Entre o Amor e a Mentira escrita por With


Capítulo 21
Capítulo 21 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores, tudo bem?
Bom, desculpem pela notícia, mas este é o final da fic. Não tinha mais como esticar, então ela se encerra aqui.
Obrigada a todos que acompanharam, comentaram e silenciaram. Espero vê-los em breve. A todos um beijo grande e um abraço apertado. Mais uma fic finalizada!
Espero que gostem e boa leitura!



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Entre o amor e mentira

Capítulo 21 - Decisões


Os olhos duelavam, não acreditando que ele havia feito mesmo aquilo. Aizen perguntava silenciosamente como ele conseguiu fazer aquilo. Será que não teve medo de feri-la? A espada do taichou do Décimo Terceiro Esquadrão adentrara em si com total força, porém aquilo não fora o suficiente para matá-lo. Através da katana de Ukitake, Aizen podia sentir a dor que ele sentiu e ainda sentia depois de tanto tempo. Um sorriso irônico tomou seus lábios. Estava entendendo alguém pela primeira vez na vida, de forma antes jamais pensada.

Sempre lutou por aquilo que queria, sem se importar se passaria ou feriria alguém e, para ter Kazume não foi diferente. Tudo a sua volta girava ao redor dela e, quando se viu deixado de lado, todas as negatividades afloraram. Estava disposto a não perdê-la, mas de que adiantou todo seu esforço?

Kazume ainda estava presa a ele, porém não era capaz de elevar os olhos e encarar todos ali. Aizen tinha razão, ela era mole demais. Mas, jamais conseguiria feri-lo mais do que isso. Por mais que ele tivesse trago coisas ruins em sua, ainda sim, via-o como o homem que lhe devolveu tudo. Aos poucos, afrouxou o abraço e deixava-se cair. Os olhos turquesa apenas viram o rosto de Ukitake embaçado e logo caíram em escuridão.


(...)


O shuhakushou embebido de sangue fora tirado de seu corpo e uma yukata branca tomou-lhe o lugar. Seus ferimentos já haviam sido tratados e tudo o que conseguia pensar era como estavam todos. Não vira o que acontecera com Aizen, porém ainda sentia o resquício de sua reiatsu.

Correu os olhos pelo quarto e não precisou de explicações para saber que estava no Quarto Esquadrão, onde tudo começou e, saber que estava sozinha. Aparentemente. Sentou-se, sentindo uma pontada de dor e algo quente escorrer. Encostou-se, e a voz que tomou seus ouvidos a fez estancar:

– Ainda não deveria se mover. – Unohana a olhava com olhos ternos, diferentes daquela vez em que a vira na sala de Aizen. – Seu ferimento não foi totalmente curado. – a médica aproximou-se com um sorriso.

Kazume nada disse, apenas continuou observando seus movimentos. O que era aquela súbita mudança? Levando em consideração a situação passada, não duvidaria que ela aproveitasse a oportunidade de estarem a sós para fazer-lhe algo. Mas, o que via nela já não era ódio ou ciúmes.

– Kazume-san, acho que lhe devo desculpas. – Unohana disse, sentando-se no banquinho ao lado da cama. – Sabe, eu nunca, em toda minha vida, agi daquela forma. Sinceramente, não sei o que me fez agir...?

– Seu amor por Ukitake. – Kazume atropelou a frase dela, sem reação aparente. – Fazemos coisas que não queremos por amor. – a última frase saiu em um tom magoado. – Não me deve nada, Unohana-Taichou.

– Mesmo assim, gostaria que aceitasse minhas desculpas. A última coisa que quero é atrapalhá-la.

Seria impossível Kazume não aceitar. Seu maior defeito era perdoar facilmente as pessoas que a prejudicaram, como perdoou seus pais adotivos. Sorriu simples, aceitando as desculpas da taichou. Não a culpava de nada, mas ela não precisava saber o quanto a odiou.

– Posso entrar? – uma voz ao fundo chamou-lhes a atenção.

– É claro, Ukitake-taichou, eu já estava de saída. – Unohana levantou-se, abandonando o quarto e fechando a porta.

O silêncio reinou, mas nenhum dos dois atrevia-se a quebrá-lo. Era um silêncio até bom, como se ambos estivessem descobrindo os segredos do outro. Porém, não havia nada do que não soubessem. Tudo tornava-se claro com um simples olhar ou gesto.

Ukitake sentou-se na beirada da cama, permitindo que uma de suas mãos tocasse o rosto da jovem, que fechou os olhos perante a ação do amado. Sim, amava Ukitake e mesmo que se dedicasse a esquecê-lo, ele nunca cairia em esquecimento. De súbito, seu corpo foi puxado e viu-se colada a ele. Ah! Que saudade tinha daquele calor. Os braços do taichou a envolveram e a jovem fukutaichou permitiu-se fazer o mesmo.

– Fiquei com medo... – Ukitake disse, num sussurro. – Por que sempre me dá sustos desse jeito?

– Desculpe-me... – a moça afundou o rosto do peito do taichou. – Mas, já era hora de parar.

– Tem razão... – afastou-a um pouco de si, apenas para ter visão do belo rosto. – Kazume-san, está na hora de se decidir. – talvez estivesse cedo, porém não podia esperar mais. Estava preparado para tudo, até mesmo para ouvir que não seria com ele que ela ficaria. – Chega de adiar...

– Pode me dar um tempo? Prometo não demorar.

– É claro.

Sem dizer mais nada, Kazume levantou-se e seguiu porta afora. Estava a procura de um certo alguém e sabia onde encontrá-lo. Seguiu pelo caminho conhecido, longe dos esquadrões de Seireitei. Sabia que ele não estava lá, depois da confusão era mais do que justificável que não estivesse.

Sentiu a grama macia sob seus pés e seguiu, com o olhar fixo na porta de entrada da enorme mansão. Adentrou-a, dirigindo-se para o quarto que ocupou. Deslizou a porta, vendo Byakuya com Toushirou nos braços, como sempre. Sorriu, enquanto se aproximava sem fazer barulho. Ele ficava lindo como pai e, no fundo de sua alma, desejava que continuassem assim.

– Finalmente, Kazume-san. – Byakuya volveu-se a ela. – Pelo visto, vejo que já se decidiu. – temia aquela profunda certeza, mas aquilo não duraria por mais tempo. Conhecia muito bem os verdadeiros sentimentos da jovem fukutaichou.

– Sim, Byakuya, eu já me decidi. – diminuiu a distância entre eles, ficando dois passos em frente a ele. Abaixou os olhos, sem coragem de encará-lo, porém o taichou ergueu seu queixo, forçando o contato.

– Quero que olhe para mim. – disse terno, porém com mágoa escondida. – E também, quero a verdade, sem enrolações, Kazume. O que decidiu? – não se aguentava de curiosidade.

– Eu decide que... – achou que seria fácil, mas com os olhos acinzentados penetrados nos seus turquesas, tudo se tornou difícil. – ...Que darei uma nova chance a minha relação com Ukitake. E quero agradecê-lo por tudo. Obrigada, Byakuya-taichou. – curvou-se em respeito e logo se ergueu.

Byakuya ficara triste, porém ela sempre amou e pertenceu a Ukitake. Jamais poderia ocupar o coração da jovem, dois não cabem no mesmo lugar. Sorriu-lhe, entregando-lhe Toushirou.

– Então, é melhor se apressar. – disse desta vez com tom sério, quase frio. – O que fiz não foi nada, não me agradeça. Vá, há pessoas que estão a sua espera.

– Byakuya-taichou... – Kazume pensou em falar alguma coisa, mas deixou para lá. Deu-lhe um sorriso e deixou o quarto, disposta a voltar para onde sempre pertenceu.

Uma mão pousou amigavelmente no ombro do Kuchiki e este olhou-o o avô com surpresa.

– Estava ai?

– Sim. – suspirou cansado. – Mais um amor perdido? – declarou com tristeza.

– Não. Este amor eu nunca tive. – volveu-se ao avô, sem fazer desfeita do gesto de carinho. – Voltarei a meu esquadrão. Mande alguém esvaziar o quarto. – curvou-se em despedida e caminhou para a saída.


(...)

Ukitake voltara a seu esquadrão, lendo os inúmeros relatórios que deixara inacabados por causa da preocupação com Kazume. Pensando nela, onde poderia ter ido? Não era uma pergunta cuja resposta fosse impossível, ele mesmo imaginava as ações de sua amada. Sabia que Kazume tinha carinho por todos que entrava em sua vida, provavelmente deveria estar demonstrando-o a alguém.

Encostou-se na cadeira giratória e fechou os olhos. Estava cansado, seu corpo necessitava de uma boa noite de sono, mas enquanto Kazume não voltasse seria impossível dormir. A porta sendo aberta chamou-lhe a atenção e voltou os olhos a entrada. Sorriu, igual ela sorria-lhe.

– Ukitake-san... – adentrou mais a sala, cortando a distância. – Eu voltei... Para você.

O taichou levantou-se, indo até ela e envolveu-a com os braços. Toushirou agarrou-se a seus cabelos inconscientemente enquanto dormia. Ambos sorriram.

– E agora, como será? – Ukitake perguntou, os olhos faiscando amor, desejo e carinho, pelos dois a sua frente. – Tem certeza que fez a escolha certa? Mesmo que a resposta for não, jamais a deixarei escapar, Kazume-san. Eu te amo.

– Recomeçaremos, Ukitake-san. Toushirou, você e eu. – sorriu. – Eu fiz a escolha certa, nunca me arrependi de ter lhe escolhido. Eu te amo... Para sempre.

Com aquela declaração, Ukitake sentiu os olhos arderem. Sua felicidade estava completa. Quer dizer quase completa. Ainda faltava algo, uma coisa importante. Tomou a mão da jovem e levou-a até os lábios, depositando um beijo simples.

– Tenho um convite a lhe fazer.

– Convite? – Kazume ergueu uma sobrancelha. – O que é?

– Casa comigo? – sentiu as bochechas queimarem.

– Claro que sim!

Aos poucos os rostos foram se aproximando, deixando que as bocas se unissem em um beijo de saudade e amor. O que mais poderiam querer? Estavam certos que nada mais conseguiria separá-los, porém estavam preparados para tudo. Até porque, agora, suas razões eram mais fortes. Havia alguém que merecia a felicidade mais do que eles: Toushirou Hitsugaya.

Aizen Sousuke? Ele terá muito tempo para pensar na prisão da Soul Society, afinal, tinha que pagar por seus atos e nada melhor do que refrescar a mente longe de tudo e de todos.


FIM




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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos, de verdade!
Aguardo opiniões e podem me bater... Eu matei a fic.
Beeeeijos e até breve!



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