A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 10
Capítulo 9 - E assim que Começou


Notas iniciais do capítulo

fico tão feliz de ver que estão gostando. Agradeço a todos os leitores pelo incentivo. Tento melhorar a cada capitulo para ser digna de seus elogios, obrigada por tudo, espero que gostem.



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Capítulo 9 - E assim que Começou

- Esse uniforme é até legal... Mas em você ficou melhor.

- Sério? Troco essa saia e essas meias por sua calça, pode ser?

- Até parece - disse Ted bufando.

Uma voz ecoou pelo trem:- Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor, deixem a bagagem no trem, ela será levada para escola.

- Ansiosa Belly?

- Não sei te dizer...

- Você não me disse para qual casa quer ir.

- Er... Para qual você quer ir?

- Qualquer uma. Quer dizer menos Sonserina, claro. Minha mãe foi da Lufa-lufa, já meu pai da Grifinória, e o seus foram de onde?

- Hum... Ambos da sonserina - respondi baixinho.

- Você não está falando sério! - Ted me olhou bem nos olhos que eu fazia esforço para desviar.

- É sério... - dei um meio sorrisinho.

- Como se chamaram seus pais?

O trem parou com um solavanco, me salvando de não ter que responder nada a Ted. Mas uma hora ele descobriria quem são meus pais. Eu queria poder adiar esse inevitável momento. Em poucas horas ao lado de Ted me senti, bem, feliz, coisa que eu nunca sentia. Senti como se tivesse um amigo... Talvez? Mas eu sabia que a qualquer momento alguém me chamaria por meu nome completo e ele saberia de quem sou filha, e na hora... Eu não queria pensar nisso.

As pessoas se empurravam para chegar à porta e descer na pequena plataforma. E um homem bastante velho alto como eu nunca vira antes sorria enquanto chamava os alunos:

- Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! Vamos venham comigo.

Eu fiquei atrás, o Ted ao meu lado estava com a animação estampada no rosto, olhando para todos os lados, em busca de Hogwarts. Ele se levantava na ponta dos pés olhando por cima dos outros alunos pra ver se Hogwarts se escondia embaixo deles.

- Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo - Gritou o gigante idoso -, logo depois dessa curva.

A frente havia um grande lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem opostas, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

- Só quatro em cada barco - Gritou o homem, apontando para uma frotinha de barquinhos parados na água juntos a margem. Subi em um dos barcos junto com Ted e ao nosso lado se sentou duas garotas, ambas de cabelos compridos e loiros. Uma com um sorriso idêntico ao do Ted, a outra com a cara fechada.

- Ted! - Exclamou a garota animada - Te procurei por todo o trem, onde se meteu?

Ted que nem tinha notado a garota que sentara ao seu lado, olhou pra ela e sorriu.

- Oi... - disse ele mal dando atenção a garota - Eu sentei no vagão com a AnnaBelly... A propósito AnnaBelly, essa aqui é Victorie uma... amiga. - Ele apontou pra a loira sem nenhuma animação.

Os barcos saíram juntos, todos ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos no castelo no alto. Fomos impelidos por um túnel escuro, que parecia nos levar para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcamos subindo e pisando em pedras e seixos. Então subimos por uma passagem aberta na rocha, seguindo o gigante idoso, e desembarcamos finalmente em um gramado fofo e úmido a sombra do castelo. Subimos uma escada de pedra e a nossa frente estava uma enorme porta de carvalho. O gigante bateu na porta. A porta abriu-se e apareceu um bruxo atrás dela de cabelos negros e vestes pretas.

- Alunos do primeiro ano, Professor Neville Longbotton. – informou o gigante.

- Obrigado Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.

Ao entrar eu sentia um frio na barriga, todos estavam super animados a minha frente, admirando o belo castelo, as paredes de pedra iluminadas com archotes flamejantes, o alto teto onde não se via fim de tão grande que era o castelo, e uma imponente escada de mármore em frente que levava aos andares superiores.

O professor Longbotton ia ditando instruções, sobre o que aconteceria conosco, como as casas era divididas, como se ganhava e perdia pontos para sua casa, eu mal o ouvia, minha cabeça estava pensando em que aconteceria agora. Eu não queria ter vindo para Hogwarts não precisava estudar aqui para aprender magia, mas minha tia Narcisa insistiu tanto. Só eu sabia do que iria passar aqui, do que iria me acontecer. Se as pessoas a minha volta soubessem quem eu era provavelmente estariam apavoradas correndo para longe, ou algo do tipo.

- Ei, você está bem? - Perguntou Ted.

- Só nervosa com a seleção das casas.

- Relaxe, do jeito que você é vai parar na Grifinória junto comigo.

- Tem tanta certeza que vai ser selecionado para lá?

- Claro que vou. E mesmo se você for para a Sonserina continuaremos amigos, certo?

- Er... - você não vai querer nem olhar pra minha cara daqui dez minutos - Acho que sim.

A nossa frente às portas de um grande Salão foram abertas. Eu tinha que admitir o lugar era excelente e esplêndido. Era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças dourados. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. Neville nos levou até lá, de modo que paramos enfileirados diante dos outros. Havia ali um banquinho com um chapéu em cima.

- Quando eu chamar seus nomes, vocês colocarão o chapéu e sentarão no banquinho para a seleção - Disse Longbotton, desenrolando um enorme pergaminho.

Sempre que uma pessoa era chamada ela era selecionada para sua casa e ia se sentar junto com o restante dos alunos de sua casa. Todos estavam muito animados, meu estômago estava embrulhando, eu podia ver na minha mente, eles me chamando, e depois os olhares, os cochichos... E Ted... O que ele falaria? Minha mãe matou a dele, provavelmente ele me mataria estrangulada a noite. Eu mal notava os nomes que eram chamados ou para que casa iam as pessoas selecionadas, apenas ouvia palmas de tempos em tempos e depois silêncio, e depois mais palmas e mais silêncio e novamente mais palmas...

- Jasmine Klaus. - Chamou o professor Longbotton, e uma garota gordinha de cachos cor de mel foi correndo para o banquinho.

- “Lufa-Lufa”

- Exclamou o chapéu e as palmas encheram o ar.

- É quase nossa vez - sussurrou Ted em meu ouvido.

- Ted Remo Lupin - Chamou o professor.

- Me deseje sorte, te vejo na mesa - disse Ted indo para o banquinho

- Grifinória! - Exclamou o chapéu depois de alguns segundos.

Ted correu para a mesa da Grifinória onde foi recebido com aplausos.

Era minha vez.

Meu coração acelerou.

- AnnaBelly Marvolo... - Neville parou imediatamente, repetiu o nome para si mesmo, engoliu em seco e continuou - AnnaBelly Marvolo Lestrange - O professor Longbotton se engasgou ao ler meu nome, o salão foi tomado por um enorme silêncio, e todos alunos do primeiro ano olhavam para o  lado para ver se achavam o indivíduo que foi chamado. Vagarosamente caminhei em direção ao banquinho sentido os olhos em mim. Neville me encarava como se não acreditasse no que via, e assim que sentei no banquinho vi os olhos de raiva e recusa de Ted sentado a mesa da Grifinória. Suas mãos estavam fechadas em punho e seu rosto me acusava.

Neville não precisou colocar o chapéu em minha cabeça, assim que ele chegou perto de meus cabelos o chapéu já exclamou:

- Sonserina!

A mesa do canto, Sonserina, se rompeu em aplausos, fui andando até ela e olhei para trás uma última vez vendo Ted me olhar sem acreditar. Sentei ao lado da garota loira que estava no mesmo barco que eu, várias mãos apertavam a minha, mas eu apenas olhava para Ted, pedindo em silêncio desculpe por eu ser quem eu era.

- Por favor, sentem-se - Pediu educadamente Minerva aos convidados em sua sala. - Não sei como começar a lhes explicar o motivo de estarem aqui. Potter, seu sobrinho sofreu uma série de ataques na noite retrasada como viu, mas não sabemos como nem por que...

- E vocês pensam que foi a Belly quem fez isso? - Interrompeu meu tio, Draco. - Por quê? Vocês acham que só porque os pais delas foram quem foram ela também tem que fazer tais coisas?

- Acalme-se, por favor, Draco - Pediu Minerva educadamente - Não achamos nada, não acusamos ninguém ainda.

- Então por que me chamaram? Por que ela está aqui, também?

- Porque foi ela quem nos trouxe Ted...

- Ela fez um favor a ele, isso sim, não era obrigação dela e ela o ajudou.

- Não falem como se eu não estivesse aqui - falei baixinho, me encontrava sentada no último degrau da escadaria de mármore ao lado da mesa da diretora.

- Desculpe meu amor - pediu Draco - É só que...

- É só que você deveria deixar a Minerva terminar de falar antes de dizer qualquer coisa Malfoy, seja mais condolente - Disse rispidamente Harry Potter. - Por favor, prossiga Minerva.

- Obrigada Potter. Nem Ted, nem AnnaBelly dizem por que estavam fora da escola. Sabem que sair do castelo depois do toque de recolher pode acarretar muitos problemas, ainda mais quando se chega ao amanhecer cheio de machucados inexplicáveis. E para completar na mesma noite os amigos de AnnaBelly foram pegos maltratando os amigos de Ted então...

- Não significa que ela fez alguma coisa!

- Por favor, Malfoy! - Disse Minerva alterada - Deixe-me terminar! Então o professor Longbotton presumiu que AnnaBelly poderia ter... por falta de melhor expressão, ele presume que ela pode ter feito algo malicioso contra Ted.

- Longbotton é outro desmiolado.

- Mas respeito com meus professores Draco - Disse Minerva - E pela última vez, não me interrompa. Denise, nossa nova enfermeira afirmou que tais ferimentos não seriam causados por tortura de um bruxo ou bruxa, mas não posso ficar sem fazer nada. Um de meus alunos foi ferido dentro do perímetro da escola, sendo minha responsabilidade fazer algo a respeito.  Por mais que os ferimentos não possam ser feitos por um bruxo as evidências são todas contra AnnaBelly e se ela ou Ted não me disserem a verdade de como tudo isso foi desencadeado terei de punir os dois. Por isso os chamei aqui.

- Quando você diz punir, você quer dizer que irá...?

- Expulsá-los Draco. Ou um, ou outro, ou os dois se for preciso, por mais que me doa.

O silêncio tomou conta da sala. Eu apenas observava. Draco não podia me imaginar sendo expulsa, nunca, seria vergonhoso e desonroso. Minerva não queria me expulsar mas se via forçada a fazer e isso, e Potter... Potter bloqueara sua mente.

- Posso falar a sós com AnnaBelly?

Isso eu não esperava.

- Não vou deixar você ficar sozinho com ela! Fale o que tiver que falar com ela na minha frente!

- Draco, apenas quero falar com ela, não vou machucá-la nem nada. - Disse Potter calmamente enquanto seus olhos profundamente verdes encaravam os meus profundamente azuis.

- Não! Eu não o permito, Minerva, por favor, não permita isso. - Implorava Draco.

- Talvez seja uma boa idéia.

- Não!

Depois de muito reclamar meu tio deixou a sala da direção junto com Minerva, por um longo tempo nada foi dito, apenas continuei sentada onde estava enquanto Potter me analisava cuidadosamente. Minha varinha estava bem firme em minhas mãos, e eu me esforçava para não jogar a raiva repentina que surgiu em mim ao ver ele tão calmo e pacífico.

- Sei que não fez nada contra Ted - finalmente ele disse.

- Fale isso pra eles, não pra mim.

- Não finja que não se importa Belly.

- AnnaBelly, ok? E não, eu não me importo.

- Se não se importa por que o ajudou?

- Porque é meu primo.

- Não minta para si mesma.

Ele se levantou e foi andando lentamente em direção ao armário que ficava perto da porta.

- O que você quer? - Perguntei, enfim.

- Sabe AnnaBelly, somos parecidos. Fui criado por meus tios de parte de mãe, fui descriminado quando cheguei a Hogwarts, meus amigos eram fiéis e faziam tudo por mim, me sentia sozinho quase constantemente...

Ele passava a mão pela madeira do armário enquanto falava, será que ele ousaria abrir o armário? Só pra constar. Era o armário onde estavam as falsas horcruxes que Potter destruiu. Será que ele sabia?

- Não precisa ser assim AnnaBelly. Não precisa fingir que não se importa com nada, que não quer ninguém por perto. Não se feche pro mundo. Não é porque seus pais foram assim que você também tem que ser.

- Terminou?

- Não. - Ele se virou e veio caminhando em minha direção - Você não se parece nada com seus pais, sabia? - Disse ele chegando cada vez mais perto. - Nem por fora... Nem por dentro.

- Você se sente tão confiante no que fala. Não faz idéia do que há dentro de mim. Por que está fazendo isso?

- Victorie Weasley é minha sobrinha, você sabia?

- Hm...

- Ela tem sua idade. E na noite retrasada ela mandou uma carta a seus pais, na carta ela dizia tudo o que aconteceu e pediu que por favor, não fizessem nada contra ninguém. A carta estava com a caligrafia borrada devido as lágrimas. No próximo ano letivo ela será transferida para uma escola onde sua mãe estudou Beauxbatons.

- E de novo eu lhe pergunto. Por que está me dizendo isso?

- Seus amigos a torturaram. Você já foi torturada pela Cruciatus AnnaBelly? A dor é insuportável, você pede para ser morta, pois não agüenta de tanta dor. É uma dor que em minha opinião nem o pior bruxo do mundo merece.

- Jura que nem o pior bruxo do mundo a merece? - Ele ficou em silêncio, ambos sabíamos do que eu queria dizer - Fale isso para quem a torturou. - Me levantei de onde estava e fui caminhando até a porta.

- Você sabe por que as Maldições Imperdoáveis são três? E por que só elas são imperdoáveis?

Parei de andar e fiquei parada de frente a porta enquanto ele falava.

- Porque AnnaBelly, elas corrompem a alma, fazendo com que o bruxo que a pratique vicie nela e queira usá-la cada vez mais.

Ele terminou de falar e provavelmente esperava que eu falasse algo, eu apenas passei pela porta e fui indo em direção as masmorras. Para que ele me falara essas coisas? Eu não me importava com isso na verdade ultimamente não me importava com mais nada apenas queria ir para meu dormitório e pegar o diário de Tom, tinha muito que trabalhar nele hoje.

E de repente, eu estava parada no alto da torre de astronomia. Não me lembrava de ter subido ou decidido ir pra lá, olhei para os lados, estava vazio. Mais que diabos...? Isso vinha acontecendo com freqüência nos últimos meses e cada vez eu ficava mais assustada. Isso não é normal, fui em direção a escadaria para descer o mais rápido possível e assim que cheguei nela alguém vinha subindo me fazendo recuar para trás.

- Eu te segui. Vi você vindo pra cá, e vim atrás...

- O que você quer?

Afastei-me mais para trás, mas ele vinha colado em mim chegando cada vez mais perto.

- Agradecer e me desculpar. Obrigado por ter me ajudado e por não ter revelado meu segredo... E desculpe por te fazer passar por isso depois de tudo que fez por mim.

Ted estava perfeitamente curado de todos os arranhões e machucados, apenas seu olho direito onde eu acertara continuava um pouco roxo. Não o respondi e tentei passar por ele, mas ele bloqueou meu caminho.

- Por um momento pensei que depois de ter me ajudado íamos virar amigos... Mas eu cometi uma burrada e fiz a prometer não contar... Estraguei tudo... E nem adiantou porque meu tio sabe a verdade e já deve estar contando para a Minerva. - Ele disse rindo como se fosse uma grande piada.

Não dei ouvidos. Tentei novamente me desvencilhar dele, mas ele bloqueou o caminho. Apelei. Tirei a varinha do bolso e apontei pra ele.

- Sai da frente.

- Me desculpe primeiro.

- Sai da frente, Ted, ou juro por essa luz que está no céu que vou te azarar!

- Me desculpe primeiro. - repetiu sorrindo, e agora eu via que cheguei tanto para trás que estava apenas encostada na grade que me impedia de cair da torre mais alta do castelo.

- Tudo bem, tanto faz, eu te desculpo, agora sai da frente.

- Agora, me desculpe de novo.  - Disse ele ponto minha franja para o lado, empurrei sua mão e ele riu. ELE RIU!

- O quê?  Você é louco!

De novo tentei sair, mas ele colocou os braços na grande me forçando a ficar presa em frente a ele, ele era apenas um pouco mais alto, e estávamos tão perto que podia sentir fagulhas escapulindo de nossos corpos.

- Me desculpe de novo Belly. - Sua respiração estava ofegante.

- Desculpar pelo o quê dessa vez? - Ele não respondeu, e sem eu saber o motivo meus batimentos cardíacos aceleraram. Ele se aproximou, poucos centímetros nos separavam, coloquei as mãos nos seus ombros para afastá-lo de mim, mas não tive forças. Seus olhos castanhos brilhavam prendendo meu olhar ao dele.

- Por isso Belly - Respondeu ele encostando suavemente seus lábios nos meus. Eu tentei recuar, juro que tentei... Mas... Mas... Correspondi ao seu beijo, seu doce e suave beijo. E nesse momento... Tudo desapareceu tudo, eu não ligava mais para o diário nem para o modo como eu fui parar onde estava... E eu apenas sentia Ted... Seus lábios, seus toques, seus batimentos, suas respiração, seu doce... Doce e suave beijo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Por favor comentem *-* bjs