A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 21
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter.



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Tensos e amedontrados. Esse era o estado emocional de todos ali.

- O que faremos agora? - perguntou Mark.

Smith se aproximou de Hammel e examinou seus ferimentos.

- Que está fazendo Smith? - perguntou Jhonson.

- Meu pai era médico. Aprendi muitos truques com ele. Há algo de errado com Hammel.

- O que está errado? - perguntou Steve.

- Seus olhos, vê a parte preta? Está maior do que o normal e seu coração está acelerado. Hammel, você consegue entender o que eu digo?

Hammel olhou para a direita e respondeu que sim. Estaria tudo bem, se Smith não estivesse a sua esquerda.

- Hammel, aponte para onde eu estou. - pediu Smith.

O cavaleiro confuso apontou para a mesma direção errada que havia virado a cabeça.

- O que ele tem? - perguntei.

- Meu pai já me falou sobre isso. Nunca cheguei a ver algo do tipo, mas se ele está confuso, seus olhos grandes, batimentos acelerados e está suando feito um porco isso só pode ser coisa de uma frutinha muito perigosa.

- Frutinha? - perguntou Jhonson.

- É. Agora não me recordo o nome, mas ela causa isso. Deixa a pessoa confusa, ela fala coisas estranhas, enxerga tudo embaçado ou dobrado, escuta embaralhado. Alguns a usam como veneno. Ela pode matar, dependendo de qual espécie for. Mas se fosse o caso ele já teria morrido. Além disso como ele entende o que estamos falando, provavelmente o efeito passará dentro de uma hora ou menos.

- Mas então ele comeu essa frutinha? - perguntei.

- Ou isso ou ele foi envenenado. Afinal, já ouvi histórias de guerreiros que pegavam o extrato da fruta e a colocavam na arma, normalmente na flecha, num tipo de compartimento na ponta da lança. 

Todos olhamos para a flecha que estava prendendo seu pé ao chão.

Smith analisou a flecha, mas não conseguiu dizer se tinha o compartimento ou não, afinal a lança estava atravessando o pé do comanheiro. Steve, então, mandou Smith retirar a flecha, uma hora ela teria que sair de qualquer jeito, e já que Hammel estav sob efeito da tal fruta talvez ele não sentisse tanta dor.

O novato, filho de médico, foi retirando a flecha, quase que cirurgicamente. Só ouvimos os gritos de dor de Hammel. Eram altos, mas se não tirássemos a flecha talvez ele perdesse o pé.

Após a retirada da flecha, que por sorte estava perto de seu dedo mindinho (o que não provocou grande estrago), pegamos algumas bandagens que estávamos usando em nós mesmos para colocar no pé de Hammel. Smith, com a lança em mãos chegou à conclusão de que aquela não era a flecha responsável pelo estranho estado de Hammel.

- Hammel. Você foi atingido por alguma outra flecha ou lança? - perguntou Steve.

Hammel balançou a cabeça em sinal afirmativo. 

- Flechas e espadas... - ele deu uma gargalhada - ... mas no final eu matei todos. Todos os desgraçados.

- Quem você matou? - perguntei.

- Os francêses! - ele dava grandes pausas entre as palavras - Só tinha sobrado um... E mais o desgraçado do Blase. - ele falava enrolado.

- Você encontrou o Blase? - perguntou Mark assustado.

- É, eu o teria matado se não fosse Campbell. Aquele marica.

- O que houve? - perguntei preocupada com meu tutor.

- Eu não sei... direito. Cheguei na clareira depois de matar aqueles franceses malditos, menos um que tinha fugido... - ele parou para retomar o fôlego - ...Quando vi Campbell e Blase lutando. Fui ajudar o marica quando o desgraçado do Daimmem me apunhalou nas costas. 

- E o que aconteceu depois? - perguntou Steve.

- É, e o Ryan? - perguntei.

- Eu não tenho certeza. Estava enxergando tudo embaçado, parecia que eu tinha bebido um barril inteiro de cerveja sozinho.

- Você viu para onde eles foram? - perguntou Smith.

- Acho que para o mato, eu não sei. Tentei pedir ajuda. Estava tudo confuso, minha cabeça doía muito... Depois de andar umas horas tentando achar Campbell notei que estava na estrada, foi aí que veio um arqueiro francês e me prendeu aqui. O matei, claro... O corpo deve estar jogado ai em algum lugar da estrada.

Olhamos para a beira da estrada e ao lado de Jhonson estava o francês decaptado.

- Bom, e agora? O que faremos? Campbell pode estar em perigo.- perguntou Mark. 

Steve já abrira a boca para responder, mas o interrompi antes que dissesse algo.

- Seria inteligente voltarmos à clareira. Quero dizer, se Campbell for à algum lugar provavelmente irá pra lá. Afinal, caso ele tenha sido capturado ou algo do tipo, se conseguir fugir irá atrás do companheiro. 

- Como pode ter certeza disso Carter? - perguntou Steve. Acho que ele ficou bravo por eu o interromper.

- Bem, uma vez ele me disse que nunca traímos um amigo. O que deve incluir nunca abandonar o mesmo. - respondi.

Steve se aproximou e me encarou. 

- Está certo. Voltaremos à clareira então. Esperaremos por ele lá, se ele não aparecer até a manhã seguinte o procuramos. - disse nosso capitão.

- É uma boa idéia, porque além de ser um lugar bom para passar a noite nossa carroça com suprimentos está lá também. - disse Smith.

- E os cavalos deles? - perguntou Jhonson.

- Eu os tinha levado comigo para o rio. Enquanto eu enchia nossos cantis eles se hidratavam. - respondeu Hammel. Ele já parecia bem mais consciente.

Steve mandou Smith e Jhonson ajudarem Hammel a se levantar, pois apesar de conseguir nos ouvir e falar normalmente, seu corpo estava fraco, não conseguia ficar de pé sozinho. Colocaram o cavaleiro junto do líder, em seu cavalo branco e então voltamos o caminho até à clareira. Eu e Smith fomos na frente, mais depressa, para caso de Campbell já estiver lá e precisar de ajuda. Steve, Hammel, Jhonson e Mark foram mais devagar. Para assim deixar Hammel mais confortavel e fazer com que o ferimento de Mark corresse menos riscos de matá-lo.

Smith e eu íamos calvagando muito depressa. Nosso cavalo era rápido e forte. Chegamos à clareira em menos tempo do que demoramos para ir de lá até onde encontramos Hammel.

O lugar estava vazio. Acendemos a fogueira que estava lá. Preparamos todo o acampamento e quando tudo estava pronto Smith disse que iria até o rio buscar os cavalos de Campbell e Hammel.

Fiquei sozinha por um tempo. Smith ainda não tinha chegado, e não havia sinal dos outros. Então me deitei na grama verde. Estava frio apesar de o sol estar a pino. 

Onde será que Campbell estaria? Será que ele ainda estava vivo? Porque ele tinha que ir atrás do assassino francês? Aquele homem louco! Ah, espero que Ryan esteja bem. Ele é tudo o que tenho agora. Não chega a ser um amigo, mas um confidente é, com certeza, além de meu mestre. Ele guarda o segredo que me mantém viva. Ele poderia ter me matado, mas não o fez. É um homem bom, descente.

Ouço um barulho, me levanto e sinto o vento bater em minhas costas. Vejo um homem em minha frente. Sim, é ele.

Seus cabelos compridos e castanhos não eram mais compridos. Antes batiam em seu ombro, agora estavam curtos. Me lembravam o de Blase no tamanho. Seus olhos azuis me fitavam enquanto ele se aproximava. Sua armadura estava toda suja, de sangue, de barro. Seu bastão vinha preso em sua mão. 

Olhei rapidamente para os lados. Não havia ninguém além de nós dois ali. Então corri e o abracei fortemente. 

- Que bom que está vivo. - disse com minha voz original.

- Também é bom te ver Jamie. - disse ele. - Mas o que você está fazendo aqui?

- Estava com saudades do meu mestre. - respondi rindo.

Ficamos quietos por um instante... Até eu perguntar o que havia acontecido. Ele demorou a responder.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ^^
Ah, e não se esqueçam de comentar!

Beijos... Live Gabriela Woiciekoski ^^



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