The Third Winchester escrita por Eleanor Blake


Capítulo 9
Hope


Notas iniciais do capítulo

Gente o nyah me odeia eu acho!Tá meio difícil de postar mais eu espero que eu consiga.



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Eu não sentia mais nada, nada me importava realmente, por meses nada me fez sentir viva; sentir de verdade não era algo pertencente a mim.

Não me sentia durante muito tempo, rodeei o máximo que pude, mais parecia que algo me guiava pra lá, pra casa de minha mãe, pra minha casa. Entrei porta adentro imaginando o que sentiria quando voltasse pra lá, resposta: Nada. Nada me ocorreu, não chorei, não gritei nem fiz nada que imaginei que faria se voltasse pra cá. A casa dos últimos dias de minha mãe, onde passei o pior ano de minha vida, onde completei dezoito anos e descobri que não conhecia a vida de verdade, onde vi que o que eu vivi todos esses anos era um simples conto de fadas comparado a ficar ela em seu processo de deterioração ainda em vida. Onde descobri ser mais fraca do que supunha, onde me fiz de forte pra subir a resistência débil de minha mãe.

Andei pelo quintal olhando em volta, tudo estava como sempre, somente a grama tinha crescido e o jardim estava mal cuidado pelo tempo. Fiquei ali restaurando tudo por horas, dias não sei. Simplesmente tendo a esperança de que restaurando aquilo meu coração entrasse no pacote.

Por meses eu fiquei assim, sempre isolada dentro da casa para que não tivesse o azar de encontrá-los, não dormia ou comia bem, não tinhas uma vida, pois não me sentia digna dela.

Dias depois tomei coragem e resolvi sair daquele estado. Fui ao mercado e comprei desde material e limpeza até tudo o que uma casa decente merece. Cheguei a casa e fui limpando tudo no andar de baixo deixando o chão a ponto de reluzir minha imagem, limpei as louças e deixei tudo numa assepsia digna de um hospital russo, cheguei ao andar de cima vendo quadro por quadro, lembrando-me de meus melhores momentos desde a infância até minha formatura; em nenhuma delas Jenifer estava comigo ou com minha mãe, ela já não merecia estar ali, ser lembrada. Mas eu sabia que toda noite minha mãe chorava sua ausência, sofria por ela e às vezes me confundia com ela.

Cheguei até o meu quarto já me sentindo cansada mais disposta a limpar tudo aquilo sem medo. Entrei porta adentro e vi tudo o que era meu em perfeita ordem, somente sendo violado pela poeira fina que ali se encontrava. Minhas cortinas lilases, meus móveis antigos e brancos, e bem no meio estava minha cama com um lindo dosséu brando que pendia do teto, admito que minha cama fosse estranha, mas era ali que eu me sentia protegida, onde parecia que nada de ruim me alcançaria. Ela era branca, mas em forma de um Moisés infantil menos arredondado e não balançava. Minha irmã me zoava por dormir ali, mas me lembro que em dias de chuva ela corria comigo pra cá, só que na antiga casa. Compramos essa por que era mais próximo de Saint Judes, o hospital onde minha mãe realizou seus últimos “milagres médicos” e onde se encontrou com Deus.

Lembrando-me de minha irmã uma coisa me veio à mente, como estariam eles?Será que me procuravam?

E NA ALA DOS IRMÃOS WINCHESTERS...

-Ela desapareceu!Como uma pessoa pode sumir desse jeito?-Sam perguntava pra ninguém em particular.

-Não sei Sam, ela me parecia sei lá, transtornada ou coisa do tipo, lembra como ela gritou pela mãe quando tentamos tranqüilizá-la?-respondeu Sam.

-Crianças assustadas querem a proteção da mãe- provocou Jô.

-É isso!Onde vocês moravam, ela está lá!- animou-se Bob- Onde vocês moravam?

-Não sei onde fica Bob,quando eu saí de lá elas se mudaram,não sei onde fica- respondeu Jennifer.

-Talvez possamos ajudar-disse Ana saindo do nada- olá a todos. Jennifer, você tem alguma coisa dela?Sangue talvez?

-Por que eu teria sangue dela?Mais sei lá, será que o meu...

-Podemos tentar, dá aqui sua mão- Disse Sam pegando uma faca.

-Peraí, como é que é?Ninguém vai me furar não!-exclamou Jennifer.

-É um feitiço de localização, mais já que você não quer sua irmã de volta... -ameaçou Castiel.

-Tá bom, mais faz um corte pequeno tá?

Sam pegou a faca e fez um talho pequeno na mão de Jennifer enquanto recitava um pequeno feitiço de localização, em segundos o sangue que caía no chão formava uma palavra, uma cidade de nome estranho e ainda muito pouco claro, e quando o nome ia se formar uma luz saída do sangue dissipou tudo estragando os planos dos Winchesters.

DE VOLTA A MIM...

Senti uma dor em minha mão como se algo a estivesse cortando, não entendi o porquê mais logo me lembrei de Jennifer, comecei a imaginar se ela tinha se machucado mais me lembrei de uma coisa que ouvi Bob dizer a Sam: “um feitiço de localização só funciona com o sangue direto da família ou pessoa, é eficiente, mas se a pessoa souber que pode ser rastreada e não quiser de nada adiantará.” Fiquei morta de raiva com aquilo, não queria e não seria localizada por eles. Esperei que aquilo fosse o suficiente.

Fui saindo do quarto quando vi uma carta endereçada a minha pessoa com cara de que tivera sido violada. Abri-a para descobrir e vi que vinha de Stanford, do setor de Medicina especificamente, não pude deixar de imaginar a cara de orgulho que minha mãe faria ao ver esta carta, e não pude deixar de sorrir com a idéia.

Era um convite pra esse ano nos setores de neurologia e pediatria geral, um curso de cinco anos totalmente livre de pagamento (visto que minha família já tinha ajudado e muito a faculdade) e ironicamente a confirmação seria hoje, eu teria que ligar pra dizer sim ou não.

Desci voando as escadas rezando pro telefone funcionar, disquei o número marcado com nervosismo até uma voz de homem atender:

-Gabinete direto de Stanford, Wiggins falando.

-Olá, aqui que falca é Winchester, Annice Winchester. Eu recebi um convite pra estudar em Stanford em medicina e a data de confirmação é hoje...

-Certo, mais o horário de confirmação era até as cinco, e já são sete...

-Elizabeth Connors.

-Como senhorita?

-Elizabeth Connors, o nome de minha mãe.

-Oh!Queira me desculpar senhorita, não há problema nenhum com o horário, é uma honra falar com a senhorita.

-Perfeitamente, então... Quando começo?

-Amanhã às sete e meia é a sua primeira aula, espero que compareça senhorita, ficarei honrado em recebê-la para um chá antes de sua iniciação.

-Certamente que irei, até amanhã senhor.

Desliguei o telefone e a verdade daquilo me atingiu como um tapa bem dado, eu ia fazer medicina!Que porra eu fui fazer!?

Respirei fundo tentando me acalmar sem sucesso nenhum até então, me virei e vi a foto de minha mãe quase que me encarando séria com sua pose de médica e o jaleco branco e a maleta em mãos. Subi e fiz o que nunca imaginei que seria capaz de fazer, entrei no quarto de minha mãe e peguei sua caixa dourada, aquela caixa guardava tudo o que era dela, jaleco, maleta, instrumentos, tudo. Abri a caixa delicadamente e lá dentro estavam suas coisas, mas ao lado tinha coisas novas, uma bela maleta de couro com instrumentos ainda nas caixas e um jaleco branco bordado em azul “doutora Annice Winchester, neurocirurgiã e pediatra geral”, e dentro tinha um bilhete de minha mãe escrito “eu sei que você um dia ia precisar disso meu amor, use com sabedoria e amor, beijos mamãe.”

Pela primeira vez em meses eu chorei, mas não estava triste, era de pura alegria, minha mãe estava ali comigo e eu podia sentir que aquilo me fazia sentir... Viva!Levantei-me e corri quintal afora numa alegria incontida, eu rodopiava e sorria pra noite como se recebesse uma amiga em casa.

Ainda correndo eu senti um cheiro podre, nojento até. Algo estava em decomposição, talvez um gato, mais o que atiçou a curiosidade era que um barulho como um choro de filhote era ouvido baixinho, fraco quase como se desistisse. Pude sentir tristeza nele, quase solidão. Cheguei mais perto e vi uma raposa morta, ela era vermelha mais não era comum, seu tamanho era quase o dobro do de Lúcifer!Mais isso ainda não foi o que me assustou, quando eu ainda chegava perto vi uma pequena raposa entrar na frente do corpo como que para defendê-lo,aquilo me lembrou muito de mim quando a minha mãe tinha morrido, mas a pequena raposa não fingia ser forte, ela estava decidida e sem nenhuma sombra de dúvida. Mais fisicamente aquela Lina raposinha branca me parecia fraca desnutrida e doente. Não me parecia bem, cheguei mais perto mais dessa vez ela não me impediu,parecia que queria que eu visse aquilo,quando olhei mais de perto vi a boca da grande raposa jorrando sangue,estaquei ali sentindo que não me moveria, mas quando olhei de novo eu vi a pequena raposa me puxando pela barra da caça com os dentes, parecia que ela queria sair dali, superar tudo aquilo, parecia que ela estava... Que estava me esperando!

Meu corpo se moveu junto com a raposa, minha raposa, era isso que eu sentia; que ela era minha!Peguei-a nos braços e a abracei olhei em seus lindos olhos negros e soube exatamente qual seria seu nome, Hope seria seu nome, ela seria minha esperança.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?



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