O que mais Temia escrita por MiraftMaryFH


Capítulo 16
Voltando à Socialização




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Uhhh… muito bem, hora de esclarecimentos, minha gente! Ok, qual a diferença entre os beijos anteriormente trocados com o Josh e este que provavelmente pode vir a acontecer? Pois, é que nos beijos anteriores eu fui completamente pega de surpresa, nem raciocinei direito… simplesmente aconteceram… claro que devido ao mérito da voluntariedade do Josh… mas este… este seria algo dos dois, de ambas as partes e, sinceramente, por mais que eu quisesse eu não poderia ceder… não, outra vez. Toda a confiança que eu começara a depositar no Josh esvaiu-se nos primeiros 3 minutos decorrentes ao nosso primeiro beijo… e uma segunda chance só viria com muita dedicação e sinceridade… qualidades que o Josh… bem… como é que eu posso dizer isto de uma forma suave… ahh… ele, simplesmente… NÃO POSSUI!

Então… qual era o final que queríamos? Ah, sim… a entrega de ambas as partes… Mas, o que é que estava a ganhar por agora? Ah, sim… O MEU ORGULHO! – Nananinanão… podes ir desviando…

- Brea, por favor…

- Não Josh, tiveste uma possibilidade, não tenho culpa que não aproveites o que te é dado… agora esmera-te por mereceres.

- Até parece… eu não nasci para me esforçar… - Ele disse como se fosse óbvio, ao mesmo tempo que parecia confessar um defeito.

- Pois, tens razão. Nasceste para ser um perfeito idiota. – Disse levantando-me.

- Ei… eu não sou um idiota… - os meus olhos pararam nos deles, fuzilando-os – está… talvez um pouquinho…

- Um pouquinho? Josh, tu tens noção da lista de borradas que tu tens feito até agora!?

- Oh, vá lá… não pode ter sido assim tão mau, Brea…

- Ahh não… Queres que te diga por ordem alfabética, por data de acontecimento ou por disposição de gravidade?

- Brea… - ele tentou, mas logo viu que não seria possível sustentar qualquer que fosse o argumento – muito bem, tens razão. Eu fui um idiota mesmo, e peço desculpa por isso… Mas, eu não consigo estar com uma só pessoa, é como se me prendessem e, de certa forma, me limitassem.

- Essa foi a coisa, que apesar de mais sincera, foi a mais idiota que tu disseste… Ahh, sabes que mais, nem sei… tu dizes tanta porcaria que eu nem sei em que qualificação é que esta está…

- Brea… eu…

- Continua a tentar, pode ser que um dia digas alguma coisa de jeito.

E saí, deixando-o com os créditos finais daquilo que eu me recuso, seriamente, a chamar de filme. Por favor, isto é um insulto ao que se chama de filme.

Na saída do cinema, tentava ao máximo não pensar no Josh, não valeria a pena, simplesmente… não dá.

- Brea!? – Um rapaz alto e muito loirinho perguntou.

- Oh! Olá! É David, certo? – Perguntei, desejando estar certa. Ok, outro ponto negativo em toda esta história é que aquele idiota de penas me fez perder um pouco da noção do mundo e, por consequência, já passaram alguns meses com esta nova turma e ainda não sei de cor todos os nomes dos integrantes da mesma. Grave, horrível, não é? E é tudo por culpa dele! É sempre…

- Sim… Bem, é bom saber que sabes o nome de mais alguém fora o Andrew e o Josh… - Ele disse, mas não com malícia, no entanto, eu não pude deixar de corar, envergonhada… realmente, ele tinha razão… - Desculpa, não foi com essa intenção…

- Eu sei, eu sei! Mas, estás certo… realmente, tenho andado a focar onde não devia… Bem, talvez as coisas mudem daqui para a frente. Estou morta por retomar a minha vida social… - Disse, rindo-me e ele acompanhou-me.

- Bem, então acho que devias ficar para jantar. Estou à espera de uns amigos da turma, eles devem estar a chegar…

- Ahh, bem não pode ser pior do que foi até agora… - Ele riu.

- Com certeza.

Eles foram chegando aos poucos… o Eric, a Melanie, a Kate, o Brian, a Molly, o Jake e o Jasper. Embora eu não tivesse sido a melhor pessoa do mundo, nos termos de “socializar com a própria turma”, todos eles trataram-me como se já pertencesse ao “grupo”; não questionaram o porquê de eu estar ali ou o porquê de não ter falado com eles antes … No início, mesmo com todo o bom “clima”, ainda me sentia um pouco por fora; não sabia que a Molly se refiria ao irmão quando dizia: “o ser mais irritante da face da terra”, se bem que o meu irmão também era assim, mas eu guardava esse desígnio ao Sr. Todo Pomposo, ao qual eu vou evitar dizer o nome; Não sabia que o Eric praticava equitação e que era um atleta internacional que, actualmente, disputava um título muito importante. Não fazia a mínima ideia de que o Jake, apesar de ser o tipo de rapaz que diríamos ser o “atleta”, o rapaz que deve conseguir um “20” a qualquer tipo de desporto, é péssimo a educação física e ama xadrez! Não tinha ideia de que a Melanie era extremamente tímida, apesar de ter uma voz fantástica e ter que enfrentar um número já suficiente de palcos para que tivesse um certo “à vontade” com o público. Não contava que o Jasper era filho de uma ex-nadadora olímpica, mas que tinha mais pavor à água do que o meu irmão tem, hoje em dia, a chantilly (e vocês devem-se lembrar porquê…). Mas pior de tudo, é que nem desconfiava que a Kate e o Brian eram irmãos gémeos… tudo bem que eram gémeos falsos, mas ainda assim, muito parecidos e não era preciso ficar muito tempo a olhar para eles para descobrir. Por fim, David era filho de um dos empresários mais famosos do país e que apesar de saber que não precisa nem de mexer um único músculo para ganhar dinheiro, pois já tem o futuro mais que garantido, quer estudar medicina e pertencer aos “Médicos Sem Fronteiras”. Meu Deus, em que mundo estive eu até agora?? Não é preciso responder… eu sei perfeitamente onde estive: no planeta do Sr. “ Eu Acho-me Mesmo Mais Importante Do Que O Resto Do Mundo”. De qualquer das formas, mais vale tarde do que nunca, não é mesmo Brea?

Esta noite havia começado… bem, depois havia se tornado infernal e perfeita ao mesmo tempo (vocês sabem o que eu quero dizer), ia acabar horrivelmente, mas felizmente, foi maravilhosa. À medida que a noite ia decorrendo, que íamos fazendo o “programa”, ao jantar, no karaoke, no passeio pela cidade e pela avenida, ia conhecendo cada um deles, mais profundamente… começava a entender o ponto de vista deles; contavam-me os seus pensamentos, planos e, de repente, vi-me numa encruzilhada… estive este tempo todo preocupada com uma galinha idiota que até me esqueci dos meus gostos, dos meus talentos, dos meus planos… Ainda bem que me deparei com David esta noite… Parecia que havia retomado a Brea “social” que andava a perder na batalha com a Brea “romântica” que, sinceramente, tem sido um desastre até agora.

Fiquei a conhecê-los a todos, o suficiente para serem chamados de amigos… No entanto, a amizade com pessoas como a Molly e o David, era mais “profunda” e eles já eram praticamente “confidentes”. Não sei em que parte da noite é que fiquei sozinha com eles, penso que foi quando nos perdemos nas ruas da cidade, quando fomos parar à praça, onde nos deitamos e ficamos a observar as estrelas e em poucos minutos, naquilo que foi uma “rodada de confissões”, íamos contando os nossos segredos, medos, planos e tudo mais… era alternado, seguindo a ordem da disposição; primeiro David, depois eu e, por fim, Molly. Sentia-me tão à vontade com eles, que contei-lhes tudo. Sim, tudo! Desde os meus pais, ao Josh e ao Andrew, abrangendo também os meus planos para o futuro, amigos, sentimentos… tudo.

Sei que pode parecer estranho, quer dizer… eu nem os conhecia direito até à umas horas atrás e agora, eles sabiam tudo da minha vida! Como as coisas podem mudar… É claro, que eles não me conheciam de todo, mas já entendiam alguns dos meus sinais e manias, que até hoje, só o John, o meu querido e adorável irmão (notem a ironia!) e, em alguns casos, o Thiago, que era (ou é… nem sei, não tenho nem falado com ele!) o meu melhor amigo, como o facto de que quando não quero falar mais no assunto, simplesmente viro a cara e fico “distante” ou que quando fico nervosa passo a mão no cabelo, exactas 7 vezes! É incrível como eles detectaram isso!

No entanto, é claro, não foram só eles que ficaram a saber de mim… eu também fiquei a saber muito deles. David, realmente era surpreendente! Inteligente, determinado, bondoso e, de certa forma, especial. Já Molly, para além de ser muito amorosa, simpática e tudo mais, era uma pessoa tão pacífica, inocente e ingénua que eu duvidava muito que ela falasse mal de algo ou alguém, mesmo vendo que poderia não ser a melhor coisa! “Incapaz de magoar alguém que já a magoou”, seria a descrição perfeita para ela!

Ficamos até tarde, olhando as estrelas e murmurando tudo aquilo que nos vinha na alma… e, de algum jeito, eu senti-me aliviada e descansada, como há muito tempo não sentia. Esta confusão toda de família sem tempo, Josh a pôr-me doida, o Andrew a entrar neste baile também, já não falar com o Thiago há muito tempo… estas pequenas coisas estavam a dar cabo de mim aos poucos e eu nem sequer notava!

Eram já 22h, quando o resto do grupo apareceu na praça; Ao invés de continuarmos deitados, sentamos com eles e ficamos a contar piadas e a rir do mundo e de nós. Perguntei-me a mim mesma, centenas de vezes naquela noite, há quanto tempo não me sentia assim, mas os meus problemas pesavam tanto na minha vida que eu já havia perdido a noção das coisas à minha volta…

Toda a noite foi registada com fotos que, posteriormente, foram lançadas nos nossos perfis na internet e, apesar deste gesto parecer simples e comum, algo que os adolescentes fazem diariamente… estas fotos ainda me viriam a render alguns problemas futuros que eu não esperava.


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Notas finais do capítulo

Reviews?? xD



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