Glowing escrita por LarSoares13


Capítulo 5
Capítulo 4 - Let's Party!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/136440/chapter/5

Cheguei mais cedo em casa naquele dia. Inventei uma desculpa para meu chefe e ele me liberou. Certo, eu sei que era meu segundo dia na cafeteria, mas creio que não vai pesar nos créditos para funcionário do mês.

— Querida, como foi o trabalho? – Rachel perguntou lá da sala, sentada no sofá, onde assistia televisão com seu cachorrinho.

— Ah. – parei, olhei e tentei mostrar indiferença – Ótimo.

— Soube que o One Direction esteve na cafeteria. – disse.

— Ah, sim. – não sabia se devia simplesmente dizer isso ou completar.

— E...- essa conjunção quase que me obrigou a continuar.

— Bem, eu não os atendi. – menti, não queria dar muitas satisfações.

Ela apenas sorriu e voltou-se para a televisão. Imediatamente, subi as escadas como numa corrida e me tranquei no quarto. Joguei minha mochila em cima da poltrona preta que ficava no canto do quarto e pulei em cima da cama. Encarar o teto, pensativa, foi divertido.

Passou-se três horas, eu continuava ali, olhando para o teto e sentindo um frio tremendo, mas não movia um dedo para resolver. Eu não agüentei, levantei da cama e fechei a janela que estava entreaberta. Procurei o aquecedor e aumentei a temperatura.

Joguei-me novamente na cama, sentindo o calor da mesma e afundando minha cabeça no travesseiro. Cinco minutos dessa maneira foi o suficiente para aquele cobertor rosa bebê se tornar algo tão atrativo. Puxei-o com dificuldade e cobri-me, eu não queria nem saber de jantar nem nada. A única coisa de que precisava era meus pensamentos e muita reflexão. O fato ocorrido umas horas atrás ainda não me parecia real.

[...]

Uma semana se passou, as coisas não tinham mudado. Física, Química, Biologia, Matemática e Literatura estavam me consumindo; o trabalho estava tedioso e cansativo. Mal tinha tempo de sair com Molly e minhas outras amigas.

— Giu, - Molly apareceu na porta do meu quarto – Vamos a uma festa?

Interrompi minha pesquisa de literatura e olhei para Molly. Cinco segundos foi o tempo em que analisei sua proposta.

— Claro. – concordei – Quando, onde e quem vai?

— Hoje, Saturday Club e vai muita gente. – disparou, animando-se e sentando ao meu lado na cama – Bem, não é bem uma festa, é um show.

Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, depois que eu já tinha aceitado o convite, ela continuou a falar.

—Aah – soltou um gritinho – E o One Direction vai se apresentar!

Ótimo, isso era uma perseguição. O Reino Unido estava tentando me iludir, me tentar, me matar ou o que? Me senti ridícula no momento em que ela disse aquilo. Me senti uma garota completamente desesperada, empolgada e idiotamente esperançosa. Talvez, eu pensasse que teria alguma chance com... Zayn? Que ridículo pensar assim. Por mais que a história da cafeteria fosse real, ele nem ao menos deveria se lembrar de mim.

— Giulia, - Molly estalava os dedos para mim – Acorda querida, temos que nos arrumar.

— Já? – perguntei, ainda desligando-me dos meus pensamentos.

Molly saltitou até a porta do quarto e antes de sair olhou para trás e disse:

— Fique bem bonita, te encontro lá embaixo daqui três horas. – deu uma piscadinha e bateu a porta do quarto.

Eu estava sozinha, com meus idiotas pensamentos e... com três horas para ficar apresentável! Ou melhor, linda. Se isso fosse possível, claro.

Depois de uma ducha quente, enrolei a toalha em meu corpo e fiquei frente ao espelho secando meu cabelo. Prendi em um coque e passei uma máscara de hidratação no rosto. Saí do banheiro e apressei-me para montar minha produção. Encontrei no armário um vestido preto que nunca usei. Era curto, tomara que caia, mas confortável. Encontrei meu scarpin vermelho que cairia bem com uma meia arrastão. Estava quase pronta. Delineador preto, rímel, blush e um batom vermelho. Agora, estava pronta. Ah, quase esqueci, minha argola prata e minha bolsa de mão vermelha.

Cinco minutos de antecedência. Molly, eu, Katie e Marie já estávamos dentro do carro. Trânsito. Eu estava tensa, ansiosa, sei lá que sensação era aquela, mas não era nada confortável.  

Eu sou tão boba, aquela ansiedade era por culpa de Zayn. O mais idiota era eu estar pensando que alguma coisa de especial pudesse acontecer. Ele não lembraria de mim, eu era só mais uma fã e só.

Já tinha ido a muitas festas no Brasil, mas com certeza, nunca fui a uma daquela. Estávamos entrando no estacionamento e pude ver a festa. A festa do ano, como foi nomeada. Dentro do carro, Molly explicou-me que aquela festa teria no máximo setecentos ingressos. A pista custava cem libras e a área vip trezentos e cinqüenta. Fui morar com uma família extremamente rica e gentil, a humildade era um brinde.

Molly enfim estacionou o carro. Saímos afobadas e ficamos ali paradas, admirando a festa de longe. Quantas luzes. Cinco canhões de luzes, uma fila enorme, uns sete seguranças só na entrada, a batida alta da música e minhas pernas tremendo. Em passos lentos, começamos a ir em direção do movimento. Aquele lugar era maravilhoso. Tinha dois andares, as paredes eram de vidro, mas não conseguíamos enxergar nada que tinha lá dentro.

— Molly Tompson, Marie Carls, Katie Londy e Giulia Hauer. – Molly disse ao segurança, ignorando a extensa fila logo atrás.

— Podemos furar fila? – perguntei à Marie.

— Apenas quarenta pessoas podem. – sorriu – As pessoas que tem o ingresso para área vip.

Que sortudas, minha vida no Brasil nunca foi tão glamorosa e as pessoas na escola dizem que eu sou rica. Acho que elas nunca vieram para a Inglaterra. Boates de Londres, não há nada melhor.

Logo em seguida, o segurança conferiu nosso nome na lista, abriu passagem e outro segurança nos guiou até uma porta que tinha um elevador. Um elevador, que vai do primeiro andar para o segundo. Num mundo normal, isso seria idiotice. Mas nesse mundo, isso é luxo.

De dentro do elevador meu coração batia rápido, junto com a música e eu ainda estava tensa.

Segundo andar, área vip. Um lugar gigante que caberia umas trezentas pessoas, mas naquela noite de sábado, quarenta iriam ocupar.

O piso era revestido com um carpete vermelho, as luzes eram neons rosa e verde e as pessoas já dançavam ali. Eu e as meninas sentamos numa mesa redonda com cadeiras altas. No mesmo instante um garçom se dirigiu à mesa e ofereceu coquetéis. Todas nós pegamos um.

— Meninas, vamos dançar? – Marie bebia seu coquetel e balançava a cabeça já no clima da música.

— Eu topo. – Molly e Katie disseram em uníssono.

As três saíram da cadeira e se viraram para mim, que bebia tranquilamente meu coquetel.

— Podem ir, vou logo depois. – respondi, olhando para a pista lá embaixo.

—Ok, nos encontre na pista lá embaixo. – disse Katie – Os Vips dançam lá também, pois é mais movimentado.

Concordei com a cabeça e elas sumiram dentro do elevador. Cinco minutos sozinha e eu precisava fazer alguma coisa. As garotas me encaravam com curiosidade e os meninos, com malicia. Levantei ainda desconfortável e resolvi descer para a pista.

Como ali estava uma loucura. Eu só via gente e mais gente, sem sinal das meninas. Pessoas dançando loucamente e aquelas luzes me deixando tonta. Eu decidi passar pelo meio da multidão. Má idéia.

— Ai. – gritei quando alguém pisou no meu pé.

Nada importava ali. Ninguém se importava com os pés dos outros, não se importavam em dar cotoveladas e não se importavam que eu era o alvo disso tudo.

Enfim, depois de muito batalhar, consegui chegar até o outro lado da pista, onde tudo estava mais calmo e era possível respirar. Estava me sentindo zonza, não sei explicar. Senti-me meio bêbada, ou algo do tipo. Procurei com os olhos onde ficavam os banheiros, mas não os encontrava. E não, eu não passaria por toda aquela multidão novamente. Decidi ficar lá embaixo.

Dez minutos parada olhando as pessoas felizes e alegres, enquanto eu estava sentada num banco com um mal-estar terrível e dor de cabeça. Levantei e caminhei até uma porta a qual estava escrita “não entre sem autorização”. Ignorei-a e entrei mesmo assim. A porta dava num corredor escuro, com luz fraca e eu continuei a andar, sentindo minhas pernas amolecerem a cada passo que dava. Tropecei em algum objeto não identificado e toquei em algo que parecia ser uma maçaneta. Girei-a e uma porta se abriu. Perfeito, um banheiro.

Entrei e logo me direcionei ao imenso espelho. Analisei minha imagem por alguns segundos e nada parecia ter mudado, a não ser minha expressão de... nada. Nada tinha mudado. Onde minha expressão de cansaço estava? Respirei fundo e quando estava prestes a sair, antes de abrir a porta percebi por uma brecha que o corredor estava iluminado. Ouvi passos e fiquei levemente assustada, sabia que se alguém me pegasse ali eu teria que me explicar já que a entrada ali era restrita. Respirei fundo e creio que foi alto demais, pois a porta se abriu e eu dei de cara com uma coisa que me assustou, muito.

[...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Glowing" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.