No dia seguinte fui acordada com o celular tocando, mal conseguia abrir os olhos com a claridade que estava no quarto. Era a Ann no telefona, vai ver que ela viu as minhas ligações e me retornou.

 — Alô—  falei com voz sonolenta

— Ainda na cama Cah?

— É to sim, por quê?

— São dez horas da manhã

—E eu com isso Annie. Ninguém mandou você me largar sozinha lá. E para variar levei uma bronca da tia Marg por chegar tarde se não fosse o Ge nem sei a que horas teria chegado e ainda vou ouvir um monte— que droga só eu que me ferro nessa historia, to ficando brava, revoltei.

—Pelo visto você tem falado muito com ele.

—Ah o Annie não começa, preciso desligar— como se eu fosse fazer algo de interessante para desligar, mas nesse caso eu preciso cortar ela par não começar a falar um monte da minha aproximação do Ge.

—Ok, tchau                                     

Desci as escadas e não encontrei nenhuma alma viva acordado, todos já devem ter ido trabalhar fui para a cozinha tomar meu café.

Depois de tomar meu café fui para a sala assistir TV como minha tia só ia chegar de noite eu iria ficar sozinho o dia inteiro e na TV não passava nada de legal, olhei para fora o dia estava convidativo para sair, que se dane eu vou sair mesmo se é para levar bronca que ganhe tudo de uma vez, troquei de roupa e coloquei uma mais decente peguei a bolsa ao abrir a porta levo um susto.

—Ge, o que faz aqui?— tenta recuperar de um susto não é nada fácil. Mano meu coração só faltava sair pela boca.

—Se eu disser que estava por perto, você acreditaria? —sorriu

—Não!

—Foi o que pensei.

—Então qual é o motivo?

—Eu queria te ver— uau, podia sentir as minhas bochechas corarem — Mas pelo visto você vai sair, é melhor eu ir embora.

—Hey, espera. Talvez queira sair comigo, não tinha nada para fazer mesmo e ai topa?

—Claro.

Passar o tempo com Ge é a melhor coisa que se pode fazer na vida nunca achei que um dia eu estaria proxima dele como hoje estava, estar na companhia dele é maravilhoso ele é engraçado, calmo, paciente, atencioso e sabe divertir os outros. Era mais ou menos três horas da tarde e me lembrei que não havia almoçado, estava tão empolgante o passei que nem nos lembramos de comer.

—Céu estou morrendo de fome— me joguei no banco— e você?

— Agora que você tocou no assunto, sim. Vamos— disse me puxando.

—Na onde?

—Comer algo. Conheço um lugar que fazer um lanche maravilhoso.

Atravessamos a metade da cidade apenas para comer um lanche, isso que é gostar do lugar. Estava verde fome quase passando mal para mim foram as meia- hora mais longa da minha vida.

Fomos ao... Grill und Schlemmer buffet Rosenthaler Platz e nos sentamos na janela não demorou muito para sermos atendidos.

—Então o que vão querer?

—Hum — olhava no cardápio — Eu quero um lanche natural com pão de sete fibras e um suco de— E você?

—O mesmo.

Enquanto o lanche não chegava à gente conversava sobre nós, o que era bem interessante conhecer um pouco a mais sobre ele, não que eu vá sair espalhando sobre ele por que eu nunca iria fazer isso, gostaria de passar dias assim novamente e é claro que na companhia do Ge. O lanche chegou e comemos calados só de vez em quando fazíamos um comentário, assim que terminamos Ge me levou para casa, estava morta de cansaço apesar de não ter feito nada, fui direto para o chuveiro e deixei a água quente cair por um tempo o que me fez relaxar um pouco, coloquei uma roupa leve e me joguei na cama ela estava tão aconchegante que não resisti em tirar um cochilo. Já havia escurecido quando fui acordada com uns indivíduos falando alto no andar baixo, me olhei no espelho para ver o meu estado até estava bem. Desci as escadas e havias duas pessoas que não conseguia identificar quem eram no fim da escada eu olhei bem e mal pude acreditar aquilo era um choque para mim.

—Mãe, pai o que estão fazendo aqui?— Só pode ser brincadeira, não que não goste deles, mas eles são autoritários demais e acabam passando do limite quando a questão é a minha vida.

—Viemos te buscar querida!— Não é uma pegadinha cadê a câmera

—Como? Há uns meses atrás vocês estavam praticamente falidos e agora vem com essa de me levar embora

—Em casa a gente te explica querida— Se uma coisa que me irrita é dar um sorriso falso para mim, assim como meu pai fazia.

—Não precisa mais ficar— minha mãe disse abraçando meu pai.

—Não quero ir, quero dizer eu comecei a faculdade tenho minhas provas e trabalho não posso largar tudo — Ok, não faço fazendo faculdade, mas em breve estarei.

—Pode fazer no Brasil, tem ótimas universidades.

—Não mãe, você não entende... — agora vou ter que enrolar eles para ficar

—Querida o que eu não entendo?

—Quero terminar a minha faculdade aqui, até eu me acostumar com novos professores vai demorar e, além disso, eu estaria atrasada na matéria o que seria um problema para mim.

—Faça o que seu pai esta lhe pedindo, vamos para casa— ótimo eles vão perder a paciência, pela cara de meu pai não vai demorar muito.

—Ou me deixem terminar e depois da formatura eu volto para o Brasil o que vocês acham?— os dois se entreolharam e conversaram baixo— Por favor?

—Tudo bem querida, mas a sua tia tem dito que não tem se comportado muito bem ultimamente e terá que encontrar um lugar para morar vou dar uma mesada de 2mil. Mas... — tudo se tem os pros e contras, odeio isso— Se descobrir que não está fazendo faculdade...

—Pai não confia em mim, sempre tiver responsabilidade e o senhor nunca duvidou de mim e por que agora vai duvidar?

—Tem razão— uhuu um ponto para mim

Enrolar meu pai era fácil muitas vezes se tornava habito, mas sempre contava a verdade no final. No mesmo dia arrumei as malas só precisava de um lugar. Liguei para a Ann quem sabe poderia ficar até encontrar um lugar.

(Celular on)

—Ann?

—Oi Cah.

—Será que você poderia me ajudar?

—Se estiver ao meu alcance sim.

—Eu posso ficar na sua casa até encontrar um lugar para mim?

—Claro. Mas o que aconteceu?

—Meus pais queriam que eu voltasse para o Brasil, mas eu vou ficar— sorri

—Ok, pode vir para casa.

(celular off)

Liguei para o taxi vir me buscar minha ida demorou uns vinte minutos até a casa da Ann, a noite estava fria e me arrependi de ter colocado a blusa na mala. Na frente da casa o motorista bem que podia me ajudar com as malas, mas nem isso fez além de ter cobrado uma fortuna, que raiva.

—Hey Ann, abre a porta logo está frio aqui fora.

—Calma a chave emperrou, pronto— me deu espaço para entrar— E eu pensava que tinha muita mala, mas vejo que não sou a única— sorriu.

Ann me ajudou com as malas e me levou até o outro quarto vago, depois decidimos sair para comer algo.

—Pizza?— falei do nada, ta virando habito comer pizza.

—Hum que tentação.

Na pizzaria pedimos um de frango com catupiry, ter que esperar é um saco e eu Annie começamos a brincar com todos que entravam depois começou a entrar uns gatinhos ai que desandou tudo, as nossas risadas de descontração ficaram escandalosas para a nossa sorte é que falávamos em português e ninguém entendia.

—Legal a pizza chegou— o garçom serviu um serviu um pedaço de pizza.

—Soube que você e o Ge tem andado muito tempo juntos— Ann disse cortando um pedaço da pizza

—Ah soube é?Quero dizer a gente tem se falado muito depois do show, mas não nada de mais.

—Ah acredito.

—Você está duvidando?— encarei

—sim

—E você e o Bill?— também sei jogar com a mesma moeda.

—Não estamos falando no Bill!

—Também não estava falando do Georg.

—Sei que tem algo entre vocês dois.

—Pois está errada. Não há nada entre nós— joguei o garfo e a faca no prato e Ann começou a rir— Qual a graça agora— falei brava

—Você fez uma careta muito engraçada.

—Idiota— ri

—Você também.

Comemos um pouco mais da metade da pizza e depois fomos embora, sugeri que fossemos a pé, mas Ann estava cansada e não quis ir, garota preguiçosa.

Cah off