Sempre fui uma ótima guardiã, desde do meu primeiro protegido. Foi uma garota de oito anos, ela vivia se metendo em brigas no começo eu tive dificuldade, mas nada que eu não conseguisse controlar. Mas depois ficou mais difícil, a medida que eu crescia o meu protegido era alguém mais velho. A ultima protegida minha foi uma garota de quinze anos, uma garota mimada pelos pais e muito rica.

   Estava andando para a empresa caindo do céu, o eslogan deles é: Tudo para você cai do céu, se estiver precisando de uma televisão ela cairá do céu, se estiver precisando de uma casa ela cairá do céu, se precisar de um guardião ele caíra do céu. Tudo para você do bom e do melhor das empresas angelicais.”

   Parei na grande porta de aço, que se abriu para eu entrar. Eu usava um vestido amarelo florido com meu crachá do lado dizendo o meu nome. Primeiro me dirigi para uma luxuosa recepção onde as cadeiras era douradas, as mesas eram douradas, as colunas eram douradas, os quadros, as canetas, até os óculos da recepcionista eram dourados.

- Sra. De Jesus. – disse a recepcionista e todos olharam para vê quem era, sempre acontece isso. – Pode entrar.

   Me dirigi a um corredor estreito que deu numa porta dourada que se abriu para eu entrar. Havia uma mesa de mármore, cadeiras brancas de metais e um homem gordo com paletó preto escrevendo algo numa folha.

- Olá senhorita Angelina. – disse o homem parando de escrever para prestar atenção mais em mim, com um movimento pediu que eu sentasse e assim fiz. – A que trago a sua presença?

- Acabei com meu último protegido. Agora ele será responsabilidade de outro anjo. – falei. – Vim aqui pegar minha próxima tarefa e saber em que cidade e escola estudarei dessa vez.

   Quando recebemos uma tarefa nós mudamos para fazê-la, assim minha família e eu temos nós mudados constantemente, nova cidade, nova escola, novos vizinhos, novos amigos. Como sempre soube o meu futuro, sempre coloquei em minha cabeça a não me apegar a ninguém e isso é o que faço todos os anos.

- Vamos ver. – disse o homem, conhecido como Sr. Augustos. Assim que ele disse isso uma gaveta que estava do outro lado da sala se abriu vindo até ele, era muito longa poderia estralá-la, mas já tinha a visto todas as vezes ao vim pegar minha nova tarefa.

   O Sr. Augustos me olhou de lado e olhou pro meu currículo e para outra pasta.

- Vejo que tem potencial. – comentou o Sr. Augustos e eu murmurei um obrigada.

   Ele pegou o telefone e ligou para a secretária.

- Veja se o protegido 2.547 está disponível. – falou o Sr. Augustos depois de uns minutos recebeu a resposta. – Ok, então está certo. Pegue o currículo dele e depois dê para a Sra. De Jesus ao sair.

   Dizendo isso desligou o telefone e me olhou.

- Conto com você nessa tarefa. – disse o Sr. Augustos. Não entendi porquê disse aquilo, nunca dissera nas outras vezes. – Essa tarefa é muito especial, tratasse de algo novo para você. Então sugiro que se prepare.

   O olhei confusa, mas afirmei com a cabeça decidida.

   Apertei sua mão e sai de sua sala o deixando sozinho. Voltando para a recepção peguei o currículo do protegido com a secretária.

- Boa sorte. – disse ela.

- Obrigada. – falei saindo de lá, me perguntei várias vezes no caminho o porquê dessa tarefa ser diferente e especial. Então olhei para frente e continuei a andar decidida. Não importava, faria a tarefa de qualquer jeito.

   Peguei um ônibus nuvem para chegar na rua Dom Pedro. Entrei em casa e ouvi minha mãe na cozinha.

- Filha. – chamou ela e eu fui até lá. – Qual é o seu protegido agora?

   Peguei o currículo e o abri lendo cada detalhe.

- É um tal de Justin Mense. – respondi.

- Pra onde vamos nós mudar? – perguntou mamãe, Sra. Laura de Jesus, curiosa enquanto fritava os ovos.

- Para... – folheei o currículo. – Los Angeles.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – gritou mamãe e eu coloquei as mãos nos ouvidos. – Olivia! Olivia! Venha cá!

   Olivia era a minha irmã mais velha, ela tinha 22 anos e eu só tinha 16. Ela chegou na cozinha vestindo um short e uma camiseta básica com um casaquinho branco. Seus cabelos cacheados loiros estavam bagunçados, mas ainda sim angelical.

- O que foi? – perguntou Olivia se sentando no balcão.

- Vamos para Los Angeles. Não é incrível? – perguntou mamãe.

- Claro. – responder Olivia sorrindo.

   Já fazia quatro anos que minha irmã desistiu de ser uma guardiã, agora ela trabalha com o tempo e isso não era as vezes bom porque se ela não conseguisse controlar suas emoções choveria quando tivesse triste e faria raios se tivesse zangada.

- Olivia nada de fazer chover sem ordem em Los Angeles ok? – perguntei.

- Tá, vou me comporta. – respondeu Olivia saindo da cozinha e ligando a televisão na sala.

   Quando deu quatro horas, mamãe e Olivia já haviam feito as malas e estávamos indo para o aeroporto chamado sempre azul. Meu pai, Sr. James iria depois, por causa do seu trabalho, ele trabalha dentro da empresa que vende produtos como o tênis que tem asas e faz você voar alguns centímetros do chão, redbull que te dá asas, colete para asas: não sinta mais dor. A empresa era conhecida como asas para todo lado. E meu pai era gerente.

   Chegamos no aeroporto, tirando a empresa caindo do céu era o local que sempre estava cheio. Minha mãe entrou na fila e comprou as passagens enquanto eu e Olivia guardávamos as malas.

   Depois de comprar as passagens entregamos elas a um segurança parado na porta de embarque. Depois que passamos da porta tinha cinco portas cada uma com o nome do local, tinha: Los Angeles, Orlando, Nova York e Mississipi.

- Vamos para Nova York? – perguntou Olivia com os olhos brilhando. Ela sempre quisera ter um protegido de lá só para conhecer a cidade, mas nunca tera essa chance.

- Não. – respondeu mamãe e Olivia ficou emburrada por um tempo.

   Entramos na porta para Los Angeles, ao entrar havia um piso de nuvem frágil onde no chão havia números onde as pessoas ficavam em pé para viajar.

- Qual é o seu número? – perguntou Olivia.

- 28 e o seu? – perguntei.

- 30. – respondeu ela.

   Mamãe era 31, então cada uma ficou em pé num circulo de nuvem mais frágil que o outro. Então uma aeromoça chegou com uma roupa branca e detalhes dourados como o chapéu.

- Para caso de emergências comece a gritar, esse avião nuvem vem com ambiente aquecido e piscina térmica no fundo. – falou a aeromoça. – Tenha uma boa viagem.

   Então ela puxou uma alavanca vermelha e o piso frágil em que todos estavam em pé se abriu. Alguns dos anjos começaram a gritar enquanto caiam, mas não foi meu caso já que não era a minha primeira vez.

   Quando senti o chão, a maior parte do meu corpo estava dolorido e tocando as minhas costas as minhas asas desapareceram. Me levantei e me dei conta que estava no meio de uma praia de Los Angeles.

- Olha pra frente. – disse um surfista passando com a prancha que quase acertou minha cabeça.

   Um outro surfista chegou perto de mim enquanto eu alisava minha costas que doíam.

- Oi linda. – disse o surfista e eu revirei os olhos. Seus amigos estavam por perto. – Doeu muito?

- O que? – perguntei.

- Quando você caiu do céu? – perguntou ele.

- Sim, e ainda está doendo. – respondi e ele me olhou confuso. – Com licença.

   Andei um pouco e logo encontrei minha mãe e minha irmã sem as asas se alongando por causa do pouso.

- Em que casa iremos morar em Los Angeles? – perguntou Olivia sorrindo pra mim.

- Não sei, acho que alguém virá aqui para falar qual cas...

- Olá anjinhas. – disse um homem moreno com um colar de flores. – Eu me chamo Fred e eu que vou mostrar a casa de vocês.

   Nós entre olhamos e o seguimos. Na verdade a casa não era muito perto dali, a casa ficava de frente a praia, tinha três quarto, quatro banheiros, uma cozinha, duas salas de estar, uma varanda e um quintal atrás.

   Corri para pegar o quarto e acabei que ficando com o mais próximo da escada. Joguei minhas coisas no chão e pulei na cama. Sem mais nem menos Fred entrou e sentou na beirada.

- Amanhã começa a sua escola. Você estuda agora na School Young Los Angeles. Se precisar de ajuda não conte comigo. – disse ele saindo do quarto.

   Revirei os olhos, aquilo era só mais uma tarefa para mim.