Hinata levantou bem antes do horário. Correu até o banheiro para tomar um banho caprichado, com a água fria porque não havia pagado a conta de luz, mas concluiu em pensamento que era melhor assim.

Já bem desperta, escolheu a roupa mais própria e talvez a única, vestiu-se e correu até a cozinha.

Desistiu de tomar café já que não havia um alimento próprio para isso e foi recolher todas as coisas necessárias dentro da bolsa.

-Será que eles pedirão o currículo de novo?

Por precaução colocou todos os documento ali e saiu.

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Sakura suspirou antes de sair de casa. Ino havia atrapalhado seus sonhos às seis e meia da manhã para pedir que ela “levantasse a testa enorme do travesseiro e viesse para o escritório A-GO-RA.”

Ainda estava sonolenta e acabou por colocar qualquer blusa e pegou apenas uma maçã antes de sair. Contou até dez e se perguntou porque escutava aquela louca que tinha a audácia de chamá-la de testuda logo pela manhã.

-Irritante!

Tinha que admitir que começava a pegar as manias dos seus chefes de tanto que trabalhava para aqueles sádicos. Só continuava lá porque o Uchiha era lindo demais e na medida do possível, ganhava bem.

Se arrepiou ao sentir a brisa fria, mas a preguiça avisou que era tarde para voltar até o quarto e pegar um casaco.

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A garota se amaldiçoou milhões de vezes. Simplesmente podia ter ido à pé. Agora que lidasse com as consequências e aturasse os tarados tentando tocá-la em lugares meio íntimos.

Suspirou aliviada quando achou um canto vago e sentou-se ao lado de uma senhora com uma criança. Puxou mais o casaco sobre o corpo e fechou todos os botões.

“Por via das dúvidas.”

Checou o horário rapidamente, melhor chegar cedo do que se atrasar no primeiro dia. Sorriu para a criança que a encarava curiosamente.

-Mamãe, ela é cega?

A mulher repreendeu o menino e se voltou para Hinata.

-Me desculpe. Yuu, peça desculpas a moça. Agora!

Até tentou dar atenção ao pequeno, mas já estava na hora de desembarcar.

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Estava quase dormindo jurando dar atenção ao discurso da loira.

-Sakura! -Alterou-se.

-Certo, certo! E depois? -Passou as mãos pelo rosto e endireitou-se na cadeira.

Não fazia ideia do que ela falava mas concordou com tudo que a outra falou. Só caiu na real quando a amiga usou as palavras ‘caso’ e ‘chefe’.

-Não acredito que me chamou aqui para dizer que o Sasuke-kun está tendo outro caso, porca!

Ino deu um chute em Sakura por baixo da mesa e sorriu para alguém atrás dela.

-Bom-dia!

Ouviu um resmungo e entendeu imediatamente quem era. Mas porque diabos ele não podia escutá-la?

-Minha nossa! Não entendeu quando eu disse “Sasuke e Naruto estão tendo um caso!”? -Sussurrou, vendo a Karin discretamente tentar ouvi-las.

-Perdeu alguma coisa aqui, KARIN?

Sakura continuava chocada.

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Continuava estarrecida com o tamanho do prédio. Seria tudo aquilo uma só companhia?

-Kami-sama...

Estava exausta e suando por culpa de tantos casacos. Teria que passar no banheiro antes de se apresentar, para pelos menos lavar o rosto.

Relaxou um pouco ao perceber o ar gelado lá de dentro. Havia um ar-condicionado no hall luxuoso e ela desejou ficar ali o dia inteiro.

-Posso ajudar?

Só então percebeu que estava chamando atenção se refrescando bem em frente ao aparelho.

-S-sim...Sou a nova estagiária,p-pode me dizer em que and...

-Sétimo!

A ruiva a interrompeu e aproveitou para olhá-la de cima à baixo. Hinata repetiu para si mesma que não devia mais incomodar aquela moça gentil e encaminhou-se para o elevador.

Nem reparou nas outras duas garotas que a encaravam curiosamente, passou reto por elas.

-Ei! Espera!

Uma puxou a outra e elas entraram juntas no elevador com Hinata. Não deixou de reparar na expressão assustada de Sakura.

-Ai, meu Kami! Que lindinha que você é!

A loira começou a aperta-lhe as bochechas incessantemente deixando-a levemente corada.

-Certo, Sakura?

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Mal conseguia se concentrar nos papéis que estava lendo. Parecia estar se preocupando à toa com a nova estagiária, mas gostava de pessoas competentes trabalhando para ele.

Ainda mais que ela estaria ligada diretamente aos dois.

Procurou evitar qualquer pessoa pela manhã, a noite anterior o havia deixado extremamente irritado.

Massageou as têmporas e desejou que o Uzumaki não aparecesse na sua frente, iria enforca-lo com as próprias mãos.

“Maldito!”

Voltou a sua atenção à papelada.