O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 28
Capítulo 028: O ataque dos Furors!




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Capítulo 028: O ataque dos Furors!

       Krink corre em uma grande velocidade na direção de Trypu, que está com o seu rosto e boa parte de seu corpo cobertos de sangue que jorrava absurdamente de seus olhos. O Port permanece abraçando fortemente o tronco de Furor, que já está quase que completamente rachado.

            Krink: Desgraçado! Eu não vou permitir que faça isso, seu maldito!

            Trypu: Tarde demais, Krink! A sua hora chegou, nós dois vamos morrer juntos aqui!!

            Trypu solta um alto grito, colocando ainda mais força com os seus braços, no mesmo instante em que Krink fica a quase cinco centímetros dele, porém, o Bour não conseguiu detê-lo a tempo: neste segundo, o tronco do Furor começa a desmoronar por completo em meio a um ruído bastante alto que se assemelha ao de inúmeras pedras se quebrando, ao mesmo tempo em que as coloridas folhagens começam a cair abundantemente ao solo recoberto de gramíneas. Ao ver isso, Krink pára de avançar e rapidamente salta para trás, sendo que Trypu faz o mesmo, também saltando a uma certa distância, ficando quase ao lado de Krink, ambos virados de frente para o Furor que desmoronava, sendo que o Bour estava de olhos arregalados, observando a cena do desmoronamento.

            Krink (pensando): Mer... Merda... esse bastardo realmente... realmente destruiu o Furor!

            Krink continua de olhos bem abertos, olhando para o Furor, que vinha ao chão cada vez mais rápido. Quando então o tronco praticamente já não existe e quase todas as folhas coloridas já estão no chão, o Bour arregala ainda mais os olhos por um breve momento.

            Krink (pensando): Droga! O que é que eu estou fazendo?! Os ataques dos demais Furors daqui já vão começar, eu não posso apenas ficar aqui parado sem fazer nada!

            O Bour rapidamente olha para o seu lado direito, onde, há apenas alguns centímetros, está o Port Trypu, de pé, também de frente para o Furor já praticamente desmoronado, com um leve sorriso no rosto. Krink faz uma expressão de intensa raiva.

            Krink (cheio de ódio em sua voz): Seu bastardo! Você realmente vai morrer, cretino maldito!!

            O leve sorriso de Trypu rapidamente se desfaz e ele logo se vira para o seu lado esquerdo.

            Trypu (pensando): Ah, droga! Eu não sabia que ele estava assim tão perto de mim!

            Krink: Prepare-se!

            Trypu começa a mexer o seu corpo a fim de se locomover rapidamente para trás se distanciando de Krink, mas isso foi totalmente inútil: o Bour, ao perceber uma pequena movimentação em Trypu, rapidamente o agarra com bastante força pelo pescoço com a sua mão direita e o ergue a alguns centímetros no ar. Trypu começa a tossir de maneira incontrolável e intensa.

            Trypu (com uma voz bastante rouca): Mi... Miserável!!

            Krink: Você é o miserável aqui! Pronto pra morrer, desgraçado?!

            Trypu não responde nada, apenas continua a tossir ainda mais forte, à medida que Krink aperta o seu pescoço também com mais força. Os olhos do Bour se franzem por um momento.

            Krink: Então, acabou! Morra!!!

            O Bour coloca então uma intensa força no seu braço direito ao mesmo tempo em que grita agudamente, apertando de uma maneira extremamente violenta o pescoço de Trypu, cuja cabeça se desgruda do resto do corpo: ela sai voando pelo ar, elevando-se a quase cinco metros para cima, deixando um longo rastro de sangue por onde passa. O corpo sem cabeça, jorrando sangue, cai de costas ao chão e, em poucos segundos depois, a cabeça completamente coberta de sangue do Port também cai, ao lado do corpo. Krink observa a cena com o olhar, mais frio do que nunca.

            Krink: Hum! Acabou! Eu nunca pensei que tirar a vida de três Ports pudesse ser uma tarefa tão trabalhosa para mim... bem, mas isso não importa mais, agora, que Trypu, Rert e Perughy estão mortos!

            O Bour rapidamente arregala os olhos como se tivesse se lembrado de alguma coisa e então, ele rapidamente se vira para trás e vê o Furor agora completamente destruído. Há uma grande quantidade de destroços do tronco espalhada pelo chão, que, por sua vez, está ainda mais colorido do que o comum, pois nele estão espalhadas as diversas folhagens do Furor também. Krink observa aquela região por alguns segundos.

            Krink: O ataque deve começar a qualquer instante! É melhor eu ir embora daqui bem rápido antes que ele se inicie!

            Krink rapidamente olha para os dois lados, até que ele se vira para a esquerda.

            Krink: Tenho quase certeza de que foi por aqui que eu vim! Preciso achar o Diell o quanto antes!

            Ele começa então a correr, mas, depois de apenas dois passos, um ruído bem alto invade os seus ouvidos, algo que o faz parar de avançar na mesma hora. A sua expressão está bastante nervosa e apreensiva. Ele observa todo o cenário ao seu redor e percebe uma estranha movimentação dos Furors: todas as suas folhagens estão bastante agitadas, se mexendo violentamente de um lado para o outro, como se um vento atingisse esses Furors. Krink franze os olhos, sentindo-se ainda mais nervoso.

            Krink: Mas que droga! Será que eu não vou ter mais tempo...?!

            Krink recomeça a avançar, mas, novamente, depois de dois passos, ele pára. O ruído de farfalhar de folhas aumenta ainda mais e agora não apenas as folhas, mas também os troncos de todos os Furors daquele local se mexem bruscamente para os lados, o que provoca um tremor relativamente leve no solo.

            Krink: De fato, não tem mais tempo! Terei que fazer o possível pra me defender, afinal, o ataque irá acabar quanto todas as folhas forem lançadas, não deve ser um ataque muito duradouro, é só eu me proteger por um breve período de tempo!

            O Bour volta a olhar para todos os lados, observando cada vez mais o aumento da agitação dos Furors.

            Krink: É melhor eu ter uma certa noção da velocidade com a qual as folhas vêm, talvez eu esteja me preocupando além do necessário!

            Ele mantém os seus olhos se mexendo muito rapidamente de um lado para o outro, analisando todos as regiões daquele local.

            Krink: Venha, venha, venha logo! Eu já estou ficando nervoso para este ataque...

            O pequeno tremor no solo aumenta um pouco enquanto que os Furors se mexem ainda mais violentamente, até que então, Krink sente uma leve dor na sua bochecha direita, algo que desperta a sua atenção.

            Krink (com uma expressão de estranhamento em seu rosto): O que foi isso?!

            Ele dirige seus olhos para a sua bochecha e observa um pequeno corte, do qual saem algumas pequenas gotas de sangue. Ele arregala os olhos.

            Krink: Ah... mas será... será que...?!

            Todos os ruídos que pairavam sobre aquele local, como os dos troncos se mexendo, os das folhagens e o do pequeno tremor, aumentam bastante neste momento. A atenção de Krink é novamente despertada e então ele desvia o olhar da sua bochecha, voltando a analisar a região ao seu redor. No momento em que seus olhos encaram o local mais uma vez, então, uma grande quantidade de folhas coloridas começa a sair de todos os Furors ali presente. Muitas dessas folhas estavam vindo em sua direção.

            Krink: Merda, já começou!!!

            O Bour tenta se desviar com um salto, dando um forte impulso no solo com as suas pernas, entretanto, quando ele se eleva a apenas alguns centímetros do chão, um número absurdo de folhas atinge várias regiões de seu corpo, perfurando-o, e, cada folha que o atingia, passava direto após perfurá-lo, seguindo sua trajetória até fincar-se no solo. Ao receber esses ataques, Krink solta um alto gemido de dor e chega a cuspir algumas gotas de sangue. Outras áreas do solo daquele pequeno local também são atingidas pelas folhagens, que cobrem tudo por ali.    

            Krink (pensando logo depois de receber os primeiros ataques): Merda! Elas são mais rápidas e mais afiadas do que eu imaginava!

            O Bour rapidamente tenta se recompor do ataque e então ele volta a analisar a região: mais um número absurdo de folhas vêm em sua direção. Ele salta para o lado, mexendo-se por quase um metro para a direita, mas novamente, o seu corpo é atingido por cerca de vinte folhas que perfuram o seu corpo dos pés a cabeça e, como conseqüência disso, várias feridas se abrem e delas, começa a jorrar sangue, que vai tornando o chão cada vez mais vermelho.

            Krink (com a voz rouca): Eu... Eu não posso perder pra isso, agora que eu já consegui vencer os Ports, eu não posso ser derrotado por algo assim de jeito nenhum!

            Desta vez, o Bour percebe diversas folhas vindo também dos seus dois lados e de suas costas também. Ele então salta um pouco mais alto, cerca de dois metros do chão, até que a parte inferior de suas pernas é atingida em cheio pelas folhas, fazendo-o soltar mais um alto grito de dor. Ainda no ar, em menos de um segundo depois, ele percebe mais folhagens vindo na direção à sua frente numa grande velocidade, e, incapaz de se desviar, ele as recebe diretamente nas regiões de sua barriga e de seu peitoral, fazendo ainda mais sangue espirrar. O Bour então, sentindo uma dor bastante aguda pelo seu corpo, cai de costas ao chão, deixando nele, uma grande poça de sangue. Os seus olhos estão totalmente fechados e sua expressão facial ilustra sofrimento.

            Krink (pensando): Merda! Que coisa, mas será que não tem nenhum jeito...?! Não sei se eu vou... não sei se eu vou conseguir resistir até que o ataque termine, se eu continuar sendo perfurado deste jeito... não vou durar nem sequer um minuto! Droga... antes não parecia que esses Furors tinham tantas folhagens assim!

            Krink continua de olhos fechados, sentindo bastante dor, seus ouvidos apenas sendo invadidos por um intenso ruído de folhas voando por todos os lados.

            Krink (resmungando bem baixo): Isso... tem que terminar... não acredito que vou acabar morrendo assim...

            Ele começa a abrir lentamente os seus olhos, sua visão relativamente turva. Ele tenta observar cada vez melhor, mas não consegue ver nada do céu: todo o ar daquele local está tomado de folhas coloridas voando em grande velocidade.

            Krink: São... muitas...

            O Bour sente uma forte dor em sua perna direita e logo em seguida no seu braço esquerdo também. Ele solta um alto gemido de dor e olha logo em seguida para esses seus dois membros: mais duas folhas acabam de perfurá-lo.

            Krink: Droga...

            No segundo seguinte, sua barriga também é perfurada por mais uma folha, fazendo-o gritar mais uma vez além de mais sangue espirrar. Krink se sente completamente ofegante, porém, ainda caído no chão.

            Krink: Merda... eu... continuo sendo perfurado... estou... estou completamente vulnerável agora, não tenho mais chances...?

            O Bour continua observando as várias folhas voando pelos ares dali durante alguns segundos, até que sente uma leve fisgada em um dos dedos de seu pé direito.

            Krink: Hehe... parece que dessa vez não foi perfuração total, ela deve ter passado só de raspão... de qualquer maneira, já chega! Não tem jeito mesmo... a perda de sangue... já está grande demais!

            Ele continua a observar caído no chão, até que, depois de quase uns cinco segundos, os seus olhos se arregalam subitamente.

            Krink: Espera!!!

            Krink agora está de olhos bem abertos, com os dois indo rapidamente de um lado para o outro, continuando a analisar o ar cheio de folhagens.

            Krink (pensando): É isso!! Já se passaram alguns segundos... e as folhas estão apenas voando aqui pelos ares... mas eu ainda não fui atingido! Quando eu estava de pé, eu estava sendo muito mais perfurado e por um número muito maior de folhas, mas agora... elas demoram mais para me atingirem e quando me acertam, são só algumas poucas ou de raspão! É por isso, é claro! Elas não concentram os ataques no solo e sim nas regiões onde há maior probabilidade de estar o ser que destruiu o Furor! Nunca que os Furors vão imaginar que o ser vai estar deitado no chão, colado no solo! Por isso que as folhas estão vindo lá de cima, em diagonal para baixo, eles estão considerando que o ser deve estar de pé, ou alguma coisa assim! Inevitavelmente que algumas folhagens atingem o chão, ou melhor, muitas delas, mas em regiões variadas! Se eu ficar de pé, praticamente todo o ar está coberto de folhas e assim, eu serei constantemente atingido, mas... ficando no chão eu serei atingido menos pois elas estão vindo em diagonal, vão atingir regiões mais para a direita, mais para a esquerda... elas não estão vindo em direção vertical ao solo, não estão se focando nele... por isso que só algumas me atingem... muitas estão perfurando o solo em áreas situadas há vários metros de onde eu estou agora e muitas outras estão até vindo em uma direção diagonal tão aguda que está quase horizontal, nem chegando a atingir o solo por aqui e sim alguns troncos de outros Furors.

            Os seus olhos continuam muito atentos, até que ele observa cerca de três folhas vindo na direção de sua cabeça e então, quando elas estão bem próximas, o Bour mexe rapidamente o seu rosto para a direita, o que faz as três perfurarem o chão numa posição ligeiramente inclinada.

            Krink (pensando): De fato... é isso mesmo o que está acontecendo, mas mesmo assim... eu não posso me dar ao luxo de receber mais ferimentos, mesmo que sejam poucos, eu já estou perdendo sangue demais... esse ataque não parece estar acabando, ainda há várias folhas voando... mas acho que agora eu posso dar um jeito de me proteger melhor!

            O Bour, ainda deitado, mexe a cabeça rapidamente para os lados, até que ele observa o corpo sem cabeça de Trypu, por sua vez, situado a quase cinco metros ao seu lado direito. Os olhos de Krink param nele.  

            Krink (pensando): Certo...

            As folhas continuam a voar e mais duas raspam em suas pernas, o que faz Krink gemer um pouco de dor, mas, logo em seguida, ele se mexe bruscamente no chão, virando-se e ficando agora de bruços para ele. Com os seus braços e pernas, ele vai se impulsionando na direção do cadáver de Trypu, avançando bem lentamente, como se fosse uma cobra.

            Krink (pensando): Vamos lá, vamos lá...

            O Bour continua a rastejar lentamente pelo chão bastante colorido, até que diversas partes de suas costas sofrem arranhões provocados por folhas que o atingem de raspão. Desta vez, Krink não emite nenhum gemido, porém, faz uma expressão de dor em seu rosto, fechando os olhos por um breve momento, mas logo depois, eles se abrem, fixando-se então no cadáver de Trypu, agora bem mais próximo.

            Krink: Só falta mais um pouco... só mais um pouco...

            Então, ele pára de rastejar quando está a apenas um centímetro do corpo sem cabeça e coberto de sangue do Port.

            Krink: Perfeito...

            O Bour ergue sua cabeça e continua a ver diversas folhas por todos os lados e, mais uma vez, sente cerca de quatro delas perfurando as suas costas, de onde sai bastante sangue e o que o faz soltar um elevado grito. Logo em seguida, ele bate de cabeça no chão devido à dor, com os seus olhos agora fechados.

            Krink (pensando): Droga, que dor! O meu corpo mal está conseguindo se mexer... mas eu não posso fraquejar, se eu continuar levando esses ataques eu não vou resistir, tenho que me defender de qualquer maneira... é só mais um pouquinho...

            Krink rapidamente ergue a sua cabeça, porém, ainda com uma intensa expressão de sofrimento em seu rosto. Seus olhos estão encarando o cadáver de seu inimigo e, logo em seguida, olha para os lados.

            Krink: Eu tenho que agir rápido para que eu receba a menor quantidade de ataques possível!

            Em uma grande velocidade, o Bour se eleva um pouco, ficando ajoelhado no chão, momento em que seu rosto é atingido em cheio por duas folhas, uma em cada bochecha, ambas então começam a sangrar bastante. Krink tenta ignorar ao máximo a dor que sentiu e rapidamente pegou com as duas mãos o corpo de Trypu e o elevou para acima de sua cabeça. Em menos de um segundo depois, ele volta a se deitar de costas viradas ao chão de uma maneira bastante ágil, ao mesmo tempo em que larga o corpo de Trypu sobre o seu, encolhendo-se o máximo possível, deixando a maior parte de seu corpo por baixo do cadáver. Com exceção de parte da cabeça, praticamente tudo estava coberto.

            Krink (pensando): É mesmo... eu me esqueci que o corpo dele está decepado... sorte a minha que a cabeça está bem perto...

            Ele então retira lentamente o seu braço esquerdo debaixo do corpo de Trypu, o que o faz se mover um pouco, enquanto que as folhas continuam a voar e quatro atingem em cheio o peitoral do cadáver do Port. Krink vai então fazendo bastante força para esticar o seu braço esquerdo o máximo possível, seus dedos agora quase tocando a cabeça sem vida.

            Krink: Ai... Caramba, caramba... só falta... só um pouco...

            O Bour mexe bem de leve o seu corpo para a esquerda, fazendo o cadáver que estava sobre ele se mexer um pouco mais uma vez. Com este movimento, ele consegue apanhar o topo da cabeça decepada com a sua mão.   

            Krink: Isso!

            Ele faz um movimento bastante brusco e rápido, puxando de uma vez a cabeça para si, no mesmo instante em que ele volta a deitar-se numa posição encolhida, ajeitando o cadáver em cima de si e colocando então a cabeça sobre o pescoço do corpo de Trypu, fazendo então com que ela tape totalmente o seu rosto.

            Krink (pensando): Maravilha, agora todo o meu corpo está coberto pelo cadáver do Trypu! Basta só esperar que o ataque acabe para que eu possa sair e ir procurar pelo Diell!

            Krink permanece totalmente encolhido debaixo do corpo de Trypu, até o momento em que cerca de cinco folhas atingem em cheio o peitoral do cadáver e o perfuram totalmente, passando por ele e espetando o peitoral do Bour também, fazendo-o arregalar um pouco os seus olhos, mas logo depois a sua expressão volta ao normal.

            Krink (pensando); Ah... pelo menos, desta vez, elas não atravessaram o meu corpo por completo... essas folhas de Furors realmente são muito fortes!

            Por mais quase cinco minutos, várias folhas tomam conta daquele local, atingindo várias vezes o cadáver do Port e, conseqüentemente, espetando o corpo de Krink em vários pontos, entretanto, nestes casos, a dor sentida pelo Bour é muita menor do que quando as folhas o perfuravam anteriormente. O ruído então começa a diminuir bastante e um sorriso se abre no rosto de Krink.

            Krink (pensando): Isso... Isso! Parece que eu vou conseguir sobreviver...

            A quantidade de folhas voando por aquele lugar diminui muito e as restantes vão perdendo velocidade, até que o ruído cessa completamente. Krink permanece completamente imóvel debaixo do cadáver por alguns segundos, até que retira, bem lentamente e com bastante cuidado, a cabeça decepada de cima de seu rosto, com o auxílio de suas duas mãos e, logo depois, a coloca no chão ao seu lado direito. Agora os seus olhos são capazes de ver a cor do céu esverdeado: não há mais nenhuma folha voando pelo ar.

            Krink: Acabou...

            Ele então mexe com força o seu corpo, lançando o cadáver do Port para alguns metros à direita e então, logo depois, se senta no solo, limpando com as mãos o sangue espalhado pelo seu corpo.

            Krink: Hum! Acabou! Agora sim... mas... eu estou com medo... o meu corpo está muito debilitado, não sei se vou conseguir percorrer todo o caminho de volta até encontrar o Diell... droga, eu não quero que ele fique sozinho por muito mais tempo.

            O Bour começa a se erguer lentamente, primeiro colocando seus joelhos e suas mãos no solo e depois, ficando totalmente de pé. Ele sente uma tonteira bastante forte e sua visão fica muito turva na mesma hora, o que o faz cair fortemente de joelhos de novo, com a cabeça baixa e os olhos fechados.

            Krink (pensando): Merda... como eu imaginei, estou muito fraco!

            Ele permanece nesta posição por mais alguns segundos, até que um fortíssimo tremor começa a abalar o chão de uma maneira bastante violenta, o que faz Krink abrir rapidamente os olhos e erguer a sua cabeça.

            Krink (em uma voz bem alta): Droga!! Isso não acaba!! Mas o que está acontecendo agora, merda?!

            O tremor aumenta ainda mais, ficando mais forte a cada segundo que se passa. O Bour então vê vários troncos dos Furors sem folhas à frente começando a tremer bastante também, indo de um lado para o outro.

            Krink: Eu não acredito! Mas será que... não são só com as folhas que os Furors atacam?! Será que aquele Rert... quando ele nos falou sobre isso, ele escondeu alguma coisa?!

            Os troncos se balançam ainda mais violentamente até que, por um breve segundo, eles param e, em menos de um segundo depois, eles começam a cair rapidamente na direção do chão, o que faz Krink arregalar os olhos na mesma hora.

            Krink: Droga!!!

            Dos vários troncos dali, sete estavam caindo em grande velocidade na direção de Krink, dois vindos de frente e dos dois lados e mais um vindo de trás. O Bour mexe a cabeça rapidamente para todas as direções e então, ao ver os troncos se aproximando em meio a um forte ruído, ele se levanta em grande velocidade, mas sente novamente uma fortíssima tonteira, o que o faz fechar os olhos.

            Krink: Merda!!! Merda!!! Eu não vou conseguir me livrar!!!

            Os troncos já estão bem próximos dele, quando então, a imagem do rosto de Luyul aparece novamente no fundo de sua cabeça, o que o faz abrir rapidamente os seus olhos mais uma vez. Ele os franze fortemente e dá um pequeno salto para trás, distanciando-se por um segundo dos troncos da frente, que estavam mais próximos, e, no instante seguinte, ao perceber que os de trás estavam agora ainda mais perto, o Bour salta fortemente para cima, elevando-se a vários metros para o ar. Esta movimentação de Krink não demora mais do que uns três segundos para acontecer e, como resultado, enquanto ele ainda sobe pelo ar, os troncos se chocam fortemente contra o solo, todos eles se quebrando completamente, provocando um estrondo gigantesco além de um tremor descomunal em todo aquele lugar. Conseqüentemente, ao atingirem o solo, os troncos esmagaram completamente o corpo de Trypu e também o de Perughy que estava perto, fazendo bastante sangue espirrar por todos os lados. Krink observa tudo isso lá de cima e então, ele abre um leve sorriso em seu rosto.

            Krink: Hehe... hehe... eu consegui...

            Antes mesmo de Krink começar a cair de volta, o tremor cessa, assim como o ruído e, em alguns segundos depois, o Bour começa então a voltar ao solo, pousando de pé sobre os destroços dos troncos. Ao redor, os troncos dos demais Furors também haviam caído ao mesmo tempo, o que fez todo aquele lugar ficar com o chão completamente coberto de destroços. Krink fica por alguns segundos olhando ao redor, observando o cenário todo destruído.

            Krink: Esses troncos... pensando naquilo que o Rert falou...

            O Bour rapidamente se lembra, em sua mente, das palavras ditas por Rert quando este explicava sobre os Furors.

            “Rert: Mas, esse método de transformar as folhas em armas é apenas um último recurso utilizado pelos Furors, pois isso exige muita energia e, por causa disso, alguns Furors até acabam morrendo, já que acabam não tendo mais energia para manter as suas funções vitais.”

            A mente de Krink volta ao tempo presente.

            Krink: Parece que foi isso o que aconteceu... esses troncos na verdade não vieram me atacar... provavelmente os Furors perderam totalmente a energia vital deles após o ataque das folhas e, por causa disso, os troncos não conseguiram se manter e simplesmente caíram...

            Ele então se vira para frente, na direção, para onde, antes de se iniciar o ataque das folhas, ele pretendia avançar.

            Krink: Diell...

            Mais uma vez, uma fortíssima tonteira o atinge, ainda mais forte do que as anteriores. Ele cai fortemente de joelhos, enquanto que seus olhos não conseguem se manter abertos e acabam se fechando.

            Krink: O meu corpo... o meu corpo... está extremamente fraco... esse último movimento acabou comigo...

            A expressão de Krink ilustra cada vez mais dor e sofrimento até que então, ele coloca a sua mão direita na barriga e, em meio a um ruído alto, sua boca se abre e dela, sai uma grande quantidade de vômito levemente esverdeado misturado com bastante sangue. O Bour permanece nestas condições por vários segundos até que então ele cai de cabeça nos destroços fortemente.

            Krink: Diell... por favor... me... me espere...

            A sua boca pára de se mexer, a fala cessa por completo: Krink perde a consciência com o seu corpo completamente coberto de ferimentos e imundo de sangue. 

            


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