Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 35
Capítulo 35 - Apartamento


Notas iniciais do capítulo

Eii, voltei. Não tão rápido, mas também não demorei tanto!
Fico feliz que muitas estejam gostando. Muito obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/136679/chapter/35

Estávamos finalmente indo para o apartamento de Igor, que eu nunca tinha visto. Estava quase tão ansiosa quanto ele, eu diria até mais. Ele estava relaxado, rindo de algo que Pablo contava e tentava fazer com que eu me interessasse ao assunto. O que estava super difícil.

Igor ainda estava abatido, com grandes olheiras em volta dos olhos. E um curativo grande no braço , ér... forte. Mas apesar de tudo, parecia saudável. Estávamos os três no banco de trás do táxi, e subitamente Igor olhou para mim. Tinha as sobrancelhas unidas, e parecia concentrado.

– O que foi?

– Nada. – Parou de me olhar, fixando os olhos em Pablo. – Meu apartamento ta muito bagunçado?

– Sim. – Pablo disse prontamente, Igor se remexeu desconfortável no banco.

– Você não arrumou?

– Tenho cara de empregada, cara?

– Então tá... Estamos levando uma garota, isso mesmo, uma garota, extremamente critica pra um apartamento todo bagunçado? – ele perguntou, irônico. Isso seria divertido. – Isso sim que é um bom jeito de acabar com a reputação de uma pessoa.

– O apartamento é seu, to de boa. – Pablo disse, se largando ainda mais no banco do táxi. Piscou pra mim.

– Outras garotas já devem ter visto seu apartamento, Igor. – murmurei, irônica.

– Não, eu nunca levei.

– Como você sabe? Não tinha se esquecido?

– Eu não sei como eu sei, mas eu sei que nunca levei.

– Você é realmente bom com rimas. – Quis rir da sua careta de deboche. Era divertido provocá-lo.

– Engraçadinha.

– É verdade, eu nunca levei. – virou-se para Pablo. –  Ou já levei?

– Malu é a primeira mesmo.

– Que honra, ou azar. – murmurei fracamente.

– Chegamos. – Pablo anunciou, já saindo do carro. Saí depois, apressadamente. Igor atrás de mim, parou ao meu lado. Era um prédio simples, bem localizado. No centro da cidade. Não era tão grande quanto os outros ao seu redor, mas tinha seu charme. Parecia velho e antigo, mas tinha um ar de velharia interessante. Algumas janelas, possuíam sacadas, daquelas antigas. Achei super legal. O prédio em uma outra época fora branco era óbvio, mas agora era cinza, de sujeira.


– Gostei. – Igor murmurou.

– Que sorte, hein? Gostar do lugar onde você mesmo escolheu morar.

– Shiu, sua chata. – Ele passou a mão pelo meu cabelo enquanto voltava a andar. O segui. Pablo disse algo para o síndico, que cumprimentou Igor. Analisei o saguão, pequeno e simples, mas era muito mais moderno que a fachada do prédio. Igor observava tudo e se encaminhou para o elevador.

– Quebrado, champz. –  Pablo murmurou, rindo da cara de Igor.

– Ta brincando?

– Eu moro no terceiro andar e você no sétimo.

– Fala sério. – choraminguei com Igor.

Igor segurou minha mão enquanto subia as escadas, parecia acostumado a fazer isso. Bem, tecnicamente ele era. E além do mais, ao contrário de mim, ele não era nem um pouco sedentário. Possuía um corpo atlético. Então, com certeza, não era difícil para ele, com aquelas pernas torneadas, coxas grossas e firmes, que você podia ver o contorno perfeito dos músculos na calça jeans, subir uns míseros degraus. Me peguei com o rosto corando enquanto olhava o jeito como ele apertava firme meu pulso. Tinha uma visão ampla das suas costas, definidas e musculosas. Ele possuía uma musculatura avantajada, ao contrário de Pablo, que era mais magro, mas mais alto também. Ele era forte... E parecia tão cheiro de energia!

Paramos num corredor e Pablo parou em frente a uma porta. Esticando uma chave para Igor, que rapidamente tentou abrir a porta.  Teve dificuldades pelo visto. Eu conhecia esse truque, era uma porta velha e se você queria passar por ela tinha que mostrar quem manda. Igor não pensava igual a mim. Estava quase implorando para a porta se abrir, e não me surpreendi quando ele começou a pedir mesmo, enquanto Pablo ria, se divertindo com a situação. Eu controlava o riso.

– Por favor, porta. Abre! Por favor, portinha! Abre caramba! – Ele murmurava, concentrado, girando a chave. – Essa porra não abre?

– Af, Igor. Me dá essa chave. – estiquei a mão.

– O apartamento é meu, eu tenho que entrar primeiro.

– Muito justo. Mas como vamos entrar se nem a porta você consegue abrir? – Pablo riu de leve e eu arqueei a sobrancelha, indicando a chave. Ele bufou, me entregando.

– Você é muito chata.

– Agora... Aprenda como se abre uma porta, senhor Igor. – peguei a chave e coloquei na fechadura. Tentei girar... Nada. Então, fiz o que sempre fazia quando qualquer coisa minha não funcionava. Chutei a porta com força. Pablo riu e Igor arfou. Girei a chave, já na fechadura. A porta destrancou, e eu a empurrei, levemente, fazendo com que ela rangesse. Olhei para Igor, me sentindo fodona.


– Você me assusta, sabia? – Dei passagem para ele, que entrou rapidamente. Eu logo após e Pablo atrás de mim. Ele olhava tudo com curiosidade e me concentrei nos detalhes. Aquele apartamento estava uma zona. Era bem mobiliado e poderia ser bonito se não fosse toda a sujeira. A sala era um cômodo grande, ao lado dela, acoplado, uma razoavelmente grande cozinha. Com a pia lotada de louça. Havia um sofá e duas poltronas, uma TV numa Rack, cor de mogno. Caminhei até a cozinha e vi uma pequena porta ao lado, a abri, xeretando. Havia uma pequena área de serviço, até mesmo grandinha. Uma máquina de lavar e secadora, os varais eram no teto. E em uma paredes havia um armário e ao lado dele a prancha de Igor. Saí da lavanderia, Pablo jogava papeis de salgadinhos no chão, procurando um lugar para sentar no sofá.

– Cadê ele?

– Foi pro quarto. – segui pela sala, a atravessando. Podia ver uma pequena varandinha, privilegiada. Deixei para analisá-la depois. Caminhei por um pequeno corredor, havia duas portas. Uma de um banheiro minúsculo e a outra no fim do corredor. Dava pro quarto.

O quarto de Igor era pequeno.  Uma cama de casal ocupava parte do espaço e havia um guarda-roupa ao lado dela, próximo a porta. Havia uma estante com uma TV consideravelmente menor que a da sala. O quarto era pintado em tons pastéis, mas havia pôsteres de bandas nacionais. O chão estava sujo e os móveis cheios de pó. Ao todo, era um apartamento bem sujinho, o que indicava que Igor era desleixado, embora eu tivesse que relevar que ele passara uma semana no hospital e tudo o mais. No todo, era um apartamento bem masculino , sem dúvidas. Bagunçado, sem muitos enfeites, bem impessoal. Parei na porta, vendo Igor olhar tudo minimamente. Abrindo gavetas e tudo o mais. Então estancou, me olhando aborrecido.

– Eu moro em um chiqueiro. – Ele choramingou. Ri de leve.

– Só precisa de uma faxina. Uma grande, imensa e aterrorizante faxina!

– Você vai me ajudar?

– Claro! Contanto que eu não tenha que limpar. Mas posso supervisionar você. – ri de leve, sorrindo convidativa. Ele choramingou.

– Vou matar Pablo por ter deixado trazer você aqui com esse apartamento assim. É humilhante.

– Meu quarto é pior. Sério. – pensei no meu guarda-roupa. Se eu o abrisse, provavelmente seria soterrada pelo montante de roupas acumuladas.

– Já fui ao seu quarto?

– Não.

– Me leve um dia em que estiver bem bagunçado pra eu me sentir melhor?


– E me humilhar? Haha. Vai sonhando. – tirei o cabelo do rosto, prendendo ele com uma caneta que eu tinha no bolso.

– O que eu faço agora? – Quis rir do jeito infantil como ele sentou na cama, cruzando os braços e me olhando esperançoso.

– Bem, como você parece um bebê sentado aí na cama. – provoquei. Olhando ao redor. – Vamos ao supermercado, comprar comida e produtos de limpeza. E vamos trabalhar!

– Sério? E o que isso implica?

– Lavar louça, tirar cueca do Box, tirar coisas jogadas no chão e varrer. Tudo que você não fez durante todo o tempo que você morou aqui, aposto. E esse sacrifício será feito para que possamos sentar e comer algo. Amém! – Ele fez uma careta, denotando preguiça. – Nem adianta me olhar assim, ainda nem é uma hora ainda. Até as 6 a gente termina.

– Af.  Faxina?

– Estou tão animada quanto você. – Eu disse, mas me sentindo até mesmo animada. Não pelo fato de querer arrumar o apartamento, mas por imaginar a cena de Igor limpando a casa. Era engraçado só de imaginar.

– Tudo bem, tudo bem... Mas, só pra constar, eu não me lembro de ser tão bagunceiro assim.

– Você é um piadista, Igor. – Escondi meu sorriso quando ele passou por mim, beliscando minha bochecha. Me sentindo ainda mais animada de repente.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. :*