Entrelaçadas pelo Amor escrita por Kaah_CSR


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Aí está mais um! Espero que gostem!



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Não deixar uma pergunta sem resposta era como um caso de vida ou morte para os Willows. E, é claro, Lindsay Willows não estava fora dessa lista.

    Enquanto os investigadores continuavam a comentar o caso e tentando achar uma solução, Lindsay saiu da sala de convivência sem dizer uma palavra. E ninguém, a não ser por Greg, percebeu a saída da jovem.

    - Vamos ver se você é um homem ou um rato, Ecklie – Lindsay falou em voz baixa para si mesma. Ela acelerou o passo e quando estava preste a virar o corredor e esbarrou em alguém. Por que é que esses corredores não são mais seguros nos dias de hoje?   

    - Me descul... Ah, é você – Ecklie fechou a cara quando percebeu em que havia colidido. A expressão no rosto de Lindsay não demonstrava nenhum sentimento positivo quanto aquele encontro.

    - Droga – queixou-se a menina, começando a limpar suas roupas teatralmente. – Agora vou ter ir para casa trocar de roupa.

    A face de Ecklie ficou mais sombria, mas nem isso e muito menos o ódio em seus olhos foram capazes de fazer Lindsay recuar. Ela não gostava de Ecklie. Havia algo estranho nele, havia uma história muito sombria e misteriosa por traz daqueles olhos. Mas por enquanto Lindsay só podia confirmar que ele não passava de um porco. Um porco irritante.

    E ela queria falar tudo na cara dele, mas não podia por causa de Catherine. Ela não queria que sua mãe perdesse o emprego por causa dela, não depois do grande susto que acabara de ter.

    Por isso, Lindsay contentou-se em sorrir falsamente.

    - Duvido que se contente com uma só muda de roupa – Ecklie fingiu pensar por um momento. – Pelo que eu tenho observado... Sua mãe tem que trabalhar em dobro para poder sustentar você e seus gastos. Aliás, estou desconfiado que ela tenha que retomar seu antigo emprego.

    - Na verdade – rebateu Lindsay entredentes, esquecendo-se completamente de controlar o que falava. – Ela trabalha tanto como os outros. E eles só trabalham tanto para corrigir os erros que sua incompetência causa a esse laboratório.

    - Você sabia que posso despedir sua mãe? – ameaçou ele.

    - Aí você vai acabar com o laboratório. Ou com o resto de reputação que sobrou.

    Ecklie fuzilou Lindsay com o olhar e ergueu uma mão, perdendo todo o controle. Estava preste a bater nela quando uma mão segurou seu pulso por trás e o puxou violentamente para trás.

    - É tão covarde que ameaça bater em criancinhas?! – gritou Catherine. – E na minha filha? Seu desgraçado! – e com isso meteu-lhe um tapa no rosto, forte o suficiente para fazê-lo sangrar.

    Catherine avançou contra ele novamente, mas foi segurada por Grissom, que recebeu uma dura cotovelada na barriga, mas não a largou.

    - Me solta! Esse cachorro queria bater na minha filha! Ah, mas você vai ver, seu porco metido a supervisor geral ou diretor assistente! Eu acabo com você! Me solta, Grissom, se não vai sobrar para você!

    - Catherine, pare! – Grissom pediu e ofegou ao receber outra cotovelada.

    - Me solta ou eu queimo seus insetos vivos e como no jantar!

    - Catherine, pare, você só vai piorar a situação! – Grissom tentou controla-la, mas pouco adiantou. Catherine continuou se debatendo para se livrar dos braços de Grissom, que usava toda sua força para impedir que ela acabasse matando Ecklie.

    Ecklie, que antes estava nervoso, agora literalmente bufava de raiva. Seu rosto estava ardendo e quando ele se endireitou era possível ver uma imensa marca de mão vermelha em sua bochecha, acompanhada com um corte fino de sangue. Mas mesmo assim, ele sorria, aparentemente satisfeito por Catherine ter se descontrolado.

    - Acabou Willows. Está despedida por justa causa. Não poderá mais ajudar sua amiguinha.

    A razão fugiu da cabeça de Catherine, assim como o resto das outras coisas que estavam em volta de seu alvo. Ela não estava vendo mais nada além do rosto sorridente de Ecklie, e aquele sorriso foi o suficiente para que o vulcão dentro de seu corpo entrasse em erupção. Todas suas emoções, toda sua raiva por Ecklie ter ameaçado atingir Lindsay, a raiva por não ter impedido Sara de vir com ela para casa, a dor e preocupação com Sara eram grandes demais para que ela se preocupasse com seu emprego. Naquele momento, sua carreira estava em último plano, e pouco importava perto da raiva que sentia por aquele infeliz que se atrevia a existir.

    Tudo o que a impedia de bater nele eram o aperto de Grissom em um dos seus braços e o braço de Warrick em sua cintura, imobilizando-a.

    - O que está havendo aqui? – perguntou Brass.

    - Willows se descontrolou e me deu um soco – respondeu Ecklie calmamente, como se nada tivesse acontecido. – Mas tudo já foi resolvido. Ela já pode voltar para casa. E não precisa voltar.

    - Você a demitiu? – Greg acabara de chegar e escutara algo que nunca pensou que fosse ser capaz de ouvir. – Ecklie, você não pode...

    - Fique fora disso, Sanders. Vá cuidar do que interessa.

    - Catherine, você...

    - Me solta, Grissom. Eu não vou bater nele – garantiu Catherine, e pela sua voz parecia um pouco mais calma. Tanto Warrick como Grissom afrouxaram o aperto até a soltarem completamente, mas mantendo as mãos perto para a impedirem de fazer qualquer outra besteira. – E se você acha que vai me impedir de achar a Sara, Ecklie, está muito enganado.

    Dando as costas, Catherine começou a andar até a sua sala, ou melhor, sua ex-sala.

    Todos ficaram em silêncio por um momento, um olhando para o rosto do outro, esperando que o clima baixasse.

    - Bom, o que eu vim fazer aqui foi procurar você Warrick – anunciou Ecklie e ergueu um papel para que ficasse a vista de todos. – Temos um 419 a três quilômetros daqui. Leve Nick com você.

    - Mas... Como ficaremos sem Nick e Warrick?

    - Greg tem razão, Ecklie – Warrick tentou intervir. – Eu posso cuidar do caso sozinho.

    - Warrick, leve Nick com você. E Grissom, você fica com Greg e Brass para tentar achar Sara. Boa sorte.

    Sorrindo satisfeito, Ecklie deu as costas e saiu, massageando seu rosto.

    Ainda em silêncio, cada um foi para seu lado até só sobrar Greg e Lindsay. Greg estava chocado com tudo o que tinha acontecido e Lindsay parecia que ia ter um ataque a qualquer momento. Mas mais do que chocada, Lindsay começava a sentir uma culpa enorme, afinal, fora por causa dela que sua mãe perdera o emprego.

    Uma lágrima rolou pela face da jovem e Greg a enxugou.

    - Droga! – disse Lindsay, respirando fundo para evitar outras lágrimas. Ela não iria chorar ali, muito menos na frente de Greg. – Foi culpa minha!

    - Não foi. Ecklie é um...

    - Idiota! – Lindsay completou gritando.  

    - É – concordou Greg em voz baixa e abriu os braços em um gesto acolhedor.  Lindsay por fim desistiu e se agarrou à Greg, deixando que outras lágrimas seguissem seu caminho.

    Eles ficaram ali por alguns segundos até que Lindsay recuou, passando uma mão no rosto.

    - Obrigada.

    Greg se limitou a sorrir.

    - Você vai para casa?

    - Minha mãe vai me matar.

    - Vai ficar aqui?

    - Aí o Ecklie me mata.

    - O que vai fazer?

    Lindsay pensou por um momento. Não havia mais nada para ela fazer ali. E nem sua mãe. O que era ruim, já que Lindsay sentira uma pequena dúvida em relação à Ecklie. Mas ela não teria como descobrir algo suspeito se ela ficasse fora do laboratório. E dentro naquele momento não era o melhor lugar para se estar. Mas havia Greg. E ele poderia ajudar. Ele gostava tanto de Sara como Lindsay, certamente iria ajudar.

    - Greg, eu tenho um plano – Lindsay finalmente anunciou. – E não tenho como ficar aqui. Vai ter que me ajudar.

    - Conte comigo. Deixa eu adivinhar, você está desconfiada de alguém.

    - Como você sabe?

    - Você está fazendo o mesmo olhar que Sara faz quando...

    - Sei – Lindsay cortou a fala de Greg e olhou em volta para ver se havia alguém por perto. – Greg, eu estou desconfiando de Ecklie. Olha aqui, quando eu ia procurar por você antes, eu o vi falando no celular, bastante nervoso e dizia alguma coisa sobre um casa e algo sobre a “parte dois” já estar feita. Será que ele não pode estar metido nessa?

    - É uma boa ideia. A gente teria certeza se pegássemos o telefone dele.

    Greg parecia desapontado. Pegar o celular dele não seria nada fácil.

    Por outro lado, Lindsay estava sorrindo. Já sabia o que fazer.

    - Greg, você distrai ele – e começou a andar na direção da sala de Ecklie.

    - Distrair? Mas como?

    - Não faço a mínima ideia. Vai pensando aí.

    - Vai pensando aí! – murmurou Greg, ironizando. – Eu tenho uma evidência para pegar!

    Quando eles chegaram a alguns metros da porta da sala de Ecklie, Lindsay teve uma ideia.

    - Ei, a gente pode fazer assim: você pode dar uma desculpa para que ele saia da sala e aí eu...

    - Shh, Lindsay, escute.

    Os dois inclinaram a cabeça na direção da sala de Conrad, onde era possível ouvir a voz dele alta o suficiente para que se tratasse de uma discussão.

    - Ele está no telefone – sussurrou Greg depois de olhar pela janela e voltar a seu lugar.

    - Eu já disse que fiz o possível – dizia Ecklie. – Ah, você vai? E onde é que eu vou achar uma casa? E em Nova Iorque? Quem você pensa que é para me mandar arranjar isso? Eu não... O que? – alguns segundos se passaram em silêncio – Eu não farei isso. E não se preocupe, tudo está sobre controle. Ela? Nem se preocupe. Nem está mais no emprego. Procure fazer tudo certo. – e desligou.

    Greg e Lindsay saíram rápido dali. O plano iria por água a baixo se eles fossem descobertos ouvindo a conversa de Ecklie, principalmente se o próprio os pegasse em flagrante. Indo para um corredor longe dali, Greg se virou e fitou Lindsay com uma expressão levemente assustada.

    - Você ouviu o que eu ouvi?

    - Se o que você ouviu foi algo sobre uma casa, em Nova Iorque, algo sobre controle e uma leve menção sobre essa tal de ela, que pode ser minha mãe, ter perdido o emprego, sim, eu ouvi o que você ouviu.

    - Ecklie parece ser um suspeito.

    - Sem dúvida – concordou a jovem.

    - Lindsay, vamos para casa – chamou Catherine, a alguns metros de distância. Lindsay sentiu sua barriga gelar ao ouvir a voz da mãe, calma, mas com um leve tom de ordem, o suficiente para que ela ganhasse um belo de um sermão e pelo menos uma vida de castigo. Lindsay olhou suplicante para Greg.

    - Por favor, diga aos outros o que descobriu.

    - Claro. Tchau Lindsay. Tchau Catherine.

    - Até mais Greg. E… você sabe o que fazer.

    - Eu vou encontrar Sara – disse ele confiantemente e Catherine sorriu.

    - Eu sei que vai. Qualquer novidade...

    - Você será a primeira a saber.

    Catherine assentiu e começou a andar. Lindsay sabia que ela não a chamaria novamente e tratou de se despedir logo de Greg e de alcança-la. Agora a única chance que ela tinha de ajudar Sara, era por meio de Greg e ela só esperava que ele fizesse tudo certo.

    Com uma última olhada para o laboratório, Catherine e Lindsay olharam para o jovem criminalista e ele assentiu, dizendo pelo olhar que faria de tudo para ajudá-las.

    - Boa sorte – sussurrou Lindsay.

    - Você vai precisar – retrucou Catherine, sem ao menos olhar para sua filha.


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Notas finais do capítulo

O negócio é o seguinte: Eu escrevo, vocês leem e se gostam ou não, comentam. Quero saber o que vocês estão comentando! Até a próxima!