Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 12
Capítulo 12:Sinto Muito


Notas iniciais do capítulo

mais um cap


e eu nunca sei oq escrever aki . D:



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Sinto muito

  O filme em fim acabou, e eu já estava quase dormindo no sofá.

-Liss, o filme acabou.

-Ah, meu deus...

  Disse, pondo os meus pensamentos em palavras. E agora como eu vou dormir?

-Você vai dormir nesse sofá, não vai?

-Humhum.

  Ele assentiu. Balancei a cabeça positivamente comigo mesma, e andei até meu quarto. Peguei o travesseiro e voltei para a sala, me deitando no outro sofá, debaixo da janela. Ele ficou me encarando um um ar meio de “WTF?!”, e depois perguntoy:

-Vai dormir aqui?

-O que você acha?

-Está com medo então?

-Não, de jeito nenhu,.

-Tá, então se vai dormir aqui, confia em mim.

-Cala a boca e dorme, Brian.

-O QUE?

  Avril perguntou, de olhos arregalados. Respirei fundo, dizendo a mim mesma que sabia que não deveria ter contado para elas. Sim, elas. June estava apenas rindo da minha cara, vermelha já.

-COMO ASSIM, LISA?! ELE DORMIU COM VOCÊ?!

-NÂO, sua idiota! Deus me livre, e pare de gritar, ele está vindo aqui.

  Eu disse, olhando para Brian que vinha de cabeça abaixa.

-Promete que não vai falar nada.

  Pedi.

-Olha, eu...

-Promete logo, Avril!

  Pedi, batendo as mãos na mesa agitada. Ela riu e assentiu com a cabeça.

-Tá, eu prometo.

  Ele chegou até agente e passou direito, sem nem falar oi, ainda de cabeça abaixa. Mas eu consegui ver seu rosto, e a expressão me fez arrepiar.

-Ele não nos viu?

  Carol perguntou, se manifestando só agora.

-Não sei.

-Calem a boca vocês, quem tem que saber é a Liss.

-Por que eu?

-Por que você é a mais próxima de conseguir algo com ele, dããã!

-HEY!

-Droga, eu sabia que tinha que escutar mais rock...

  Carol comentou, em meio ao falatório.

-Vai lá dizer que a nossa mesa ta aqui, garota.

  June disse, tomando um gole da Pepsi.

-Eu? Por que eu tenho que ir? Mande a Carol, que está toda animadinha aí.

-Vai logo, Liss!

  June disse, quase gritando. Fingi uma cara de magoada e me levantei da cadeira, ajeitando a blusa.

-Tá, tá, já to indo, cruzes...

  Andei até ele, me perguntando o que iria dizer a ele. Sei lá, ao contrário das outras, ele não me pareceu muito feliz hoje. Mas eu não sei, e não queria dizer isso para elas se não elas iam ter mais um motivo para achar que eu tenho chances com ele. E sou “eu que tenho que ter chances com ele”, e sim o contrário.

  Quando cheguei perto dele, ele estava de costas pra mim.

-Brian?
  chamei-o, cutucando seu ombro.

-Que é?

-Ai, olha a grosseria!

  Eu disse, erguendo as sobrancelhas. Ele suspirou, e depois disse, se virando para mim de olhos fechados:

-Agora não é uma boa hora.

  Franzi a testa.

-Como assim?

-Não é uma boa hora. Que parte você não entendeu?

  Por que ele estava sendo tão grosso?

-Tá, er... Quer conversar sobre isso, então?

-Não, obrigada.

-Você parece preocupado. Brian, se...

-EU NÃO QUERO, ESTÁ BEM?

  E saiu andando.

  O que deu nele? Por que ele estava tão nervoso assim, gritando comigo? Eu só queria ajudar. E o pior de tudo: por que eu estava chocada com isso?

-O que aconteceu?

  June perguntou, indo encher a garrafa no bebedouro onde Brian estava.

  Voltei a mim e pisquei varias vezes, tentando disfarçar agora o meu nervosismo.

-Nada. Ele só está cansado.

-Hum... E vocês não fizeram nada ontem mesmo?

-Não.

  Eu estava preocupada para me irritar com isso. Preocupada demais com ele.

  Misteriosamente, eu senti uma vontade incontrolável de gritar.

  Entrei no meu quarto, e me joguei na cama. Por que tudo parecia estar me empurrando para baixo? Me sentia tão cansada...

  Tinha chegado a sexta feira, e durante a semana inteira Brian não foi a escola. Eu também não tinha visto-o aqui no prédio, e dizer que isso me surtava era mentira. EU NÃO ESTAVA SURTANDO.

  Enfiei todas as roupas na mochila velha e cheia de button, e apenas troquei de roupa. Hoje papai ia me levar para a casa de mamãe, já que amanhã seria sábado. Eu tentava me convencer de que seria melhor para eu relaxar, aliviar a tensão da primeira semana como representante sem Brian.

  Saímos de casa em silêncio.

-Droga, esqueci a carteira. Vai descendo, Liss.

  Papai disse, e eu assenti.

  Quando as portas do elevador abriram, vi Brian encostado na parede, com uma mochila nas costas. Ele ergueu a cabeça e piscou três vezes.

-Onde você estava? Sabia que eu tive que fazer todo o trabalho de representante sozinha e um garoto vomitou...

-Minha namorada morreu.

  Disse, me calando na hora.

  Fiquei com vergonha, por estar gritando com ele. Mas a pergunta “ele tinha namorada?” teve que passar pela minha cabeça.

-Ahn... Desculpe, eu não sabia.

-O enterro foi ontem, desculpe por deixá-la sozinha.

-Tá.

  Eu não sabia o que fazer. Ele estava um caco, e estávamos sozinhos. Não sabia como consolá-lo, não sabia o que dizer; apenas suspirei, me encostando no elevador ao seu lado.

-Sabe, se eu fosse com a sua cara, poderia te abraçar agora.

  Ele sorriu meio sem humor, e declarou, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta de couro.

-Se eu fosse com a sua cara, eu poderia me sentir confortável com isso.

  Ficamos mais segundos em silêncio. Era angustiante, e me matava.

  Encarei ele mais uma vez, tendo eu olhar um pouco para cima por ser baixinha demais, e me desencostei.

-Vem cá.

  Ele me encarou por segundos, mas depois amoleceu, vindo me abraçar. Abracei Brian com força, tentando consolá-lo ao máximo. Fechei os olhos, apertando-o. quando em fim o larguei, disse:

-Isso morre aqui.

-Com certeza. Vamos continuar nos odiando.

-É.

  Sorri, saindo do elevador.

-Sinto muito, Syn.

  Ele ergueu a cabeça assim que pronunciei seu nome, e pareceu tentar vir em minha direção, mas o elevador fechou.

  O que diabos estava acontecendo aqui?


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