As tais garotas sairam me carregando para um chalé muito...verde. Havia plantas em todo lugar e eu tenho péssimas lembranças sobre mato. Foi assim:

" Quando eu tinha 8 anos eu fui no sítio do meu tio nas férias. Um dia resolvemos ir caminhar. Estava indo tudo muito bem quando eu tropecei e caí no chão. Meu pé havia ficado preso em um cipó. Eu comecei a rolar de um lado pro outro desesperada e acabei quase me enforcando nos cipós. Eu demorei uma hora e meia pra me soltar. FIM!"

Enfim, esqueçam meus traumas de infância e voltando para a história.

Elas me levaram pra dentro do chalé e lá só tinham vasos de plantas e uma árvore bem no meio.

- Bom esse vai ser seu lar durante todo o verão. O jantar é sempre as nove e café da manhã as oito em ponto, sem atrasos! Sua cama é essa e luzes apagadas as onze.- Foi a única coisa que me falaram. Todo mundo vestiu os pijamas e foram dormir. Olhei meu relógio e vi que eram 22:57. Desliguei a luz da minha mesa de cabeçeira e fui dormir.

Não tive nenhum sonho naquela noite. Acordei e todos ainda estavam dormindo. Fui até um guarda roupa que havia no quarto e peguei uma blusa laranja do acampamento. Coloquei uma saia jeans que eu achei e um par de botas. Saí do chalé sem fazer barulho e fui andando enquanto ainda estava amanhecendo. Cheguei até a praia. Eu me sentei na areia e fiquei olhando para o horizonte. Senti logo uma mão no meu ombro. Me virei e vi um menino. Ele usava calças MUITO apertadas e uma camiseta escrita: " I'm drunk of love ". 

- O que você faz aqui tão cedo?- Ele me perguntou. Eu me levantei e notei que ele era mais alto do que eu.

- Eu acordei e não consegui voltar a dormir. E o que você está fazendo aqui?- Perguntei também. Ele revirou os olhos e deu um sorrisinho.

- Eu estava pegando bebidas na loja do acampamento. Mas não conte pra ninguém ok? Esse será o nosso segredo.- Ele falou e se sentou.

- Como assim nosso segredo? Nós nem nos conhecemos! Eu nem sei o seu nome!- Eu me sentei do lado dele. Tenho que admitir que ele era muito bonito.

- Meu nome é Pollux. E o seu?- Ele falou beijando minha mão. Cara eu acho que tô apaixonada!

- Letícia. Letícia Ferreira.- Eu disse sorrindo. Com o tempo, os campistas foam saindo dos seus chalés. 

- Tenho que ir. Te vejo depois?- Ele perguntou. Fiz que sim com a cabeça e ele saiu correndo. Logo depois eu fui também. No refeitório a maioria das pessoas já tinham chegado. Me sentei na ponta o que me fazia ficar do lado do pessoal do chalé de Hermes, e para o meu azar, Connor ( Ou Travis) se sentou ali.

- E aí gatinha? Tudo bem?- Ele estava com a bochecha roxa do soco que eu dei nele ontem.

- Oi, resolveu passar blush amiguinha?- Eu falei zoando com ele.

- Ha ha! Isso é tudo culpa sua! Minha cara ficou toda roxa.- Ele falou e eu o ignorei. As meninas do meu chalé me contaram que temos que jogar metade da nossa comida no fogo em homenagem aos nossos pais.

Joguei minhas panquecas e me sentei de novo pra comer. Percebi que Connor não estava mais ali mas logo me esqueci do detalhe. As panquecas estavam realmente deliciosas. Quando fui cruzar as pernas senti algo encostando nelas. Olhei embaixo da mesa e lá estava Connor com uma câmera na mão.

- Consegui! Eu tirei uma foto da calcinha dela! Eu disse que conseguia!- Ele começou a gritar correndo pelo refeitório. Eu em minha defesa, peguei o meu prato e taquei na cabeça dele. O prato se estilhaçou em mil pedaços e a cabeça de Connor ficou cheia de cobertura de chocolate.

Ele caiu no chão com a mão na cabeça e eu peguei a câmera da mão dele.  Não é que o imbecil consegui mesmo tirar uma foto?! Apaguei ela na hora e joguei a câmera nele.

- Isso é pra você aprender a não mexer comigo.- Eu falei e fui embora do refeitório deixando Connor sozinho no chão me olhando. Fui andando pra arena e peguei uma espada no arsenal. Comecei a lutar com um boneco até uma menina chegar. Ela era mais velha do que eu. Ela devia ter uns 19 anos.

- Você é boa! Você é nova aqui?- Ela me perguntou.

- Sou. Como assim boa?- Eu perguntei.

- Nunca vi uma novata lutar bem assim! Como você consegue?- Ela perguntou mais admirada ainda.

- Eu simplesmente pensei que o boneco era Connor Stoll. Só isso.- Ela riu e me deixou lutando. Depois de 2 minutos o boneco estava destroçado. Quando me virei, todos estavam me encarando e sorrindo. Eu corei na hora e vi uma pessoa vindo na minha direção. Era Connor.

- Oi Connor, o que foi agora?- Eu perguntei impaciente. Ele tirou o que parecia ser uma adaga do cinto e me atacou, eu me esquivei com a espada.

- Achou que eu fosse facilitar só porque você é mulher? Nada disso!- Ele me atacou de novo e eu me abaixei e passei po debaixo das pernas dele. Botei minha espada na sua garganta e disse.

- Você desiste agora?- Perguntei. Ele me empurrou e eu passei minha espada na perna dele, cortando sua calça e também sua pele. Ele se ajoelhou e depois pulou em cima de mim, eu sem nenhum lugar pra correr, me defendi do golpe com a minha mão que acabou cortada e eu fui obrigada a largar a espada. Enquanto eu segurava a minha mão que estava sangrando pra caralho, ele chutou minha espada para longe. Me abaixei e fingi que estava chorando. Ele veio na minha direção preocupado e eu o surpreendi.

Dei um chute na barriga dele e joguei sua espada no chão. Chutei ela também e  pulei em cima dele. Nós dois começamos a nos chutar e nos socar. Dei dois socos no rosto dele e ele me deu um na barriga. Logo fomos parar no chão rolando de um lado para o outro. Dei um chute naquele lugar dele e me levantei. Peguei minha espada que estava lá longe e apontei para o pescoço dele.

- Você se rende agora?- Perguntei. Eu dei minha mão pra ele levantar só que ele me puxou e eu caí em cima dele. Ficamos perto demais um do outro e ele passou a mão em um corte no meu rosto. Ardeu mais eu nem liguei. Eu estava entretida demais olhando para aqueles profundos olhos castanhos.

- Eu fiz isso?- Ele perguntou realmente preocupado daquela vez. Fiz que sim com a cabeça e ele aproximou nossos rostos mais ainda. Pude sentir seu hálito de canela. Fechei meus olhos e acabei com o espaço que havia entre os nossos lábios. O beijo não foi um dos melhores pois no início nós dois estávamos meio surpresos. Logo o beijo foi ficando mais intenso e começamos a ouvir aplausos atrás da gente. Sorri mentalmente. Eu sabia que ia me arrepender disso depois mas não me incomodei. Esse era o nosso momento. 

Depois de mais ou menos dois minutos ouvimos um pigarro. Era Quíron, ele estava de braços cruzados nos olhando.

- Eu acho que já chega não é?- Ele disse e nós dois coramos. Eu fui embora da arena com Natália e Fabiana em meu encalço.

- Que foi gente?- Eu parei e me virei.

- Letícia, você não entendeu? Aquele beijo merecia um óscar! Foi lindo.- Nati falou e Fabiana deu um tapa na testa. 

- O que a Nati tá tentando dizer é que você conheceu o garoto ontem e hoje a menos de uma hora você tacou um prato na cabeça dele.- Ela falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Mas vindo da Fabiana nada é óbvio.

- Ah gente esquece isso, aliás, quem quer ir na praia?!- Eu mudei de assunto.

Cada uma foi para o seu chalé e colocou um biquíne. Eu não tinha biquíne então fui até a loja do acampamento roubar um, ou melhor, pegar emprestado sem ninguém saber. Quando eu estava quase conseguindo, alguém falou.

- Muito bonito hein, senhora Letícia!- Foi Connor quem falou. Ele me abraçou e perguntou.

- O que você vai fazer com isso?.

- Eu e as meninas vamos na praia. Quer vir com a gente?- Perguntei. Ele fez que sim com a cabeça e foi embora. Fui para o meu chalé e me vesti.      Tive uma surpresa quando fiquei pronta. O bíquine era fio dental!

- Droga de vida!- Murmurei enquanto ia em direção a praia daquele jeito mesmo.