A Força dos Otakus escrita por L Okihiro


Capítulo 17
Mar, Deulo, Fábrica!


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Passei muito tempo sem postar, desculpa. Ah, gente, eu sei que é pensamento negativo, mas ngm sabe quanto tempo o Nyah! duraria se alguma das leis contra pirataria na net ganhasse poder o suficiente, portanto, por vias das dúvidas, caso algo aconteça, nosso "porto-seguro" que substituíria esse local aqui seria. Aquele site cujo link já dei pra vcs quando fiz aqueles avatares.
Espero que gostem.



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Eu sempre adorei o mar, portanto não me entenda mal quando eu disser aqui o quão pouco aproveitei a última cidade que encontraríamos no litoral. A razão? Simples, o mar sempre me fez esquecer o mundo a minha volta, e me concentrar só naquilo, na imensidão de água que lá longe se fundia ao céu, mas não naquela vez. Naquela vez até mesmo o mar me lembrava de uma coisa, um pensamento que já há algum tempo não parava de me incomodar.
        Uma possível batalha que viéssemos a travar. Não uma batalha contra soldados magricelas que mal sabiam como segurar uma arma, mas sim contra aqueles os quais eu esperava do fundo do meu coração me tornar aliado. Não sabia se num confronto como esse que imaginara eu poderia defender Yue. Estava confiante do meu poder, sim, eu acreditava nele. Mas não tinha ideia de até que ponto Yue podia me acompanhar.
Após alguns minutos, voltei para a areia e me deitei ao lado da cadeira da Yue.
- Já voltou? – Ela perguntou, apesar de olhar profundamente pra o mar. – Achei que ia aproveitar mais...
Fitei-a por um instante e depois girei minha cabeça para o lado do mar.
- Não... Tem outra coisa que quero fazer.
- E o que seria? – Na voz de Yue era possível observar um toque de desinteresse. Podia apostar que ela havia lido meus pensamentos.
- O mar é tão bonito... Nara Shikamaru, Kaname Tousen... Eles gostavam de nuvens. Mas eu prefiro o mar. Se há algo livre nesse mundo é o mar. Mesmo o céu ou o mar podem pará-lo, mais tarde ou mais cedo, o mar ele só irá tomar ambos e dominar tudo. – Parei por um momento e percebi que Yue me olhava. – Eu gosto de pensar assim. Sabe vai ver que por isso meu mundo interior é imerso em águas, só água, um mar que tudo engoliu.
- É mesmo, você ganhou um mundo interior junto com seus poderes. – Yue pôs a cabeça em sua mão, estranhamente posicionada de forma a esconder o olho direito dela. – Tenho minhas dúvidas sobre o que eu realmente recebi.
Franzi as sobrancelhas.
- Sério? Então por que não testá-los? – Falei.
- Aqui? – Um sorriso dançou por seus lábios.
- Esperava que você quebrasse esse galho. Estava enganado?
- De jeito nenhum. - Ela respondeu se levantando de um pulo.
Em alguns poucos minutos Yue, com sua caneta, havia escrito uma inscrição na areia cujas letras brilhavam douradas.
Ao terminar, um amplo círculo se formou na areia da praia abrangendo inclusive parte do mar. Por um momento eu podia jurar que o ar havia ficado um pouco turvo nos limites do círculo, como quando está tão quente que o ar parece reclamar do calor.
- Pronto! – Yue falou. – Ninguém de fora desse círculo pode entrar em contanto com tudo aqui dentro. Ouvir, ver, sentir, entrar... Nada!
Levantei de um pulo da areia. Minha zampakutou apesar de embainhada já parecia a postos.
- Yue! – Chamei. – Será que vou podia me fazer mais um favor? – Perguntei enquanto lhe estendia o fio da minha zampakutou.
- Quer que eu a deixe cega, é?
- Exatamente, mas só temporariamente, por favor.
Ela deu de ombros e fez o que pedi. Mas por um momento podia jurar que era como se ela não estivesse preocupada com o fio da minha lâmina.
- E então? Vamos começar? – Ela falou com um sorriso travesso no rosto.
- Você começa.
Ela deu de ombros e rapidamente escreveu algumas palavras no ar: Attack Mode. Logo em seguida fez as palavras dissiparem usando a caneta.
Num movimento um tanto repentino ela pulou pra cima de mim e riscou o ar com a caneta deixando uma grande linha dourada. Tomei um susto quando essa linha rapidamente avançou pra mim como um corte. Instintivamente defendi com minha espada. Agradeço por ter feito isso.
Pensei que Yue tinha definitivamente se preparado para esse momento. Então avancei com a espada em um golpe lateral. Ela acompanhou meus movimentos com os olhos e quanto fiz minha espada transcrever um arco para alcança-la ela completou um círculo pequeno e dourado no ar com sua caneta. Instantaneamente minha espada parou.
Vi que ela sorria.
“Acha que me pegou Yue?” - Pensei.
Ensaiei alguns golpes: Pela diagonal à sua direita. De baixo pra cima. Lateral. Diagonal. Baixo. Alto. Estocada. Ela defendeu muito bem e me atacou diversas vezes. Mas eu precisava aumentar o nível de dificuldade.
Afastei-me dela com o shumpo e meus pés entraram na água. Senti um resquício de uma onda bater nos meus calcanhares. Girei a espada usando meu punho e o vento subitamente acelerou.
 - Suiten Sakamake... – Minha voz pareceu retumbar no vento.
De relance vi o sorriso de Yue murchar e seu rosto assumir um semblante espantado.
- NEJIBANA! – Senti a espada em minhas mãos alongar e afinar.
Uma onda se formou e quebrou logo atrás de mim com apenas um movimento do tridente alvo.
Sentia meu poder aumentar com o mar ali perto.
Nejibana! Essa sempre fora minha zampakutou favorita. A sensação de lutar com ela era arrasadora.
Usei o shumpo para ir pra próximo de Yue de novo. Comecei uma investida lateral, como já havia feito naquele dia, mas no meio do processo usei o shumpo para ir pra cima de Yue e joguei o Tridente.
Ela desviou rápida. E enquanto eu voltava ao chão, ela rolou e tentou recolher o tridente. Estendi o braço e falei:
- Hadou no 4: Byakurai.
Um fino projétil branco sai do meu dedo para um ponto entre Yue e Nejibana. Usei o shumpo para ir até o tridente. Assim que pus minhas mãos nele Yue se afastou.
Fiz com que o tridente se elevasse para, aparentemente, tentar uma investida pela diagonal à direita de Yue, mas o mantive no ar e me concentrei na ponta maior da minha arma e no mar. Rapidamente a umidade do ar pareceu se multiplicar até assumir a forma de uma grande bola de água se contorcendo e retorcendo.
Com um movimento fiz a água se chocar contra um dos círculos dourados de Yue. Ele resistiu por alguns segundos, mas logo trincou assim que coloquei mais força. Vi Yue rabiscar algo no seu círculo quebrando e minha bola de água se transformou numa bola de gelo jogada ao chão.
Enquanto preparava meu próximo movimento Yue escreveu algo em seu próprio braço.
Usei o shumpo para ir pra próximo dela, mas me abaixei de forma que assim que cheguei dei impulso com os pés e impulsionei a haste do tridente contra o busto de Yue, mas Yue saiu dali em um piscar de olhos numa velocidade muito maior do que antes. Não era igual ao do shumpo, menor, mas estranhamento sobre-humano.
Com o impulso dado acabei caindo e rolando na areia. Particularmente, acho que minha reação após a queda foi até rápida, mas lenta o suficiente pra ela se aproximar de mim. Tomei um susto com ela e com uma visão que tive. O que deu pra ela tempo suficiente pra escrever bem em meu peito: Impact – Pain.
Algo invisível me impulsionou para trás e eu caí a alguns metros. Tentei me levantar, mas todo o ar dos meus pulmões foi expulso na mesma hora por uma dor fina e forte que me abateu.
Lutei para clarear minha mente e pensar em como tirar aquilo. Movimentei o tridente nas minhas mãos em desespero e uma cascata de água foi jogada em cima de mim varrendo meu corpo e levando consigo aquela dor insuportável.
Levantei-me apoiando no tridente, estava arfando e senti um líquido quente descendo pelo canto da boca. Não precisava vê-lo para saber que era sangue. Sorri, isso estava ficando perigoso.
- Yue. – Chamei e a fitei. Ela me olhava parecia bem, mas havia uma roncha em sua perna direita e parecia estar apoiando todo o peso na perna esquerda. Dava pra ver outras manchas na sua pele, mas algo me chamou mais atenção. A franja que cobria o olho direito. Já era a segunda vez que ela cobria esse olho em pouco tempo e eu tinha a ligeira impressão de tê-lo visto diferente quando ela se aproximou de mim no último golpe.
- Acho que me enganei quanto ao seu poder Yue. – Falei. – Ele não é realmente Solid Script, é?
Ela riu e falou:
- Não, não é. Na verdade eu acho que meu poder é uma mistura de Solid Script com... – Ela hesitou por um instante e tirou a franja do olho direito mostrando um olho negro.
- Escritura Negra – Eu completei.
Ela assentiu e continuou:
- Naquela hora, minha intenção era usar apenas o “Impact”, mas acabei escrevendo o “Pain” também. Agora entendo o porquê do Lauxus ter dito: “Vá e mostre seu verdadeiro poder, Dark Freed”, ou algo assim...
- Tá dizendo que por um momento você virou uma Dark Yue, é?
- Não, acho que não chega a tanto. Só um impulso que me assumiu por alguns instantes. Por causa disso, devo usar com mais cuidado essa habilidade. Em especial quando estiver usando o Attack Mode.
- Entendo... Bom, acho que não tem mais sentido continuarmos lutando, né? Eu já me certifiquei de que você pode se manter viva sozinha.
Um sorriso floresceu em seus lábios e ela disse:
- Como assim? Como se eu dependesse de você para alguma coisa. Agora vai, vai pro mar enquanto eu desmonto tudo aqui.
Ri baixinho e assenti enquanto minha zampakutou voltava ao normal e eu a embainhava.
- Ah, Yue. – A fiz olhar pra mim novamente. – Guarda aí pra mim.
Após dizer isso joguei a minha zampakutou para ela.
Aproveitei o mar por alguns minutos, mas não muito tempo depois Yue me chamou e nós voltamos para o hotel. Tomamos banho, cuidamos de nossas feridas com a Minazuki e almoçamos “dignamente”, como Yue havia dito.
Saímos da tal cidade no início da tarde e correndo chegamos ao Estado Central na madrugada do dia seguinte. Por causa do horário fizemos registro na primeira pousada que ofereceu café da manhã no dia seguinte e fomos dormir tranquilos. Definitivamente, não tínhamos ideia do que viria a ocorrer no dia seguinte.
~.~
Estranhamente eu fui o primeiro a acordar naquele dia meio nublado, por conta disso fui logo para o banheiro tomar um banho e enquanto fazia isso pensava. Finalmente havia chegado o dia. O que dizer? O que fazer? Perguntas ainda rondavam na minha cabeça, mas eu estava decidido a não dar um passo sequer em falso e muito menos recuar.
Não, havíamos chegado longe demais. Aliás, nós fomos forçados a transgredir limites por causa de outra maldita transgressão. Não podíamos tolerar isso, pelo menos, eu não podia.
Yue acabo acordando quando eu sai do banho e nós trocamos de lugar, ela foi tomar banho enquanto eu procurava minhas roupas e as vestia. Depois sai do quarto e fui para um lugar onde estava acontecendo o café da manhã.
Logo Yue chegou para me acompanhar e nós conversamos baixinho algumas coisas. Eu pensei em fechar logo a conta da pousada, mas ela achou melhor termos um lugar pra nos esconder caso fosse necessário. Ela tinha o mesmo receio que eu.
Depois do café voltamos pro quarto e nos encontramos em um impasse. Onde seria a reunião?
- Tem certeza que naquela notícia não havia nada? Nada indicando um local mais exato? Algo subliminar? – Perguntei.
- E como eu vou saber? Não observei nada na hora e não tenho memória fotográfica pra me lembrar de tudo que estava escrito.
- Ótimo. Então o que faremos agora? – Perguntei enquanto me jogava na cama do quarto.
- Não sei. – Yue bufou como se estivesse exausta.
De repente minha mente clareou, eu levantei e dei um tapa na minha própria testa.
- É só mandar outra carta como a que você fez antes Yue!
Ela olhou pra mim com um olhar meio desconfiado.
- Não sei... Acho melhor não. Demoraríamos pra elaborar um código e não temos nada para nos basear agora, temos?
- Só precisamos usar uma palavra: “Onde?”. Não há mais ninguém para mandar uma mensagem como aquela e nós já nos identificamos... Isso basta.
- Mas e a resposta?
- Yue, isso é com eles. Nesse momento estamos de mãos atadas, é a única coisa que podemos fazer. Acho que você não veio tão longe comigo para não conseguirmos, certo?
Ela assentiu com a cabeça e o fez. A resposta demorou pelo menos uns 40 minutos para chegar e enquanto isso nós nos matávamos na espera.
As linhas diziam: “Um país onde o ferro foi abandonado!”. Algumas letras estavam escritas num traço mais grosso.
Parecia um tanto óbvio. Quer dizer pra mim sim e muito provavelmente pra Yue também, para outras pessoas nem tanto. Acreditava que País od (poderia ser “do”) Ferro remetia a reunião dos Cinco Kages em Naruto, que pensando bem tinha bastante haver com a atual situação. Por outro lado Ferro e Abandonado provavelmente tratavam de outra coisa, a explosão da Fábrica Centro das Chapas S/A no fim da década de 60.
Era uma fábrica grande, em especial pra época, uma das primeiras nesse ramo, fazia chapas de ferro que alimentavam as outras fábricas principalmente as da indústria automobilística, era uma fábrica até famosa e ficou bem mais depois que subitamente explodiu. Várias pessoas morreram e nunca tentaram reabri-la.
- Entendo... – Eu falei assim que li a mensagem, de certa forma fiquei surpreso com meu pensamento rápido. – Vamos Yue, chegou a hora de aprendermos a fazer placas de ferro.


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Notas finais do capítulo

Reviews por favor, mesmo que seja só pra dizer que vai me matar pelo meu atraso (desculpa de novo), ^^"