Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 25
Capítulo 25: Playin' in a rockin' band




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  Minha cama era de casal, portando, dormimos Avril, eu e June lá. Dean dormiu no sofá da sala. Segundo ele, era confortável.

  A luz estava apagada, e eu já escutava a respiração pesada de June, do meu lado, o braço jogado em cima de mim. Virei-me para Avril e a cutuquei.

-Está acordada?

  Sussurrei, pensando em vão, que ela estivesse.

-Estou.

  Milagre.

-Insônia?

  Ela me perguntou, virando-se para mim. Sorri.

-Pois é. Hey, Avril, já te convidaram para o Baile?

-Hm, por quê? Vai me convidar?

  Dei um empurrãozinho nela, e ela riu.

-Já. Vou com o Oliver.

  Podia sentir uma pontada de animação em sua voz.

-E June?

-Está mesmo desesperada, heim?

-Para de brincar, porra.

  Falei, e ela parou de rir, falando:

-Ela vai com o Nathan, aquele nerd ruivo.

  Ficamos em silencio por minutos.

-Brian já te convidou?

-Quem disse que ele vai me convidar?

-Puta que pariu, ta na cara, Lisa!

  Ela disse, como se fosse algo sobrenatural eu não acreditar nisso. Ele era um galã de novela na escola, com certeza iria chamar a Ashley-vagaba.

-Você acha?

-Não é essa a questão: você vai aceitar?

  Fiquei em silencio.

-Lisa, você precisa prestar atenção nos detalhes. Jake ainda não convidou ninguém.

  Puta merda.

  Esqueci do Jake.

-Ele vai me convidar.

-É obvio! O que você vai fazer? Vai com o Syn ou com o Jake?

-Não sei. Acho que com o Jake.

-NÃO! Está na cara que o Syn gosta de você.

-Então eu vou com o Syn.

-NÃO, o Jake vai ficar magoado.

-AH, PORRA!

  Reclamei, minha cabeça dando um nó mental. Ela me deu um beijo na testa e boa noite, falando que eu tinha que pensar bem, por que era importante, enquanto me dava as costas.

  Me virei para a frente, encarando o teto.

-Pode me passar o Ipod, está nessa mesinha aí.

  Eu disse para ela.

-Não, vira e dorme, Lisa.

  Respirei fundo, fechando os olhos e rezando para dormir logo.

  Acordei com uma dor nas costas imensa, e quando vi, estava sozinha na cama.

-Alguém?

  Chamei.

-Eu to aqui.

  June respondeu, sua voz vindo de dentro do quarto.

-Você ficou invisível?

-Não, só você que ficou mais preguiçosa. Senta.

  Ela disse, me coloquei sentada, e a vi penteado os cabelos molhados em frente á penteadeira.

-Aonde você vai?

-Dean vai me levar para comprar os sapatos.

-Achei que já tinha comprado.

-Não gostei muito. Quer vir conosco? Vamos encontrar Frankie lá.

  Balancei a cabeça.

-Prometi ficar com o Syn.

  Me levantei, calçando as pantufas menores que o meu pé de coelhinho e rumei o banheiro. Coloquei pasta na escova e June continuou a falar.

-Jake me falou que vai convidar você semana que vem. Ele está tímido.

-Eu não vou com ele.

-POR QUE NÃO?

  Ela se virou para mim. Enfiei a escova de dentes na boca, e, com a boca cheia de sabão, falei:

-Por que eu não quero.

-Por que? Você vai com o Brian?

-Não.

  Cuspi e lavei a oca.

-Eu não vou ao baile.

-Parece que eu vou morrer, Lisa.

  Brian reclamou da vida, abrindo a porta para mim e dando-me passagem. Ele estava com um cobertor de florzinha nos braços, enrolado, e tremia.

-Você tomou o remédio?

  Perguntei, colocando a bolsa no chão.

-Tomei.

-Que horas?

  Ele pigarreou.

-Nove horas.

  Suspirei, colocando a mão na testa.

-Era para ter tomado ás seis, Syn.

-Ah, você esperava mesmo que eu me levantasse ás seis da manhã só para tomar um remédio?

  Ele disse. É, vendo desse jeito, ele realmente nunca iria levantar. Nem eu iria. Me sentei do seu lado, ajoelhada, e coloquei a mão na sua testa. Febre de novo.

-Febre. Vou lá em casa buscar algo para fazer e...

-Você não vai a lugar nenhum. Vai ficar aqui.

 Ele disse, me sentando novamente no sofá.

-E o que nós vamos comer, seu burro?

-Tem o numero de um restaurante japonês na geladeira.

-Não, vou fazer uma sopa para você.

-Não gosto de...

-CALA ESSA BOCA, MENINO!

   Fui em casa, peguei a sopa e voltei. Fechei a porta.

  Ele respirou fundo, tossindo.

-Ainda são dez horas.

  Eu disse, quando olhei no relógio.

-Que horas você vai embora hoje?

  Ele me perguntou.

-Não sei.

-Se eu tivesse uma irmã, você poderia dormir aqui, sem que ninguém desconfiasse.

-Mas você não tem, então...

-Eu tenho sim, mas ela mora longe.

  Ergui as sobrancelhas.

-Você tem uma irmã?

-Tenho.

  Enfiei as mãos nos bolsos da calça. Syn gesticulou para um porta retrato na mesa; peguei-o e vi uma garotinha sorrindo, era ruivinha, sem um dente. Devia ter uns sete anos.

-Seus pais são ruivos?

-Minha mãe é.

  Sorri.

-Quantos anos ela tem aqui?

-Sete. Hoje ela tem dez.

  Coloquei o porta retrato no lugar e me sentei do seu lado.

-Conte-me sobre a sua família.

  Isso deveria ser um passatempo para distraí-lo.

  Em pouco tempo, eu já sabia que seu pai era alcoólico, por isso sua mãe e ele o largaram. Syn não quis contar por que não quis morar com a mãe, mas disse que ainda falava com ela, ligava todo dia. Tinha descoberto também que o Syn tinha uma banda!

-Uma banda?

  Ele assentiu.

-Como nunca me falou isso antes?

-Você nunca perguntou.

  Ele deu de ombros.

-Bom, vou fazer a sopa agora.

  Me levantei, rumando a cozinha.


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