“Aizen acordou e decidiu deixar Kazume dormir mais um pouco. Arrumou-se e sentou-se ao lado dela no futon. Estranhou, essa hora ela já estava acordada. Colocou a mão no ombro dela e a balançou para acordá-la.

  A imagem dele se formou ao abrir os olhos, mas logo os fechou novamente. Aquela manhã não se sentia bem e nem sabia o motivo. Só sabia que não estava bem nem para manter os olhos abertos.

  O moreno levou a mão à testa da garota por intuição e concluiu que pela quentura estava com febre. Achou estranho, ontem ela estava tão bem... O que deu nela para ficar assim?

  – Sousuke-kun... Não me deixe sozinha... – pediu abrindo os olhos um pouco e os fixando nele.

   – Está doente...

  A garota levantou-se forçando o seu corpo a obedecer e se acomodou nos braços dele. Podia ouvir o coração dele acelerado e não ia negar que o seu estava nas mesmas condições. Ergueu o rosto e deparou-se com a boca dele perto da sua. Não se intimidou e a tocou com seus lábios quentes por causa da febre.

  Aizen não sabia o que fazer. Com certeza ela estava fazendo aquilo inconscientemente, mas sentia grande necessidade em retribuir. Sentiu-a pedindo passagem e se rendeu. Entreabria os lábios retribuindo o inconseqüente beijo. A deitou gentilmente no futon enquanto ainda a beijava. Sua consciência parece ter despertado e voltou a si.”

  Sentou-se na cama ofegante e um pouco suado. Olhou para o futon ao seu lado e o viu vazio. Passou a mão na testa limpando o suor. Soltou um suspiro e voltou a deitar.

  Sentiu seu travesseio um pouco alto e alguns fios de cabelos caíram sobre sua face. Levantou o olhar e deparou-se com Kazume o olhando. Seu rosto queimou ao vê-la tão perto. Rapidamente se levantou e a encarou sem jeito.

  – Você está bem, Sousuke-kun? – aproximou-se um pouco sem saber que o deixava desesperado. – Me assustou...

  – Está tudo bem. Eu só... – o sonho veio a sua mente e o impediu de continuar.

 – Pára de me assustar! – ela gritou desesperada. – Ah! Quero te avisar que já estou indo para a Academia. – levantou-se. – Descanse, viu? – e saiu casa afora.

  – Kazume-san... – levou a mão à testa. – Foi só um sonho... – voltou a deitar-se e não demorou a dormir.

  “Nunca se lembrara de ter visto Kazume tão bonita. Ela havia se transformado numa bela mulher. Seu coração batia descompassado e sua boca ansiava pela dela. Ela vinha em sua direção e não conseguia esboçar nenhuma reação. Estava estático.

  Os cabelos balançavam quando andava e agora que reparou que estavam longos. Foi surpreendido por um abraço que podia jurar que fora malicioso.

  Não sabiam onde estavam, mas o que importava era que não havia ninguém. Seu haori era abaixado, enquanto seu laço ia sendo puxado, deixando a parte de cima de seu shuhakushou livre para ser tirada. Foi tão rápido que quando viu estava sem ela, assim como a calça.

  Kazume estava na frente dele, esperando que ele fizesse o mesmo com ela. Pegou as mãos dele e as levou até o obi de sua yukata verde-escura que geralmente usava para dormir.

  Aizen puxava-o deixando a yukata completamente aberta. Enfiou as mãos por dentro e a fez deslizar até chegar nos pés da jovem. Admirava o belo corpo a sua frente, nunca imaginou que fosse tão perfeito. Num gesto rápido a puxa para perto e a beija enquanto uma mão acariciava a nuca da moça e a outra fazia uma leve pressão para que ela colasse mais em seu corpo.

  Sentou-se num sofá e ela sentou-se em seu colo abrigando de uma vez seu membro rígido. Começou a movimentá-la enquanto distribuía beijos ardentes por todo o corpo da jovem...”

  Kazume chegou a casa e estranhou. Aizen não apareceu em Seireitei e com o desespero em que se encontrava abriu a porta do quarto e o viu dormindo.

  Ele se remexia no futon e suava. Aquilo começou a assustá-la e a fez aproximar-se, o que foi um erro: Aizen acordou do nada e acabou trombando com ela que acabou caindo deitada no chão. Ele no susto acabou caindo por cima dela. Arregalou os olhos e sentiu seu rosto queimar pela aproximação e pelo fato que aquela posição não era nada legal.

  – É o segundo susto que me dá, Sousuke-kun... – ela parecia não ligar, mas a frase acabou saindo num sussurro.

  – Desculpe-me... Não tenho dormido direito à noite... – deu-se conta e saiu de cima dela. – Como foi hoje? – puxou assunto para esquecer tudo aquilo.

  – Foi a mesma coisa, mas teve uma coisa boa: ninguém me olhou torto hoje! – sorriu feliz. – Bem, eu já volto! Vou tomar banho... – levantou-se e entrou banheiro adentro.

  – Isso... E fique aí por bastante tempo... – desejou do fundo de sua alma. Tinha que parar de pensar nela, mas nunca achou que uma garota de doze anos pudesse fazer aquilo com ele. – Está errado... – deitou-se novamente e tapou o rosto com as mãos, suspirando.

  Kazume voltou e sentou-se no futon. Observava-o intensamente.

  “Seja o que está afetando o Sousuke-kun, não me parece bom...” – pensou deixando seu corpo cair no futon.

  Por fim, ele a escuta ressonar e a olha de canto, ainda tapando o rosto com as mãos. Se ela fosse mais velha tudo bem, mas não! Era uma criança! Sim... Era uma criança. Para os outros, mas para ele não mais.

  Decidiu que não iria mais ter sonhos indecentes, estava se sentindo até culpado. Lutaria para esquecer o primeiro sonho, mas o segundo ele já não fazia tanta questão assim...

 CONTINUA...