O Retorno do Guarda-roupa. escrita por gabriel_mello


Capítulo 6
Capítulo 6 - A Armadilha.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, andem meio ocupado ;/ Mas já está ai, espero que gostem:



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A visita que Gabriel recebera era muito estranha: Uma mulher com cabelos verdes, a cor de sua pele era vermelha, e parecia furiosa. Gabriel ainda dormia quando ela entrou na cabana. Ela mal cabia lá dentro. Teve o cuidado de não fazer barulho algum. Mesmo assim, ao andar, fazia um barulho de folhas ao vento. De algum modo, soltou um odor tão forte, que o menino acordou. Ele levantou-se num salto. Procurou a sua espada e não achou.

– Acalme-se! – ordenou a mulher. – Não vamos falar alto, está bem? Sua irmã corre perigo, então se não quer que ela morra, faça tudo o que eu mandar.

– O que fez com ela? – gritou Gabriel.

– Cale a boca! – ordenou a mulher, sem gritar, mas ferozmente.

– O que é você?

– Sou uma árvore, e tenho um aviso para você. Um aviso do rei.

– O tal rei, idiota, anão?

A árvore lhe olhou com mais fúria do que já parecia ter. O menino abaixou os olhos, então ela continuou:

– O rei manda avisar que está com sua querida irmã, Maria. Mas ela não interessa a ele. Se você quiser, ele está disposto a trocar a vida dela, pela sua. Caso você não aceite, então ele virá atrás de você, e matará não só a menina, como a você também. Pense bem, é melhor sua querida mãe perder um filho, do que dois.

– Como vou saber que não está mentindo?

– Procure a menina onde quer que seja. Não vai achar. Ah! Não conte a ninguém. Se contar, eu vou saber, e sua irmã ficará caolha.

– Vou procurá-la mesmo! Caso esteja falando a verdade, onde encontro o tal rei?

– Me encontre no fim do acampamento depois de se certificar de que estamos com a garota. Vou levá-lo até ele.

Gabriel sentiu vontade de pular em cima daquela mulher. Mas nem parou para pensar. Correu para fora da barraca. O acampamento não era grande, tinham apenas três barracas que montaram as pressas: Uma para Gabriel descansar, a segunda para Maria – que não quisera –, e a terceira, para montar o plano de ataque. Os outros trabalhavam do lado de fora. Alguns pareceram notar a preocupação no rosto de Gabriel, mas este andava tão depressa que nem deu tempo de perguntar nada. Não acharam estranho, pois achavam que ele estava apenas atrás do grupo que fora visitar o vilarejo de humanos.

O menino procurou a irmã por toda a parte. Não achou nada. Lembrou das palavras da árvore: “sua irmã ficará caolha”. Estremeceu com a idéia. Tendo certeza de que Maria não estava no acampamento, ele correu para o lugar marcado, onde encontraria a árvore. Ela já o esperava, com um sorriso que não o agradou nem um pouco. Um sorriso que significava “Viu como estou certa?” mas também significava “Você está ferrado”. Lá no fundo, Gabriel sabia que não era o certo a fazer, mas enquanto caminhava, de má vontade, até a mulher estranha, ele sentiu uma fúria imensa. Estava indignado com Aslam. Onde estava esse tal Aslam, que prometera proteger ele e sua irmã? Onde estava quando mais precisava dele? Achava agora que esse tal Aslam não existia coisa nenhuma. Queria nunca ter vindo para esse lugar, sentiu ódio até mesmo das criaturas de Nárnia. Fechou as mãos com tanta força, que quando voltou a abrir, doeram.

– Vamos logo! – disse a árvore.

Ela o guiou por um caminho muito ruim de caminhar. Não havia trilha, apenas árvores, e mais árvores por onde quer que olhasse. Para não tropeçar, Gabriel apoiava-se nas árvores que quase não tinham espaço de uma para outra. Depois de meia hora, não ouvia-se mais ruído de água corrente. Provavelmente estavam no meio da floresta, ali ainda nevava (bastante na verdade). O que dificultava ainda mais a viajem.

Logo depois, já se via um espaço sem árvores. No meio do espaço havia uma pequena casa. Estava mais para um chalé. Abandonado, escuro, e um anão esperava na porta.

– Vá até lá! – deu mais uma ordem a árvore. Gabriel passou a frente. Quase chegando perto do anão, teve medo, buscou o rosto da árvore, queria saber se ela sentia algum medo do rei, ou se estava a vontade. Mas a árvore sumira. Isso tirou o resto de coragem que o garoto ainda tinha. Mas ele precisava. Pela irmã. Lembrou-se a si mesmo de que o rei era apenas um anão. Criou coragem de novo e, sem olhar para o anão na porta, entrou no chalé. Só ao entrar, notou que fizera uma burrice. Deveria ter checado onde colocara sua espada, antes de ir encontrar-se com o inimigo. Não lembrava onde colocara. Achava que havia sido num lugar muito obvio, só não fazia idéia de onde seria.

Ao se deparar com o rei, tomou um susto. Não metia medo, mas seu ar era tão superior, que não conseguiu encará-lo por muito tempo. O chalé era iluminado por algumas velas, mas ainda assim era escuro. Examinou cada canto da casa. Maria não estava lá.

– Ela não está aqui – sussurrou Gabriel, mas audível o bastante para o rei.

– Você está certo – respondeu o rei. – Ela não está aqui. Você caiu na minha armadilha. O caso, é que eu não vou deixar você roubar o meu trono! EU SOU O REI! – o rei levantou-se da enorme cadeira que sentava e deu uma tapa na face de Gabriel. Gabriel ia dar-lhe um soco, mas dois guardas anões o seguraram em cada braço. Gabriel sentiu as lágrimas caindo. Humilhado, arrependido, só tinha vontade de que, qual quer que fosse o plano do rei, acabasse logo.

– Matem-no! – ordenou o rei virando a cara e abanando a mão, como um sinal de “andem logo”.


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Notas finais do capítulo

Ficou muito pequeno? Eu tava sem muito tempo pra escrever nessa madrugada, mas o próximo vai ser melhor. Comentem =)



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