-Droga... -Ouvi Reita falar baixinho, ao ter que se afastar por causa dos dois. 
            Levantamos-nos, e fomos correndo até o laguinho ver o que estava acontecendo. Chegando lá, perguntei o que havia acontecido e Kai disse que estavam brigando por causa de um algodão-doce. Nossa, essa foi a gota d’água  pro Reita. Ele empurrou ou dois na água, gritando que haviam estragado o momento “romântico” que estava tendo comigo. Que? Como assim? Reita estava louco?
            Uruha olhou Reita, abaixou a cabeça e pediu desculpas, por ter atrapalhado, enquanto Aoi, como sempre, começou a rir. Abobado...

            Os dois saíram da água, se olharam e riram. Nossa... O que um parque não faz com as pessoas ein... Nós nos dirigimos de volta a sakura, e nos sentamos ali mesmo. Kai olhou Reita e fez um sinal nada discreto com a cabeça, para que Reita falasse algo.

            -O que foi Kai? Ta com dor no pescoço? -Aoi perguntou, porque não tinha visto que era um “sinal”.

            -Como você é discreto ein Kai! Até eu percebi! - Uruha falou alto, deixando Kai meio constrangido.

            Uruha deitou no colo de Aoi, fazendo o mesmo o olhar com uma cara de poucos amigos. Mas Uruha fez aquela carinha fofa que só ele consegue, e Aoi acabou cedendo.

            Kai se moveu, se sentando ao lado de Reita cochichando algo em seu ouvido. Reita assentiu.

            -Uruha, Aoi.... Vamos comprar mais algodão-doce??? Eu to com fome!! - Kai disse, enquanto os outros dois se levantavam, indo com Kai até o homem que vendia algodão-doce. Quando eles já estavam mais distantes, Reita virou para mim, me olhando fixamente, ficando meio ruborizado, enquanto tentava dizer alguma coisa.

            -O que foi Reita??? -Perguntei meio preocupado, podia ser serio.

            -Ruki.... Faz tempo que eu queria lhe falar uma coisa, melhor... Perguntar.... Mas nunca tive coragem.... - Reita desviou o olhar para o chão.

           -Fala logo Reita, você esta me deixando preocupado!! - Falei serio, buscando seus olhos perdidos, fixados no chão.

            -Bem... Agora que comecei, vou criar coragem na cara, e continuar... Mas antes quero que você prometa que nada vai mudar entre nós, mesmo depois do que eu falar. Você sabe que sua amizade é muito importante para mim, não é!?
            -Reita... Você sabe que nunca vai mudar nossa amizade, não importa o que você faça, ou deixe de fazer, eu sempre estarei ao seu lado!! - Assim que terminei de falar, Reita olhou para mim de novo, agora com um sorriso radiante em seus lábios perfeitos.

            -Ruki... Eu... Eu... Eu gosto muito, muito mesmo de... Você! - Reita ficou totalmente ruborizado, desviando seu olhar para o chão.

            -Reita, eu também gosto de você, você sempre foi meu melhor amigo!!! - Sorri, falei isso porque ainda não tinha conseguido perceber se esse “gostar” era de amizade, ou se era “gostar” de “amar”.

            - Porra Ruki!! Eu te amo!!! - Não pude acreditar no que ouvira, será que era um sonho? Meus olhos ficaram marejados, quando fui falar algo (não havia passado meros segundos) Reita me beijou. Um beijo “quente”, necessitado, mas com amor.

Separamos-nos, não porque queríamos, mas porque precisávamos de ar. Será que realmente era um sonho? Se fosse, eu não queria mais acordar. Coloquei um de meus dedos sobre meus lábios, estava demorando a cair minha ficha. Ele realmente me amava!?

-Me desculpe Ruki, eu... Eu... Não sei o que dizer! - Reita estava todo “errado”, acho que nem ele estava acreditando nisso. (Irônico não!?)

-Reita, é bom saber disso, por que... Bem... Eu também gosto de você! - Desta vez, fui eu quem o beijou. Quando encostamos nossos lábios, ouvimos risos ao longe, uma risada conhecida. Aliás, muito conhecida!

-Logo você Reita, o machão??? - Aoi ria freneticamente, enquanto Uruha tentava tapar sua boca com a mão, mas era em vão.

-Cala a boca Aoi! Você não tem nada a ver com isso!! - Reita estava ficando furioso. Ele havia se levantado, e estava indo na direção de Aoi. Aoi o provocava de todas as maneiras possíveis, e isso não ia dar muito certo.

Tentei segurar Reita pelo braço, mas foi em vão. Ele era mais forte. Reita foi em direção de Aoi, e Aoi fez o mesmo, os dois pararam frente a frente se encarando.

-Repete o que você falou na minha cara! - Reita estava com os punhos cerrados, pronto para dar um soco no outro.

-SEU GAY!!! - Aoi falou lentamente provocando o loiro. Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, Reita deu um soco forte em seu rosto, o fazendo cair no chão.

Aoi se levantou com a mão sobre a boca, onde escorria um filete de sangue, e com a outra também atingiu Reita, porem em seu estomago. Os dois começaram a brigar. Se chutavam, se socavam, pareciam dois animais selvagens enfurecidos (se é que animais poderiam lutar como esses dois). Eu e Uruha ficamos apavorados, nos abraçando, enquanto víamos os dois brigarem, e o Kai tentava separar os dois, se arriscando a apanhar também.

Depois de um tempo, vendo Kai tentar separar os dois em vão, eu e Uruha corremos para pedir ajudar. Dois homens que estava correndo por ali pararam e foram nos ajudar, separando Reita de Aoi, os segurando até eles se acalmarem.

-Reita, não é assim que se resolvem as coisas! E Aoi, você tem que aprender a respeitar os outros! Se eles estão juntos, o problema é deles e não seu... - Kai falava, torcendo para que os dois concordassem e parassem de brigar.

-É! Vocês deveriam pedir desculpas um pro outro e se importarem mais com suas próprias vidas! - Uruha estava serio, olhando principalmente para Aoi, que havia começado a “briga”.

Os rapazes que nos ajudaram, viram que os dois já haviam se acalmado, e os soltou, indo embora. Depois de muito tempo conversando com os dois, (muito mesmo), os dois acabaram fazendo as pazes.

            Já estava escurecendo, e fomos em direção do meu apartamento. Estava esfriando, e Reita passou seu braço por cima de meus ombros me abraçando fortemente, o que me fez abrir um largo sorriso. Chegando no prédio, entramos no elevador, e enquanto esperávamos abrir novamente a porta do elevador para entrarmos no meu apartamento, Kai olhou Aoi e disse:

            -Bem Aoi... Espero que você não tenha mais preconceitos!! - A porta do elevador se abriu, e nós descemos, indo em direção da minha porta.

            -Claro, claro... - Aoi fez uma cara de quem não estava nem ai.

            -Agora só falta você se declarar pro Uruha, e acabarem namorando!- Kai abriu aquele sorriso colgate que não tem igual. Eu abri a porta, e Aoi entrou indo em direção da geladeira, pegando uma cerveja.

            -Mas nem pensar em namorar o coxudo ai! - Aoi se sentou no MEU sofá, abrindo a cerveja, tomando um gole.

            -Nháa!? Como assim!? Nem uma chancezinha? E porque “o coxudo”? Eu tenho nome viu? - Uruha falava fazendo uma carinha de manha, enquanto chegava perto de Aoi.

            Começamos a rir da cena. Reita me deu um selinho, e disse que ia para o banho. Olhei Kai e disse que no outro dia eu pegava meu carro, já que nessa noite eu não sairia de casa por nada. Kai riu, mas logo parou ao ouvir Aoi pedindo pra ele fazer logo a janta. Kai começou a brigar com Aoi, porque sempre sobrava pra ele cozinhar, e ninguém ajudava...

E assim acabou mais uma noite, com Aoi brigando com Kai por causa da janta, Uruha fazendo manha porque o Aoi disse que nunca teria nada com ele, e eu e Reita ficamos abraçados no sofá, aproveitando o momento e torcendo para que não começassem a brigar com a gente também.