Em Busca de Redenção escrita por Zero_xz


Capítulo 3
Jules, o "caçador de recompensas"




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Dor. Muita dor. To a...nem sei, umas 8 horas andando, e nem sei se é na direção certa. To morrendo de fome, o calor está insuportável e pra lado que eu olho, só vejo areia...pra dizer, a verdade, vejo carcaças de animais e areia. E não acho isso um bom sinal, tempestades de areia são comuns nessa região, e você com certeza, não vai querer estar no meio de uma quando ela começar. E o que eu não daria por só um gole de água...

Nossa, até que enfim, encontro alguma coisa diferente. Parece ser uma construção abandonada, com um monte de carcaças de carro. Um antigo posto, ou algo do tipo. Entro no prédio...é, realmente parece um posto, mas parece que pegou fogo ou algo do tipo, tudo está destruído. Pelo menos parece ser um bom lugar pra descançar um pouco. Deito no chão, fecho os olhos e fico lá, esperando o tempo passar um pouco. Mas essa aparente paz é perturbada:

- Abra os olhos e não faça movimentos bruscos.

Abri os olhos, e a primeira coisa que eu vejo: uma espingarda bem na minha cara. E por incrível que pareça, eu não entrei em pânico, fiquei ali, parado, esperando mais alguma ordem.

- Continue parado e me responda: você tem alguma arma?

- ...sim - Ele me revistou e tirou o revólver da minha cintura

- Ok...qual seu nome, e o que você está fazendo aqui?

-  ... meu nome é Stephen Shign. Estou indo até a colônia 37/C encontrar meu pai, parei aqui apenas para descançar!

- Sei...bem, pode relaxar agora...mesmo que fosse mentira, você não iria muito longe nessas condições...sem água, sem mantimentos, uma arma quase sem munição... - Ele tirou a espingarda da minha cara e me deixou levantar

- E você, quem é? - Espero que ele não fique inrritado com a pergunta, ele ainda tá com a espingarda na mão.

- Meu nome é Jules. Fui enviado aqui para encontrar o dono desse lugar. Mas pelo que parece... - ele pegou uma chapa de ferro meio retorcida pelo fogo, mas com vários buracos de bala visíveis - ...eles encontraram antes de mim. Droga, não vou receber meu pagamento... - Peraí...nossa, sempre tinha ouvido falar deles, mas nunca tinha visto um antes...

- Você é um mercená... - antes que eu terminasse, a espingarda já estava na minha cara denovo.

- Veja bem como fala, garoto...é "caçador de recompensas". Entendido?

- Sim, senhor... - e a arma saí de perto da minha cara denovo.

- Colônia 37/C, não é?

- Exatamente, pra lá que eu estou indo...

Enquanto eu falava isso, percebo um barulho vindo da direção da porta. Olhei e ví que estava entrando um lobo do deserto. E pela carinha "amistosa" e a pose de ataque, ele não parece ter vindo só pra brincar. Tento avisar o Jules, mas ele não tinha visto, estava de costas pra porta e ainda estava distraído falando:

- Olha garoto, acho difícil você chegar lá nessas condições. Você não está nem um pouco preparado, e pela sua cara, não tem condição numa briga. Se você quizer, eu posso te levar até uma cidade, mas depois você se vira...

Dito isso, o lobo pulou na direção do Jules. Eu empurro ele pro lado, á tempo do lobo errar ele por quase nada de distância. Corri pra pegar minha arma no chão, mas não foi a tempo o suficiente de evitar que ele fosse na direção do Jules e mordesse seu braço. Peguei a arma e atirei, uma, duas, três vezes. Teria atirado mais, mas a munição acabou. Mas um tiro de revólver já causaria problemas num homem, imaginem três em um lobo. Depois que ele caiu morto no chão, o Jules apontou pra mocilha dele no outro lado da sala. Peguei-a e levei até ele:

- ...abre...

Depois que eu abri, enfim eu entendi o que ele queria dizer com "mantimentos": tinha praticamente tudo o que se podia imaginar ali. Mas peguei o que interessava, algumas coisas pra limpar e fechar as marcas da mordida no braço dele. Começei o processo e ele começou a falar:

- Retiro o que eu disse, acho que você pode se virar no deserto...AHHH! - ele gritou, logo que eu pus um pouco de pólvora pra cicratizar as feridas. Passado mais alguns minutos, a ferida estava limpa, fechada e com uma aprência bem mais agradável.

- Obrigado. - Ele ficou olhando a janela por alguns segundos e voltou a falar - Bem, acho que vamos ter que ficar aqui essa noite, está começando uma tempestade...

Ele usou o braço bom pra mecher dentro da mochila e pegou um pote. Depois de uma certa dificuldade pra tirar o lacre, ele abriu e logo que o cheiro invadiu o ambiente, era bem fácil de saber o que era aquilo: comida! Tinha até esquecido da minha fome, mas agora meu estômago começou a roncar denovo. Ele tirou um pão de dentro e deu uma enorme mordida nele. Ainda mastigando, perguntou:

- Quer um pedaço?

- ... posso pegar?

- Você salvou minha vida a alguns minutos, o mínimo é te dar um pouco de pão, não concorda?

Apesar de poder pegar bastante até, me contentei com um pedaço só. Mas aquele pedaço valeu por um banquete, assim que bateu no meu estômago tive uma sensação de alívio. Bebi um pouco da água dele também. Acabada nossa "refeição", cara um se arrumou em um canto.

Bem, não sei o que vai acontecer, mas pelo menos um dia eu já consegui sobreviver ao deserto


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