Espelhar-se em Outra Pessoa... escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 1
Parte 1




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Espelhar-se em outra pessoa pode trazer duas vezes mais problemas

Parte 1

Era uma ensolarada manhã em Edo. E o trio Yorozuya estava trabalhando arduamente. O trabalho do dia? Demolição! Sim, isso mesmo: demolição, ou seja, botar um arranha-céu abaixo.

E por que Gintoki, Shinpachi e Kagura toparam fazer um trabalho desses? Simples: Otose exigira o pagamento de pelo menos um mês de aluguel, ou o samurai estaria no olho da rua. Então, era imperativo que fizesse jus ao título de Yorozuya – que, num bom português, é o mesmo que “faz-tudo”.

Era preciso topar qualquer parada.

E, voltando aos nossos valentes integrantes do trio “faz-tudo”, eles estavam, desta vez, topando um serviço de demolição. O engenheiro da empreiteira responsável pela demolição do arranha-céu havia chegado desesperado à Yorozuya porque todos os seus trabalhadores haviam ido parar no hospital. A causa? Intoxicação alimentar. Haviam comido sushi, mas com peixe de validade vencida. E, evidentemente, passaram mal e foram direto ao hospital.

No lugar deles, lá estavam Gintoki, Shinpachi e Kagura, devidamente equipados com os acessórios indispensáveis para proteção. Gintoki estava dentro da máquina que faria a demolição, enquanto Shinpachi estava a alguns metros de distância com um rádio para se comunicar com o companheiro de trabalho. E Kagura estava perto do prédio que seria derrubado aos poucos, devido à grande altura.

- Boa, Gin-san! – Shinpachi disse, quando o samurai posicionou a grande bola metálica do guindaste. – É aí mesmo!

- Ok, Pattsuan! – era como Gintoki chamava o garoto de vez em quando.

- Pode ir em frente!

O guindaste era bem alto. Gintoki demoliu o último andar do prédio, cujos entulhos já iam caindo na direção da garota, que logo se esquivou.

- Sai daí, sua maluca! Não tá vendo que pode se machucar? – ele vociferou.

- Eu não me machuco com isso!

- Até quem é do clã Yato se machuca!

- Quer apostar quanto que eu não me machuco tão fácil se um pedaço desse entulho cair na minha cabeça?

- Eu aposto que sim!

Gintoki e Kagura estavam discutindo via rádio e já elevavam o tom de voz.

- SE VOCÊ GANHAR, KAGURA, TE DOU UMA CAIXA BEM GRANDE DE SUKONBU! MAS EU NÃO VOU PERDER, PORQUE DUVIDO QUE VÁ ACONTECER. VOU GANHAR E QUERO BASTANTE IOGURTE DE MORANGO, ENTENDEU?

- PODE PREPARAR O MEU SUKONBU!

Shinpachi, que apenas assistia às loucuras dos outros dois, murmurou com uma grande gota:

- N-Não acredito... Nisso...!

Gintoki agora usava o guindaste freneticamente, arremessando a enorme bola presa à máquina contra o prédio sem nenhum cuidado.

- GIN-SAN!! – Shinpachi agora berrava feito um louco. – PARA COM ISSO, OLHA O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO! VAI ACONTECER UM ACID...!

Nisso, Gintoki acertou bem no meio do prédio. A força da pancada foi tamanha que arrancou toda a metade de cima da construção, que caiu, fazendo uma vítima.

- WAAAAAAAHHHHHHHHHHH!! KAGURAAAAAAAAAAA!!! – outro grito estridente do garoto de óculos, que foi correndo em direção ao grande monte de entulho.

*

De volta à Yorozuya, Gintoki e Shinpachi estavam sentados no sofá com expressões preocupadas.

- Até agora a Kagura não acordou... Quando ela vai acordar?

- Relaxa, quatro-olhos. Com aquela cabeça dura, ela acorda logo. Mas continuamos duros e aquela bruxa velha logo vem encher o saco por causa do dinheiro do aluguel.

- Gin-san... Definitivamente, não acredito que você tá mais preocupado com o dinheiro do que com a Kagura...

- Ela é do clã Yato. – ele se levantou e foi até o quarto onde a garota estava. – Ela é forte, logo acorda.

Kagura estava deitada no futon de Gintoki, mas logo acordou e se sentou.

- Viu só? Ela tá perfeitamente bem.

A garota cutucou o nariz com o dedo mindinho e olhou para os outros dois com olhar de peixe morto.

- Er... Gin-san... Não acha que a Kagura tá meio estranha?

Ela cutucou o ouvido com o mesmo dedo e soprou a cera que estava nele. O cabelo ruivo estava bagunçado e seus olhos ainda pareciam de um peixe morto.

Agora sim os dois perceberam que havia algo estranho ali e a encararam. Até que ela soltou:

- Ei, ei, ei... Por que vocês olham tanto pra mim...?

- É impressão minha... Ou ela falou igual a você, Gin-san...?

- Não, que é isso...? É só impressão sua, Shinpachi-kun...!

- Oi, qual é o problema? – ela insistiu, cutucando novamente o nariz e sentando-se da forma mais relaxada possível.

- G-Gin-san... Tem certeza de que foi só uma impressão...? Ela tá falando como se fosse você...!

- S-Sério...? Sabe que nem percebi...?

- Ei, vocês dois vão ficar só tagarelando aí, é? Nunca me viram, não?

O samurai de cabelo prateado e o garoto de óculos apenas piscaram os olhos, sem acreditar no que estavam vendo. Kagura se levantou com muita preguiça e foi ao banheiro. Os dois se entreolharam meio incrédulos.

- Gin-san... Agora é sério... Ela tá estranha...

- Ah... – Gintoki forçou um sorriso. – Pra que se preocupar? É só a Kagura lavar a cara e logo volta ao normal!

Os dois voltaram a olhar para a direção do banheiro.

- Tem certeza? – Shinpachi olhou para Gin com ar cético.

- Como dois e dois são quatro!

*

- Bom... Tudo isso me deu uma vontade danada de comer alguma coisa doce... Um pudim de chocolate, quem sabe...

Gintoki abriu a geladeira, à procura do delicioso pudim de chocolate que resolvera comprar para experimentar. Porém, não o achava. Bom, talvez estivesse no fundo da geladeira, mas...

- Eh? Cadê as coisas da geladeira? Cadê o pudim? E... CADÊ MEU IOGURTE DE MORANGO?!

Estava agachado contemplando a geladeira completamente vazia. Ao se levantar, bateu com tudo a cabeça e soltou um “AI!”. Ainda com a mão na cabeça por conta da pancada, correu até a sala, onde deu de cara com...

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOO!!!


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Notas finais do capítulo

Continua...



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