Jane Volturi - Human Life escrita por Lorien Shinobu, Mari Fonseca


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic sobre Twilight, mas espero que gostem.



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Jane Volturi – Human Life

Para conseguirmos o que queremos, muitas vezes temos de pagar um preço, que pode ser alto ou pequeno, tudo depende da do tamanho e do quanto à coisa importa para você.

Todos acham que sou amarga e cruel por causa do que eu e meu irmão passamos, a perseguição por acharem que nós éramos bruxos, quase sermos queimados em uma fogueira, o ódio que todos tinham de nós... Mal eles sabem que não tem nada a ver com isso.

Alec e eu nascemos no final do século XVI, em uma época que as mulheres se casavam aos quatorze anos e qualquer coisa que não pudesse ser explicada pela ciência era considerada feitiçaria.

Apesar das circunstancias, eu havia conseguido ficar noiva de um importante barão que me encantou no primeiro segundo que o vi. Seu nome era Alfonso. Foi amor a primeira vista. Casamos-nos na primavera e tivemos uma filha logo em seguida. Ela era minha linda princesinha, meu maior tesouro.

Enquanto isso, Alec acabou se apaixonando pela irmã de Alfonso, Elena, e se casou com ela alguns meses depois de nós, mas eles não conseguiram ter um herdeiro, só que isso não diminuía sua felicidade. Finalmente estávamos tendo uma vida normal.

Somente por precaução, fomos morar na mesma fazenda, os cinco, num campo afastado de Roma, aonde ninguém iria nos procurar. Vivemos assim por mais de dois anos.

Até que, um dia, um antigo vizinho da casa de meus pais acabou descobrindo onde morávamos e contou a todos de Roma, que se enfureceram e vieram nos pegar. Alfonso, Elena e Joane conseguiram fugir, mas os aldeões pegaram meu irmão e eu. O resto da história vocês já sabem.

Mesmo depois de transformada, procurei por eles para saber se estavam bem, mas nunca encontrei nenhum rastro, nenhum vestígio de que um dia eles sequer tenham existido. Muitas vezes já me perguntei se aquilo foi só um sonho, de que eu nunca me casei e tudo o que aconteceu foi só um fruto da loucura causada pelo calabouço em que nós ficamos presos. Não. Não foi uma alucinação. Lembro-me perfeitamente do rosto de Alfonso, de minha filhinha, era tudo real demais para ser um sonho. Tudo muito perfeito e bonito.

Alec e eu nunca conversamos sobre esse assunto, dói demais falar sobre isso, só nos dá mais tristeza e raiva. Não vale a pena. Mas nunca deixamos de sofrer ou esquecemos eles. Não. Isso se reflete em nosso comportamento e humor. Alec é frio e calculista e eu, bom... Acho que todo mundo sabe como sou. Sádica e mortal, sem piedade. Um monstro.

Um monstro com dor.

Uma das coisas mais normal aqui no palácio é quando um vampiro que quebrou as regras entra sendo arrastado por Demetri e Felix. Hoje não foi diferente.

Estava em meu posto, ao lado de Alec e perto de Aro. Olhava aquela cena com tanto tédio que se pudesse estaria dormindo. Mas até isso foi tirado de mim.

- Por favor – implorou o vampiro – eu só vim dar um recado, não me matem, por favor!

- Serio? – exclamou Aro com uma falsa expressão de surpresa – E para quem é esse recado?

O tal vampiro me apontou com a cabeça, seu rosto demonstrando um medo aparente por estar perto de mim. Fui até ele, parando bem na sua frente. Como ele estava ajoelhado, pude encará-lo nos olhos, só aumentando seu terror.

- Qual é seu nome?

- P-Patrick – disse gaguejando.

- De quem é o recado, Patrick?

- Tenho certeza de que a senhorita vai querer ouvi-lo em particular.

Aro riu.

- O que acha minha querida? Quer ouvir o recado que esse vampiro está tão ansioso para te dar?

Não respondi de imediato. Tombei a cabeça um pouco para o lado, o analisando.

- Sim, estou precisando me divertir um pouco mesmo. Se o senhor permitir, é claro – acrescentei com um sorriso.

Aro assentiu, retribuindo o sorriso. Olhei para Alec, que me lançou um olhar divertido, ele sabia muito bem o quanto eu gostava de torturar as pessoas.

- Vamos – falei, sendo seguida por Patrick. Andamos um pouco, até chegarmos a um corredor vazio bem afastado. Tochas iluminavam o lugar, mostrando o que se escondia na escuridão: enormes calabouços que cheio de vampiros poderosos que desrespeitaram as regras. Aro nunca gostou de matar pessoas poderosas, então ele os trancava aqui, até que eles assentassem respeitá-lo e entrar na guarda.

Sempre vinha aqui quando queria pensar, era um lugar reconfortante, pelo menos para mim.

- Estamos sozinhos, não há ninguém por perto. Pode falar.

Patrick sorriu, tirando alguma coisa de seu bolso, uma carta, que estava selada com aquelas ceras que eram usadas antigamente.

Receosa, peguei-a e comecei a ler.

Minha querida Jane,

Desculpe-me por nunca ter dado noticias e ter simplesmente sumido, foi um erro terrível e nunca poderei repará-lo. Talvez você nem se lembre mais de mim, se tornou uma vampira tão importante, me sinto tão orgulhoso. E como também sei dos boatos de que você apagou completamente de sua memória sua vida humana, acho melhor eu me apresentar.

Chamo-me Alfonso Condelli e a mais de quatro séculos atrás fui seu marido e amante. E seu irmão se casou com minha irmã, Elena Condelli, agora Elena Di Angelo, seu antigo sobrenome humano. Nós dois tivemos uma filha juntos, Joane Condelli, uma linda menina, tenho que dizer.

No dia em que os aldeões foram pegar você e Alec, nós três conseguimos fugir a pedidos de vocês. Ficamos foragidos por mais de um ano, mas acabamos encontrando Alistar, um vampiro que nos contou o que aconteceu com vocês dois. Foi aí que eu e Elena decidimos nos transformar.

Alistar, como um bom amigo, concedeu nosso pedido, mas só na condição de que ficasse com Joane até que nós estivéssemos mais controlados. Isso demorou treze anos, significando que Joane já tinha idade para ser transformada também. Ela não pensou duas vezes.

Até hoje, nós vivemos escondidos, em um país muito frio no norte da Europa, esperando pelo momento certo para contar a vocês dois à verdade. Não somos um clã, como deve estar imaginando, somos uma família, mas não somos os Cullens, nos alimentamos de humanos mesmo, só temos mais cuidado onde matamos.

Agora que já sabe da verdade, poderá decidir se quer nos ver ou não. Patrick irá contar nossa localidade exata, mas somente se vocês dois vierem sozinhos, não queremos mais nenhum Volturi por essas bandas, por enquanto.

Amo-te minha querida flor, e sinceramente espero que venha nos ver, Joane sente sua falta e eu também.

                                                                                                                                 Alfonso

                                                                                                               Líder dos Condelli

Reli a carta umas três vezes antes de falar alguma coisa. Aquilo não podia estar acontecendo, era mentira, uma brincadeira de mau gosto. Isso! Era uma brincadeira.

Peguei o vampiro pela gola de sua camisa e o prensei contra a parede.

- Me de uma boa razão para não arrancar sua cabeça agora mesmo – falei com os dentes serrados.

- Pode ficar brava o quanto quiser Volturi pode até me matar, mas isso não mudará a verdade: sua família está viva.

Soltei-o, e me afastei o máximo que pude, como se ele tivesse uma doença contagiosa. Eram muitas informações só de uma vez. Todos vivos, minha filha está viva, minha Joane.

- Onde eles estão? – perguntei o encarando.

- Não posso falar ainda. Você leu a carta, eu maridinho não quer nenhum da sua laia perto deles – disse com um sorriso.

- Você não vai querer brincar comigo Patrick, acredite. Onde eles estão? – perguntei falando pausadamente.

- Não tenho medo de você... – não deixei o terminar, lancei uma onda enorme de meu poder, tão grande que seus berros escoaram pelo castelo.

- Vai me falar? – perguntei calmamente, mas em para a tortura, isso estava divertido demais.

- Não... – aumentei mais, fazendo com que Patrick começasse a se contorcer – Ok, ok – falou desesperado – capital da Dinamarca, um chalé no meio da floresta ao norte da cidade.

Parei, mas sem esperar ele se recuperar, já arranquei sua cabeça. Peguei uma das tochas, tacando fogo em seus pedaços.

- Adeus Patrick.

- Falando sozinha irmã? – perguntou Alec atrás de mim. Virei-me, apertando mais a carta que estava em minhas mãos.

- Só me despedindo – falei séria.

- O que foi Jane? Nunca te vi tão séria.

Estendi-lhe a carta, sem falar nada. Alec a pegou receoso, mas a leu sem falar nada. Sua expressão ia mudando aos poucos, de desentendimento a incredulidade. Terminando, ele olhou para mim, querendo uma resposta.

- O vampirinho aqui – apontei para Patrick – falou que eles estão morando na Dinamarca, em Copenhague, mas especificamente.

- Jane...

- Não Alec, não me veja com essa cara de que é impossível – disse meio desesperada – é difícil, eu sei, mas não impossível. Pense! Nós nunca nem tentamos direito descobrir o que aconteceu com eles e... Se for verdade, se eles realmente forem vampiros, poderemos voltar a ser uma família, a ser felizes...

- Jane – Alec me interrompeu, pondo a mão em meu ombro – Você está falando em deixar a guarda? Tipo, nunca mais voltar?

- Não por enquanto, mas... Podemos ir verificar. Aro irá deixar se eu pedir, só vai demorar no máximo duas semanas. E se for tudo verdade, aí nós vemos o que vamos fazer. Mas por favor, vamos ao menos verificar.

Alec ficou quieto, considerando a idéia. Só que não havia nada a considerar, era nossa família, as pessoas que fizeram tudo por nós, que sacrificaram suas vidas para que nós pudéssemos ter uma, sem perseguições ou mortes.

Nem por um segundo, deixei de sustentar meu olhar, implorando silenciosamente para que ele dissesse sim.

- Pense em Elena – falei de repente, em um ultimo apelo – não quer revê-la? Não quer voltar a ter alguém que te ama, que não quer só sexo? Não quer voltar a vê-la?

- Não sei não Jane. E se não for verdade? Teremos ido lá à toa, sem contar o quanto ficaremos arrasados.

Se eu pudesse, já estaria chorando agora. Por sorte, ninguém estava aqui para ver meu estado. Imaginem Jane Volturi chorando. Nem em um milhão de anos.

- Alec, tem uma coisa que eu nunca te contei, porque eu sabia que iria te arrasar e só te deixar mais triste...

- O que?

Respirei fundo antes de responder, essa era minha ultima carta na manga, se não desse certo, eu não só estaria perdendo a oportunidade de saber a verdade, mas também estaria arrasando o que restou de felicidade do meu irmão

- No dia que nós fomos pegos pelos aldeões, Elena ia te contar que estava grávida.

Já esperava que sua reação fosse extrema, então não liguei muito quando ele me segurou pelo pescoço, levantando-me do chão. Seus olhos faiscavam, seu rosto estaca contorcido em uma expressão entre raiva, ódio e tristeza.

- Porque você não me contou isso antes? – disse com os dentes cerrados.

- Porque você só iria sofrer mais. Eu sabia o quanto você e Elena queria ter um filho... Não queria te deixar infeliz, irmão. Desculpe-me.

Fechei os olhos, não querendo encará-lo mais. Sabia que merecia tudo aquilo, agora teria de aguentar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Por favor, deixem reviews, quero saber se ficou bom ou se realmente não sirvo para escrever sobre Twilight.Beijos