O Passado nunca Morre escrita por no-chan


Capítulo 2
Cap. 2 Antes só do que mal acompanhado


Notas iniciais do capítulo

Hehe. Voltei!!
Eu sei que demorei, mas não vou dar desculpas, motivos eu tenho.
Só vou pedir desculpas a todas as minhas queridas amigas escritoras cujas fic eu não tenho podido ler nas últimas semanas. Mil perdões! -.-
Principalmente duas que eu deixei acumular e não tive tempo algum de acompanhar:
Love And Loyalty Runs Deeper Than Blood (rosa pugno, BaHrose)
Here By Me. (MaahKisneer)
Eu não as esqueci, nem as abandonei! Eu volto, prometo!

Bem, voltando a fic. Só uma pequena tradução:
kaplan = tigresa
salak = idiota

Então, Boa sorte pra mim,
Boa leitura para vocês!! ^^



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Anteriormente...

- Uma noite de folga não vai te matar sabia?

- NÃO PENSE QUE SÓ PORQUE SOU UMA GUARDIÃ NÃO VOU QUEBRAR A SUA CARA SE TENTAR ISSO DE NOVO!!!

- Mas, Jane. Aquele é Ibrahim Mazur.

- Uma compensação por hoje. Você sai comigo e eu esqueço o ocorrido, que tal?

- Isso foi... inesperado.

Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)

Nem sonhando que eu iria vestir aquela calça! Afinal, quem diabos aquele moroi pensava que era pra tentar me dar ordens? Se eu não estivesse tão encrencada eu poderia dar um jeito de envenenar sua comida e sair de mancinho pelos fundos do restaurante, mas eu não tinha escolha dessa vez. Ok, provavelmente eu não o envenenaria.

- Não vai nem por a blusa nova? – perguntou Vanessa sentada a cama me observando – Ele vai reclamar...

- Eu não estou indo lá para agradá-lo,Vanessa! E você sabe muito bem disso! É só um jantar e eu estarei de volta o mais rápido possível. – a interrompi irritada, mas nem eu mesma tinha certeza do que dizia. Se ele tentar alguma gracinha, eu juro que...

Uma pequena batida na porta interrompeu meus pensamentos. Quando abri, dei de cara com um dos dois guardiões que vira mais cedo acompanhando o Mazur. Ele me olhou sem uma mínima expressão e fez uma leve inclinação para que eu o acompanhasse.

Descemos as escadas do hotel em silêncio total. No mínimo eu deveria ser pra ele só mais uma idiota que se deixava cair nas garras daquele mafioso esquisito. Preferi ficar calada até que chegamos à saída, onde uma enorme limusine nos aguardava. A fútil exibição moroi, é claro.

- Preferiria que tivesse colocado suas roupas novas. – disse aquela voz soturna do “meu acompanhante”. Ele afastou-se da porta recém aberta da limusine e seu rosto parecia um pouco decepcionado. E eu sabia por que.

Claro que eu não ia dar o gostinho a esse moroi de ficar me exibindo com as curvas a mostra. Por isso, coloquei apenas meu uniforme de guardiã que era frouxo e não me marcava. O máximo que fiz foi soltar meus cabelos cacheados até o meio das costas e por um brilho nos lábios. Eu odiava esses cabelos. Davam trabalho demais e atrapalhavam durante um combate, só que eu não tinha coragem de cortá-los.

- Se esperava uma meretriz de sangue fico feliz em desapontá-lo. – respondi olhando-o nos olhos. Minha ira quase me impelindo a socá-lo com toda força, mas mantive a voz neutra.

Ele me observou intensamente por alguns instantes e, para minha surpresa, sorriu satisfeito.

- Você nunca seria uma meretriz de sangue, Jane. – respondeu ele com tanta certeza na voz que me surpreendeu para ser sincera. Mas logo esqueci isso quando me toquei do que ele me chamara. Que intimidade era essa? E como ele conhecia esse apelido? Droga, devia ter ouvido Vanessa me chamar assim na loja.

- Façamos o seguinte senhor Mazur. Eu não o chamo de idiota e você se refere a mim apenas por Hathaway. Assim teremos um jantar fora de perigo. – murmurei com minha voz cortante.

Os dois guardiões ao redor sibilaram contrariados. Será que eles viam algum problema em me ver ameaçar o protegido deles? Hunf. Sarcástica, eu sei, mas o problema é deles, foi esse mafioso que começou!

Para a surpresa deles e para minha ira, ele riu!

- Ora, claro. Podemos nos conhecer melhor antes de eu chamá-la assim. – disse ele divertido e segurando uma risada. Aproximou-se calmamente e me ofereceu a mão para entrar na limusine – Então, podemos ir Hathaway?

Janine Hathaway (Corte - dias atuais)

Eu não sei ao certo o que eu estava fazendo naquela época. Eu tentava provocá-lo de todas as maneiras. Acho que queria fazê-lo perder aquela postura tão irritável! Sempre cínico, indiferente, inabalável! Tão absurdamente sobre controle que me dava raiva! Queria estressá-lo de alguma forma. Saber se conseguiria encontrar um ponto fraco naquele mafioso fodão.

Lembrar daquilo só me deixava mais irritada! Levantei da cama frustrada e coloquei o nazar no pescoço para continuar a varredura. Continuei pela mala de Rose, já que ela nem se dera ao trabalho de desfazer. Tenho certeza que já planejavam fugir muito antes de chegar!

Suspirei pesadamente e abri a mala já remexida pelos guardas. Qual não foi a minha surpresa quando vi o cachecol de Abe logo em cima das demais roupas! Toquei na caxemir suavemente. Era exatamente como me lembrava. Lembro que naquele primeiro jantar, respingos do vinho caíram nela e Abe quase teve um infarto. Ele mandou até os guardiões limparem imediatamente.

Ri da lembrança com leveza, mas logo parei. Sendo sincera, essa foi a única lembrança boa daquela noite. O resto eu mal lembro com clareza. Estava com tanto ódio e ressentimento que eles embaçaram minhas lembranças. Tudo de que me lembro do jantar foi da aparição de um rico moroi acompanhado por uma meretriz de sangue. O nojo que senti e a indiferença de Abe.

Não lembro nem o que aquele moroi falou para nós, ou mais diretamente para mim. Só me lembro que odiei Abe naquele momento e mais ainda quando vi o rosto arrogante da meretriz para o meu lado. Ah, mas da briga eu me lembro muito bem!

Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)

- PRA MIM JÁ CHEGA! – gritei sem mais me controlar, enojada por aqueles morois e fazendo parte do restaurante nos observar – Se quer contar à Corte, à rainha ou ao mundo que eu, guardiã, agredi um moroi, pode fazê-lo! Prefiro ser despedida a passar por mais um segundo disso! – continuei mais baixo, quase rosnando, e saí daquele maldito lugar a trotes e galopes! Quando passei pela porta, dois dos guardiões de Mazur me olharam confusos e logo se dirigiram ao interior do restaurante.

A brisa noturna logo me acalmou. Eu amava a noite. Era como se um véu me cobrisse e me protegesse dos olhares alheios. Já o sol não. O sol parecia trazer à tona todas as coisas que eu queria esconder. Comecei a andar procurando o caminho do hotel. Não devia ser tão difícil.

De repente ouvi passos atrás de mim. “Droga!”, xinguei internamente e imaginei logo que a noite não podia piorar. No mínimo era um maldito strigoi. Peguei minha estaca discretamente em meu bolso e me virei no último segundo pronta para empalá-lo.

- Ei, ei, ei! Calma aí, kaplan! – disse aquele mafioso idiota dando um passo pra trás e pondo as mãos em defesa a frente do corpo.

- Você quer que eu lhe mate, é isso? Se quiser é só avisar que eu não penso duas vezes! Posso fazer até com que ninguém fique sabendo e... Pensando bem, seria um favor para sociedade. Um mafioso a menos para infernizar os outros!

Enquanto eu soltava tudo que estava guardado está noite ele apenas me olhava com aquela expressão misteriosa. Não fazia idéia no que ele estaria pensando e isso me irritava ainda mais.  Foi então que ele deu um pequeno sorriso e eu me virei zangada continuando a andar.

- Você é fascinante quando tira essa máscara de guardiã, sabia?

Rosnei baixo e continuei a andar mais rápido. Ouvi seus passos atrás de mim acompanhando os meus. Mas somente os dele. Tudo parecia incrivelmente silencioso. Foi então que eu percebi o que estava faltando. Seus guardiões, onde estavam?

- Desculpe. – disse ele de repente – Não fazia idéia que aquele salak estaria no restaurante. Ele não devia ter dito o que disse.

Com o som de sua voz austera pedindo desculpas, eu parei imediatamente, mas logo em seguida virei-me irritada.

- Não, ele não devia ter dito aquilo. Mas você não fica atrás dele. Nem você, nem qualquer moroi que adora se aproveitar de jovens damphirs! Pode até não concordar com o que aquele desprezível disse, mas também não o contradisse! Você foi conivente! Se bem que eu devia ter adivinhado que tipo de crápula você é! Não sei nem por que estou tão alterada com isso!

Despejei tudo que me vinha à mente. Sentia-me magoada por ele não ter me defendido. Mas onde diabos eu estava com a cabeça? Por que motivo ele me defenderia? Qual é Hathaway! Onde meteu sua cabeça hoje?

Durante meu debate mental, ele apenas ficou em silêncio, me olhando. Parecia pensativo. Franziu a testa um pouco irritado, mas logo retornou à face calma e mafiosa.

- Realmente... Eu devia ter dito algo. – começou ele sério, mas logo sorriu e olhar tinha um brilho diferente que me deixou nervosa. Não sabia ao certo porque e me policiei para impedir a sensação – Então eu devo compensá-la por essa noite. Permita-me convidá-la para um passeio amanhã, que tal?

- Você tem algum problema de audição? Ou estou falando na língua errada? Não quero nada com você, Mazur! – disse praticamente soletrando a última frase em turco.

- Nem ao menos me conhece, Hathaway! – reclamou ele friamente, mas eu pude ver um tom frustrado em sua voz. – Por que é tão fechada em seu mundo, kaplan? O que te fizeram?

Fiquei incerta naquele momento. Perdi-me na vastidão de seus olhos que, pela primeira vez, percebi o quão negros eram. Como um buraco negro que me envolvia. Vi aquela mesma frustração em seus olhos e um quê de preocupação. Por um segundo abri a boca para responder àquela triste pergunta, mas um movimento ao meu lado me impediu. Congelei.

- Ora, ora. O que temos aqui? Ibrahim Mazur praticamente desprotegido?

A voz gélida e cortante me fez virar lentamente e encarar olhos carmesins como sangue. Uma face pálida. Um sorriso cruel.

Strigoi.

Minha noite não podia piorar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Tive alguns probleminhas com esse capítulo, mas espero ser mais rápida no próximo.
Muito, muito obrigado por lerem!!
Bjão!!!
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão são muito bem vindas! Quem erra aprende e quem conserta melhora!
Amo vocês!
Noelle.



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