Quando tocou o sinal, avisando o termino das aulas. Fui com Justin e os amigos dele para a saída. Sentamos nos degraus e eles começaram a conversa animadamente sobre uma festa.

- Você vai querer ir, Angelina? Vai ser na praia. – perguntou um dos amigos de Justin, Daniel, cabelos pretos e olhos verdes.

- Eu não sei. Quando vai ser? – perguntei.

- Amanhã. – respondeu Justin.

- Mas o tempo não é dos melhores. – disse olhando pro céu que chuviscava.

- É só reza para que São Pedro nós ajude. – brincou Charlie, o outro amigo de Justin, que tinha cabelos loiros e olhos pretos.

   Dei tchau para todos eles e fui caminhando por uma rua vazia, um atalho para chegar em casa mais cedo. Mas logo me arrependi ao ouvir o som de passos, meu coração parou. Olhei para trás, mas não havia ninguém. Continuei meu caminho, imaginando que aquilo foi algo de minha imaginação fértil.

   Ouvi de novo o barulho de passos, mas agora mais devagar. Olhei para trás e de novo não havia ninguém.

- Quem está ai? – perguntei com uma voz decidida, não poderia fraquejar. Eu era uma guardiã, não teria medo de nada. – Diga!

   O silêncio tomou a rua então retornei a andar, mas agora passos mais ligeiros. O barulho de passos não voltou, de forma que cheguei em casa sem imprevisto.

   Abri a porta e vi Olivia fazendo yoga no meio da sala. Deixei os sapatos no hall para não fazer barulho e subi as escadas. Entrei no quarto e joguei minha mochila não chão.

   Segundos depois Olivia entrou no quarto.

- Achei que estava na yoga. – disse.

- Estava. Não estou mais. – falou Olivia alongando os braços. – Você está com um cheiro estranho.

- Estou? – perguntei. – Então vou tomar um banho.

- Parece que algo morreu em você. – disse Olivia. – Mas ia i? Como foi o primeiro dia de aula? Encontrou esse tal Mense?

- Sim. Foi fácil. – respondi. – Amanhã irei para uma festa com ele e alguns amigos na praia.

- O que? – se assustou Olivia. – Mas nós anjos não sabemos nadar, é por isso que nascemos com asas e não nadadeiras. Imagina só? Chegar no céu nadando? Ia ser horrível.

- Quer parar com isso? – perguntei. – Eu sei que anjos não nadam. Eu não vou nadar, só preciso ficar de olho no Justin. Viu? Algo fácil e simples, e nem vou me molhar.

- Ótimo, porque não a nada pior do que um anjo com asas molhadas. – disse Olivia abrindo as suas asas brancas.

- OLIVIA! – gritei surpresa. – Não pode fazer isso aqui, e se os vizinhos virem?

- Você se preocupa demais com isso. – disse Olivia. – Ninguém vai vê.

   Então ouvi o som de algo caindo do chão, olhei para a janela aberta e vi uma garota ruiva com a boca aberta, o que cairá foi sua boneca então ela começou a gritar correndo.

- OLIVIA! – gritei irritada.

- Já era. – disse Olivia e eu a encarei. – Vamos!

   Olivia encolheu suas asas e correu comigo até fora de casa atrás da garota. Ela estava correndo atrás de seu pai que estava no quintal de trás. Para chegar ao fundo da casa era preciso passar pela frente, então quando pisamos os pés fora de casa a garota nós encarou com medo.

- Pega ela! – gritei.

   Corremos atrás da menina que começou a gritar mais alto desesperada. Se continuasse a gritar chamaria a atenção da vizinhança toda. Peguei ela e cobri sua boca.

- Shhhhhhhh! – pedi, mas ela me mordeu. – Aiii! Ela me mordeu.

   Então o pai da garota chegou perto de nós.

- Papai! Papai! Elas são pássaros. – gritou a menina.

   O pai da garota nós encarou e congelamos, os seus olhos encaravam os nossos como se testasse a gente.

- Pare de brincadeira filha. – disse ele de uma vez. – Vai brincar com sua boneca vai.

- Mas pai... – falou a menina.

- Vá agora! – gritou o homem, assim que a garota saiu ele nós pediu desculpas e voltou para o quintal de trás.

   Fechei a porta de casa, ainda estava irritada.

- Olivia! – gritei antes que ela subisse a escada. – Como pode? Quase nós entregou para o mundo. Aliás, agora a garota sabe o que somos.

- Ela acha que somos pássaros. – disse Olivia rindo.

- Não tem graça. – falei cruzando os braços. Então começamos a rir. – Quem confunde um anjo com um pássaro?

   A tarde toda fiquei estudando, li o livro de ciências todo. Um dos talentos dos guardiões era ter a memória de um Iphone na cabeça.

   Meu pai chegou de noite cansado, mas ainda sim foi assistir televisão. O que meu deu chance de conversa com ele.

- Pai. – chamei me sentando no sofá. – Então... Que invenção estão criando dessa vez na empresa Asas Para Todo Lado?

- Estão tentando inventar um spray que enfraquece os vampiros. – disse meu pai olhando para mim com um sorriso. – Iria facilitar a vida de muitos anjos. Afinal os vampiros estão cada dia mais violentos, eu não entendo essa súbita vontade de nós matar.

- Mas pai, todo mundo sabe que o melhor sangue do mundo é de um anjo. E quem toma fica mais forte e aumenta mais a beleza física. – falei. – Além do mais somos inimigos mortais.

- Só estou querendo dizer, que todos poderíamos viver em paz. – disse meu pai.

- É melhor eu ir dormi. Amanhã terei um dia cansativo. – falei.

- Já conheceu seu protegido? – perguntou papai.

- Sim. – respondi. – Boa noite.

   Subi para o meu quarto e tomei um banho para dormi. Quase não acreditei na manhã seguinte quando percebi que havia sonhado com Justin. Os seus olhos ficaram penetrando em minha mente a noite toda.

- Isso não pode está acontecendo. – murmurei para mim mesma ao acorda.

Fotos das invenções da empresa Asas Para Todo Lado:

O que acharam? Comentem! =D Foi eu msm q fiz.