Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 23
Capítulo 23 - Confissões


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Desculpem a demora. Cuidado com ataques cardiacos, ou não. KK



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– Tanto faz. – virei o rosto, observando a pista de dança.

– Você realmente não gosta de dançar?

– Não.

– Então seria perda de tempo te chamar pra...

– Com certeza. – Ficamos em silêncio e o vi pagando meu refrigerante, tentei não me importar tanto com isso, com sua proximidade, com sua inexplicável vontade de puxar assunto. Engoli o líquido avidamente, estremecendo por causa do gelado. A música era boa, e eu procurei me concentrar nela.

– Eu queria dizer que sinto muito pelo que eu disse no Planetário. Foi impulsivo. Eu sinto muito se te magoei.

– Você não pode me magoar mais. A única coisa que você faz é me irritar. – Fora uma mentira deplorável, que definitivamente Igor percebera, pois parecia que seu olhar adquiriu um aspecto ainda mais arrependido.

– Por favor, me desculpe.

– Se espera que eu também peça desculpas pelo seu rosto. Vai ficar esperando. Porque eu não estou arrependida.

– Tudo bem. – O olhei realmente, todo o contexto do rosto, não apenas os olhos. Havia um pequeno sorriso tomando conta dele. – Eu mereci.

– Ainda bem que você sabe... – Os cantos de seus lábios se repuxaram num sorriso torto.

– Você sempre foi meio arisca, mas nunca tanto assim comigo.

– Porque está fazendo isso? Ficar aqui comigo e não com Ceci? – balancei a cabeça em desaprovação a minha pergunta. – Quer dizer... Porque não esquece? Me deixa em paz?

– Porque eu não gosto de assuntos inacabados.

– Está falando de nós? Porque se for, nós acabamos.

– Eu não sinto como se tivesse acabado. Olha só o que eu ainda trago comigo. – Ele tirou do bolso um caderninho minúsculo. Quase uma agenda, que eu dei a ele de brincadeira no Natal quando ele disse que tinha que escrever sobre mim para não esquecer minhas manias. – Ainda tenho tudo escrito aqui. “Ela gosta de me chamar de estúpido e quando faço carinho na orelha dela. Isso é estranho”. – Ele soltou uma risada fraca e eu senti a garganta secar. – Eu simplesmente não consigo me livrar disso. E eu realmente quero, porque está magoando a nós dois... E...

– Para com isso, Igor. – Minha voz saiu mais branda do que eu esperava. Tentei dar a ela um pouco de rispidez, tentando fazê-lo enxergar como isso era um absurdo. – Já chega!

– Por quê?

– Como por quê? Pelo amor de Deus! Você está com a minha irmã agora! Você não entende isso?

– Eu sei! Eu entendo... Não mereço a Ceci. Não mereço nenhuma das duas.

– Não me coloque nessa coisa de merecer.

– Mas eu quero e não mereço. Vocês são diferentes e sou um babaca e egoísta. Eu devia sumir. Terminar com Ceci... E é isso que eu vou fazer.

– O que? Não! – Me perguntei porque estava negando. Há algum tempo atrás, mesmo não admitindo, era isso que eu queria.

– Como?

– Não. Não termine, ela vai ficar arrasada. – Lembrei de todas as vezes que Ceci o idolatra, como parecia que dessa vez ela estava realmente se envolvendo. – Acho que ela realmente gosta de você... Não tem motivos pra terminar. Só... Não me mostre caderninhos, nem olhe para mim, ou fale comigo. Mantenha distância. Tudo vai ficar bem no final das contas e...

– Nada está bem. Olhe pra você...

– Desde quando se importa com o que eu sinto? Desde quando? Desde que começou a namorar minha irmã na minha frente? Caramba! – levantei do banquinho. Sentindo o ar faltar. Me virei para ele. Olhando bem em seus olhos confusos. – Para com isso. Pare de agir como se eu ainda significasse algo. Eu nunca signifiquei e eu sei disso. Eu só quero que você e a Ceci fiquem juntos por que... É o certo. Vocês combinam e... – senti o choro subindo. Fazendo meus olhos arderem e a garganta apertar. Minha voz começava a ficar histérica. Prendi o choro, não querendo parecer ainda mais patética.  – Eu não me importo mais... Eu só...


Então não aguentei. Comecei a chorar, meu queixo tremendo. Me desvencilhei da sua mão, absolutamente cansada de tudo. Saí rapidamente daquele local, indo para o lado de fora. O ar morno bateu em meu rosto e eu procurei respirar fundo. Controlando as lágrimas. Senti passos rápidos atrás de mim.

– Malu...

– Eu não posso Igor. Fique com a minha irmã, mas mantenha-se afastado. Porque machuca! Dói! – desabafei. Não conseguindo conter as palavras. – Eu não consigo, não sou forte e nem madura pra lidar com isso, ok? Eu só... Não dói em você, mas dói em mim e...

– Eu sinto muito, pequena... – Ele foi chegando perto e eu fui me afastando.

– Não. Fique longe. Por favor... – Ele não me ouviu, mesmo com meus protestos, pegou meu rosto entre suas mãos, que cobriam todo o meu rosto, me fazendo olhá-lo. Limpou uma lágrima com seu dedão.

– Malu... – Ele sussurrou meu nome daquele jeito que só ele sabia fazer. Respirei fundo, sentindo seu hálito contra mim. Abri os olhos e acabei presa naquele brilho descomunal, aqueles olhos que me deixavam fraca. Antes que eu pudesse protestar, seus lábios esmagaram os meus. Com força e desespero, seus braços me puxando para si. Estremeci, tinha esquecido como era bom ter ele tão junto a mim. Em como seu sentira saudades... Me entreguei ao beijo, por alguns instantes. Mas então me lembrei de Ceci. De toda a sua situação. Protestei fracamente entre seus lábios e me afastei arfante.

– Oh Meu Deus... – dei um passo para trás. Me afastando mais dele. – O que fizemos? E a minha irmã?

– Malu, eu... – Assim como eu, ele arfava.

– Não! Por favor. – arfei, confusa. Me sentindo tonta. – Ela não pode... Fique longe a partir de agora, Igor. Muito longe. Isso tem que acabar.

– Eu preciso... Preciso de você... – Seu jeito de falar, seu olhar, quase me pôs de joelhos. Mas ao mesmo tempo me deixaram irritada. A situação era uma porcaria e tudo culpa dele.

– Você precisa é de juízo e vergonha na cara! E eu... Oh Meu Deus. Eu vou embora. – virei às costas, recomeçando a andar. Ele segurou meu braço, me fazendo virar para olhá-lo.

– Não. Eu não vou deixar você fugir de mim de novo. – Ele me encarou com determinação, seu rosto se aproximando de novo do meu.

– Igor... Não. Não!

– Solta ela! – virei o rosto, dando de cara com um Alexandre de faces coradas. AA situação familiar, uma espécie de deja vu. Puxei meu braço com força. Olhei para os lados e para frente. A procura de Ceci. – Acho melhor você ir atrás da sua namorada, Igor.

– E-ela viu? – gaguejei.

– Viu o que? Ela só ficou brava comigo e saiu pelos fundos. O que aconteceu? – Ele nos analisou, comparando nossas expressões.

– N-nada. Só... Me leva pra casa.

– Malu, você está estranha. O que aconteceu?

– Só me leva pra casa! Por favor... – caminhei até Alexandre. Segurando em seu braço. O puxei pelo braço, enquanto nos afastávamos.

– O que ele fez com você? Você estava chorando?

– Nada. E eu não estava chorando.

– Malu! – Ele me segurou pelos ombros no meio da rua, erguendo meu queixo para olhá-lo, desviei o rosto.– Pare de mentir pra mim.

– Não estou mentindo...

– Não? Tem certeza? – olhei para ele. Sentindo os olhos embaçarem de novo. Maldita sensibilidade!

– Eu sou a pior pessoa do mundo. Eu fico aqui, mentindo pra mim, porque acho que isso vai mudar alguma coisa. Se eu me convencer que superei, que não me importo mais, isso vai realmente acontecer. Mas é mentira. Eu não posso me convencer a não sentir. Eu ainda o amo, caramba! Isso é um saco, sabia? Um saco. E é errado, por causa de Ceci, por causa do que ele já fez a mim... Eu não posso ainda estar apaixonada por ele. – Alexandre me abraçou com força. Ali mesmo no meio da rua. E eu fiquei lá, chorando no seu ombro. Sem piscar, tentando apagar a culpa por saber que eu iria magoar a minha irmã. E morrendo de raiva de mim mesma porque eu sabia que não tinha me arrependido de beijá-lo.



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Notas finais do capítulo

Pois é. Surpresas, surpresas... Quem chutou q ia dar m*rda nesse capítulo acertou! KkEntão... o que acharam? :D Obg por lerem.