- Rachel o que houve? – ouvi a voz de Kurt e senti alguém me puxando para cima, me levantei e senti como se fosse cair novamente, minhas pernas não tinham forças para me sustentar era como se tivesse perdido os reflexos, queria ir para o hospital, queria ver Jesse mais não conseguia falar isso, não conseguia parar de chorar – Rachel o que houve?

- Kurt, calma, Quinn pega água para ela – ouvi a voz de Mercedes.

- Jesse – consegui sussurrar, minha voz saiu baixa, ou nem saiu nada, não estava com forças para repetir seu nome novamente, Kurt levantou meu rosto e tentei abrir meus olhos, não enxergava nada em minha frente a não ser a parede de lágrimas borrando minha visão.

- O que? – Kurt perguntou secando meu olho – Rachel o que você falou?

-Aqui está a água – Quiin disse me entregando o copo, o peguei com as mãos trêmulas, bebei a água como se fosse possível parar as lágrimas, entreguei o copo para Quinn e olhei para o lado vendo minha foto e de Jesse, era a última coisa que queria ver, voltei a chorar.

- Gente puxa o número que acabou de ligar – Mercedes disse e Kurt a entregou meu celular – Oi, quem está falando? – ela perguntou e ficou em silêncio – senhora St. James o que houve? – Mercedes ficou em silêncio e senti uma mão em meu ombro- obrigada estamos indo para ai agora mesmo.

- O que houve?

- Vamos para o hospital –Mercedes disse se levantando e pegando minha bolsa, Kurt e Quiin me ajudaram a levantar , não conseguia parar de chorar, desci as escadas segurando neles como apoio, entrei no carro e Kurt dirigiu até o hospital.

Quando chegamos abri a porta do carro e desci o mais rápido possível andando até a entrada, entrei desesperadamente por um corredor e vi a mãe de Jesse sentada e andei até ela.

- Rachel – ela se levantou e me abraçou senti suas lágrimas molhando minha camisa e a soltei olhando em seus olhos inchados como os meus.

- Onde está Jesse? – perguntei segurando o choro

- Os médicos ainda não permitiram que eu o visse, estão analisando ainda mais o quadro dele, não sabemos se terá que fazer uma cirurgia.

- Mais o que houve? – perguntei em um tom mais alto.

- Eu posso explicar Rachel – Nate apareceu com um copo de água, ao seu lado estava mais dois meninos- Estávamos apostando uma corrida, sempre fazemos isso, só que a moto de Jesse não conseguiu fazer a curva e ele foi jogado, na mesma hora ele não acordou mais.

- E o que os médicos falaram?

- Apenas que vão analisar melhor, com a pancada criou um – Felícia começou a chorar e se sentou escondendo o rosto com as mãos.

- Quero vê-lo

- Rachel não podemos, eu também quero ver meu filho mais os médicos estão vendo o quadro dele.

- Ele é o pai da minha filha Felícia – gritei

- E ele é meu filho Rachel – ela disse se levantando – sei que deve estar sendo difícil para você, como está sendo para mim, apenas tente manter a calma, acredite eu estou sofrendo mais do que você. - ela se sentou e secou os olhos , apoiou a cabeça nas mãos e ficou em silêncio, sabia que ela estava rezando, pois falava baixo para si mesma.

- Rachel – Kurt, Mercedes e Quiin apareceram no corredor – avisei a todos que estamos no hospital – Quinn disse se sentando, me sentei ao lado de Felícia e sussurrei um pedido de desculpas para ela, ela segurou minha mão e tentou sorrir, aquela imagem cortou meu coração, sabia que Felícia estava sofrendo mais do que eu, vou ter uma filha agora e já sei o amor incondicional que sentimos por um filho, é inexplicável.

Ficamos por mais um tempo esperando, ouvia as preces de Felícia ao meu lado, ela estava segurando um pequeno terço, embora Jesse não acreditasse muito em nenhuma religião, Felícia era totalmente religiosa, ouvi passos e levantei a cabeça assim como todos, Beatriz e Amanda estavam vindo em nossa direção, elas cumprimentaram Nate e os outros dois meninos e andaram até onde eu estava Beatriz abraçou a mãe de Jesse e Amanda a imitou, não consegui falar nenhuma palavra, apenas fiquei olhando, Amanda sentou ao meu lado junto com Beatriz.

- Sentimos muito Rachel – Amanda sussurrou para mim – sei que você deve estar sofrendo, mais seja forte amiga, pode contar conosco quando precisar.

-É Rachel – Beatriz disse me dando um sorriso – olha você ficou pouco tempo no Vocal Adrenaline mais faz parte da família, podemos ser uma família bem diferente mais ajudamos uns aos outros, acredite Jesse vai sair dessa e vocês ficaram juntos – ela sorriu e Amanda me abraçou.

- Seja forte – ela sussurrou e me soltou após o abraço.

- Senhora St. James – ouvi uma voz grossa e olhei para o lado me levantando, o médico chamou Felícia para conversar, me levantei e os acompanhei, ele me encarou e voltou a olhar para Felícia.

- Meu filho doutor?

- Por conta da pancada que ocorrerá o cérebro ficou sem oxigênio isso dificultou a falta de circulação por alguns minutos, à única noticia boa que tenho é que ele está vivo, não sei quando ele poderá recuperar a consciência, tudo depende do organismo dele, ou se ele pode voltar sem alguma seqüela será um milagre caso isso aconteça.

- Tenha piedade meu Deus – Felícia disse apertando o terço em sua mão

- A senhora pode vê-lo agora.

- Doutor ela vai comigo, é a namorada dele – Felícia disse segurando minha mão, suas mãos estavam geladas e ela estava tremula.

   Andamos por um corredor até chegarmos ao final dele havia uma porta de vidro onde estava escrito UTI / EMERGÊNCIA, empurramos a porta de vidro e entramos , havia pessoas de branco correndo para um lado e para o outro, nunca me senti muito confortável em um hospital, ainda mais agora, quando chegamos em frente a um quarto o médico parou de andar e abriu a porta, dei um passo a frente junto com Felícia e vi Jesse deitado na cama cheio de aparelhos ao seu redor, respirando por uma máscara, fui dominada pelo medo e pela tristeza, Felícia que estava ao meu lado e pude sentir puxando minha mão, olhei para ela e ela parecia em estado de choque.

- Não estou me sentindo bem – ela sussurrou e ameaçou cair, a puxei pela mão e o médico pegou uma cadeira que estava em um canto, ela se sentou e eu não conseguia olhar para o lado e ver a cena de Jesse deitado.

- Sua pressão abaixou, a senhora tende de se retirar do quarto

- Não eu quero ficar com meu filho – Felícia disse ainda com a cabeça abaixada e respirando com força

- Senhora, eu sei que a senhora quer continuar aqui, mais sua pressão está baixa e se abaixar mais pode ocorrer um grande problema – o médico fechou os olhos sem paciência, eu olhei para Felícia e coloquei minha mão em seu ombro.

- Pode ir, Jesse sempre se preocupou com a senhora, eu vou ficar com ele.

Felícia se levantou e lançou um último olhar para a cama a alguns metros de nós, continuei olhando para o chão, mesmo que uma hora eu terei que olhar para ele, não tenho forças, Felícia saiu sendo acompanhada pelo médico que fechou a porta atrás de mim, me virei e vi Jesse deitado, era como se ele estivesse morto, embora eu soubesse que ele não estava à dor que sentia era como se o estivesse perdido, me aproximei da cama e segurei sua mão, minha mão mais tremula e geladas do que nunca, suas mãos estavam quentes, causando um choque nas minhas quando o toquei.

- Jesse – sussurrei apertando sua mão contra a minha, nada foi dito ele apenas continuava lá quieto como se estivesse no mais profundo sono – Jesse – sussurrei mais uma vez já sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, me sentei na cadeira ao lado da cama – Você jurou que nunca iria me deixar - disse e mais uma vez não obtive resposta apenas o barulho de seus batimentos ecoava pela sala junto ao barulho de minhas lágrimas caindo – Por que você me deixou Jesse? Nós não éramos felizes juntos? Vamos ter uma filha Jesse, nossa filha e você me deixou, jurou que estaríamos juntos para sempre, não brinca assim Jesse, acorda, por favor, eu te imploro acorda, quero ter certeza de que isso é apenas uma brincadeira de todos, você não pode me deixar Jesse, eu te amo, acorda, por favor, meu amor acorda – apertei sua mão e fiquei olhando para seu rosto com as vistas ainda embasadas, ele não me respondeu, me ignorou, ele me deixou – me debrucei sobre seu corpo e comecei a chorar, apenas ouvindo seu coração batendo como forma de conforto.

Flash Black on #

Estávamos na sacada de meu quarto, olhando para o céu azul e estrelado, ambos mais felizes do que nunca, eu me sentia radiante, pois sabia que agora minha vida faria mais sentido para mim com alguém como Jesse, alguém que sempre estaria comigo, que me ama pelo que eu sou.

- A lua está tão linda essa noite – ele sussurrou em meu ouvido me fazendo sentir como se tivesse borboletas no estomago, sua mão tocava minha barriga com calma e carinho- Tá vendo aquela estrela? – ele apontou para uma estrela, aquela que brilhava mais do que todas – aquela é você, sabe por quê?

- Não – sussurrei encostando minha cabeça em seu peito.

- Você já percebeu que quando o céu não possui estrelas ele fica triste? Você é aquela estrela Rachel, você que me faz lutar cada dia mais por um dia melhor, você me dá forças para continuar, você é capaz de iluminar o céu apenas com um sorriso, uma palavra.

- Então seria como se eu fosse à lua e você o céu

- Tá vendo aquela lua? – ele disse levantando a cabeça – se você esticar sua mão e fechar um dos olhos ela nunca será maior do que o seu polegar, não importa onde você esteja, em que lugar do mundo, a lua é a mesma para todos.

Levantei minha mão e o imitei, fiquei olhando por um tempo a grande lua no céu.

- Você é minha lua, minha estrela, meu tudo – ele sussurrou – não importa se estejamos juntos ou separados, sempre que o céu estiver iluminado lembre-se de mim, pois eu me lembrarei de você, sempre.

Flash Black off #

- Você prometeu – sussurrei – está escurecendo e você não está aqui para me proteger, para me fazer companhia, o céu está escuro Jesse, não tem lua nem estrelas, ele está negro, triste, e você não está aqui para me aconchegar em seus braços Jesse, não me deixa Jesse – levantei a cabeça saindo de cima de seu peito – por favor – olhei mais uma vez para seu rosto, seus cachos caiam sobre a testa, passei a mão os tirando, nunca fui capaz de sentir uma dor tão grande, ele era minha vida agora – por que você não ficou em casa comigo Jesse? Se eu tivesse te obrigado a ficar você estaria apertando minha mão agora, apenas volte Jesse, volte para mim e para sua filha, nós precisamos de você, você é minha estrela, minha lua, eu sou o céu escuro sem você, não sei como é viver sem você do meu lado, tenho medo, sou como uma criança pedindo por ajuda, eu te amo você se tornou tudo para mim, por favor, tenha força Jesse, lute por mim, por nós – coloquei sua mão sobre minha barriga, olhei para o teto e respirei fundo, ouvi a porta se abrindo atrás de mim e continuei quieta, apenas sentindo seu toque sem vida sobre minha barriga.

Rachel:

I remember the rain on the roof that morning

And all the things that I wanted to say

The angry words that came from nowhere without warning

That stole the moment and sent me away

And you standing there at the doorway crying

And me wondering if I'd ever be back

I said I didn't come here to leave you

I didn't come here to lose

I didn't come here believing I would ever be

away from you

I didn't come here to find out

There's a weakness in my faith

I was brought here by the power of love

Love by grace

And I remember the road just went on forever

Just couldn't seem to turn that car around

'Till in the distance like a long lost treasure

A phone booth that just could not be found

And you standing there at the doorway waiting

And the moment when we laid back down

I said I didn't come here to leave you

I didn't come here to lose

I didn't come here believing I would ever be

That was just a moment in time

And one we'll never forget

One we can leave behind

'Cause when there was doubt

You'll remember I said

I didn't come here believing I would ever be away from you

I didn't come here to find out

There's a weakness in my faith

I was brought here by the power of love

I was brought here by the power of love

Love by grace

- Me perdoa por não ter acreditado em você, apenas volte Jesse, não me deixe, você jurou nunca me deixar – voltei a chorar e coloquei minha mão em seu rosto o acariciando – Volta Jesse – gritei com todas as minhas forças como se fosse possível o acordar, soltei sua mão que caiu sobre a cama sem resposta, deitei sobre seu corpo chorando – Volta, você jurou que sempre estaria comigo, volta Jesse – falei novamente.

- Rachel ele não pode te escutar – ouvi a voz de Mercedes atrás de mim e continuei deitada sobre seu peito, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e molhar seu corpo.

- Apenas volte – sussurrei fechando os olhos e sentindo sua pele em contato com a minha – Volte para me proteger, para fazer minha vida voltar a ter sentido – sussurrei e senti uma mão em meu ombro.