a ver com a mal humorada! – comentou ele, fazendo Lene lançar-lhe um olhar penetrante. Ela ia já a abrir a boca para gritar com Sirius quando finalmente apareceram os outros todos.

-Bom dia, atrasadas! – foi a saudação de Frank.

-És muito querido, Frankie. – resmunguei.

-Só digo verdades!

-Vocês não estão com umas dores de cabeça horríveis? – perguntou Mary, que estava com uma cara de sono que se notava à légua.

-Por acaso, já dormia mais um bocadinho… - disse Alice, enquanto bocejava. – Passei a aula toda afazer um esforço para manter os olhos abertos. Já o Remus, prestou atenção a tudo o que a McGonagall disse.

-Nem sei como… - resmungou Frank.

-Muita paciência. – disse Remus.

-E um café. – acrescentou Mary.

-Remmie, de vez em quando devias tentar descontrair e não fazer nada nas aulas. Como eu. – sugeriu Sirius, falando com ele como se já o conhecesse à anos.

-Acho que irás muito longe se continuares a dormir nas aulas, tal como fizeste hoje. – disse Remus, com um sorriso.

-Soube mesmo bem! Já tu não podes dizer a mesma coisa.

A campainha soou novamente por todo o recinto e embora de má vontade as pessoas voltaram a arrastar-se para dentro das salas. Lily e Lene, embora tivessem perdido a primeira aula, estavam ainda com menos vontade de prestar atenção, facto esse que era invulgar no que toca a Lily. As aulas passaram e de seguida veio o almoço. Felizmente, nem Lily, nem Lene nem Mary tinham aulas naquele dia à tarde e puderam sair mais cedo do que os outros.

Lene acabou por conseguir levar Lily e Mary ao centro de Londres para fazer compras e para ir comer gelado a uma geladaria a que costumavam ir. Acabaram por passar por um quiosque para comprar uma caderneta de cromos para o irmão mais novo de Mary, dado que esta lhe tinha prometido que lha iria dar. Lily passou os olhos pelas revistas com as capas cheias de celebridades e pelos jornais desportivos. Um determinado título, mais pequeno do que a grande manchete que ocupava quase toda a página principal do jornal, chamou-lhe à atenção: “James Potter, novo avançado de Montreal Impact, começa os treinos já na segunda-feira”. Lily olhou mais atentamente para o jornal, tentando ao mesmo tempo fingir que não o estava a ler. “O jovem de 21 anos estreia-se agora no clube Montreal Impact da cidade de Montreal. O seu colega de equipa que jogava tal como ele como avançado na selecção sub-21 do Canadá, Sirius Black, optou por ir para Inglaterra, embora ainda não se tenham informações sobre possíveis clubes em que possa jogar.” Lily arregalou os olhos e chegou-se à frente para tentar ler o resto do artigo. Contudo, Mary tinha acabado de comprar a tal caderneta e a mente de Lily, que ainda tentava perceber correctamente o que o artigo dizia, não foi rápida o suficiente para inventar uma desculpa para conseguir ler o resto.

Assim, avançaram pelas ruas de Londres, com Lily calada e pensativa e Mary e Lene a conversarem sobre um assunto qualquer sem importância.

Entraram na geladaria do costume e sentaram-se para pedirem os gelados. Lily escolheu um de avelã e baunilha, Lene um de menta com raspas de chocolate e Mary um de morango e framboesa. Depois de acabarem de comer, decidiram voltar ao apartamento de Lily e Lene para verem o filme “Titanic”, pois Lene nunca tinha visto e Lily e Mary achavam isso um ultraje.

Entretanto, a meio do caminho, encontraram um gatinho pequeno que começou a roçar-se nas pernas delas e a miar. A princípio não ligaram mas o gatinho continuava a segui-las e uns segundos depois Lily estava profundamente comovida.

-Vá lá, Lene. É só um gatinho… E já viste o tamanho dele? Por favor! – pediu Lily, pela segunda vez.

-Não. Em nossa casa não entram gatos. Não gosto desses bichos. – comentou ela, olhando de soslaio para o gato que estava ao colo de Lily.

-Por favor, Lene. – A outra acenou negativamente com a cabeça.

-Também, se o fossem adoptar o Sirius não poderia entrar em vossa casa, portanto se calhar é mesmo melhor deixá-lo ficar. – comentou Mary, que estava encostada ao muro e que observava Lily e Lene.

-Porque é que ele não poderia entrar? – perguntou Lene, subitamente interessada na conversa.

Mary olhou para o gato, para Lene, e depois para Lily, a quem piscou o olho.

-O Sirius é alérgico a gatos, começa logo a espirrar cada vez que está num sítio onde exista um gato, coitado. – disse Mary.

-Então estamos à espera do quê? – perguntou Lene. – Vamos embora, e o gato vem connosco. – continuou, começando a andar.

-Obrigada. – sussurrou Lily.

-É mesmo verdade… - disse Mary, com um olhar inocente. – De nada. – e sorriu.


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Notas finais do capítulo

Como estou em época de testes, é mais difícil de conseguir postar mas aqui está o quarto capítulo
Fiz também uns ajustes nos capítulos anteriores porque estavam com algumas falhas...Espero que gostem :b
Comentários? *-*
Beijinhoooooos



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