Passei o natal com as melhores pessoas que existem nesse mundo foi os melhores dias que eu tive, eu acho. Depois do acidente não conseguia pensar direito sobre tudo, no meu namoro com o Bill, o acidente, a minha vida na Alemanha, o filho que eu acabava de perder são tantas coisas que me deixava atordoada, até chegar á uma conclusão, não é a melhor de todas, mas é a única que eu tenho e se for para o meu bem e para de todos á minha volta é o que eu devo fazer. Bill ficou de vir em casa essa noite, não iria esperar tantas horas assim, me arrumei e chamei o taxi. Na casa toquei a campainha e Tom atendeu, deu um sorriso.

- Olá Ann.

-Oi Tom. Bill esta?- ele me deu passagem e disse algumas coisas até dizer que estava no quarto.

Subi as escadas correndo, bati na porta e entrei, ele me olhava curioso e surpreso por aparecer ali naquele horario.

-Ann- ele veio na minha direção e foi me dar um beijo e simplesmente virei o rosto- O que houve?

-Bill, precisamos conversar- falei seria.

-Claro- me levou ate a cama e me sentei numa poltrona na frente dele- O que é?-demorei alguns segundos até conseguir ter coragem em dizer aquilo, eram as palavras mais difíceis, mas eu tinha de dizer.

-Eu... Eu quero terminar com você! Sei que fez de tudo por mim, mas...

-Espera quer terminar? Não estou entendendo, o que aconteceu? Aquele desgraçado está te ameaçando novamente?

-Não- me apressei em falar- Escuta, não tem nada a ver com ele ok. É comigo, eu só lhe tenho causado trabalho, desde que nos conhecemos, te fiz sofrer muito. E depois desse acidente eu percebi que não poderia ficar assim, você sempre salvando a minha vida e eu ocupando seu tempo...

-Por que?

-Eu já te disse, não é certo isso.

-É sim, se uma vez conseguimos ficar juntos, por que não agora? Ann nunca amei, como eu amo você, não faça isso comigo, já não basta com o Tom, tende ser assim comigo também?

-Com o Tom é diferente, ele tinha tudo e não aproveitou, e você teve a mim, em todos os momentos, mas agora acabou- lagrimas ameaçavam cair

-Você me ama?

-Sim, eu o amo, amo com o mais puro sentimento que se pode ter por alguém.

-ENTÃO POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO? QUE DROGA ANN! SERÁ QUE EU NÃO SOU BOM O BASTANTE ASSIM PRA FICAR COM VOCÊ? COM TUDO QUE PASSAMOS AINDA QUER TERMINAR?- ele alterou a voz, me fazendo encolher no sofá, lagrimas caiam em meu colo

-Bill...- tentei tocar em seu rosto, mas ele virou

-Vá embora, talvez seja melhor assim.

-Bill?- tentei insistir novamente

-VÁI- ele gritou.

Sai de lá correndo ou quase, lagrimas escorriam em meu rosto, não era assim pra terminar, ele tinha que insistir tanto? Não podia apenas aceitar? A minha vontade era de voltar lá e pedir para esquecer tudo e voltar pra mim, mas meu orgulho era maior. Arrumei as minhas coisas, eu ia embora, sim agora era definitivo, e não vou olhar pra trás.

Peguei o primeiro vôo, seria em alguns minutos Caah tentou me convencer a ficar, tinha metido na cabeça que ia e não há nada que me faça mudar, alguns minutos depois estava embarcando e depois estaria em casa.

Já no Brasil, chamei o taxi e fui para casa, minha mãe e meu pai ficaram surpresos com a minha volta, eu entrei sem ao menos explicar o motivo, queria apenas deitar na minha cama e esquecer tudo.

Fechei os olhos e adormeci

 [Bill on]

Como ela pode fazer isso comigo, pensei que ela se importasse comigo, talvez não, talvez ela só queira a fama por estar namorando um Kaulitz, assim que ela saiu Tom apareceu no quarto, sem entender nada me abraçou, coloquei a cabeça em seu ombro, molhando sua camiseta. Agora era a vez dele me consolar que tragico a minha vida.

-Tudo bem Bill- abracei ainda mais.

-Ela me deixou... - falei num sussurro

Ele ficou ali comigo até conseguir me acalmar, estava cansado e acabei adormecendo no colo do Tom, que deveria ter me deixado na cama e ter me coberto, sei que quando acordei minha cabeça doía e muito, peguei o telefone e liguei para a Caah precisava saber da boca dela a verdade, esperei até que ela atendesse.

-Caah, apenas me escuta.

-Não me escuta você, não deixe que ela faça o mesmo que fez com o Tom. Bill ela te ama, e esse amor é tão grande que ela é capaz de te deixar apenas para não te fazer sofrer com os problemas, e sei que Ann é uma cabeça dura, por favor, se você realmente a ama, então vá atrás dela e termine com isso tudo.

-Mas eu nem sei onde ela está!

-Ela foi embora assim que voltou da sua casa, ela voltou para o Brasil...

Não esperei Caah terminar e fui para o aeroporto, comprei a passagem do próximo vôo, que seria só no próximo dia. Ter de esperar foi uma eternidade, eu ia para o Brasil, mas o que eu iria dizer a ela? Droga nem a casa dela eu sei onde é. Eu ia ligar para a Caah, mas acho que ela foi mais esperta me mandou o endereço por mensagem, ela leu a minha mente, finalmente a chamada do vôo

[Bill off]

Desci as escadas, a casa estava vazia como sempre, andava sem rumo e sem direção, liguei a TV e fiquei mudando até deixar na MTV algo me chamou a atenção, passava a noticia do meu acidente e logo mudei na queria lembrar- me disso. Peguei o telefone e disquei alguns números.

-Alô, Will?

-Ann? Pensei que estivesse na Alemanha- ele disse surpreso.

-Sim, acabei de chegar e estou tão sozinha nesta casa, será que não gostaria de fazer companhia para uma velha amiga de infância?

-Ok, em dez minutos eu apareço ai.

Sentei no sofá e esperei que ele chegasse, fui até a cozinha ver se tinha algo na geladeira, e retirei uma garrafa de suco, a campainha tocou.

-Will- pulei em seu pescoço- Que saudades de você.

-Hey, calminha ai, ainda quero viver- depois eu percebi que eu estava apertando-o.

-Desculpa- sorri.

-Então? O que lhe trouxe você para o Brasil?

-Ahh é uma longa historia- me virei e voltei ao sofá e ele me seguiu.

-Quer me contar?

-Acho que não- deitei no seu colo, só de me lembrar deu um aperto em meu peito- Will dorme aqui comigo? Não quero ficar sozinha.

-Claro Ann.

Ficamos a tarde toda conversando, matando a saudades, William era o meu melhor amigo, eu o conheci no meu primeiro ano na escola, e nunca mais nos separamos, era sempre Will, Caah e eu, sempre nos três, quando o pai de Will morreu, era como se uma parte de mim fosse junto, eu adorava o John, ele sempre agradável, dócil e um amor de pessoa, Will que sempre foi apegado a ele sentiu tanto que quase entrou em depressão, ver ele daquele jeito era doloroso para mim, esse foi um dos momentos que eu realmente ajudei alguém.

Já estava tarde não estava com vontade de cozinhar, liguei na pizzaria e pedi uma pizza de frango, depois que comemos, assistimos filme e depois fomos dormir.

No dia seguinte acordei com alguém batendo na porta do quarto, nem levantei de tanta preguiça, senti que sentaram na cama, abri os olhos e me deparei com um rosto na minha frente.

-Bom dia.

-Bom dia, Que horas são?

-Dez horas, seus pais não foram trabalhar hoje, segundo eles vão ficar aqui para matar a sua saudade- olhei com que ele tinha acabado de dizer. A tá, até parece isso.

-Mesmo?- ele assentiu com a cabeça.

Will pegou uma caixa de sapato e abriu, havia varia fotos de quando era pequenos, deitei em seu peito, era como eu costumava fazer, ouvi passos e depois sumiram, acho que era minha mãe.

[Bill on]

Parei em frente a uma enorme casa, ela era branca com um pequeno jardim ao lado, naquela rua só se via casas de luxos, será que a Caah mandou o endereço certo? Ann nunca me disse da sua vida financeira, talvez ela queria nem comentar sobre isso.

Toquei a campainha e vi uma mulher com roupa social parado a minha frente, ela mantinha uma cara seria e meio desaprovadora, talvez seja por causa das minhas roupas, ela arqueou a sobrancelha.

-Ann está?

-Sim. Você quem é?- Já nem sei mais o que eu sou, se sou o Bill de antes ou outro...

-Bill... Bill Kaulitz, eu conheci Ann na Alemanha.

-Hum, entre- ela sorriu- Pode subir as escadas, ela está na terceira porta a direita.

-Obrigada.

Subi as escadas e fui olhando as portas, até chegar num com o nome dela, ouvi vozes, e quando olhei, ela estava deitada na cama com outro. Como ela pode? Dizer que me ama e estar já assim, suas palavras eram tão falsas como a de Tom com as mulheres.

Sai de lá sem ao menos despedir- me da mulher, peguei o primeiro taxi que estava passando na rua, fui para o hotel que tinha me hospedado a alguns minutos antes, tirei o celular do bolso e disquei alguns números.

-Você estava errada, sobre tudo, ela não me ama.

-Ouviu isso da boca dela?

-Não, eu a vi com outro na cama, quero dizer, ela estava abraçada com outro, bom, mas eu não quero saber disso, ela que seja feliz com ele, eu vou embora, desisto, desisto de tudo, do meu amor, da Ann...

[Bill off]