O Passado nunca Morre escrita por no-chan


Capítulo 1
Cap. 1 A primeira impressão é que fica


Notas iniciais do capítulo

Boa sorte pra mim!!^^

Boa leitura pra vocês!!



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Janine Hathaway (Corte - dias atuais)

Entrei no quarto de Rose após a varredura que os guardiões da rainha fizeram em busca de provas. Tudo tinha a cara dela... eu acho. Em verdade eu não conhecia minha filha muito bem. Nunca fora uma boa mãe, admito, nem presente, mas tudo que fiz foi para o bem dela. Pelo menos à minha forma.

Até agora eu não a entendia bem. Mesmo que tenha passado mais tempo com ela nesses últimos seis meses do que passei em toda sua vida, eu ainda não compreendo o que a fez agir tão loucamente nesse meio tempo. Sei que ela aprontava, mas festas e bebedeira são coisas de adolescente, até eu... O que? O que diabos estou pensando?! Que Rose nunca saiba dessa parte de minha vida!

Continuei a mexer em suas coisas. Gavetas, armários, roupas. Em vão é claro. Se tivesse alguma pista para ser achada, os guardiões já teriam o feito.

-Merda!

Sentei em sua cama exausta. Essa loucura tinha que acabar. Rose podia ser inconseqüente, mas eu já a conheço o suficiente para saber que ela não faria uma coisa dessas. Ou como Abe disse, “não deixaria tão óbvio que fosse ela”.

“- Nossa filha não é burra, Jane! Ela tem meu sangue. Se ela matasse alguém, tenho certeza que ninguém ficaria sabendo. Eu vi do que ela é capaz na Rússia. – disse ele ainda antes de chegar à Corte.”

Rússia... Até hoje eu me pergunto o que ela foi fazer lá. Primeiro fugiu da academia, duas vezes, depois tirou a princesa Dragomir da Corte sem autorização e pra finalizar, esta sendo acusada de assassinato! O que eu faço com essa menina?

Joguei a cabeça no travesseiro com frustração e logo senti um pequeno pinicar na nuca. Sentei na cama e remexi o travesseiro até que um pequeno pingente caiu. O nazar que eu havia dado à Rose em seu aniversário. Segurei-o entre os dedos cuidadosamente. Abe o havia me dado na noite em que...

-Oh, não é hora para se lembrar disso, Janine!

Me contradizendo, respirei fundo e voltei a deitar na cama. Aquele nazar me trazia tantas recordações...

Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)

- Vamos lá Jane!! Você está muito séria sabia? Uma blusa mais decotada não vai lhe fazer mal! – Vanessa Conta, minha protegida e amiga da academia, gritava indignada no meio da loja.

- Por favor, não comece uma cena. Sou sua guardiã, não uma de suas bonecas para você me fazer de modelo. – sussurrei irritada tentando não chamar a atenção. Se é que era possível.

Como se não bastasse o contraste entre morois e damphirs, minhas curvas eram ainda mais acentuadas que a das outras guardiãs recém formadas. Faziam apenas dois anos desde a formatura, estávamos com dezenove anos e Vanessa resolveu fazer faculdade logo na Turquia. Diga o que quiser, mas eu achava o calor infernal!

Com o sol forte combinado com o ruivo exagerado dos meus cabelos e minhas curvas era praticamente impossível não chamar atenção em um país onde as mulheres estão praticamente cobertas! Os homens da loja já não tiravam os olhos de mim fazia alguns minutos.

- Se eu levar você se cala e nós saímos daqui? – perguntei apressada.

- Claro!

Vanessa correu para o balconista e eu resolvi ficar um pouco atrás, mas sempre com ela a minha vista. Foi então que um cheiro estranho me atingiu. Uma mistura de almíscar e pimenta. Me virei quase ao mesmo tempo que ele falou.

- Tenho certeza que essa blusa vai ficar muito sexy em você. – disse um homem muito, mas muito esquisito.

Eu fiquei sem palavras por alguns segundos tentando decifrar a aparência dele. Um moroi, jovem, mas nem tanto, a barba bem feita cobrindo seu rosto lhe dava um ar mais velho, mas não escondia suas feições. Devia ter uns vinte três ou até vinte cinco anos. Suas roupas eram extravagantes, mas de certa forma elegantes, como aqueles ricos que criam sua própria moda e ficam bem nelas. Usava adornos como brincos e colares de ouro e um cachecol... nesse calor? Mas o mais chamativo eram seus olhos. Pareciam esconder um misto de aventura e perigo, algo que me fez tremer de ansiedade por dentro e eu com certeza não gostei.

Como eu não disse nada, ele deu um sorriso torto e aproximou-se um pouco mais. Seu olhar era audacioso e por segundos eu imaginei aqueles mafiosos de filmes antigos.

- Que tal você vestir ela hoje à noite e jantar comigo?

Com essa eu saí de meus devaneios. Moroi crápulas que sempre tentam tirar vantagem de tolas damphirs me davam nojo. Sorte a minha que eu não era uma dessas tolas. Muitas respostas espertinhas me vieram na ponta da língua, mas eu resisti. “Você é uma guardiã agora!”, fiquei me repetindo.

- Não irá acontecer. – disse simplesmente e voltei a prestar atenção em minha protegida.

- Ora vamos. Você não é daqui não é? Que tal eu lhe mostrar a cidade? Posso lhe mostrar lugares impressionantes. – disse ele num tom provocativo e sedutor.

Continuei apenas olhando para frente ignorando-o e às respostas ácidas que rondavam minha cabeça. Ele não se deu por vencido. Bloqueou minha visão de Vanessa e aproximou seu rosto do meu.

- Uma noite de folga não vai te matar sabia? – disse ele suavemente e vi sua mão vindo tocar minha nuca. “Ah, não. Ele não se atreveria!”, pensei, mas já em cima da hora. Ele tomou meu rosto com as mãos e eu senti sem lábios roçarem aos meus poucos milésimos antes de...

- OHH!! – gritou ele no instante que meu joelho encontrou sua virilha.

- NÃO PENSE QUE SÓ PORQUE SOU UMA GUARDIÃ NÃO VOU QUEBRAR A SUA CARA SE TENTAR ISSO DE NOVO!!! – gritei furiosa. Minha vontade era encher ele de porrada até ele não poder mais se levantar, mas eu tentava me controlar a todo custo.

Dois guardiões surgiram do nada e estavam vindo na minha direção. Dois? Não me diga que esse cara era da realeza!! Por favor, de novo não! Não quero mais problemas. Me preparei para receber os golpes dos dois. Ai isso ia doer!

- Não, tudo bem. Deixem ela. Eu passei dos limites. – devo admitir que a voz do moroi estava bem controlada para o golpe que levou. Um pouco ofegante e dolorida, mas nada de lágrimas. E ele parou seus guardiões?

Os dois nem hesitaram. Deram as costas pra mim e ajudaram o homem a se levantar. Olhei ao redor e toda a loja nos encarava em estado de pânico. Mais do que o normal para uma briga se querem saber. Vanessa estava mais pálida que um strigoi e eu vi seu rosto brilhar em suor. O que aconteceu?

Corri até ela para ver se estava tudo bem. Ela me olhou incrédula e apavorada.

- Você sabe em quem acabou de bater? – perguntou ela com voz falha.

- Não me diga que ele é da realeza. Ainda tenho que me resolver com os malditos boatos de Ivashkov! – implorei com a voz chorosa.

- Hum... Não, ele não é da realeza, mas...

- Oh graças a deus!

- Mas, Jane. Aquele é Ibrahim Mazur. O homem mais rico e poderoso de toda a Turquia! Sem contar que ele tem a má fama de ser um verdadeiro mafioso!

“Isso explica a aparência.”, pensei atordoada. Virei roboticamente para o homem que agora vinha em minha direção. “Perfeito, to ferrada!” Ah, mas eu não ia dar a ele o gostinho de me ver tremer nas bases. Coloquei minha cara mais inexpressiva e o encarei. “Que venha então!”

Ele parou a minha frente sério. Mas ao ver minha expressão, ou falta dela, ele levantou uma sobrancelha e sorriu novamente.

- Então nos vemos mais tarde. Pego você as oito. – disse ele divertido e sem um pingo de sarcasmo.

- O-o que? – perdi minha máscara inexpressiva com essa e o encarei confusa.

- Uma compensação por hoje. Você sai comigo e eu esqueço o ocorrido, que tal?

- Se você acha que eu...

- Ela vai. – disse Vanessa me interrompendo – Ela estará lá. Não seria oportuno a Corte saber desse incidente não acha?

- Oh. Claro, senhorita Conta. Eu disse totalmente esquecido. – respondeu ele ainda olhando pra mim, mas sua voz subiu um pouco e todos no local foram capazes de ouvir. No mesmo instante entenderam a ameaça ali presente e voltaram rapidamente a fazer qualquer coisa.

- Então, até mais tarde, Jane.

Ele deu aquele sorriso mafioso e virou se retirando com seus guardiões. Eu o assisti se retirar chocada e... Incrivelmente irada!

- Por que você aceitou aquilo? – perguntei a Vanessa furiosa.

- E você lá tem escolha? Se isso chega a Corte é capaz de você ser demitida! Juízo Hathaway! Não pode sair dando joelhadas em qualquer imbecil!

- Eu não acredito que estou ouvindo isso de você! Eu mereço. Tudo por causa dessa maldita blusa!

- Com licença, senhorita Hathaway?

Me virei para uma das atendentes da loja e ela me sorria carregando uma... calça?

- Sim?

- Isso é do senhor Mazur. Ele disse que era para combinar com a blusa.

Peguei a calça atônica e ela se retirou. Vanessa deu uma boa olhada e eu pude ver que ela ficaria incrivelmente colada no meu corpo.

- Isso foi... inesperado. – disse ela pensativa.

- Eu juro que se eu me livrar dessa, eu mato aquele barbudo enforcado com essa calça!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Por enquanto a fic é 16 anos... Se eu tomar coragem e resolver escrever algo a mais (huhuhuhu) eu mudo a censura tá?^^Espero que tenham gostado. Digam se devo continuar, plixxBrigadão por lerem!!!!Bjus!!!!