Festa dos Fundadores da Cidade escrita por Nana


Capítulo 4
Possuída




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No meio da multidão que, de forma rápida, se formou no salão, Stefan avistou Elena e se aproximou dela por trás, passando os braços pela sua cintura enquanto beijava seu pescoço, então sussurrou baixo em seu ouvido:

- Onde está meu irmão, princesa?

Ela sentiu o corpo se arrepiar com o toque dos lábios de Stefan em sua pele macia e ao mesmo tempo em que aquilo parecia tão errado para ela, era o que estava certo. Ela deveria ser de Stefan, sempre o quisera e agora que o tinha deveria ser o suficiente.

- Não sei, ele saiu assim que terminou a dança... - ela disse e então se virou, ficando de frente para ele, de forma que pudesse olhar dentro de seus preciosos olhos e continuou - Stefan, com todo esse alvoroço eu fiquei um pouco tonta e tive um dia atarefado hoje, com todas essas preparações da festa, estou cansada e queria ir para casa dormir, mas sem que Caroline e Bonnie precisassem saber que estou indo embora.

Ele deu um beijo na testa dela e respondeu:

- Eu te levo para casa e amanhã nós avisamos que você não se sentia bem e voltou mais cedo.

Elena estava pensativa agora. Tinha que dar um jeito de manter Stefan ali e ao mesmo tempo pensar em uma forma de continuar no castelo sem que ninguém soubesse. Damon bem que poderia ter escolhido um lugar fora da grande propriedade antiga, mas parecia que ele gostava quando as coisas eram mais difíceis.

Por um momento considerou não ir ao encontro de seu verdadeiro amado, mas este pensamento logo desapareceu e as palavras começaram a sair de sua boca.

- Na verdade, eu estava pensando se você não podia ficar e me representar aqui. Diga a elas que passei mal e fui para casa, eu tomo um táxi e vou, não tem nenhum problema. Assim, você poderá me contar com detalhes como foi o fim da festa, tenho certeza que você terá histórias hilárias para mim sobre possíveis vizinhos que ficaram bêbados. - ela riu, mas sua risada não era sincera, porém esperava que fosse boa o bastante para convencê-lo a ficar.

- Tem certeza que ficará tudo bem? - ele perguntou, demonstrando preocupação pelo estado da amada.

- Tenho sim, não se preocupe. Eu estou realmente cansada, preciso de um tempo sozinha e de minha cama. Amanhã estarei melhor, prometo.

- Então tudo bem, se você quer assim, assim será. - ele segurou o rosto dela com as duas mãos e por um momento apenas olhou para ela. - Ah, Elena... eu poderia ficar aqui por horas parado te olhando.

Ela corou e sorriu.

- Stefan, você é sempre tão gentil comigo... - não pôde esconder certa angustia em suas palavras. Levou uma das mãos ao rosto dele e delicadamente com seus longos dedos acariciou-lhe a bochecha. Colocou-se na ponta dos pés e lhe deu beijo. - Nos falamos amanhã, ok? Boa noite, querido.

Elena não esperou uma resposta, apenas se virou e caminhou em direção à porta principal, que levava para o jardim onde ela tinha ficado mais cedo. Não olhou para trás, mas esperava com todo seu coração que Stefan não estivesse observando seus movimentos. Lá fora, avistou algumas árvores e andou até elas. Estava se sentindo protegida ali.

Sentou no chão sem se importar em sujar seu vestido e abriu a bolsa, procurando seu celular. Eram onze horas da noite, o que significava que ela tinha quatro horas para bolar um plano que a levasse até a torre sem ser vista por ninguém. Olhou para cima e o castelo era composto por quatro torres. Pelas direções que Damon havia lhe dado, ela pôde imaginar em qual delas estava seu destino. Pressentia que algo neste encontro seria definitivo e teve a estranha sensação de que Damon estava observando-a lá de cima, se divertindo com a situação.

Após longos minutos sentada ali, Elena desejou que seu diário estivesse com ela. Gostaria de escrever o que estava sentindo e o que estava prestes a fazer. Uma grande parte dela estava dizendo para que ela não fosse encontra-lo, mas a parte que dizia que ela deveria ir gritava e abafava toda sua razão. Ela estava agindo apenas por impulso.

Levantou-se a bateu as mãos no vestido, a fim de tirar dele um pouco de terra e se manter apresentável. Deu a volta no castelo, encontrando uma portinha de madeira, comida pelos cupins, semi-aberta. Empurrou com cuidado e entrou. O lugar era escuro e sujo, com certeza não tinham restaurado aquela parte também. Pegou o celular da bolsa novamente e viu as horas. Onze e quarenta. Ela usou o celular como lanterna e seguiu em frente, onde seus instintos a mandaram ir.

Após caminhar por no mínimo quinze minutos pelos corredores sujos dali, entre ratos e aranhas, ela ouviu a música do salão principal e pôde ver a sua iluminação também. Seguiu nessa direção e se viu em um canto isolado que, quando ela estava na festa, nem tinha percebido que existia.

Elena viu a escadaria principal e, por sorte, estava em um lugar estratégico onde tudo que deveria fazer era deslizar por trás de uma larga cortina e estaria no pé da escada. Então se subisse correndo, as chances de ser vista seriam menores, pois a escada logo se dividia em dois braços e, indo pela direita como deveria, ela podia se agachar atrás das pequenas estátuas de anjos que adornavam as escadas e subir daquela forma até estar longe do salão.

Perfeito, o plano estava traçado. – Bem que Damon disse que eu daria um jeito... – ela pensou em voz alta enquanto tirava os sapatos de salto alto para não fazer barulho enquanto caminhava.

Prendeu o cabelo num coque e usou os grampos que estava na bolsa para deixa-los bem presos e amarrou uma parte do seu vestido, para que ele não se arrastasse tanto no chão, deixando-a com movimentos mais soltos.

Olhou para o salão uma última vez e procurou encontrar Stefan, mas não o viu. Não sabia se ficava aliviada por ele não estar ali ou se ficava tensa por imaginar que ele pudesse ter ido embora e talvez passado na casa dela para saber se ela estava melhor.

Respirou fundo e começou a deslizar pela cortina. Foi tão cuidadosa que obteve sucesso, não a balançou nennhuma vez, portanto qualquer pessoa que estivesse ali por perto, jamais teria notado que alguém passou por trás dos panos. Estava a poucos centímetros do pé da escada e sabia que precisava subir correndo, como se estivesse correndo pela sua vida, afinal, ela estava no meio do salão, com um vestido lápis-lazúli e ser descoberta nessa situação era algo 80% provável.

Fechou os olhos, levantou o vestido e correu. Foi o mais depressa que podia, sempre no canto da escada, perto do corrimão. Sentiu suas coxas cedendo e a cada degrau que ela subia parecia que deixaria suas pernas caídas no chão, mas por nenhum momento parou.

Quando chegou na parte da direita da escada, sentou e encostou em uma das pequenas estátuas e sorriu. Ela estava orgulhosa. Aparentemente ninguém a tinha visto. Teve dúvida se continuava ali, para caso ela estivesse enganada e alguém fosse atrás dela ou se continuava correndo para acabar logo com isso.

Olhou no relógio e passava da meia noite e meia. As horas estavam voando. Ela bufou e então decidiu continuar. Não tinha tempo de ficar ali esperando ser descoberta por alguém, queria saber logo o que Damon queria com ela que só podia ser dito ou feito em uma torre isolada.

Subiu de joelhos degrau por degrau até o fim da escada, assim teria certeza que poderia se esconder atrás das estátuas e ninguém a veria. Levantar era arriscado demais, teria que aguentar a dor. Quando chegou no corredor, seus joelhos estavam feridos e ela mal podia se levantar de tanta dor nas pernas.

Não podia desistir, estava tão perto agora e já tinha feito muito para encontrá-lo naquela noite. Tinha que continuar, então ela se levantou e seguiu até a estante. Por um momento, desesperou-se ao pensar que teria que dar um jeito de arrastar aquele móvel antigo que pesava no mínimo cem quilos.

Aproximou-se e viu que Damon tinha deixado a estante desencostada da parede o suficiente para que ela pudesse passar por trás dela e ter acesso à passagem secreta. Respirou aliviada e se espremeu o máximo que conseguia para entrar ali. Ao chegar do outro lado da parede, viu a escada estreita e aventurou-se a subir mais montes de degraus e estava feliz por, pelo menos, poder fazê-lo de pé.

Faltavam apenas cinco degraus para ela enfrentar o desconhecido. Não tinha ideia do que esperar quando estivesse lá em cima. Não sabia o que aconteceria. Sua própria morte poderia estar ali.

Foi quando se deu conta que sempre que pensava em Damon, pensava também em sua morte. Era estranho saber que ele morreria por ela sem pensar duas vezes para protegê-la e ela morreria por ele, para estarem juntos pela eternidade. Seu corpo arrepiou e seus pelos ouriçaram. A eternidade era tempo demais, mas era o que ela desejava ter com Damon.

Pisou hesitante na torre e soltou os cabelos, bagunçando-os um pouco com as mãos para dar movimento. Calçou os sapatos e desfez o nó do vestido. Não estava bonita, mas estava melhor do que antes.

Damon já sabia que ela estava lá, ele soube desde que ela começou a subir a escada do salão principal que ela estava a caminho, pôde senti-la, sentir seu cheiro, que era inconfundível para ele. Porém, ele não se virou, então ela deu os primeiros passos e o barulho do salto alto no chão preencheu o vazio da torre, que tinha poucos móveis espalhados nos cantos, mas todos quebrados e muito empoeirados. Era claro que ninguém estivera ali por muitos e muitos anos.

Ele estava apoiado no parapeito da pequena janela da torre, olhando para fora com o olhar esperançoso. Tinha tirado seu paletó, que agora estava pendurado em uma cadeira que ele provavelmente achara ali. Ela continuou caminhando em direção a ele e notou que os músculos de suas costas estavam cuidadosamente desenhados na camisa e ele estava com as mangas dobradas, o que realçava os seus braços definidos.

Seu corpo era como a perdição e ela nunca havia notado como na penumbra seu perfil era delicado e apaixonante. Sua silhueta marcada pelo luar a lembrava que ele era um ser das trevas, tão irresistível quanto perigoso. Um predador que a levaria para o mundo das sombras.

Mas ela não conseguiu conter a vontade e quando estava bem próxima de seu corpo, levantou uma de suas mãos e colocou no ombro dele e foi descendo devagar, escorregando a ponta de seus dedos pelas suas costas e então ele se virou e seus olhos, tão azuis quanto os dela, eram como um espelho, onde ela pudesse enxergar as verdades que estava há tanto escondendo.

- Elena... – era quase um sussurro, mas ele sabia que ela podia escutá-lo da forma mais clara possível, então prosseguiu – Por um instante eu achei que não viria.

- Eu não deveria ter vindo. – ela retrucou – Mas e então? Eu estaria agora em meu quarto, perguntando ao meu diário o que teria sido se eu tivesse te encontrado. Eu não aguentaria. Precisei vir e ver com meus próprios olhos o que seria deste encontro que é tão errado, tão proibido e... – ela hesitou, mas finalmente terminou sua frase – tão inevitável.

Ele colocou a mão na nuca dela e enrolou os dedos em seus cabelos sedosos. Elena fechou os olhos e aproveitou o momento. Os toques de Damon eram como um oásis no deserto. Algo que ela sempre procurava e quando achava que estava perto, corria para seu encontro e então se dava conta que era uma miragem. Mas quando menos esperava, estava ali e ela podia sentir e aproveitar cada segundo mágico desta sensação. Então ele disse:

- Não posso dizer que acredito em vidas passadas, porque já passei por muitas vidas. Não minhas, mas vivi a vida de todas as pessoas que amei e me importei, as vi nascer e morrer e sempre estive condenado a viver longe delas, a fazer parte de apenas uma parte de sua vida, pois como elas, eu deveria envelhecer e morrer, então desaparecia, para seguir meu caminho e as deixava sós e magoadas. Perdi minha crença na humanidade e me convenci que não podia viver entre eles, me isolei no mundo das trevas e permaneci lá até te encontrar. Agora, por motivos que desconheço, posso te afirmar que acredito que nossos destinos foram traçados em algum lugar do caminho e que você nasceu para ser minha e por isso eu voltei à Fell’s Church e sabia que podia confiar meu segredo a você.

Damon estava tenso, ela podia sentir, pois apertava seu pescoço com os dedos, e a machucava sem ao menos perceber. Seus olhos mostravam tormento. Ele nunca havia sido tão sincero na vida e Elena se sentia lisonjeada e cada vez mais apaixonada por ele, podia sentir seu sentimento borbulhando dentro do coração e transbordando por todo seu corpo. Ela segurou o pulso dele e deslizou a mão pelo seu braço, sorriu e lhe abraçou enquanto falava:

- Ah, Damon! Se você ao menos soubesse tudo que tenho passado ultimamente e como tenho tentado lutar contra este sentimento. Eu não suportaria ser o motivo de você e Stefan se odiarem por mais alguns séculos, eu não quero ser como Katherine e parece que quanto mais eu tento me afastar disso mais eu me aproximo. Eu não quero dizer que eu te amo, mas eu não consigo mais puxar essas palavras para dentro a cada vez que falo com você, a cada vez que você está perto de mim. Parece que tudo que te falo sai de forma retorcida. Ah... apenas me abrace e diga que tudo ficará bem.

Damon a segurou forte em seus braços, como se tivesse medo de que se a soltasse, nunca mais a teria ali de novo. Tão frágil, tão sua. Elena estava tão entregue a ele, abria seu coração de uma forma inigualável e ele não podia conter o desejo de invadi-lo e toma-lo de Stefan de uma vez por todas.

Elena deveria ser sua, ele realmente acreditava nisso. Desde o dia em que a viu pela primeira vez naquela quadra da Robert E. Lee, quando ele a assombrou e ela teve tanto medo que gritou. Lembrou-se também do dia em que ela o invocou no cemitério. Ele podia sentir a força dela do outro lado da cidade e ele soube, quando ela realmente o viu pela primeira vez, que tinha criado sentimentos fortes por ele.

Toda história dos dois passava como um flash em sua mente, enquanto ele usufruía do calor do abraço amoroso de Elena. Recordou-se de como cedeu a ela e de como ela, lentamente, cedeu a ele. E estavam ali agora, num ponto sem retorno. Era tarde demais para olhar para trás e arrepender-se. Damon jamais se arrependeria.

Então se lembrou do pedido da amada e a apertando forte contra seu corpo disse:

- Claro que ficará tudo bem, minha querida. Nós ficaremos bem. – então a afastou e a segurou pelos braços, como se fosse sacudi-la – Elena, você precisa ouvir o que vou dizer com atenção.

Ela se soltou de suas mãos e assentiu com a cabeça, e ele continuou:

- Eu te amo, Elena. Eu nunca te disse isso antes e você sempre soube de qualquer maneira. Eu te amei desde o primeiro instante que a vi e enquanto eu alimentar este sentimento, eu vou lutar por você. Eu vou matar por você, vou brigar, vou incendiar cidades se for preciso, mas eu vou ter você ao meu lado custe o que custar. Não tenha medo de Stefan, você sabe que eu me entendo com ele.

- Da ultima vez que vocês brigaram por uma mulher, um matou o outro. Eu não quero isso novamente, Damon! – ela o interrompeu, chorando.

- Não me interrompa, por favor, Elena. – ele colocou seu dedo indicador nos lábios dela, indicando que ela deveria permanecer calada e secou suas lagrimas com o polegar – E não se preocupe também com Bonnie. Se você quiser, eu posso tirar a verbena da pulseira dela  e usar a compulsão, então tudo que ela sente por mim será esquecido. Eu só preciso que você me diga sim, Elena. E tudo que você conhece mudará, te levarei para o meu mundo.

- Você está dizendo que vai me matar? – ela perguntou curiosa e ao mesmo tempo conformada com essa ideia.

- Eu nunca faria nada que você não quisesse, Elena. Mas eu posso te dar um relacionamento profundo, sem as superficialidades com que você está acostumada. Sua vida será diferente, você não será mais a menina de ouro da cidade, você será uma mulher feita, vamos nos casar, ser uma família e tentar nos adaptar um ao outro.

Com a cabeça baixa, Elena passou as mãos no próprio rosto e respirou fundo. Teve medo de pronunciar qualquer palavra. Era muito em jogo, muito para abrir mão. Mas era de Damon que estávamos falando. Ela também mataria e morreria por Damon se fosse preciso. Queria ser tomada por ele e viver em seu mundo ou qualquer outro mundo, desde que eles estivessem juntos.

Por um momento se esqueceu de todas as certezas sobre infelicidade que ela tinha sobre os mundos em que vivia. Sabia que em algum momento teria que escolher, mas aquele medo de ser infeliz não a assustava mais.

Elena sabia agora que nada que acontecesse teria importância, Damon sempre a faria feliz e a ela sentia a coragem necessária para enfrentar tudo que fosse preciso para encontrar seu lugar ao lado dele. Ela o amava e estava cansada de esconder isso. As palavras dele foram o suficiente para enchê-la de alegrias e certezas e tudo que ela queria era ser dele aquela noite, como ele tinha prometido no salão.

- Damon, hoje mais cedo no salão você disse que me faria sua...

Ele não respondeu, continuou olhando-a nos olhos e então ela saiu do lugar onde estava e começou a andar ao redor dele. Elena sabia que ele não ia perguntar o que ela queria dizer, então se prontificou a terminar:

- Eu quero fazer algo que eu nunca fiz antes em minha vida, algo que sempre tive medo, mas sei que é muito especial para pessoas como... você, então será para mim também.

Ela parou novamente e buscou no rosto dele algum entendimento do que ela estava dizendo e Damon a encarava com os olhos cheios de dúvida. Então ela chegou o mais perto que era possível de seu corpo. Mais um passo a frente e eles virariam um só corpo, desafiando todas as leis da física.

Elena beijou a bochecha de Damon e foi se posicionando, deslizando os lábios por seu rosto, lhe beijando até o pescoço e acariciando seus cabelos negros e quando estava com a cabeça devidamente apoiada em seu ombro, seu pescoço ficou a mostra.

O luar iluminava os dois corpos na janela e a luz baixa deixava Elena ainda mais irresistível para ele. Damon sentia suas presas ficando afiadas e por um momento pensou em se afastar dela, mas estava ansioso para saber o que ela pretendia.

Então ela sussurrou em seu ouvido:

- Eu quero trocar sangue com você, Damon.

- Você tem certeza? – ele perguntou espantado e ao mesmo tempo satisfeito.

Ela não respondeu, apenas passou uma de suas mãos no pescoço, como se fosse um convite.

Damon deixou que as presas saíssem por completo, fechou os olhos e a mordeu bem na jugular. Cravou fundo seus dentes e sentiu a pele dela ceder em sua boca, enquanto o sangue doce jorrava e seu corpo estremecia. Elena deu um gemido quase desesperador, que ele ignorou, pois sabia que a dor iria passar em alguns instantes. Continuou apreciando cada gota do sangue dela e quando sentiu que era o bastante, se afastou o mínimo possível e a olhou, orgulhoso. Estava ofegante e extasiado. Mordeu então o próprio pulso e quando o sangue escorreu, ofereceu a ela.

Elena segurou o braço dele e sugou seu sangue. O gosto não era dos melhores, mas ela precisava disso, mais do que nunca agora, pois estava fraca. Jamais tinha se sentido daquela forma. Ela precisava dele mais do que nunca e estava adorando cada segundo disso. Era como se Damon pudesse entrar na cabeça dela e ela na dele e por alguns minutos ela conseguiu viu tudo que ele pensava e sentia. Conhecer um Damon que ela jamais tinha visto e que pertencia somente a ela. Sentiu que suas almas se unificaram e se entrelaçaram como uma cadeia de DNA. Uma só alma em dois corpos e ela nunca havia se sentido tão feliz e tão satisfeita quanto naquele momento.

Largou o pulso de Damon quando sentiu que tinha bebido o bastante e estava num transe profundo que nem notou que sua boca estava manchada com o sangue dele. Ele tirou um lenço do bolso – típico de rapazes do século passado – e limpou a boca de Elena.

Passados alguns minutos, ou horas - ela não se importava mais - estavam sentados no chão da torre, trocando carícias sem pronunciar nenhuma palavra, apenas assistindo os raios da lua mudarem de lugar dentro da sala escura, a medida que o tempo passava. Foi quando ela quebrou o silêncio:

- Eu tenho que ir, Damon. Minha mentira não se sustentará se eu ficar aqui, e Tia Judith provavelmente está preocupada.

- Eu levo você, estou de carro. – ele sugeriu

- Tudo bem, mas não estacione na porta da minha casa, para não levantar suspeitas. Me deixe alguns metros antes.

- Como você quiser, meu amor. – então ele se pôs de pé e a ajudou a levantar. Pegou-a no colo e saltou da janela da torre e num piscar de olhos, os dois estavam no jardim do castelo novamente, Damon havia saltado perfeitamente, como um gato, e ela estava segura em seus braços.

Ele a chamara de “meu amor”. Elena sabia o quanto elas palavras tinham significado naquele momento. Estava simplesmente completa, como nunca tinha estado antes. Entrou no carro e Damon acelerou e quando se deu conta, logo os dois estavam na estrada.


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