O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 27
Capítulo 027: A última atitude de Trypu




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Capítulo 027: A última atitude de Trypu.

       Perughy, recoberto de espinho por todo o corpo, dos pés à cabeça, continua a abraçar fortemente o Bour Krink por trás, que, agora está completamente coberto de sangue e com uma expressa de intensa dor em seu rosto, com os olhos bastante arregalados. À sua frente, o outro Port, Trypu, também cheio de espinhos, está sorrindo maliciosamente.

            Trypu: Esse é o fim pra você, Krink! Você caiu direitinho em nosso plano de encenação!

            Krink: Mal... Maldito... foi tudo... uma cena armada... de vocês dois?!

            Perughy: Sim, exatamente! E em modéstia parte, meu caro amigo... foi tudo perfeito!

            Krink: Mas por que...? Vocês dois... estavam começando a... a se distanciar... para irem me denunciar, mas... de repente o Perughy parou... e vocês começaram...

            Trypu: Escute com atenção, seu miserável! Você matou o nosso amigo, o Rert! Nada nos impediria de sairmos daqui e irmos direto ao Conselho dos Ghaands aqui do oeste de Roul te denunciar para que mais cedo ou mais tarde você fosse capturado e julgado de acordo com as nossas leis! Entretanto, em consideração ao nosso amigo, nós é que queremos te conduzir ao Conselho, não queremos que ninguém mais capture você, nós mesmos é que desejamos fazer isso! Então... naquele momento em que estávamos te perseguindo, tivemos a idéia de pararmos e começarmos aquela conversa com você, sobre não haver motivos de você estar fugindo de nós e tudo mais, apenas para que você pudesse ficar parado por um instante e não continuasse fugindo.

            Perughy: E aí, eu comecei a minha encenação perfeita e você acreditou que eu realmente estivesse sofrendo! Quando descemos e você foi lá ver o que estava acontecendo, o Trypu te explicou tudo certo sobre a nossa técnica, mas os nossos Einklols ainda estão em bom estado! Eu só reduzi os meus espinhos por vontade própria para que você acreditasse que eu realmente estava agonizando.

            Trypu: E eu só voltei a lutar com você, atraindo-o ao galho de Furor lá em cima só para te distrair enquanto o Perughy se escondia e esperava a hora certa pra te pegar de surpresa, como acabou de fazer!

            Krink: Hum! Ha... haha... eu até admito... vocês pensaram muito bem para me pegarem nesta armadilha! Mas como foi que você, Trypu... reformulou os seus espinhos tão rápido?! Na primeira vez, vocês se esforçaram tanto...

            Trypu: Será que é idiota, ou o que?! Os nossos Einklols já estavam rompidos, a redução de espinhos foi só pelo fato de a substância ter voltado, mas a camada protetora continuou rompida... nesta segunda vez, foi só fazer um pouco de força pra fazer a trajetória da substância gasosa ir novamente ao caminho da pele, voltando a formar os espinhos. E a partir de agora, ainda temos um considerável tempo para usarmos esta técnica.

            Perughy: Exatamente! Digamos que... tempo mais do que suficiente para darmos um fim nessa sua miserável vida!  

            Perughy aperta Krink com ainda mais força, fazendo mais sangue espirrar por todo o corpo do Bour, que, por sua vez, solta novamente um alto gemido de dor que ecoa por todo aquele lugar.

            Krink: Merda!!!

            Trypu: Hahahahahaa! Está doendo, não está, seu maldito?! É isso o que você merece!

            Trypu se aproxima bem lentamente do Bour, parando bem perto dele, deixando o seu rosto a poucos centímetros do de seu oponente. Krink, que estava de olhos fechados devido à intensa dor, começa a abri-los lentamente, vendo a imagem do rosto de Trypu bem próximo de si.

            Krink: Seu...

            Trypu: Ora, ora... você já está gritando e agonizando deste jeito, não é, seu idiota? Então isso tudo vai ser melhor do que eu pensava, porque... você ainda vai ter um longo sofrimento nesta luta!

            Perughy: Exatamente! Vai sentir a mesma dor que o Rert sentiu, desgraçado!

            Perughy faz uma expressão de raiva e então, solta rapidamente Krink, porém, em menos de um segundo depois, ele pega os dois braços do Bour, violentamente, e arremessa o inimigo ao ar. Krink começa a subir em grande velocidade, deixando um comprido rastro de sangue. Ambos os Ports o acompanham com o olhar.

            Trypu: Vamos pegá-lo, Perughy!

            Perughy: Claro!

            Os dois flexionam rapidamente as pernas e abrem as asas, dando um forte impulso no chão logo em seguida. Trypu e Perughy vão voando pelo ar muito rápido e em pouquíssimos segundos ficam acima de Krink, que continua subindo pelo ar.

            Trypu: Hahahahaha!

            Perughy: Perfeito! Perfeito! Esse imbecil vai ter o que merece!!

             Os dois param de subir e esperam um breve momento até que Krink chega na mesma altura que eles e então, Trypu o apanha pelo pescoço. O Bour está de olhos praticamente fechados, mas ainda consegue ouvir claramente os seus inimigos,  e sua visão, intensamente turva.

            Trypu: Vamos jogar, Perughy!

            Perughy! Haha!

            Trypu arremessa Krink fortemente na direção de Perughy que, por sua vez, ao ver o Bour bem próximo, desfere-lhe um poderoso soco no meio do rosto com a sua mão direita. Krink cospe uma quantidade gigantesca de sangue e solta mais um alto gemido de dor. Devido ao impacto do golpe, ele acaba sendo arremessado de volta na direção de Trypu, com as suas costas viradas para o Port.

            Trypu: Vamos lá, vamos lá! Agora é a minha vez!

            Quando Krink já está a poucos centímetros de Trypu, este desfere uma forte joelhada perfurando as costas do Bour, que volta a cuspir sangue, que também sai jorrando da parte central das suas costas.

            Trypu: Agora... voltando ao chão, meu amigo! Hahaha!

            Antes mesmo de remover o seu joelho do corpo de Krink, Trypu o apanha com as duas mãos pelo topo da cabeça, de onde também começa a jorrar sangue devido ao contato com os rígidos espinhos.

            Trypu: Rodando! Rodando!

            Perughy: Hahaha!

            Neste instante, Trypu, ainda segurando Krink pela cabeça, começa a rodar numa incrível velocidade no ar.

            Trypu: Ei, Perughy! Você vai lá pra cima, sobe mais um pouco!!

            Perughy: Certo!

            Perughy faz um rápido e brusco movimento com suas asas e sobe no ar mais alguns metros, observando atentamente Trypu rodopiando no ar com o Krink.

            Trypu: Preparado?

            Perughy: Tudo certo, pode mandar, Trypu!

            No rosto de Trypu se abre um sorriso levemente malicioso e ele dá uma risada relativamente baixa.

            Trypu: Agora... vai!!!

            Trypu lança Krink para cima com toda força, fazendo-o avançar no ar muito rapidamente na direção de Perughy, que, por sua vez, movimenta o seu corpo, preparando um soco com o seu punho direito, colocando-o um pouco para trás ao mesmo tempo em que o seu corpo fica mais voltado também para este lado.

            Perughy: Certo, venha!

            Quando está bem perto, Krink então recebe um poderosíssimo soco da mão direita de Perughy bem no meio do rosto, fazendo-o gritar novamente e, devido ao forte impacto do ataque, ele então é arremessado violentamente na direção do chão, com o qual se choca com bastante força de cabeça em questão de poucos segundos. O choque acaba provocando um ruído ensurdecedor naquele local, além de uma grande cratera no solo e uma pequena quantidade de fumaça. Perughy e Trypu observam a cena lá de cima, ainda flutuando no ar. Perughy desce lentamente alguns metros, voltando a ficar ao lado de seu companheiro, ambos com sorrisos no rosto.

            Trypu: Haha! Muito bom, Perughy, muito bom! Foi um golpe certeiro!

            Perughy: Perfeito! Essa doeu até em mim!

            Então, os dois começam a descer com leves movimentos de suas asas, até que chegam ao solo, local onde a fumaça agora já está quase que completamente dissipada. Eles olham para baixo e vêem Krink caído de costas para o chão, rodeado de uma grande poça de sangue em meio a uma grande cratera. Os seus olhos ainda estão mais ou menos abertos, porém, ele não consegue enxergar absolutamente nada de maneira clara. Os dois Ports andam um pouco e ficam bem próximos do Bour caído.

            Trypu: Pois é... ele estava assim, se levantou dizendo que ouviu palavras de seu amigo... e caiu de novo! Esse imbecil até que é persistente, mas agora vai ser o fim definitivo dele!

            Krink consegue ouvir as palavras de seu inimigo e começa a abrir mais os seus olhos, conseguindo assim, enxergar um pouco melhor os dois Ports de pé diante dele.

            Krink: Di... Diell... eu não... posso perder... Diell...

            Trypu: Diell... esse desgraçado não pára de chamar por esse nome!

            Perughy: Não importa! Nós já brincamos com ele demais, não acha, Trypu? Vamos levá-lo logo ao Conselho!

            Trypu: Bem... bem... precisamos ter certeza de que ele fique inconsciente... por mais duro que seja admitir, esse maldito é muito bom em lutas, nós não podemos nos dar o luxo de sermos surpreendidos por ele enquanto estivermos levando-o!

            Krink ainda mexe seus olhos, tentando cada vez mais enxergar melhor.

            Krink (pensando): Merda... agora não é mais questão de ter determinação ou não! Eu não posso atacá-los, não posso! Essa técnica de espinhos... é uma técnica que reúne defesa e ataque eficientes ao mesmo tempo! Se eu os golpear, eu vou me ferir e se eu for atacado, me machucarei ainda mais! Não tem chances de neutralizar esse tipo de técnica?!

            Krink tem o seu pensamento desviado, sentindo uma forte dor em sua barriga, cuspindo mais sangue. Ele acaba arregalando os olhos por causa da dor e observa o que acabara de acontecer: Trypu pisou fortemente sobre a sua barriga, perfurando-a em vários pontos.

            Trypu: Não se preocupe, Krink, afinal de contas, eu já te falei! Não queremos nos tornar assassinos, não somos podres como você!

            Perughy: Isso! Só vamos te deixar apagado, por tempo suficiente para levá-lo ao Conselho e depois o julgamento é que cuidará de você!

            Trypu continua pisando fortemente sobre a barriga de Krink, que solta gemidos de dor a cada golpe desferido pelo Port.

            Krink (pensando): Merda, malditos! Não pode ser, não pode ser! Será mesmo que eu perdi esse combate?! Eu não vou conseguir cumprir mesmo a promessa que eu fiz para o Luyul e para a Marrncifer! E ainda... se eu morrer aqui, jamais poderei rever os meus amigos! Essa técnica maldita! Tem que ter algum jeito, droga!

            Trypu continua a pisotear fortemente por mais alguns segundos até que ele pára, com uma expressão de raiva em seu rosto.

            Trypu: Hum! Que coisa mais enjoada, por que é que ele não apaga logo?!

            Trypu rapidamente se abaixa e ergue Krink, voltando a ficar de pé, segurando-o novamente pelo pescoço e deixando o rosto dele bem próximo do seu.

            Trypu: Seu maldito! Só nos atrasa mesmo!

            Krink agora abre mais um pouco os seus olhos e, mais uma vez, vê a imagem do rosto de Trypu bem próximo.

            Trypu: Sinceramente, você é o ser vivo mais resistente que encontrei em toda a minha vida! Parece que eu vou ter que atacar de uma maneira ainda mais pesada pra te apagar!

            Krink continua a encarar o rosto de Trypu bem de perto por mais alguns segundos, até que ele arregala os olhos.

            Krink (pensando): Espera! Talvez... talvez tenha um jeito de eu neutralizar essa técnica! Existe sim uma forma de atacá-los, mesmo com eles estando completamente recobertos de espinhos!

            Trypu sorri maliciosamente.

            Trypu: Tome isso!!

            Em um brusco movimento, o Port desfere um poderoso soco de seu punho direito na barriga já perfurada de Krink. Ele cospe muito sangue e grita intensamente. Logo depois do golpe, Trypu solta o Bour que cai ajoelhado no chão, segurando a sua barriga com as duas mãos, o sangue pingava escorria em meio a uma quantidade absurda.

            Krink: Merda... eu já disse que... que... não vou perder...

            Perughy se adianta mais alguns passos.

            Perughy: Hum! Esse imbecil ainda consegue dizer essas coisas mesmo no estado em que está? Você tem razão, Trypu! Para fazê-lo perder a consciência, vamos ter que atacar mais pesado, tenho certeza de que ele não morrerá, mas será o suficiente pra deixá-lo fora de ação!

            Trypu: Sim! Vamos fazer isso de uma vez!

            O Bour rapidamente ergue sua cabeça, encarando os seus dois inimigos com expressão de fúria e logo em seguida, se levanta em um rápido movimento, ficando de pé, porém, cambaleando bastante.

            Krink: Eu já sei... exatamente como vou derrotar vocês!

            Ele começa a sorrir levemente, mas ainda sim, o seu rosto não deixa de expressar dor.

            Trypu: É mesmo? Então por que é que você não vem nos atacar? Se é que tem tanta esperança de que pode nos atingir com algum golpe, vá em frente e perca ainda mais sangue por contra própria, seu idiota!

            Krink examina os seus dois inimigos por alguns segundos, porém, sua visão ainda não está com total qualidade e ainda continua turva.

            Krink (pensando): Droga! O meu corpo já está definhando... eu preciso agir rápido, eu já excedi o meu limite faz tempo, é quase um milagre que eu ainda possa ficar de pé... e nessa situação, tanto a velocidade quanto a força deles estão agora superiores em relação a mim!  Se eu estivesse nas minhas condições normais, poderia desenvolver o meu plano muito fácil, eles seriam derrotados em questão de segundos, mas se eu partir para o ataque agora, eles vão com certeza conseguir se defender ou se desviar e aí eu ficarei completamente vulnerável! Que merda, droga!!

            Perughy: O que foi, Krink?! Não sabe exatamente como nos derrotar? E então? Vai ficar só aí parado, olhando para nós? Por que é que não vem?!

            Krink (pensando): Não vai ter jeito mesmo... a única opção vai ser esperar uma brecha! Mas... eu não posso perder a oportunidade quando ela aparecer de jeito nenhum! Por favor corpo, resista só mais um pouco, não falhe na hora certa!

            Krink faz uma expressão de raiva, franzindo os olhos e rapidamente assumindo a sua postura de batalha.

            Krink: Certo! Defendam-se!!

            Krink começa a ir na direção de seus inimigos e quando chega a poucos centímetros dos dois, ele dá um grande salto para o alto e começa a descer na direção deles, numa posição de voadora, com sua perna esquerda completamente esticada. Os Ports o acompanham com os olhos.

            Perughy: Putz! Mas que idiota... o ataque por cima na situação dele é a pior coisa possível!

            O Bour vai se aproximando em grande velocidade a cada segundo. Trypu o observa com uma expressão de estranhamento em seu rosto.

            Trypu (pensando); O que está acontecendo? Ele é até mais habilidoso em lutas do que nós... por que é que ele está fazendo algo tão insensato assim?!

            Krink então tenta atingir o golpe no rosto de Trypu, mas este consegue defender facilmente o ataque, apanhando o pé esquerdo do Bour com as suas duas mãos e apertando-as com bastante força, o que faz o membro de Krink sangrar bastante.

            Trypu (pensando): Esse cretino... com certeza sabe que não pode nos atingir com um golpe desses, ainda mais no estado em que ele está... estou certo de que ele me atacou agora com algum outro objetivo, ele certamente sabe que não poderia me atingir assim, está pensando em alguma outra coisa, só pode!

            Krink volta a gemer de dor, o sangue escorrendo pelo seu pé. Trypu faz uma intensa expressão de raiva e começa a falar em voz bem alta.

            Trypu: Seu imbecil! Seja lá o que estiver pensando, não vai funcionar agindo deste jeito!

            O Port mais uma vez começa a rodopiar rapidamente e arremessa Krink fortemente na direção de um grande Furor, fazendo o Bour se chocar fortemente de costas contra ele e depois, cair no chão de frente, a quase dez metros dos dois Ports. Sem demora, tanto Trypu quanto Perughy dão um forte impulso no chão e avançam na direção de Krink que continua caído, mas ele consegue se levantar rapidamente, porém, sentindo-se completamente tonto. Ao chegarem perto dele, os dois Ports param de avançar e ficam encarando-o.

            Trypu: Vai fazer algum outro movimento idiota?

            Krink continua a olhar para os dois.

            Krink (pensando); Exatamente como eu imaginei! Com a minha velocidade atual, vai ser impossível eu vencer, mesmo eu tendo achado um jeito de neutralizar a técnica, eu preciso de um breve momento com velocidade mais alta do que a deles para dar tudo certo... e eu acho que sei como poderia fazer isso...

            Perughy: Não passa de um idiota... já está tão desesperado para salvar a pele que está começando a fazer coisas sem sentido...

            Trypu: Não exatamente, Perughy! Esse desgraçado é esperto, apesar de tudo, tenho certeza de que tem alguma coisa em mente por trás de um golpe daqueles, ele não faria aquilo à toa... só não consigo imaginar o que é que ele está pretendendo!

            Krink: Não, consegue, é? Pois muito bem, você vai descobrir muito em breve!!

            Mais uma vez, Krink parte para o ataque e começa a desferir uma grande quantidade de ataques nos dois Ports, que, por sua vez, conseguem se desviar muito habilmente, fazendo com que nenhum soco e nenhum chute do Bour os acerte.

            Trypu: Maldito!!

            Trypu rapidamente se enfurece e, enquanto se desvia, desfere um forte soco na cara de Krink, que recebe o golpe em cheio, além de uma forte joelhada na barriga, desferida em seguida por Perughy, e, logo depois, Trypu novamente volta a atacá-lo, jogando praticamente todo o seu corpo contra Krink que recebe todo o impacto e é arremessado contra um Furor quase cinco metros ao lado, chocando-se fortemente de costas com ele, cuspindo bastante sangue. Sem hesitações, os dois Ports voltam a avançar em grande velocidade na direção dele, ambos extremamente furiosos.

            Perughy: Cretino!! É o fim pra você!!!

            Krink abre bastante os seus olhos e vê os dois se aproximando bem rápido.

            Krink (pensando): Tem que ser agora!!

            Em um movimento bem rápido, Krink dá um pequeno mortal para trás, colocando seus pés no grosso tronco de Furor e então, em menos de um segundo depois, ele dá um forte impulso, o que o faz avançar numa velocidade incrivelmente grande na direção dos dois Ports, que continuavam a avançar. Eles então vão se aproximando muito rapidamente a cada instante e, quando Trypu e Perughy se dão conta de que Krink também está avançando, eles arregalam os olhos.

            Trypu: Mas o que...

            Toda a cena é tão rápida que Trypu e Perughy nem têm tempo de ficarem ainda mais surpresos: quando os dois Ports e o Bour já estão bem próximos, Krink ergue imediatamente os seus dois braços, com dois dedos de cada mão totalmente esticados. Ele faz ainda bastante força para frente com os seus braços e, inevitavelmente, os dedos perfuram em cheio os olhos dos dois Ports. Uma quantidade absurda de sangue jorra de todos os quatro olhos e, logo depois, Krink retira os dedos, também cobertos de sangue, dos olhos de seus inimigos. Toda esta ação não demorou mais do que dois ou três segundos para acontecer. Os dois Ports rapidamente colocam as suas mãos no rosto e começam a gritar de dor.

            Trypu: DESGRAÇADO!!! DESGRAÇADO!!!

            Perughy: MEUS OLHOS! CRETINO!!!

            Krink: Perfeito! Dessa vez, foram vocês dois que caíram direitinho na minha armadilha! Afinal de contas... não é possível haver espinhos saindo dos olhos, certo? Essa era a única parte do corpo em que eu podia atacar sem me machucar!!

            Os dois continuam com as mãos no rosto, sangrando bastante, até que caem fortemente de joelhos no chão, o sangue já escorria pelo resto do corpo e continuava a jorrar incontrolavelmente.

            Krink: Você estava mais do que certo, Trypu, eu estava planejando cegar vocês desde o início, eu comecei a atacá-los a fim de esperar por uma brecha, mas como vi que minha velocidade estava muito reduzida por causa dos meus ferimentos, decidi esperar vocês dois virem com tudo pra cima de mim e aí eu usaria um impulso em algum Furor para aumentar bem a velocidade por um breve instante. Eu pude me aproximar ainda mais rápido, pois vocês estavam vindo com toda velocidade também!

            Trypu: Maldito... só por causa dos Furors... como tem vários aqui, você já estava pensando em tomar impulso em um deles...?

            Krink: No início até que não, mas depois que eu vi que minha velocidade estava menor e também quando observei que após o primeiro ataque que recebi, logo após a voadora, eu me choquei com um Furor e vocês vieram com tudo logo depois, sem esperar nem um pouco... aí eu pensei nisso sim, já que eu não poderia achar uma brecha entrando numa luta corpo a corpo com vocês, eu decidi abrir essa brecha ao invés de esperar por ela!

            Os espinhos dos dois Ports começaram a reduzir muito rapidamente até que os seus corpos voltaram totalmente ao normal.

            Trypu: Merda, merda!

            Krink: Hum, mas é claro! O corpo de vocês acabou enfraquecendo bastante por causa dessa grande perda de sangue que estão tendo! Provavelmente, os Einklols devem ter que se recuperar, porque agora, é muito provável que eles estejam em estado crítico por causa desse ataque que receberam!

            O Bour vai se aproximando lentamente dos dois, sentindo-se extremamente tonto.    

            Krink: Eu não vou mentir pra vocês! Eu também estou quase caindo, os golpes de vocês me afetaram de uma forma absurda... eu não me lembro de ter entrado num combate tão difícil quanto este! Porém... é o que eu disse, o meu corpo está quase definhando e é por isso... que eu preciso acabar com vocês agora!!

            Krink se aproxima ainda mais e ergue rapidamente Perughy pelo pescoço com a sua mão direita.

            Krink: Você primeiro!

            Trypu ouve isso e sua expressão fica tomada por um intenso desespero.

            Trypu: Não! Não! Deixe o Perughy em paz!

            Krink ignora totalmente o grito desesperado de Trypu e, num rápido e brusco movimento, ele lança um forte golpe com a sua mão esquerda na cintura de Perughy, e como conseqüência deste ataque, metade do corpo do Port acaba sendo arrancada: da cintura para cima, o corpo ainda é sustentado no ar pela mão direita de Krink que o segura pelo pescoço enquanto o par de pernas cai no chão. Muito sangue começa a jorrar e o chão recoberto de gramíneas logo fica completamente vermelho. Ao receber este golpe, Perughy desfere um rápido e alto grito, mas logo depois, cessa.

            Krink: Ótimo! Mais um já foi! Perughy e Rert agora estão mortos!

            Trypu: Não... maldito! MALDITO! MALDITO!!!

            Krink larga a metade superior do corpo de Perughy no chão e logo em seguida, se vira para Trypu, aproximando-se lentamente dele. Ao ouvir os passos em sua direção, o Port, que estava ajoelhado até então, se levanta rapidamente.

            Trypu: Eu...

            Dos seus olhos agora não sai apenas sangue, mas também várias gotas de lágrimas. A voz de Trypu ecoa bastante rouca.

            Trypu: Eu não vou me render... não importa o que aconteça!

            Krink: Cale-se, Trypu! Você não pode mais usar a técnica dos espinhos e nem mesmo enxerga! Não há mais nada que você possa fazer! Não se preocupe... eu irei desferir um golpe bem rápido, assim como fiz com o Rert e com o Perughy! Não vai doer, eu prometo!

            Trypu: CALE-SE!!!

            Então, Trypu começa a correr em grande velocidade em círculos naquele local, enquanto Krink o observa com o olhar.

            Krink: Não está pensando em fugir, está? Eu posso persegui-lo tranquilamente, você não vai conseguir se locomover com tanta velocidade sem a visão e com essa hemorragia! Mesmo com o meu corpo estando bastante debilitado também, ainda serei mais rápido do que você!

            Trypu continua a correr em círculos ali naquele local até que seu pé se choca com a base de um dos vários Furors que existiam ali. Ao sentir o tronco, Trypu pára de se mover e se agarra fortemente a ele. Krink continua a observá-lo.

            Trypu: Eu... eu perdi, Krink! De fato, não tenho mais condições de vencer você no estado em que eu estou! Mas... ainda tem uma chance... já que eu vou morrer em uma simples questão de tempo... não faz mal nenhum em eu me tornar um assassino agora... ou melhor... eu não serei um assassino direto...

            Krink faz uma expressão de estranhamento.

            Krink: Do que está falando?!

            Trypu abre um sorriso malicioso no rosto e então começa a fazer bastante força no tronco do Furor, abraçando-o com uma força intensa, soltando um alto grito.

            Krink: Mas o que você está tentando fazer...?

            O tronco do Furor começa a se rachar lentamente e Krink, ao ver isso, arregala os olhos.

            Krink: Espera... você... seu maldito!!!

            Trypu: Se lembra agora, idiota?! O Rert te falou sobre isso... quando um Furor é cortado, os outros Furors vizinhos atacam na direção do ser que o cortou! Há muitos Furors aqui ao redor, logo, nós dois iremos receber esses ataques, mesmo que tenha sido só eu que o tenha cortado, a região aqui é pequena, então os ataques dos outros Furors vão cobrir essa região aqui toda!!! Eu já estou condenado, não importa que eu morra um pouco antes, mas... você vai vir junto comigo!!

            Krink arregala os olhos.

            Krink: Cretino!!!

            Trypu: Duvido que vá desviar de todos os ataques das folhas dos Furors nesse estado! Elas vão vir bem rápido! Prepare-se!!!

            Trypu faz ainda mais força e solta um outro alto grito, fazendo o tronco do Furor se rachar ainda mais.

            Krink: DESGRAÇADO!!!

            Krink começa a correr em grande velocidade na direção de Trypu, ao mesmo tempo em que o Furor já está praticamente com o seu tronco destruído. 

          


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