O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 36
Capítulo 036: Herrz é surpreendido!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/134683/chapter/36

Capítulo 036: Herrz é surpreendido!

       Os quatro seres que faziam parte da excursão, que estava conhecendo a formosa e bela cidade de Roul, permanecem agora caídos, empilhados diante dos olhos do Bour Krink, ao lado do seu jovem companheiro Diell. Ambos os estão encarando com os olhos, porém, Krink está com uma expressão fria e ligeiramente dura em seu rosto, enquanto que Diell está sentindo-se nervoso, apreensivo e, de certa forma, triste, com os seus olhos levemente molhados de lágrimas. Entretanto, a todo momento em que ele percebe que irá chorar, rapidamente seca os olhos com as costas de sua mão para que Krink não perceba nada.

            Diell: Então... você vai esquartejá-los mesmo, Krink?

            O seu companheiro, ao ouvir isto, desvia rapidamente o olhar dos quatro e começa a olhar para a direção do jovem.

            Krink: Sim, Diell, sim... eu creio que será melhor deste jeito, isto com certeza fará com que seja muito mais difícil que alguém os encontre aqui. Quanto menos pistas deixarmos enquanto estivermos aqui na cidade de Roul, melhor.

            Diell apenas balança a cabeça num leve sentido positivo e, mais uma vez, volta a abaixar a cabeça, olhando na direção do chão, mas Krink continua falando.

            Krink: Entretanto, antes que eu faça isso, preciso retirar as roupas deles, afinal de contas, são elas que servirão como disfarce para nós.

            Diell: Sim, eu entendo. Mas, quanto a isso, Krink, você ainda não me respondeu exatamente... você tinha dito antes que essas roupas não são disfarces perfeitos para nós, que seria bom ter algo para colocar nas nossas cabeças e, assim, escondermos os nossos rostos, mas eles não têm isso. Que tipo de idéia você teve?

            Krink abre um pequeno sorriso malicioso em seu rosto, virando-se mais uma vez para os quatro seres empilhados no chão, porém, olhando de lado para Diell.

            Krink: Espere só um pouco... em breve você verá.

            No topo da pilha, está um dos seres que traja a jaqueta feita de algo parecido com penas coloridas e calça vermelha que vai até o peito dos pés. Krink se abaixa um pouco e ergue este ser pelas bordas da jaqueta, deixando-o elevado a alguns centímetros do chão por alguns poucos segundos e, logo em seguida, o joga violentamente ao chão, porém, um pouco ao lado da pilha, agora formada por apenas três seres. Krink caminha até ele, se abaixa e retira rapidamente a sua jaqueta, esticando os dois braços do ser em posição horizontal para facilitar a sua tarefa. Ao retirá-la, ele se ergue e estende, com as suas duas mãos, a jaqueta bem à sua frente, observando-a com olhos bastante atentos. Diell apenas fica olhando o seu amigo, agora virando a roupa para frente e para trás.

            Assim fica por alguns segundos até que acena positivamente com a cabeça para si mesmo, indicando aprovação para aquilo que está segurando e, depois, dirige seu rosto na direção do jovem Bour, sorrindo um pouco.

            Diell: O que foi, Krink? Diga-me, no que é que você está pensando para os nossos disfarces?

            Krink: Eles... serão bons. Veja bem!

            Krink agora deixa a jaqueta no chão, ao lado do ser separado da pilha dos outros. Em seguida, ele vai até os demais e apanha com as suas mãos um dos seres que traja o sobretudo amarelo com a grande criatura ornamentada, repetindo o mesmo movimento que havia feito com o ser que trajava a jaqueta de penas: o joga no chão, estica os braços para cima a fim de facilitar a retirada do sobretudo, deixando o ser apenas com as roupas de baixo, uma calça bem preta e que vai até a poucos centímetros a cima dos pés.

            Krink volta a se erguer, segurando o sobretudo diante dos seus olhos, girando-o duas vezes, para a direita e para a esquerda e, depois, o mesmo movimento de aprovação com a cabeça.

            Krink: Ótimo, ótimo! Vai ser mais do que o suficiente para que nós consigamos chegar até o sul ou o norte da cidade, Diell! Maravilha!

            Ele joga, da mesma maneira brusca, o sobretudo ao lado da jaqueta de penas e então se senta à frente das duas peças de roupa, analisando-as de maneira pensativa com os seus olhos. Diell se aproxima lentamente.

            Diell (pensando): O que será que ele está pretendendo fazer? O sobretudo até que é bom para disfarçarmos os nossos corpos, mas e quanto ao rosto? Ele só vai até o pescoço, não tem como eles esconderem as nossas cabeças...

            Nos cinco minutos que se seguem, Krink trabalha muito habilmente com as suas mãos: arranca cuidadosamente as penas, uma por uma, simplesmente desmanchando por completo a jaqueta, que, por sua vez, havia sido feita com o auxílio de um material escurecido bastante fino, semelhante a um barbante preto e que era responsável até então por deixar as inúmeras penas bem unidas umas às outras, o que permitia a existência daquela roupa. Terminando isto, vira o sobretudo pelo avesso, a fim de deixar a criatura ornamentada pelo lado de dentro. Em seu passo seguinte, começa a juntar as penas com o auxílio do tal material escuro e fino, mas, não com um formato de jaqueta e sim com um formato de esfera, com um tipo de entrada bem grande em um certo ponto. Diell observa tudo estranhando bastante: acha aquilo tudo tão esquisito e, de um peculiar ponto de vista, interessante, que quase acaba esquecendo-se de que aquilo tudo pertencia a seres que, neste momento, estão mortos.

            Diell: Krink... isso é... um chapéu?

            Krink: Como se fosse... é um feito de penas.

            Ao dizer isto, o Bour se levanta de um salto, segurando o manto amarelado com a sua mão esquerda e a esfera de penas na mão direita. A aparência daquele tal chapéu é bastante grotesca: penas coloridas sobram por todos os lados, se assemelhando ao topo da cabeça de alguém que acaba de acordar totalmente despenteado. Entretanto, mesmo assim, Krink o coloca rapidamente na cabeça, com um grande sorriso no rosto. Diell também acaba rindo inevitavelmente.

            Diell: Puxa... ficou...

            Krink: Legal?

            Diell: Horrível!

            Krink faz uma breve cara de decepção, o que provoca ainda mais risada em Diell. Parece que é neste momento em que o jovem mais tem diversão desde que saiu da sua cidade natal de Lunn.

            Krink: Não brinca... eu achei perfeito...

            Diell: É sério, Krink, está uma verdadeira porcaria! Mas, sabe, já que estamos usando essas roupas todas como disfarce, eu acho que ficou perfeito. Mas se fosse uma roupa mesmo... eu nunca iria comprar um item para a cabeça como esse! Hahaha!

            Krink também ri, porém, ligeiramente envergonhado.       

            Krink: Hahaha! Mas que droga, eu achei que iria ficar bonito com isso.

            Uma grande quantidade de penas cai sobre o seu rosto, indo até a altura do nariz, deixando sua testa e seus olhos quase que totalmente cobertos.

            Krink: Mas você tem razão! Dá para disfarçar os nossos rostos muito bem!

            Diell: Sim, sim, com certeza! Até porque, dá para esconder os seus chifres da cabeça perfeitamente!

            Krink concorda mais uma vez, neste momento, acenando positivamente com a cabeça.

            Krink: Bem, agora só falta você, Diell.

            Diell: Certo, eu terei que usar esta mesma roupa, não é?

            Krink dá um largo sorriso em seu rosto.

            Krink: Sim, sim... eu lamento muito, Diell, você não ter gostado dela, mas não há outro jeito, teremos que ficar vestidos deste jeito ridículo por algum tempo. Ah, sim, falando nisso, quase que me esqueci...

            O sobretudo amarelo do ser derrotado ainda continua em sua mão esquerda. Krink rapidamente retira o chapéu, coloca o sobretudo que lhe cai quase que perfeitamente, exceto pelo fato de ir apenas a uns poucos centímetros acima dos pés e, logo depois disso, coloca mais uma vez o chapéu de penas sobre a sua cabeça.

            Krink: Certo, estou pronto!

            Diell olha o seu amigo de cima a baixo com uma expressão de estranhamento em seu rosto.

            Diell: Puxa vida, com este sobretudo o chapéu consegue se tornar mais ridículo ainda!

            Krink: Hahaha! Eu sei, eu sei... bom, mas vamos lá, ainda falta preparar as suas roupas, Diell.

            Diell: Sim, tem razão!

            Diell se aproxima um pouco mais dos dois seres que ainda estão com as suas roupas intactas enquanto Krink faz esse mesmo movimento. Neste instante, a rápida alegria que tomava conta do interior do jovem Bour acaba desaparecendo quase que totalmente: é como se lembrasse da verdade, recordando que as roupas que Krink está usando e as que ele em breve irá usar, pertencem a seres que já estão mortos, assassinados pelo seu próprio companheiro.

            Ele fica parado olhando para os dois seres durante alguns segundos até que Krink começa a se mover, agachando-se na direção deles.

            Krink: Vamos, Diell, nós já estamos perdendo muito tempo aqui, na minha opinião. Lembre-se de que eu ainda tenho que esquartejar esses quatro corpos!

            Diell: Certo...

            Com a ajuda do jovem, Krink consegue retirar as roupas dos dois seres do mesmo jeito que havia feito anteriormente. Ele começa então a fazer o chapéu de penas e em questão de três ou quatro minutos, o termina. Logo em seguida, apanha o sobretudo amarelado e o coloca na frente de Diell. Não demorou nem cinco segundos para ele mexer a sua cabeça em sentido de desaprovação.

            Krink: Pois é, como que eu não pensei nisto antes...

            Diell já sabe o que o seu amigo está querendo dizer.

            Diell: Estou vendo... o tamanho deste manto é bem maior do que o do meu corpo, não é mesmo?

            Krink: Sim, infelizmente... mas não se preocupe quanto a isso, eu vou dar um jeito.

            Krink rapidamente se abaixa, sentando-se no chão e, depois, vira o sobretudo pelo avesso, deixando a criatura ornamentada para o lado interno da vestimenta.

            Krink: Certo, então...

            Ele começa a analisar cuidadosamente a roupa e o corpo de Diell, com os seus olhos indo bem lentamente de um para o outro. Assim fica durante quase meio minuto, até que, então, com obra de suas próprias mãos, totalmente nuas, ele rasga o sobretudo quase no meio, deixando a parte debaixo toda picotada por causa do rasgado.

            Krink: Bem, Diell, eu acho que neste tamanho vai ficar bom para você... e acho que não precisamos nos preocupar com esta falta de acabamento aqui na parte debaixo, duvido que alguém note este detalhe...

            Diell: Sim...

             Krink então se levanta e dá a vestimenta ao Diell, que a apanha rapidamente e, logo em seguida, a veste. Krink estava certo: o tamanho está mesmo bom e, da mesma forma que acontece com ele, o sobretudo só vai até a poucos centímetros acima dos pés.

            Depois, o Bour apanha o chapéu, dando-o para o jovem que, também rapidamente o põe.

            Diell: É bom para me disfarçar mesmo?

            Krink analisa criticamente com o seu olhar franzido.

            Krink: Sim. Quase perfeito!

            Diell concorda acenando positivamente.

            Krink olha ao redor, parando então os seus olhos nos quatro seres caídos que, agora, ao invés de estarem empilhados uns sobre os outros, estão estirados, quase sem roupas, um do lado do outro.

            Krink: Escute-me, Diell, esta cena pode ser bastante forte para você, então, se não quiser vê-la, pode se virar e eu aviso quando terminar tudo!

            Diell franze um pouco os olhos, a tristeza continua a tomar conta de si.

            Diell: Bem... eu acho que prefiro assim mesmo, Krink, eu já estou me sentindo horrível por causa da morte desses seres, então... bem, eu realmente não quero ver você arrancando cada membro deles. Farei o que você sugeriu sim, avise-me quando acabar com tudo.

            Krink: Certo...

            Diell então se vira de costas para o seu companheiro e começa a andar na direção oposta à de onde os seres estão. Em poucos segundos, ele se senta na base de um Furor, que, por sua vez, está a quase dez metros de distância.

            Krink começa a se aproximar do primeiro ser que teve a roupa retirada: este está agora apenas vestido com a calça vermelha. O Bour o ergue rapidamente pelo pescoço com a sua mão esquerda e, então, o esquartejamento começa.

            Ele desfere um fortíssimo golpe com a sua mão direita totalmente esticada logo abaixo do queixo do ser morto, e, como conseqüência do ataque,a cabeça se desgruda do resto do corpo saltando a quase cinco metros para o ar e, depois de um breve momento, começa a cair até se espatifar violentamente contra o chão de mato colorido, espirrando uma grande quantidade de sangue para todas as direções. Sem demora, Krink chuta violentamente o centro do corpo sem cabeça, quase que na posição da cintura, o que faz a metade de cima se separar completamente da de baixo. Agora o sangue espirra não só da cabeça isolada mas também das pernas sem corpo, assim como da parte debaixo do tronco e também a parte do pescoço. Logo depois deste último ataque, essas pernas caem no chão assim como o tronco. O mato colorido vai lentamente adquirindo uma coloração intensamente vermelha, entretanto, Krink mantém os seus olhos frios como se fossem gelo. Ele ergue a parte das pernas, segurando cada uma com uma mão e então começa a fazer bastante força para os lados com ambos os braços. A parte genital do ser vai lentamente se rasgando por baixo da calça vermelha e em menos de um segundo depois, as pernas se separam uma da outra, em meio a uma grande quantidade de sangue que se espalha pelo ar naquele segundo. Krink deixa as duas caírem no solo, depois ergue a parte do tronco, desfere-lhe mais um forte golpe com a sua mão direita, separando-o em dois. Terminando isto, pega a cabeça com a sua mão esquerda e a coloca bem na frente de seu rosto. O sangue continua a jorrar de uma maneira absurda da parte onde, anteriormente, havia um pescoço.

            Krink: Eu poderia deixar a face dele mais ou menos intacta, mas, com certeza, desfigurando o rosto, torna-se ainda mais difícil o reconhecimento. Então...

            Ele começa a direcionar o seu braço direito um pouco mais para trás, bem colado ao seu corpo e estica dois de seus dedos. Num movimento bastante rápido e violento, esses dois dedos são direcionados aos olhos da cabeça sem vida, perfurando-os frontalmente, fazendo o sangue espirrar como se fosse um chafariz. Não demora nem alguns segundos até que Krink, com as duas mãos, lance a cabeça para uns dois metros acima de si e comece a desferir uma grande quantidade de golpes extremamente rápidos e fortes com as suas mãos esticadas, como se fossem navalhas. Antes mesmo que começasse a cair de volta, esta cabeça já não tem mais o formato esférico: com estes golpes, ela acaba sendo divida em cerca de quinze pedaços pequenos os quais não podem mais ser identificados como rosto e sim como simples pedaços de corpo recobertos de puro sangue e carne de uma raça desconhecida. Estes pedaços caem no chão já completamente vermelho naquele local, espalhando alguns pingos. Krink observa atentamente esta queda e, depois, começa a olhar para os demais pedaços esquartejados espalhados pelo chão.

            Krink: Muito bom... agora só faltam mais três e depois é só espalhar por aí...

            Diell permanece sentado na base do Furor, mas, apesar de não ver aquilo que estava acontecendo há quase dez metros atrás dele, seus ouvidos identificavam os golpes e as quedas nas grandes poças de sangue que se formavam. Inevitavelmente, as lágrimas começam a sair lentamente de seus olhos, mais uma vez, a tristeza está intensa.

            Enquanto isso, o Logru Herrz está em um local extremamente amplo de piso cinzento, parecido com concreto, e intensamente rodeado de mato relativamente raso. Nesta parte do mato, estão alguns Logrus possuindo tendas vendendo inúmeros objetos, e, um pouco à frente e mais à esquerda, está uma grande construção feita de um material levemente marrom, sem nenhum tipo de janela. Bem à frente, há quase vinte metros, há um tipo de fonte bastante alta da qual sai um líquido avermelhado que parece sangue. Do lado esquerdo da fonte estão lojas bem amplas, de praticamente dois andares e feitas de um material semelhante ao da tal grande construção. Do lado direito, estão lojas menores, de apenas um andar, feitas do mesmo material. As portas de cada uma delas são bem pretas e incrustadas com letras douradas, letras estas que indicam os produtos que cada uma vende. Além disso, mais à direita da grande construção, estão algumas moradias, todas elas seguindo praticamente o mesmo padrão: algo parecido com pequeninas torres, um formato retangular bastante largo, só que não muito comprido, tendo praticamente apenas o dobro da altura de uma pessoa comum. O material que as compõe é semelhante a tijolos de cor preta. Por todos os lados, em todo aquele lugar, diversos Logrus caminham, alguns trajando armaduras imponentes e brilhantes acompanhados também de armas de ataque, outros sem nenhum equipamento, apenas com vestes semelhantes a sobretudos ou roupas de baixo, o que faz com que a parte de cima, possuindo sempre músculos muito bem definidos, seja mostrada.

            Herrz está andando para a direção das moradias, distanciando-se a cada segundo da grande construção. Ele, por sua vez, é acompanhado por mais vinte e oito Logrus às suas costas, muito agrupados uns com os outros, sendo que nenhum deles emite uma palavra sequer. Momentaneamente, Herrz pára de andar e se vira para todos os outros Logrus.

            Herrz: Atenção, pessoal! Dezessete de vocês faziam parte da minha última equipe de busca... e onze são novos, os quais eu escolhi daqui mesmo, do oeste de nossa Morada! E agora, eu irei em busca dos últimos Logrus que, provavelmente, farão parte do nosso time!

            Um dos Logrus que está um pouco mais à frente do que os demais, começa a falar.

            Logru: Com licença, senhor Herrz... mas, anteriormente o senhor tinha nos dito que Lenyh, Shinn e Krak saíram da nossa equipe pois foi necessário formar novos times de busca para caçarmos o Bour... a situação é realmente tão grave assim a ponto de reformularmos as nossas estratégias?

            Herrz: Sim, eu já lhes disse, o Bour não deve ser subestimado de maneira alguma! Sabemos que somos superiores e que ele é bem fraco se o compararmos às nossas equipes, mas, mesmo assim, não podemos poupar esforços para capturá-lo! A destruição dele é essencial para que continuemos com os nossos objetivos principais, como a pedra, por exemplo! Entretanto, não podemos nos focar nisso enquanto estamos sendo incomodados por esta ameaça do Bour! Entenderam? Não questionem mais isto, até porque, a formação de novas equipes foi uma ordem direta do grande Ternetts!

            Todos os Logrus ali se olham, sentindo um profundo respeito não só pelo comandante Herrz à frente deles, mas também pelo nome que este acabara de mencionar. Alguns murmúrios tomam conta, mas, depois de alguns poucos segundos eles cessam e todos voltam a encarar Herrz.

            Herrz: Pois muito bem... escutem agora, eu não parei a nossa busca por novos Logrus apenas para falar isso. O que quero dizer a vocês é que, agora, eu vou tentar obter os dois últimos que talvez venham para o nosso time. Eu não sei se serão de grande ajuda, mas, mesmo assim, eu irei analisá-los caso estejam mesmo aí, já que foi o próprio senhor Ternetts que me pediu isto. Ao que me consta, eles devem morar naquela moradia ali.

            Ele aponta para uma das torres baixas, uma que está mais centralizada.

            Herrz: Portanto, esperem aqui, quietos, até que eu os encontre e analise-os. Entenderam?

            Eles respondem como que se fossem soldados de um exército.

            Logrus: Sim, senhor!

            Herrz dá um rápido aceno positivo com a cabeça aos seus subordinados e depois, se vira de costas para eles, começando a caminhar na direção da moradia à qual apontara há alguns instantes. A sua expressão mescla dúvida e surpresa.

            Herrz (pensando): Que estranho... não creio que sejam esses dois irmãos, não pode ser! Mas... é incrível, desde que eu entrei aqui na região oeste da Morada... senti duas presenças fortes... muito fortes. É um poder extremamente grande. Pensei no início que acharia facilmente as fontes enquanto estivesse andando pela região... imaginei que eu pudesse meio que ser atraído por esta grande energia, então comecei a pensar que pudesse ser de uns dos Logrus novos que eu peguei, mas não são, tenho certeza de que as fontes desse poder ainda não estão na minha equipe... eu preciso encontrá-las! Elas serão de um apoio enorme... só que... não acredito que sejam esses irmãos, é impossível!!

            Ele continua andando na direção da tal moradia até que chega à sua porta. Ele pára e dá duas leves batidas nela.

            Herrz: Ei! Sou um dos subordinados diretos do grande Ternetts e trabalho no Castelo! Abra imediatamente, eu preciso checar uma coisa!

            A voz do Logru comandante sai em um certo tom de arrogância e superioridade, entretanto, durante alguns segundos nada acontece, absolutamente ninguém vem abrir a porta. Ele então faz uma expressão de raiva em seu rosto, mas, ao fazer isso, a porta começa a se abrir o que, de certa forma, até surpreende Herrz, que acaba desfazendo a expressão. Uma Logru, feminina, de cabelos loiros, trajando vestes longas e brancas que vão até os dedos dos pés, aparece diante de Herrz.

            Logru feminina: Sim? Eu ouvi que você é do Castelo do Ternetts, mas em que posso ajudá-lo, senhor?

            Herrz: Eu me chamo Herrz e... bem, imagino que a senhora seja a dona desta casa, certo?

            A Logru simplesmente acena com a cabeça, afirmando.

            Herrz: Muito bem. Eu fiquei sabendo que a senhora possui dois filhos, certo? Eles estão aí?

            Ela fica olhando Herrz com um olhar que possui um pouco de desconfiança, mas ele rapidamente se desfaz e ela responde.

            Logru feminina: Sim. Estão sim. Entre, por favor, eu irei chamá-los.

            Herrz: Certo.

            A Logru se coloca para o lado dando passagem para Herrz passar. Este, por sua vez, entra rapidamente, mas quando coloca o seu pé direito dentro da casa, incontrolavelmente arregala os olhos e sente o seu coração palpitar devido ao que sente dentro de si.

            Herrz (pensando) Não pode ser!! Eu não acredito nisso! A força que eu estava sentindo... aqui dentro desta casa ela está infinitamente maior! Então... esse poder todo é mesmo desses irmãos?!

            Herrz acaba parando de entrar, ficando parado na entrada, com um pé dentro e outro fora. A dona da moradia fica relativamente acolhida ao canto, esperando que ele entre, mas isso não acontece.

            Logru feminina: Senhor... senhor Herrz, o senhor está bem? Aconteceu alguma coisa?

            Herrz desperta do seu pensamento na mesma hora e se vira para ela. Ele agora sua frio em seu rosto.

            Herrz: Não... eu estou bem.

            Ele então entra e a Logru finalmente fecha a porta.

            O local é relativamente escuro, há algo parecido com um pequeno lustre preso ao teto e que ilumina um pouco aquele ambiente com uma luz amarela bem fraca. Não é tão amplo, possui um formato retangular com o chão revestido de panos que possui criaturas pintadas, as paredes têm quadros presos por quase todos os lados, quadros estes que visivelmente retratam os antepassados daquela família de Logrus: um deles possui uma barba branca bastante longa, outro, cabelos muito compridos, não brancos, mais visivelmente com aparência de velho, além de muitos e muitos outros Logrus. Mais para a direita,há um objeto que se assemelha a um banco comprido, que ocupa quase toda a extensão da sala e possui uma coloração verde-escuro e uma mesa quadrado, de tamanho médio e coloração azul no centro. Além disso, em um certo ponto da parede da esquerda, ao invés de haver quadros, estão armas presas, duas espadas muito grandes, tanto em largura da lâmina quanto em comprimento e são extremamente brilhantes, com uma aparência imponente sem igual. À frente, há uma grande porta marrom-escuro, enquanto que nas duas paredes laterais, também há portas, mas menores, quase que da metade do tamanho da outra.

            A Logru caminha pelo aposento indo em direção à grande porta da parede da frente, ao mesmo tempo em que aponta a direção do objeto semelhante a um banco.

             Logru feminina: Senhor Herrz, sente-se, por favor. Eu vou chamar os dois.

            Herrz apenas acena com a cabeça e se senta no meio do banco. Desde que entrara, os sues olhos não deixaram de notar as espadas presas à parede. Ao sentar-se, a dona da casa abre a grande porta provocando um ranger no chão daquele local, enquanto que ele continua encarando as duas armas.

            Herrz (pensando): Essas devem ser as espadas que eles dois usam para combater... devem ser mesmo muito poderosas, mas agora eu fiquei na dúvida. É fato que a fonte de todo o poder que eu venho sentindo é esta casa, mas será que ele vem dessas armas ou desses dois irmãos?! De qualquer maneira... eu só terei a confirmação quando os ver pessoalmente.

            Herrz fica ali esperando por cerca de cinco minutos e, nesse tempo, ele fica encarando as espadas, mas depois, vai olhando o ambiente à sua volta, como se quisesse saber que tipo de vida os habitantes daquela moradia levava. Naturalmente que ele percebe que não tinham lá muito dinheiro, mas tinham um bom gosto, pois a decoração com certeza não era de se jogar fora. Estes minutos se passam e a grande porta volta a se abrir.

            A dona da moradia vem primeiro, e, ao vê-la, Herrz se levanta imediatamente, mas não diz uma palavra. Atrás dela, vêm dois Logrus, ambos altos, cabelos loiros e curtos, músculos não muito grandes, mas intensamente definidos. Suas aparências são bem jovens e trajam apenas um tipo de calça cor bege e nada na parte de cima. Os dois são idênticos, visivelmente gêmeos. Ao penetrarem aquela parte da sala, Herrz sente uma fortíssima tremedeira em todo o seu corpo, assim como um intenso arrepio e um frio totalmente inexplicável, o que o faz arregalar os olhos na mesma hora.

            Herrz (pensando): São eles! Não sei a força exata daquelas espadas, mas a fonte do poder que eu venho sentindo... com certeza são eles dois!

            O suor agora escorre intensamente pelo seu rosto, seu coração palpita de uma maneira forte e incontrolável: Herrz nunca havia sentido uma presença tão poderosa assim.

            Os dois jovens            vão se aproximando do Herrz que ainda treme um pouco. Um deles estende a mão.

            Logru: Prazer, senhor. Meu nome e o de meu irmão... é Dolken.

            A perturbação aumenta: mais um fortíssimo arrepio toma conta do corpo de Herrz e outra tremedeira, ainda mais forte do que a primeira. Os seus olhos estão intensamente arregalados e ele não consegue, nos primeiros segundos, levantar a sua mão para apertar a de Dolken. O irmão fica apenas olhando a expressão de susto e desespero na cara de Herrz.

            Dolken: Está tudo bem com o senhor?

            Herrz: Sim...

            Ele vai levantando lentamente a sua mão e aperta a do jovem. Dolken solta um simpático sorriso.

            Herrz: Dol... Dol... Dolken... prazer em... conhecê-lo!

            Eles ficam apertando as mãos por alguns segundos e depois se soltam. Herrz repete o mesmo movimento com o outro Dolken e volta a soltar as mãos.

            Herrz (pensando): É um absurdo! Sendo assim tão jovens... como podem ter um poder gigantesco desses?!?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!