Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 29
Capítulo 29 - Sozinha


Notas iniciais do capítulo

Ta, eu não demorei muito. Esse capítulo está... blérgh. KK Ta bem melodramático e romântico. Quem gosta de capítulos assim? KKKBem, vou parar de ser chata. Espero que gostem.



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Depois que Alexandre saiu da minha casa. Umas duas horas depois de nossa conversa, me levantei decidida e fui fazer o que tinha de ser feito. Era fim de tarde e o clima começava a esfriar. Apertei os braços, já avistando a praia. Caminhei entre a areia, olhando distraidamente para a praia deserta. Então o avistei.

Eu sabia que o encontraria ali, me esperando. Não me pergunte o porquê, mas eu estava pensando mais no óbvio do que em qualquer coisa naquele momento. Foi numa praia, perto do mar, talvez o mesmo mar só que em lugares diferentes, que tudo tivera seu começo e o fim. Nosso começo e nosso fim. Era natural que seja aqui que tudo seja resolvido.

– Você demorou. – Ele disse, sabia que agora ele devia estar sorrindo.


– Pontualidade não combinada sem sombra de duvida não é o meu forte. – murmurei, minha voz mais alta do que eu tinha imaginado. Ele estava sentado na areia, olhando o mar.

– Espero que Ceci não tenha sido muito cruel com você.

– Não deveria estar preocupado comigo, mas com ela. Quer dizer... eu acabei com ela. – murmurei, a contragosto. Ele soltou uma risada de leve. Se levantando, agora olhando para mim. Continuei abraçada a mim mesma. Irritada e temerosa ao mesmo tempo.

– Então ela te contou...?

– Não. Ela só veio enlouquecida pra cima de mim. Sabe como é. Ela pula os motivos e já parte pra ação. Pelo menos eu ainda tenho cabelo... – passei as mãos pelo cabelo, ele sorriu de leve, ainda tristonho. – E bem, Alexandre me contou.

– Ele contou da festa?

– Urrun. A propósito, como está sua cabeça? – murmurei, sarcasticamente.

– Ainda dói um pouco.– Ele esfregou a testa e eu reprimi uma risada.

– Talvez você deva começar a visitar seus parentes no rodeio. Ou não. Talvez deva ser ruim para seu ego masculino ver um homem de verdade te montando.

– Isso é cruel sabia? Eu estou mal. Minha namorada me traiu e você fica zoando minha família de bovinos. Eu poderia entrar em depressão.

– Você supera. – sorri, deixando o desconforto de lado momentaneamente.

– Tem razão. Eu supero. – Ficamos nos encarando, até que tive que desviar o olhar. Olhando para o chão, evitando contato visual.

– Bem, Igor... Eu não faço ideia de porque estou aqui. Mas estou disposta a ouvir sabe? Quero ouvir suas explicações, se é que existem, para tudo.

– Que sorte a minha de não ter palavras agora. Isso é estranho... Sempre ensaio palavras do que eu falaria pra explicar pra você tudo que aconteceu. E agora, elas sumiram. Porque sei que não importa o que eu diga, não vai te trazer de volta pra mim.

– Tenta. – sussurrei. Ele sorriu de lado, passando as mãos pelos cabelos. Mais compridos agora.

– Parece que quanto mais fico mais velho, mais tendo a fazer idiotices. Principalmente quando se trata de você. Eu perco o bom senso quando se trata de você. Porque eu sempre deixo de lado tudo, todas as consequências, só pra ter você perto de mim. Meus erros nunca me pareceram tão ruins, porque no meio deles sempre tinha você. E me diz, como é possível você ser errada? Até o errado para bom perto de você. É porque você é boa e por ser tão boa, faz tudo se tornar ainda melhor.

– Não diga que eu sou boa. Parece mais uma mentira.

– Você tem essa mania de subestimar a si mesma. Não faz ideia do quão maravilhosa que é.

– Meu ego não é proporcional a minha capacidade de desculpar, sabia? Me elogiar não vai fazer com que eu te perdoe.

– Não estou te elogiando porque eu quero algo de você. – Ele bufou, revirando os olhos. – Eu estou te elogiando porque você é assim. Não preciso que você me dê nada para que eu queira te elogiar. Sua desconfiança chega a ser assustadora, sabia?

– Eu tenho motivos.

– É, talvez tenha. Mas não diga que é mentira quando digo que amo você. – senti aquela raiva conhecida tomar conta de mim. Me fazendo bufar, incrédula. Como ele queria que eu acreditasse depois de tudo que ele fez?

 – Se você me ama tanto assim... Então porque ficou com a minha irmã? – Bingo. Era exatamente essa pergunta. A que eu gritava em meu íntimo toda vez que ele dizia que me amava.

– Por que... Por que... Sendo sincero, absolutamente sincero, e mostrando mais uma vez como sou um canalha. Ela me lembrava você e ao mesmo tempo era tão diferente. Ela era atrevida e você não. E ela tinha seus olhos, castanhos... Não consegui dizer não a mim mesmo. Eu procurei nela aquilo que mais me afastava de você. Sem saber que assim eu estava me aproximando mais. Foi errado, eu sei que foi. Mas eu não pude resistir. Eu fui um canalha e eu me arrependo de ter feito isso.

– Não fale como se isso importasse. – passei a mão pelos cabelos, pesando seus motivos. Sentia a raiva crescer dentro de mim novamente. Como alguém podia ser tão... egoísta? Pior, como eu podia amar alguém tão egoísta? Literalmente, o amor não faz o menor sentido.

– Importa, sempre importou.

– Mentira! Você nunca se importou. Nas férias você me deixou ir embora, não veio atrás de mim. Me deixou abandonada. Você quebrou todas as suas promessas. – sussurrei, a ultima frase, já me sentindo desgastada.

– Eu te liguei durante semanas!

– Eu não queria ouvir sua voz.

– Então queria que eu fizesse o que?

– Eu queria que você não tivesse mentido! Queria que você tivesse ido atrás de mim. Será que era tão difícil você correr e voltar pra mim? Me deixar bem novamente? – explodi, minha voz se elevando. Passei a mão pelo rosto, confusa e irritada. Magoada... – Era isso, foi isso que eu quis. Só queria que você driblasse a minha teimosia. Porque eu não queria ficar sem você, eu nunca quis.


– Porque não me disse?

– Eu nunca admiti isso nem a mim mesma e você queria que eu dissesse isso a você? O cara que mais me magoou? Mas agora não faz mais diferença.

– Mas eu amo você.

– Não faz diferença.

– Porque está fazendo isso? Porque está me ignorando? Porque finge desse jeito? Você fica aí, de braços cruzados, fingindo que esqueceu tudo! Fingindo que não sente, que quer que eu vá embora. Fingindo que nada mais importa. Isso me deixa louco!

– Eu não estou fingindo! Talvez eu só tenha cansado de esperar. Talvez eu tenha seguido minha razão e parado de sofrer. Talvez agora eu me ame, mais do que amei você. Talvez seja tarde demais. E talvez seja assim que tem que ser. Talvez não devêssemos ficar juntos. – Minha voz falhou e eu me senti ainda mais estúpida.

– Talvez isso seja uma tremenda mentira. Talvez, só talvez, você não tenha seguido em frente coisa nenhuma! Talvez você pensou em mim durante todos os dias. Talvez não houve um dia que você se martirizasse por tudo que você fez, por tudo de ruim que você causou. Talvez não houvesse um só dia que você não olhasse pro céu e torcesse com todas as forças para que eu estivesse olhando também. Talvez você tenha ficado com outras pessoas, achando que as amava quando tudo que você tinha no coração era apenas uma, que agora o despreza. –  engoli em seco ante sua declaração, sentindo minha garganta apertar. Sua voz era firme, mas ao mesmo tempo tremulava rouca. – Talvez você tenha feito tudo isso! Porque foi o que eu fiz! Eu fui um idiota. Um tremendo egoísta. Eu sei disso. Sei que mereço muitos castigos, mereço estar sozinho. Sei que fiz tudo errado. Sei que deveria ir embora, mas eu não consigo! O que eu posso fazer se eu ainda amo você? Me diz. Porque essa é a verdade. Eu amo você. Eu não estou mentindo. Eu ainda quero você. Mais do que isso. Eu preciso de você. Preciso de você agora, nos meus braços, fazer você se sentir minha. Porque eu sou seu. Nunca deixei de ser seu. Este estúpido, egoísta, idiota e repleto de defeitos, mas completamente doido por você, é seu! Total e completamente seu.

– Por favor, Igor... – Eu disse, colocando a mão no coração. Tentando contê-lo. – Não fale como se ainda possa dar certo.

– Mas pode! Pode se tentarmos. – Ele se aproximou e eu me afastei, dando dois passos para trás.

– Eu não gosto desses talvez. –  murmurei, fracamente.

– Você não percebeu? Eles são a verdade!

– De que adianta esses ‘talvez’ serem verdades se estamos tão feridos? Eu não posso esquecer. Não se trata apenas da gente. E a minha irmã? Ela ta magoada e me odeia agora. E todo o resto? Tudo? Não é assim tão simples. Você foi infantil e eu também. Eu não... Eu não sei lidar com tudo.

– Você não consegue lidar ou não quer?

– Eu... Eu não sei. Eu não sei se quero isso. Eu não aguento isso. Não estamos prontos para lidar com esses sentimentos de novo e com tudo que esta acontecendo em volta, entende? Eu sempre saio machucada e você também. Acho que a gente não funciona juntos, não importa que nos amamos, ou o que quer que seja esse sentimento. Nós sempre brigamos, sempre algo dá algo errado. – senti o bolo subir a minha garganta e tentei controlar as lágrimas, tentando deixar minhas palavras saírem firmes. – Seja pela minha inconsequência e falta de paciência, ou seja seu egoísmo. Não dá, sabe? Realmente não consigo imaginar nós dois. Não mais. Machuca, mas é a verdade. Não devemos ficar juntos, não é o certo. Eu te amo, mas... Não me imagino ao seu lado. Sinto muito, Igor.

Sua expressão vacilou e eu senti meu coração se apertando. Sabe aquela história que a verdade dói? É a mais pura verdade. Tudo dói. Não só a verdade, mas o que ela trás junto. A quebra das ilusões dos sonhos. Traz a realidade. E a realidade assusta, apavora, reprime, e enlouquece. Mais do que isso, destrói. O rosto de Igor estava perto do meu, abaixei a cabeça, não querendo olhar nos seus olhos. Seus dedos estavam paralisados no meu queixo, então levantou-o, me fazendo olhá-lo.

Por favor. – Duas palavras, sussurradas, fizeram tudo desmoronar dentro de mim. Senti as lágrimas molhando meu rosto. Mas eu não podia retirar o que eu tinha dito. Doía, doía muito. Mas eu não me imaginava ao lado dele. Não agora... Não desse jeito. Eu não sabia o que eu queria, mas quando vi seus dedos soltando meu rosto, e se afastando me senti afundar ainda mais na melancolia e tristeza.

– Eu menti sobre minha antiga namorada e menti sobre sua irmã. Eu não amei nenhuma das duas. Achei que amava a primeira e tentei me obrigar a amar a segunda. Todos os amores que achei que senti, foram amores de mentira. Montados sobre minha insegurança. E você, sendo o amor mais complicado, mais certo e errado foi o verdadeiro. Eu me sinto um inútil por ter feito você não me amar mais.  Mas eu sou seu e vou estar esperando o tempo que for, Malu.

Então ele se aproximou, beijando a minha testa. Fechei os olhos, aproveitando a sensação. Então, ele se foi. A proximidade do seu corpo desapareceu. E eu estava sozinha. De novo. Ele fora embora. E a verdade das suas palavras ainda me fazia estremecer e vibrar. Eu não sabia o que fazer. Eu nem sabia o que sentir! Eu estava apavorada e perdida. E tudo que notei era que doía.

Doía horrivelmente. Eu não me imaginava ao lado dele, mas eu ainda o amava. Porque tudo tinha que ser tão complicado? Porque eu tinha que ser assim? Porque eu não podia perdoar? Malditos traumas. Malditas inseguranças. Malditos amores. Que me confundiram, bagunçaram, me mudaram e fizeram com que eu me tornasse essa inútil medrosa. Volta. Era a palavra que soava em meus ouvidos. Volta confiança. Volta Igor. Volta amor. Volta Malu. Mas não adiantava o quão alto eu gritasse no silêncio. Eu estava sozinha. A praia e eu. E eu sabia que tudo dependia de mim agora e isso me apavorava.



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Notas finais do capítulo

Bem, é... Malu deu #alok e chutou o Igor, tadinho. Sei, sou uma autora péssima. Que adora enrolar e tudo o mais. Mas sei lá, eu acho que quando casais voltam assim tão rápido, parece que eles nem pensaram. Esqueceram tudo e eu acho isso mt anormal. Sim, as vezes posso ser muito não-romântica.Por falar em eles voltaram, eu tava pensando em continuar essa fic. Por aqui mesmo. Tive umas ideias muito doidas, tenham medo. Mas não decidi ainda, por isso vou demorar pra postar de novo. Quem lê minhas outras fics, sabe que tenho uma natureza bem dramática, beirando o absurdo. SOu trágica, adoro uma boa tragédia. Então... tenham muito medo da continução. SE eu for fazer.Por isso pergunto pra vocês... Voces acham que a fic perderia o sentido ou seria muito enrolação de linguiça se eu continuasse? Sei que sou muuuuuuuuuito chata. Mas... mereço reviews? /soumtpidonamesmo