Never think – Robert
Pattinson

Bonus Tn’L (EDWARD’S
POINT OF VIEW)

2006

Eu fechei meus olhos, e me deixei
consumir pelos soluços de um choro mudo, somente por um momento.

Eu estava fazendo o certo e sabia
disso, mas saber não fazia doer menos.

Nem em mim, nem nela.

Eu ouvia Bella entrando em desespero
atrás de mim, eu podia ouvi-la me procurando ao redor da floresta, mas eu não
podia voltar. Eu não podia fazer isso com ela.

Respirei fundo tentando só, não pensar.

Essa seria minha solução, simplesmente nunca pensar em Bella ou qualquer coisa
que a envolvesse. Eu me afogaria em distrações, eu daria a volta ao mundo
milhares de vezes se necessário.

Eu sabia que nunca a esqueceria, mas a
minha dor não era comparada a dor que eu estava evitando que ela tivesse, a dor
de saber que perdera a vida comigo, a dor de saber que havia perdido todo um
futuro somente para ficar comigo. A dor de saber que, no final, não havia
valido a pena.

Eu não a deixaria ter essa dor, não
deixaria que ela cometesse o maior erro de sua vida, mesmo que agora ela me
ame, os humanos são volúveis e... eles mudam de idéia o tempo todo.

Dali a algum tempo, e eu não digo agora
ou logo, mas algum dia ela vai superar isso tudo, vai me superar, e me agradecer por tomar essa decisão por nós dois.

Por ter salvo sua alma que, por pouco,
ela simplesmente não jogou fora em um futuro incerto e cheio de dores e coisas
ruins.

Fechei meus olhos novamente, sabendo
que mais cedo ou mais tarde, ela veria que, eu fiz aquilo tudo por ela e que,
por mais doloroso que fosse para nós dois, ela iria superar, iria se apaixonar
novamente, se casar, ter uma família e ser feliz. Ser realmente feliz, como eu sei que nunca vou ser.

Eu respirei fundo, novamente tentando não pensar na minha própria dor,
tentando evitar sentir a dor aguda que insistia em fazer meu coração, que eu
julgava morto,sangrar e palpitar tanto quando o de um humano que lutava nos
últimos segundos de vida.

Me deixei cair no chão da floresta, me
escorando em uma arvore e, como se isso fosse libertar toda a dor e frustração,
gritei o mais alto que pude, sabendo que mesmo assim, ninguém me ouviria.

Eu já estava longe de Forks, longe de
qualquer civilização, e só por isso me deixei desabar em um choro desesperado e
sem lagrimas.

Me deixei levar pela dor e pela
tristeza, me deixei levar pelo buraco que agora habitava meu peito, me deixei
pensar na falta que ela já me fazia, me deixei pensar em seus lindos olhos
chocolates tristes e manchados por lagrimas.

Eu gritei de novo, de novo e então de
novo.

Me deixei cair na terra e me
encolhi,abraçando meus joelhos como uma criança triste.

Só que, eu já não era mais criança a
muito tempo e eu já colhia as conseqüências dos meus atos, eu já sabia que iria
sofrer, eu sabia que iria morrer por dentro.

Mas no momento, eu só queria voltar lá
e implorar para que ela voltasse pra mim, queria me jogar em seus braços e
pedir perdão para o resto de seus dias.

Queria te-la comigo,aqui e agora.

Então a razão tomou conta de mim de
novo, quando eu já estava de pé e quase correndo de volta para Forks, eu me
lembrei do porque e tudo isso. Eu me lembrei do porque eu estar deixando para
trás toda a minha vida, e a única razão para eu viver.

O motivo de eu estar abandonando tudo o
que eu tinha.

Porque enquanto eu tinha tudo com ela
ao meu lado, ela não tinha nada.

Ela não tinha uma simples visão de
futuro certo, mesmo em seus mais secretos desejos, - o de se tornar um monstro
como eu -, ela poderia morrer no meio do caminho.

Comigo ali, Bella era uma pessoa sem
rumo, mas sem mim, ela podia ter tudo o que quisesse.

Um outro amor, uma família, uma vida
saudável, estável e feliz.

Sem mim ali, a maior preocupação de
Charlie seria algum namorado mais abusado, que se machucaria ao tentar entrar
pela janela. E não um vampiro sedento que, a qualquer momento poderia por um
fim a vida de sua única filha.

Novamente, eu respirei fundo e fechei
os olhos, sem nem tentar segurar o soluço que veio forte.

Engoli em seco e corri, corri mais
rápido do que nunca, corri para longe, um lugar desconhecido que não me
lembrasse ela, algum canto intrincado do mundo que não tivesse nada que me
lembrasse Isabella Swan, por mais que eu nunca fosse esquece-la por tempo
suficiente para precisar ser lembrado.

Eu queria simplesmente sumir, mas
infelizmente, era impossível.

Eu cogitei a hipótese de morrer, por um
segundo apenas antes de lembrar de Esme, Carlisle, Alice, Jasper, Emmett e até
Rosálie, a minha família, e pessoas que sentiriam a minha falta.

Eu não podia ser tão egoísta.

Resolvi então, somente me afogar em
minha própria dor, continuar vagando mundo afora e só... tentar me distrair de
algum jeito.

Afinal, ela estava bem, e por hora, isso
bastava.

.

.

.

.

.

3 semanas depois

Eu estava com Carlisle e os outros
novamente, embora eu estivesse sempre longe e perdido em mim mesmo, eu tentava
pelo menos não ser egoísta a ponto de afastar as pessoas que me amavam, de mim.

Estávamos em mais uma escola sem
importância, em uma cidade sem importância, em um estado sem importância e um
país com menor importância ainda.

Estávamos como sempre sentados juntos
em uma mesa redonda do enorme refeitório, eu estava de frente para a janela,
com Emmett a minha direita,seguido por Rosálie e então Jasper, com Alice
fechando o circulo.

Os pensamentos eram os mesmos, Emmett
pensava em lutas e “comida”, Rosálie nela mesma, e Jasper mantinha a atenção
nas emoções alheias.

Alice, diferente dos outros, era a
única que parecia não ter superado a separação de Bella. Ela não sentia nem um
terço da minha dor, mas ainda sim, sentia imensas saudades da amiga querida.

Ela estava relembrando alguns momentos
das duas juntas, e algumas visões que acabaram não se concretizando, e eu
estava prestes a mandá-la parar de pensar em Bella quando fui pego por uma
frase conhecida.

“─Quem é o de cabelo ruivo?

─É o Edward. Ele é lindo,é claro,mas não perca seu tempo. Ele não
namora. Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele.”

Da primeira e ultima vez que eu ouvira
essa frase, eu encontrei o amor da minha existência, e mesmo sabendo que não
era ela e que eu reconheceria sua voz em qualquer lugar, não controlei o
impulso de virar para trás e checar se realmente não havia nenhum par de
intensos olhos chocolates.

Mas meus olhos somente encontraram com
um par de olhos azuis pálidos, e logo depois os pensamentos da loira dona deles
encheu minha mente.

“Oh Deus, ele está realmente olhando para mim? Há, e Anna falou
que ele não namorava, é o que vamos ver!”

Soltei uma respiração pesada e tentei
não pensar em decepção,balancei a cabeça e me levantei saindo calmamente do
refeitório para que já fora dele, pudesse sair correndo sem direção.

.

.

.

Horas depois, quando estava voltando a
nossa casa, parei abruptamente uma rua antes, ouvindo sons de briga vindos de
lá.

Alice gritava com Jasper entre soluços,
enquanto este, de cabeça baixa, parecia concordar com tudo que ela falava.

Não precisei de muito para ver que
éramos os únicos vampiros no quarteirão, e iria seguir o exemplo dos outros e
dado privacidade a eles e não tivesse ouvido meu nome.

─[...] E Edward Jasper? Você sente o que ele tem passado não é? Ou
seu dom tem falhado? Eu não agüento mais Jasper! Não agüento mais sofrer e ver
meu irmão sofrer sabendo que o culpado de tudo só assiste dos bastidores! Você
consegue imaginar como Bella deve estar? Eu vi Jasper, eu vi Bella se afogando
em dor, e saber que tudo isso foi culpa sua... isso me mata Jasper.pouco a
pouco, isso me mata por dentro. Então só... desculpa, mas eu vou embora. –
dizia Alice entre soluços agoniados.

Jasper resolveu intervir nessa hora,a
segurando pelo pulso.

─ Não Alice, você tem que ficar... é melhor eu ir embora, afinal,
eu fui o culpado de tudo isso e... não posso causar mais dor a vocês.

Suas mentes estavam embaçadas e
embaralhadas, pela mente de Alice, eu vi Jasper saindo pela porta, então
descongelei, vendo que tinha de fazer alguma coisa.

Entrei correndo na casa, vendo uma
Alice caída ao chão, soluçando em um choro seco.

Eu a abracei.

─ Eu vou atrás dele, vocês estão sendo equivocados.– eu disse, a deixando ali e correndo porta afora, somente a tempo
de ver que não havia mais como detê-lo, Jasper sequer havia deixado um rastro,
já que pegara o carro.

Foi nesse dia que Alice passou a entender
melhor o que eu sofria, embora não totalmente.

Foi nesse dia que eu me senti culpado
pela infelicidade de mais duas pessoas.

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.

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.

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4 meses depois

Naquele dia, eu e Alice estávamos
sentados na sala, olhando para o nada e tentando não pensar em nada, embora
fosse impossível.

A tristeza havia afeto os poderes de
Alice, e eram poucas as coisas que ela via claramente. Por mais que não
quisesse, tudo em que ela conseguia se concentrar era Jasper, mas mesmo assim,
o Maximo que ela conseguia ver era o borrão de seus cabelos loiros misturados
com outras coisas.

Mas não naquela tarde.

Eram pouco mais de meio dia, e a neve
de janeiro caia do lado de fora da janela do lado de fora da casa de Carlisle
no Alasca, quando os olhos de Alice saíram de foco,e conseqüentemente os meus
também.

“ Eu estava em um cemitério, a minha frente
estavam meus antigos professores da FHS, algumas pessoas que eram obviamente da
tribo Quileute de La Push e quase todos os meus ex-colegas.

Bem à frente ao tumulo, estavam Billy e Jacob Black, o melhor
amigo de Charlie e seu filho.

E quando cheguei mais perto, para poder ler o que dizia na lapide,
eu ofeguei e solucei ao mesmo tempo.

“Isabella Marie Swan

*13 de setembro de 1987

┼19 de janeiro de 2007

Nunca esqueceremos você,Bella”

Assim que a visão acabou, eu e Alice
nos olhamos e nossos dolorosos soluços aumentaram.

Ela havia morrido.

Bella se foi, para sempre.

Minha Bella morreu.

E foi só nisso que eu consegui pensar
nesses quase cem anos que se passaram,estas foram as palavras que habitavam
minha mente por todos esses anos, as palavras que me matavam um pouco mais a
cada dia, as palavras que me diziam que o mundo já não valia mais a pena.

Isso, até agora.

Por que ela não morreu, não de verdade.

Bella agora era uma vampira, mas pelo
menos estava viva.

Ela estava, ao que tudo indicava,
feliz.

Ela parecia feliz, talvez ainda um
pouco tímida como sempre fora, com alguns traços de ansiedade pelo fato de nos
encontrar depois de todos esses anos. Mas ela ainda parecia estar feliz,
realizada.

E com Jasper.

Eu não sabia o que “estar com Jasper”
implicava, e eu tinha medo de saber, assim como Alice. Mas eles estavam vivendo
juntos, tinham alianças e plena confiança um no outro. Eles pareciam se
conhecer como ninguém, e pareciam manter contato visual o tempo todo.

Ao que parece, “estar com Jasper”
significava mais do que eu e Alice desejaríamos, mas essa não era uma escolha
nossa.

Havia um lado meu, que estava feliz por
Bella estar feliz, por saber que esse tempo todo ela estava bem, e tinha alguém
cuidando dela, alguém em quem eu mesmo confiava.

Mas havia outro lado meu que ainda
estava morrendo, na mesma velocidade que estava antes de encontrar ela e Jasper
no estacionamento da velha Forks High School, um lado que se corroia de ciúmes,
e definhava por saber que ela estava feliz nos braços de outro.

Este meu lado via beleza em uma imagem
de Jasper desmembrado. Mas eu conseguia controlar essa parte.

Eu só não sabia, se conseguiria
controlar as duas partes juntas.

O meu coração.