Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 21
Capítulo 21 - Desculpas


Notas iniciais do capítulo

E assim... Meus capítulos extras acabam. Obrigada pelos reviews, eles me deixam realmente muito muito feliz. Obrigada mesmo.



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Alexandre seguiu meu olhar, vi sua expressão mudando para uma careta de desgosto.


– Então aquele é o Igor? Tinha esquecido como ele é feio pra caramba. Como você pode pegar ele? Que mal gosto, Malu. É de família, só pode.

– Nossa, to rindo muito da sua piada. Há-há-há. – ironizei, ele sorriu de lado.

– Eles já nos viram e estão vindo pra cá. – bufei. Alexandre estava certo. Logo Cecília e Igor estavam parados a nossa frente. Levantei os olhos mecanicamente e dei de cara com uma Ceci fingindo surpresa.

– Que surpresa encontrar vocês aqui! – As vezes eu realmente queria matar Ceci. Alexandre fez um gesto para que eu me controlasse, mas não consegui conter o sarcasmo.

– Com certeza, uma graaaande surpresa. Principalmente porque você sempre sabe que gostamos de vir aqui. Achei que você odiasse esse lugar. – Ela corou levemente ao ver que Igor também tinha caído na dela e a encarava, esperando uma explicação.

– Na verdade, até que eu gosto. – Ela explicou, revirei os olhos.

– Claro... Claro...

– Podemos sentar?

– Não!

– Sim! – olhei para Alexandre em choque, que deu de ombros. Continuei o encarando enquanto eles se sentavam. O que havia dado nele? Igor se sentou ao meu lado e Ceci a frente dele. Dei um pequeno chute na perna dela, que fez uma careta.

– Então... Já fizeram os pedidos?– Virei a cara por causa da voz de Igor. Sentindo o rosto queimar de raiva.

– Já.

– O que pediram?

– Um super X-burguer e uma coca.

– Acho que vou pedir o mesmo. E você, Ceci?

– Será que tem uma sopinha mais light?

– Você leu o nome desse lugar? – perguntei para Ceci que deu de ombros. – É “CASA DO X-BURGUER”!

– Acho que não prestei muita atenção. – Ela disse, cínica.

– Percebi. – Nossos pedidos chegaram e logo os dele também. Então, para minha surpresa, desgosto e pavor Igor e Alexandre estavam conversando. E a conversa deles não era lá das mais agradáveis. Em cada frase, dava pra notar no tom de voz dos dois, uma pontada de ironia. Encarei Igor, dando de cara com seu rosto, ainda dava pra ver a marca dos meus dedos nele. Mordi o lábio, pensativa, me amaldiçoando por quase, quase sentir arrependimento. Então ele olhou na minha direção. A expressão indefinível. Continuei o encarando.

Senti alguém segurar a minha mão. Desviei o olhar, dando de cara com a cara alarmante de Alexandre. Droga! Olhei para Ceci, que agora olhava para a minha mão e a de Alexandre. Sua expressão era curiosa. Me senti corar e puxei a mão discretamente, bebendo outro gole de coca cola.

– Malu...

– Sim?

– Pode ir no banheiro comigo? – Ceci piscou os olhos meigamente, revirei os olhos, me controlando para não lhe fazer um gesto obsceno.

– Não, obrigada.

– Por favoooor. – Sua voz implorativa me irritou, mas não pude resistir ao apelo em seus olhos.

– Ta bom. – bufei.

– Não entendo essa necessidade feminina de ter que ir no banheiro acompanhadas.– Alexandre disse, a sobrancelha erguida.

– Eu também não entendo essa necessidade que os homens tem de tentar entender algo que não faz parte dos costumes da sua própria espécie.

– Ai, você é cruel. – Ele fez uma careta, me imitando, foi impossível não rir.

– Brigadinha. – Eu ri, me levantando. Passei por Igor e percebi que eles nos seguiam com o olhar. Me perguntei se eles não se matariam enquanto estivéssemos longe. Entrei no banheiro, agora vazio. Fui até o espelho, vi Ceci com aquela cara de mártir que ela sempre usava quando queria pedir desculpas. Me apoiei na pia, já pronta.

– Certo. Me desculpe, me desculpe. Eu estava errada. – Me assustei um pouco com esse pedido, mas revolvi me vingar um pouquinho.

– Espera? Você disse o que? Pode dizer mais alto? – cruzei os braços, a encarando. –  Estava errada em que?

– Não torne tudo mais difícil.

– Desculpe. – Ri baixo de sua expressão desgostosa, descruzando os braços.

– Ok. Eu estava errada.  Eu estava errada em tentar forçar a amizade entre vocês dois, percebi que não adianta forçar a amizade entre vocês. Embora eu queira muito mesmo que vocês sejam amigos não posso fazer nada. Não tem haver comigo, mas com vocês. Então... Eu não vou te forçar a mais nada. – Achei que havia tido muito ‘vocês’ nessas desculpas, mas mesmo assim me calei. Afinal de contas, Ceci pedindo desculpas era surreal. Principalmente pedindo desculpas por causa dele. – E sinto muito mesmo por tudo que eu fiz. E aí? Me desculpa?

– Um minutinho. Estou tendo uma experiência extracorpórea.

– Malu!

– Era brincadeira. Tudo bem, desculpas aceitas. – Ser coração mole é isso aí. – Sem forçar mais nada, certo?

– Certo.

– Ok. – Sorri para ela, que veio me abraçar.

– Só tenho uma duvidazinha... Porque você não gosta dele? – Saí do seu abraço. Ceci era inacreditável...

– Pensei que você não ia mais me forçar nada.

– Não estou forçando, é só uma pergunta. – Ela adquiriu uma expressão inocente.

– Pensei que você ia perguntar por que eu bati nele.

– Então está confessando que bateu nele?

– Eu não confirmei nada! – olhei assustada para ela, que apenas soltou uma risadinha.

– Certo. Na verdade... Eu já perguntei pro Igor o porquê do tapa, mas ele só disse que ele mereceu. Pra você ter feito isso, talvez ele tenha merecido mesmo. Ou não. Você é meio doida. – sorri, não tão sem graça. –  E bem... Já que você também não quer me dizer. Não vou ficar forçando, já disse. Só queria saber de onde vem toda essa animosidade. Porque você odeia ele?

– Não tem como explicar. Acho que porque ele é... ele. – É, eu odiava o Igor porque ele era o Igor. Não existia ninguém no mundo igual a ele. Ninguém que eu tenha querido mais e sentisse mais repulsa. Ele era a única coisa que me confundia mais do que eu mesma. Ele era o mistério, o conhecido e o mais temível: Ele era ele. E por ser ele mesmo e fazer tudo o que ele faz era o motivo pelo qual eu o odiava. Eu o odiava porque um diz ele me fizera amá-lo de verdade e porque não me deixava esquecê-lo.

– Não é porque ele é meu namorado?

– C-como? – engasguei com a própria saliva. Olhando assustada pra Ceci. – E porque seria? Nada a ver...

– Você sempre teve trauma com meus namorados.

– Bem... Eu gostei do Marcelo... Taí! Eu me dei bem com o Marcelo. – Esse namorado aí era legal, bonitinho, gentil comigo sem forçar amizade. Ele era legal na medida do possível.

– É, ele gostava de você também. Até demais.

– Hãn?

– Terminamos porque ele se apaixonou por você.

– Como? – olhei para ela, horrorizada. Minha voz saiu meio histérica. – Está brincando.

– É fácil gostar de você, Malu... Todos gostam. – Minha sobrancelha se ergueu. Gostar de mim era totalmente difícil? Eu era irritante e sem paciência. –  De qualquer forma, vocês pararam de se falar, não é?

– Faz muito tempo que não falo com ele. Não se preocupe.

– Vocês até que combinam, de verdade. Eu não ligo se você quisesse sair com ele. Nem esquenta com esse lance de ex-namorados. – Ela sorriu. – É mercadoria usada, não to nem aí pra quem pega depois de mim. E eu sempre aperfeiçoo tudo o que toco. É um dom.

– Nem começa! Eu não vou ter essa conversa com você. – Era bizarro e surreal demais.

– Ah, qual é, Malu! Você devia sair com alguém. Não precisa ser exatamente meu ex-namorado... Embora, eu talvez deixe Igor pra você caso terminemos. – comecei a tossir descontroladamente, ela veio até mim, rindo muito e bateu nas minhas costas. – Calma! Eu estava brincando.

– Que susto!

– Igor é meu e você nem quer ele. Sem chances.

– É, sem chances. – ri sem graça. Olhei para meu tênis, sentindo o rosto corar. Ainda não acreditando aonde essa conversa estava me levando.

– Eu estava meio que pensando em você e o Alexandre... – confessou ela.

– Caramba! Que fixação. – Tinha que ser! Éramos amigos! Será que era tão difícil de ver isso? – Quantas vezes tenho que dizer que ele é só meu amigo?

– Ah sei lá. Ele ta diferente, mais maduro e bonito. Ta mais pro seu tipo.

– Meu tipo? Eu não tenho tipo, Ceci. – sorri para ela. Percebendo que ela estava reparando demais em Alexandre. – Eu e Alexandre somos só amigos? Ok? Ok!

– Se você diz... Mas não custa tentar. Faz bem sabia? Sair com alguém, cuidar de alguém, ser cuidada. É bom...

– Vamos logo, os garotos devem ter pensado que afoguei você no vaso.

– Tudo bem, podemos conversar sobre isso depois. – gemi de desgosto enquanto ela me arrastava para fora do banheiro, sabendo que ela daria um jeito de conversar sobre isso futuramente comigo.


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Notas finais do capítulo

Alguém adivinhou a ideia brilhante da Ceci. KKK tsc tscMas não se preocupem, eles não ficaram na mesma mesa por muito tempo. Não nesse lugar pelo menos =X #soumáObrigada por lerem. Bjs Bjs