Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 16
Capítulo 16: Porque eu quero


Notas iniciais do capítulo

ooooooie povãão
etao, mais um capitulo aí
espero q goste =D



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  As meninas não sabiam que cor de vestido comprar. Se verde claro, ou amarelo, ou rosa... Ou a aquarela toda.

-Aposto que o da Lisa vai ser um preto.

  Carol disse, depois de nos encontrar na praça de alimentação, mexendo nas araras de roupas de uma das lojas. Respirei fundo, dando de ombros, completamente imersa em meus pensamentos.

 E se ele lesse mesmo? Bom, seria o primeiro. E isso não seria um papo muito abradavel se cair nos ouvidos de Avril ou June, que já deixaram bem claro que elas tinham direito de ler o meu diário.

  Engoli a seco da hipótese de alguém ficar tão intimo da minha vida. Afinal, exatamente tudo o que acontecia comigo estava naquele caderninho violeta. Ele era mesmo um idiota egoísta.

-Lisa? Lisa, você está dormindo acordada? Nós nem te acordamos cedo, garota.

  Avril disse, dando um peteleco na minha testa. Encarei-a por segundos, e depois ergui um vestido verde musgo, longo.

-Esse?

-Não, parece vestido de velho. Esse está bonito.

  Ela disse, erguendo um curto com babados, cor salmão. Dei de ombros.

-Não gostei.

-Mas eu sim.

  Ela sorriu, se virando e andando em direção ao provador de roupas.

-Esse?

  Ergueu um branco, longo e com um rasgo na borda.

-Parece vestido de puta.

-Ah, vai te catar, mulher.

  Sorri, sem humro algum.

  Eu não estava para piadinhas, mas não podia descontar nas minhas amigas. Afinal, elas não tinham nada a ver com isso.

  Avril já tinha comprado o vestido e as sandálias, como Carol. Só eu e June que não achamos nada que nos agradasse.

-Podemos vir outro dia. Sabe, ajudar vocês.

 A ajuda de Carol e Avril não era bem uma “ajuda”. Elas iriam perturbar falando que agente não ia poder usar um vestido rasgado e machado de sangue, sendo que eu nem abri minha boca o dia inteiro.

  Elas pensam que eu sou maluca.

-Não precisa. Sábado que vem eu e Liss vamos ir á uma loja aí da vida.

  June respondeu, mordendo um pedaço do hambúrguer.

  Todas ficaram calada de repente.

-Lisa está quieta demais. Eu sei que você não gosta disso, e você sempre fica reclamando que não suporta esses bailes da escola. Hoje você não abriu o bico.

  Carol disse, mordiscando uma maçã; eu encarei todas elas, até Avril abrir a maldita boca dela.

-Hum, acho que foi por que você beijou o Brian.

-OH MY GOD, VOCÊ ESTÁ APAIXONADA POR ELE! É que nem aquela música da Lady Gaga!

  Carol disse, batendo palmas.

-Não sei da onde vocês tiram essas conclusões. Eu já disse que ele e nada para mim é a mesma coisa.

-Hm, sei. Ele e “nada de roupa”, só se for.

  Carol bateu na mão de Avril, comemorando o trocadilho ridículo. Revirei os olhos, e as piadinhas seguiram-se.

  Mais tarde, voltei para casa de carona com June. Ela parou o carro na minha garagem e perguntou.

-Vai, pode começar a falar.

-O que?

-Elas não estão mais aqui. Desembucha.

  Franzi a testa, e logo depois entendi do que ela estava falando, respirei fundo, coçando a cabeça.

-Eu já disse que não gosto dele.

-E eu só não entendo por que você fica repetindo essa mentira para você. Já está acreditando nela?

  Ela me encarou, e por segundo eu fiquei de boca aberta, sem ter o que falar.

-June, por favor...

-Por favor nada. Por que você sempre torna as coisas tão difíceis, Lisa?

-Não estou entendo você! Eu já disse, se vocês não querem acreditar, não posso fazer nada.

  Ela se ajeitou no banco, virando-se para mim. Encarou-me com aqueles enormes olhos, e depois disse:

-Por que não dá uma chance para vocês?

-Não existe “vocês”, June! Caraça, cara. Quantas vezes eu vou ter que falar que...

-Ok. Me desculpe.

  Ela disse, erguendo as mãos em um gesto defensivo. Respirei fundo, e depois peguei minha mochila, acenando para aquele clima pesado.

-Tchau, te vejo na escola.

-Não fica brava comigo.

-Com você, não. Com ele, sim.

  Mais tarde, resolvi sair para esfriar a cabeça. Fui a uma sorveteria aqui perto.

  Me sentei no banquinho e sorri para a atendente.

-Oi. Hm, eu quero uma bola de chiclete, e a outra de maçã verde.

  Ela ficou me encarando com uma cara de tapada, até eu gesticular para o sorvete. Ela assentiu, e foi pegá-lo. Depois, colocou a taça amarela na minha frente, um colherzinha vermelha espetada.

  Comecei a comer.

-Ok, eu não sou tão mal quanto você pensa.

  Alguém de repente disse, me assustando com um baque na mesa, ao meu lado. Quando me virei, vi Brian com uma cara de raiva. Ergui uma sobrancelha. Mais cedo tinha decidido ignorá-lo custe o que custar.

-Han?
-EU NÃO LI O SEU DIARIO, SUA RETARDADA!

-Não? Que burro, você. Poderia ter uma oportunidade de saber o que as pessoas pensam de você.

  Disse, enfiando mais um colher de sorvete na boca.

-MAS EU NÃO LI!

-Por que é burro, foi o que eu falei.

  Ele respirou fundo, nervoso. Por segundos tive que esconder uma risada.

-Vai dizer, sinceramente, que não gosta de mim.

  Coloquei a colherzinha perto da taça e me virei para ele, esfregando as mãos uma na outra para me esquentar.

-Eu não gosto de você.

  Ele me encarou durante segundos. Revirei os olhos, pegando o casaco e a taça de sorvete. Sorte a minha que agente podia levar a taça, por que não agüentava ficar mais nenhum segundo perto dele.

-Ei, aonde você vai?

-Para o inferno. Topa?

-Lisa, VOLTE AQUI AGORA MESMO!

  Acenei para ele, dando as costas.

-Eu vou te seguir.

-Vai se cansar a toa, não vou deixá-lo entrar.

  Ele continuou me perturbando, até chegarmos em casa, onde eu parei de andar, abaixei a cabeça e a cocei.

-Olha, eu preciso seriamente dormir. Se você não for embora...

-Eu não vou até você falar que gostou do beijo.

-Eu não gostei.

  Ele me puxou novamente pela cintura, me abraçando e me beijou novamente.

-E desse?

-Não.

  Quando ele foi voltar para dar outro, eu o empurrei.

-Nem pense nisso.

-Se você não gosta, por que deixa eu te beijar?

-Por que... Por que... POR QUE EU QUERO, DÁ LICENÇA?!


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