The Third Winchester escrita por Eleanor Blake


Capítulo 39
Capítulo 39 brand new


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,desculpem pela demora mais eu andei internada um tempinho,mas agora já posso voltar a escrever e postar normalmente.



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Eu tinha então saído da faculdade, voltado ao meu antigo cargo itinerante sob queixas de Dean e Jennifer. Minha cabeça girava voltas incontáveis enquanto Jennifer falava abertamente comigo sobre tudo o que eu antigamente lia em livros.

Finalmente meu prazo tinha acabado e eu começava a perceber uma nova atmosfera ao meu redor. A apreensão. Eu me sentia inútil simplesmente inútil com todos eles ao meu redor. Eu sabia atirar, mais não era pra caçar, era pra fugir. E me sentia uma completa babaca por isso.

Fechei a última mala com o que queria carregar e pus no meio das roupas a bereta que John tinha deixado pra mim.

Coloquei roupas básicas de viagem enquanto o dia amanhecia e enfiei a mala no Impala recém lavado deixando a casa cedida pelo hospital pra mim e olhei em volta finalmente percebendo que eu não estava deixando nada pra trás, nada que realmente importasse.

Bobby ia com Hellen, Jeh ia com Emmet e, pra minha surpresa Sam não ia conosco, ele ia com Jo e eu ia sozinha com Dean no carro. Fiquei confusa quando enxerguei muito mais do que mãos unidas enquanto eles chegavam até o pequeno carro dela. Dean veio por trás e beijou meu pescoço acabando com qualquer linha de pensamento que eu pudesse ter.

–Então, está pronta pra viver um pouco do meu jeito?- ele disse sorrindo de lado.

Sorri simplesmente por não fazer idéia de como responder. Entrei no carro e fechei os olhos deixando as memórias do que eu tinha vivido enquanto estava com eles correrem por minha cabeça.

Eu no fim estava com medo, eu estava simplesmente desconfortável por me jogar numa situação tão sem parâmetros quanto essa.

A estrada serpenteava enquanto alguma música das velhas fitas de Dean ecoava pelo carro. Encolhi-me como uma bola e me permiti dormir um pouco da melhor maneira que pude. Depois de algum tempo Dean me cutucava de leve até eu acordar. Olhei em volta e estávamos em um posto de gasolina.

–Boa tarde bela adormecida. Vamos comer alguma coisa?- ele perguntou soltando o meu cinto.

Levantei-me e perdi um passo. Sentia-me tonta enquanto me apoiava na porta do carro. Dean veio por trás e eu já podia escutar os passos de Jennifer e dos outros, vindo ao nosso encontro.

Eu me pus reta e saí batendo os pés num acesso de raiva até o banheiro. Entrei num Box e me sentei apertando as têmporas. Eu me sentia inútil, eu sabia que era inútil pra eles. Um peso morto a ser carregado, mais os olhos de Dean não saíam de minha mente, aquela frase não me deixavam em paz. “Você me daria um motivo pra voltar vivo pra casa.”

Pensar que qualquer coisa pudesse acontecer a Dean me deixava angustiada. Se esse fosse o preço a pagar por tê-lo ao meu lado e sendo mais cuidadoso eu deixaria que fosse assim.

Saí do Box e lavei as mãos molhando a nuca. Saí de lá e os vi na área de alimentação. Olhei no bolso e vi que eu tinha o suficiente pra comer alguma coisa e comprar algumas porcarias pra viagem.

Dei a volta e olhei pras prateleiras simplesmente não conseguindo pedir nada dali. Tava na cara que não havia higiene nenhuma no preparo dos alimentos ou das bebidas. Pedi uma soda de lata e fui pro caixa pagar pegando alguns doces e um pacote de cheetos. Quando fui pagar comprei o que já tinha me esquecido da sensação de ter na boca há tempos. Comprei um pequeno isqueiro preto e um maço de cigarros de menta e saí com minha compra. Jennifer estava na porta e me olhou confusa depois de perceber que eu carregava cigarros nas mãos.

– O que te deu na cabeça?Cigarros Annice?- ela perguntou.

–Me deixa em paz Jennifer, eu faço o que eu quiser, e isso inclui fumar um cigarro ou dois pra poder pensar melhor.

–Você nunca precisou fumar pra pensar melhor- ela murmurou.

Encarei-a e saí sem falar mais nada. Eu não sabia o que falar, não sabia como agir. Estava acuada, fora do meu campo. E isso realmente me tirava do sério.

Parei ao lado do Impala e uma mini van encostou ao meu lado, e de lá um casal saiu abraçado. Engoli em seco e guardei na pequena sacola o maço de cigarros. Peguei o isqueiro preto e comecei a atear fogo na pequena nota fiscal em minhas mãos. Era arriscado, era imprevisível, mais ao mesmo tempo era excitante e de certo modo me atraía. Percebi que era o mesmo que eu sentia em relação a minha vida no momento.

–Você vai me deixar com os cabelos brancos antes do tempo.

Olhei pra cima e Bobby estava ali sorrindo pra mim. Levantei-me e o velho homem me puxou num abraço apertado. Permiti-me baixar a guarda naquele momento, só pra sentir aquele calor de novo.

–Talvez te deixe mais charmoso- eu sussurrei me soltando.

Bobby sorriu pra mim e passou a mão em meu rosto como se estivesse se lembrando de alguma coisa.

–Você era tão nova quando te conheci, mais mesmo assim sempre foi tão centrada, uma adulta naquele corpinho tão pequeno e com um gênio terrível quando queria. Não precisa ficar com medo do que vai acontecer. Talvez um dia eu te leve pra caçar alguma coisa comigo também. Eu vou te ensinar tudo exatamente como eu fiz com Dean e Sam.

Sorri de lado e guardei na sacola o pequeno isqueiro preto. Dean vinha segurando alguma coisa nas mãos.

–Já vamos Bobby. E você tem que comer alguma coisa decente.

Entrei no carro e Dean jogou no meu colo alguma coisa enrolada. Olhei melhor e vi que eu segurava um sanduíche. Coloquei dentro da sacola e voltei a me arrumar no banco.

–Eu sabia.

Olhei pro lado e Dean dava a partida parecendo irritado. Entendi o que ele quis dizer e baixei a cabeça encostando-a no vidro e senti uma lágrima escorrer quente por meu rosto. Soltei o cabelo e o deixei cair de lado como uma cortina que me escondia.

–Aí, me desculpa amor – Dean disse sem desviar os olhos da estrada.

–Por quantas cosas mais você vai me pedir desculpa?Ou sou eu quem tem que se desculpar por não ser tão prática, ou por não saber o que está fazendo?Quer saber, eu já ouvi isso mais vezes do que queria, e todas elas de você. Sei que sou inútil com você, sei que sou inútil pra você.

Eu finalmente desabafei. Tudo o que nesse tempo todo rodopiou covardemente por minha cabeça saiu por minha boca sem meu controle. Eu me enrolei novamente como uma bola e não esperei por um resposta. Eu sabia que ela não viria.

Depois de umas seis horas finalmente o Oregon apareceu pra nós. Lugar quente, pessoas comuns que não sabem o que os ronda a noite.

Mais alguns minutos e finalmente paramos. Pro meu desgosto paramos num restaurante pequeno e apinhado de gente.

Eu me recompus e voltei a prender o cabelo. Escondi todas as emoções debaixo de uma feição um tanto cansada, porém tentei fingir animação. Jennifer me olhou de soslaio mais resolveu não falar nada.

As mesas eram amarelas e parecia que todas estavam apinhadas de gente. Sam tentava falar com um atendente pra conseguir uma mesa. Meneei a cabeça e fui até ele pacientemente e pigarreei.

–Mesa pra oito, por favor.

O homem finalmente parou, e quando me viu finalmente assentiu e pediu que nós o seguíssemos até outra área do restaurante.

–Nossa como você consegue?- Sam perguntou sorrindo pra mim.

–Não devo ser tão inútil quanto pareço- eu sussurrei pra mim mesma.

Todos se sentaram no andar de cima. Bem menos apinhado e com uma agradável vista do pequeno bairro.

–O que vão querer?- o garçom perguntou vindo anotar os pedidos.

Todos fizeram seus pedidos eu me limitei a negar com a cabeça quando chegou a minha vez. Respirei fundo e fiquei olhando da janela um bando de crianças correndo pela calçada atrás de um cachorro que disparava quase derrubando as pessoas.

–Annice?Por que não vai comer?Você ainda está tomando os remédios, é bom comer alguma coisa.

Voltei meus olhos pra mesa e Emmet me olhava engolindo uma almôndega imensa.

–Deixa ela, a princesinha não come num restaurante comum- Jo provocou.

Fechei minhas mãos em punhos e voltei a olhar pela janela tentando me conter.

“Anny, Emmet tem razão, você parece meio pálida.”

Olhei de novo e Jennifer me olhava querendo me incentivar.

–Não estou com fome- eu murmurei voltando a olhar o movimento da rua.

–Tudo bem então, antes não comer do que passar mal por ter comido. Depois você come alguma coisa. - Hellen disse.

Assenti sem olhá-la e senti os olhos de Dean me queimando. Fiz sinal pro garçom e resolvi pedir alguma coisa.

–Uma garrafa de água e um taco sem pimenta, por favor.

O homem assentiu com uma pequena mesura e saiu apressado. Cruzei os braços e Jennifer fez o mesmo olhando pra mim. Sorri de lado enquanto desvirava meu copo e alinhava os talheres postos em invólucros de plástico.

“Você não me engana”- Jennifer me mandou.

“E você não devia se meter no que não é da sua conta.”- eu rebati.

Meu taco chegou com diferentes recheios em uma bela bandeja. Agradeci e o homem sorriu pra mim.

–Não é sempre que temos alguém tão importante aqui. - ele disse.

–Como é?- eu rebati interessada.

–Você é filha da doutora Connors, e por aqui é mais famosa do que sua mãe. Não imagina quantas pessoas dessa cidade você salvou. Obrigado doutora Connors.

O pobre homem parecia maravilhado comigo. Corei e assenti de leve. Ele logo saiu como se tivesse visto o próprio papa.

Voltei meus olhos pro meu taco e comecei a analisar os recheios. Provei de cada um até me decidir por um que eu achava que era feito de queijo e frango. Recheei-o e comecei a mordiscar de leve até finalmente entender quem era aquele homem. O filho dele há muitos anos atrás foi uma das minhas primeiras cirurgias sozinha. Dessa vez eu sorri de lado realmente satisfeita comigo mesma.

Terminei de comer e o homem voltou com um pedaço gigante de torta de amora e colocou-o na minha frente.

–É por conta da casa- ele disse.

–Não precisa se comportar assim. Eu só fiz o que tinha de ser feito- eu disse firme.

–Você salvou o motivo da minha alegria e não quer que eu lhe seja grato?Seu trabalho é uma benção pra todos- ele disse segurando minhas mãos.

Sorri pra ele e ele ficou ali. Entendi o que ele queria e dei uma grande garfada me descobrindo uma amante daquela torta maravilhosa.

–Foi meu filho quem fez- ele disse orgulhoso.

–Então pode ser orgulhar. Ele é muito bom no que faz- eu disse sorrindo.

Saímos do pequeno restaurante e o velho senhor tinha me dado toda a torta dentro de uma caixa de isopor. Agradeci e voltei a entrar no carro sentindo a atmosfera pesada novamente se instaurar.

Mais meia hora de silêncio e entramos num hotel que parecia ser muito aconchegante na cidadezinha chamada Bend. Foram pedidos quatro quartos de casais, um ao lado do outro e finalmente pudemos pegar as malas e levá-las pra nos instalarmos. Eu tinha razão. O lugar era limpo e aconchegante como eu rezava pra ser. Um tom pastel de azul cobria as paredes, e pequenos quadros antigos emolduravam as paredes.

–Temos que conversar - Dean finalmente disse sentando-se na cama.

–Não acho necessário, acho que você já demonstrou tudo o que quer dizer- eu disse entrando no banheiro.

Tomei então um banho rápido e ele permaneceu ali. Deitei-me enrolada na toalha e fiquei olhando-o respirar pesadamente.

–Dean, vem aqui- eu sussurrei.

Ele não veio. Somente me olhou. Sorri de lado e o abracei por trás beijando sua nuca.

–Temos muito a aprender meu amor, muito mesmo- eu sussurrei.

Dean finalmente sorriu e se jogou na cama comigo. Há essa hora a toalha já tinha caído de meu corpo e Dean estava deitado por cima de mim.

–Eu quero aprender se você me deixar- ele sussurrou.

–Eu digo o mesmo- eu rebati brincando com a barra de sua cueca.

Um finalmente fez o outro se esquecer de tudo o que se passava lá fora. Do que corria pelas mentes. Naquele momento só havia amor, só havia o puro e simples instinto. A noite caiu e ainda estávamos ali deitados um nos braços do outro. Adormecemos assim.


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Notas finais do capítulo

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