Escuta-me. escrita por Cari-chan


Capítulo 3
Capítulo três.


Notas iniciais do capítulo

«De nada adianta a liberdade se não temos a liberdade de errar.»



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- Nunca pensei que fosses capaz. Perdeste o juízo?!

- Eu não sei o que me passou pela cabeça… - olhou para o céu encostando-se á parede. – Não consegui evitá-lo.

- A pessoa que pensei ser a mais sensata de Konoha… - suspirou.

Iruka estava nos corredores da escola com Kakashi.

- Alguém viu? Preocupaste-te em ver se estava alguém por perto ao menos?

- Não estava ninguém. – relembrou-se do pequeno beijo. – Só eu e ela.

- Se alguém sabe desta história…

- Ninguém vai saber. – olhou para o homem. – Só tu sabes. É impossível que alguém descubra.

- Achas que a Hinata não vai comentar com alguém o que se passou ontem?

- Tenho a certeza. – voltou a olhar para a janela.

- Sabes que o melhor que tens a fazer é…

- Afastar-me. – colocou as mãos nos bolsos e ficou de frente para o moreno. – Eu sei.

- Não entendo… como é que foste capaz de te apaixonar pela Hinata? Como Kakashi?! Ela é só uma miúda! Pensei que já a tivesses esquecido…

- A Hinata não é uma miúda. É uma mulher.

- Como é que podes reagir a tudo com a maior tranquilidade?! – calou-se ao ver uns alunos a passar perto deles. – Não tens hipóteses…

- Iruka, tenho consciência das possibilidades… - passou a mão no cabelo. – E sei que não há nenhuma. Não sei como isto aconteceu. Foi um erro ter ido falar com ela. Foi um erro tê-la beijado.

- Espero que sejas mais sensato daqui para a frente.

-Serei.

*

Ao caminhar pela Vila, o homem de cabelo grisalho sabia…

Que não fora um erro ter ido falar com ela.

Que não fora um erro o impulso de a beijar.

Que não fora um erro ter-se declarado, mesmo não sendo directo.

O seu maior engano foi ter-se apaixonado.

Estava perdidamente entregue a Hinata.

Não lhe importava as circunstâncias…

O que lhe importava era que ela fosse feliz, e sentir-se-ia contente, se ao menos, tivesse um pequeno contributo para o percurso dos sonhos da sua amada morena.

*

Hinata.

Os raios de sol despertavam-me de um sono tranquilo. Sentia-me renovada, prontíssima a viver o meu destino. Comecei a tentar conversar com o meu coração.

“É muito melhor construíres os teus sonhos, calmamente, em vez de te precipitares ou de os receberes de mão beijada.”

Levantei-me e fui ao banheiro. Quando olhei-me para o espelho nunca me tinha sentido tão bonita.

“Porque tu és absolutamente perfeita.”

Corei.

Não era a voz do coração.

Era a voz do Kakashi.

Lavei o rosto, e quando olhei para a sanita, não senti a necessidade de me esvaziar.

Sentia-me completa.

*

- Bom dia! – sentei-me alegremente sobre a cadeira perante a mesa do pequeno-almoço.

- Bom dia minha filha. – disse o meu pai tranquilamente bebendo o seu chá.

- Otou-san… g-gostaria de pedir-lhe uma coisa.

- Sim?

G-Gostava que dispensasses a empregada. – baixei os rosto para o colo. – Acho que ela m-merecia uma folga, e…. – ganhei coragem. – G-Gostava de ser eu a lidar com os trabalhos domésticos hoje. – a medo, encarei-o.

- O quê? – pousou a chávena. – Estás a sentir-te bem, Hinata? Tu não és uma criada, és uma ninja. És minha filha, e filha minha não…

- P-Por favor, otou-san. – inclinei-me um pouco.

- Porquê?

- Por que é o que eu desejo. – tentei dizer sem deixar a voz tremer. – Quero saber o que é ser uma pessoa normal. Quero c-conhecer a mim mesma. – corei abruptamente ao estar a ser tão directa com o meu pai. Ele olhava-me seriamente. Baixei o olhar para o colo, enquanto apertava as mãos sobre ele. – D-Descul…

- Como queiras. – levantou-se, dando-me as costas. – Não te queixes depois.

- Hum. – sorri ligeiramente. – A-Arigato, o-otou-san.

Prendi com um lenço o cabelo. Enchi o balde de água, e sem dar por isso, cantarolava baixinho. Após ter molhado o pano, comecei a limpar o chão de um lado para o outro.

Foi impressionante dar-me conta de que, nas tarefas comuns do dia-a-dia, como arrumar uma casa, ou sair numa missão, podia trazer-nos alegria e satisfação. Que ouvir o coração era muito mais benéfico que ouvir a cabeça.

“Não penses se mereces ou não ser feliz. Para o bem do mundo, sabes que precisas de o ser, para de uma maneira, fazer os outros felizes, espalhando a tua felicidade.”

E o meu coração em cada batida dizia…

Coragem. Amor. Kakashi.

Como enganar-me? Não conseguia entender, mas, por qualquer razão, não conseguia tirá-lo da mente. A maneira como ele me entendia, a maneira como ele me ouvia, realmente interessado nos meus sentimentos, era comovente. Ele fazia-me sentir uma paz que pensei ter sido extinta. A esperança acabou por ser recendida apôs a conversa que tivemos anteriormente.

O beijo não me saia da alma. Não conseguia parar de corar constantemente.

 Talvez eu devesse dar-lhe o beijo que ele queria.

Aquele que também eu queria.

Aquele que lhe diria… gosto de ti como tu de mim.

Parei passando o braço pela testa que estava translúcida de suor.

Podia parecer uma loucura.

Foi um dia… apenas um dia para me apaixonar por ele.

E se não estivesse? E se tudo não passasse de carência?

E se fosse a necessidade de ser aceite por alguém tal como sou?

“Não deixes a cabeça falar. Querida Hinata… não te censures.”

Inspirei profundamente.

A solução estaria em voltar a ver o Naruto.

Dirigi-me para a entrada de casa, começando a cantar.

- Guarda na tua alma um lugar…

Estava tão distraída que joguei a água no ar.

-Hey! Cuidado!

-Oh, d-d-esculpe! eu… eu…

- Hinata?!

O destino começara a trabalhar.

Aquele destino que me levaria para a verdadeira felicidade…

Iria encará-lo.

Iria enfrentar Naruto.

Continua…


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Notas finais do capítulo

Olá ..! ^^

Bem.. espero que tenham gostado..
O próximo capítulo, já vos direi, será o último.

Veremos como vai correr a conversa do Naru com a Hina .. ;)

Não se esqueçam dos reviews!
Obrigada, antes de mais.

Beijos,
Cari.